Marcela POV

- Melissa, volta aqui! – Justin berrava enquanto Melissa entrava no quarto

- Eu não quero falar com você, Bieber. Vai pra sua entrevista, e mais tarde a gente conversa.

- Não, eu... eu quero terminar de falar com você. Eu não quis dizer aquilo, você me confundiu, eu disse errado, eu..

- EU NÃO QUERO SUAS DESCULPAS! – ela berrou – Não agora.

- Meel... você sabe o que eu quis dizer. E não foi aquilo.

- Justin, você sabe que eu te amo demais pra fechar a porta na sua cara, então, ou você vai embora, ou a Marcela vai fechar essa porta.

Sim, eu já estava de pé, pronta pra meter a mão ali e acabar com a discussão. Depressão amorosa acaba comigo.

- Eu volto. E a gente vai conversar. – ele disse – Eu te amo, mais que tudo. E eu não quero te perder.

Ele colocou a mão no rosto da minha amiga diva, e ela tirou a mão dele dali e eu fechei a porta com tudo. Arrasei.

- Discutindo a relação? – perguntei

- Eu queria fica brava com ele. Mas fica difícil quando ele me olha com aqueles olhos, e faz aquele biquinho e.. – dei um tapa em sua cabeça

- Sem histórias de amor, nem descrições apaixonadas agora. Eu estou em crise.

- Ai, me desculpa, eu não esqueci. Foi por isso que eu vim pra cá. O que aconteceu?

Meu lábio inferior começou a tremer. Minhas mãos também. Eu ia chorar. De novo.

Contei tudo pra ela.

- Eu amo o meu Sean. Desde que a gente se conheceu pelo skype. Eu senti que ele era a pessoa certa pra mim.

- Eu sei... O que você fez foi uma cagada. Ele te amava, mesmo com as implicações. – ela tentou me acalmar

- É... Você falou direitinho. Ele me AMAVA. Passado.

- Ele te ama, eu sei disso.

- Eu não teria tanta certeza.

- Pois eu tenho.

- Que bom. Olha, eu não quero mais falar sobre isso. Eu sinto que eu vou chorar toda vez que eu penso nele.

Ela ficou quieta. Acho que ela percebeu que eu REALMENTE sou cabeça dura.

- Mas, então... O que aconteceu com você e com o Justin?

- O Justin? Ele é mais confuso do que eu imaginei.

- Como assim?

- Primeiro ele me ignora do nada. Depois ele vem com esse papo de ser um péssimo namorado. E depois fica falando que ainda está com aquilo que aconteceu na Austrália na cabeça. Que não consegue tirar da cabeça. ÓTIMO. Volta pros braços daquela vaca, já que ele não a tira da cabeça.

Olha pra quem ela veio contar os problemas amorosos? Tipo, eu sou a pessoa CERTÍSSIMA pra ela se aconselhar. Eu rejeitei o cara que eu amo e ele não me olha na cara.

Tudo bem que eu que perguntei o que aconteceu, e que ela ainda não perguntou “o que eu faço?”, mas mesmo assim, eu sou uma péssima pessoa pra aconselhar outra quando se trata de amor.

“Marcela, ela está esperando uma resposta.” – uma voz disse na minha cabeça, me tirando da brisa

- eeeeeeeeeeeeeeeeer, você não espera um conselho, né?

Ela fez uma cara de bunda. Sim, ela esperava um conselho.

- É que tipo, no momento eu estou péssima na minha vida amorosa, então, eu acho que só vou piorar a sua.

- Eu sei...

- Sabe com quem você deveria falar? Com a Jessica.

Jessica POV

Se eu te dissesse que há uns meses atrás eu e a Villegas éramos BBFs, você duvidaria. Porque agora, eu estava a ignorando completamente, olhando pra porta do hotel, onde eu via os carros passando e o sol começando a sair. Devia ser umas 7 da manhã.

- ...e  eu queria muito ir até a Oxford Street agora, o que você acha?

Oxford St. = PARAÍSO

Oxford St. + Jasmine Villegas tagarelando na minha orelha = INFERNO

Entendeu o que eu quis dizer?

- Jess? – ela acenou na minha frente – O que você acha?

- Eu... tenho que ir com a Mama Jan. Não tô conseguindo alcançar algumas notas aí... tchau.

Me levantei do sofá do hall e fui até o elevador.

- Eu também não consigo algumas notas, eu vou junto! – ela se levantou e veio atrás de mim

- NÃO! – ela parou com o meu grito – Não precisa vir junto. Sua voz é perfeita.

- Eu sei, mas é sempre bom praticar.

Modesta, né?

- Treino fechado, desculpa. - e entrei no elevador

Ela ficou ali parada, um uma cara desapontada por um segundo, e depois ela deu um tchau com um sorriso forçado enquanto as portas se fechavam. Um pouco antes delas se fecharem completamente, vi o sorriso desapareceu e a mão que acenava se virou e mostrou o dedo do meio. Ou eu ela fez isso mesmo, ou eu estou louca.

“Não, a Jasmine me venera, ela não fez isso” – pensei

E tirei essa idéia da cabeça, feliz por ter me livrado dela.

Saí do elevador e fui até o meu quarto. Entrei e me joguei na cama. Eu estava exausta.

Eu estava quase fechando meus olhos quando alguém bateu na porta. Eu xinguei mentalmente e me levantei. Era Melissa.

- Eu preciso de ajuda.

- Deixa eu adivinhar... O Justin tá te confundindo, uma hora te diz uma coisa, e na outra tá de cara amarrada, quieto e pensativo? – falei de uma vez

- É! Como você adivinhou?

- Intuição feminina.

- O que eu faço?

- Primeiro, se acalma e me canta a história toda.

Ela respirou algumas vezes e quando ia começar a falar eu a interrompi. Ela parecia abalada com isso, então a idéia de Jasmine não parecia tão ruim assim, quando não a incluía.

- Oxford Street. É disso que a gente está precisando!

- Hã? Assim, do nada?

- É claro! Não tem show hoje, eu não tenho nada pra fazer. Vamos as compras.

Ela sorriu.

- Você tem razão. Vamos as compas *--*

Eu me levantei, peguei minha bolsa e troquei as botas Uggs  por sapatilhas.

- A gente se encontra lá embaixo? – ela perguntou

- A não ser que você queira a Jasmine junto...

- Não!

- Eu te espero, não tem problema.

Saímos do meu quarto e fomos para o dela e da Marcela.

Ela não quis nos acompanhar.

- Emo demais pra aturar esse frio. – ela disse

- Você vai perder a diversão. – Melissa tentou convencê-la

- Puxa, 7:30 da manhã. Na Oxford? HAHA, duvido que eu vou perder alguma coisa.

- Você sabe como é o trânsito daqui? E outra, nós vamos ver o Big Bem e tals.

- Mesmo assim, eu não quero, tô emo.

- A gente vai comprar coisas na Topshop. – falei

Ela se levantou na hora.

- Só um minuto, que eu me troco e a gente vai.

Esse um minuto foi meia hora, até ela tomar um banho, escolher a roupa, arrumar o cabelo e finalmente dizer “Vamos?”.

Eu queria matá-la. Nós estávamos perdendo tempo. Londres estava lá fora nos esperando. E eu não queria perder tempo.

Descemos pelo elevador e avisamos ao Kenny, que estava cantando a recepcionista que só voltaríamos mais tarde.

- Vão conhecer a cidade? Cuidado meninas.

Sorrimos e saímos para a cidade.

Estava frio e a ventania bagunçava nossos cabelos.

Nenhuma fã do Justin estava ali, todas deviam estar plantadas na porta da rede de televisão onde ele estava participando de um programa.

- Taxi? – Marcela perguntou

Balancei minha cabeça positivamente.

Um taxi passou, como se estivesse sabendo o que queríamos. Assoviei e ele parou. Ele era preto, e a porta abria para o lado oposto. Posso riscar da minha wishlist “andar de taxi britânico”.

- Oxford Street, por favor. – Melissa falou

Enquanto ele andava, podíamos ver as pessoas andando com seus jornais em baixo do braço e cachorros nas coleiras caminhando com o rabo empinado. Eu me senti tão... Britânica. E eu estava amando.

- Jess, olha pra cá! – Melissa falou

Ela segurava uma câmera e a Marcela já olhava pra lá fazendo uma careta. Eu fiquei vesga e sorri. Ela bateu a foto e nós rimos.

- Essas vão pro twitpic haha – ela disse

O trânsito estava um pouco lento, mas conseguimos chegar ao paraíso *---*

Ele nos deixou no Oxford Circus, tipo de uma praça. O movimento era pouco. Ótimo para o que iríamos fazer ali. Compras.

- Topshop! Eu PRECISO ir logo gastar lá! – Marcela disse

- Calma, pessoa! – falei – Vocês não acham isso mega perfeito? Tipo, Londres e tal?

- Eu acho a TOPSHOP perfeita, e se a gente não for lá, eu fico emo de novo.

- É melhor a gente ir. – Melissa disse – Mas eu concordo com você, Londres é perfeita.

Fomos correndo, e rindo atrás da Marcela, que deu a louca e começou a dançar e fugir da gente pela rua.

Vergonha? Não, nem um pouco. Um carinha muito fofo olhou pra mim enquanto eu caminhava, fingindo que não conhecia aquelas duas loucas. Quando ele ia perguntar alguma coisa pra mim, a Marcela parou, se virou e berrou meu nome, apontando pra mim. Ele foi embora, se mijando de rir de mim. E nem deixou o número dele. Ótimo.

- Para, por favor, Marcela? – falei quando as alcancei

- Porque? – ela perguntou rindo

- Porque você está me envergonhando.

Ela riu.

- Ok, eu paro. Porque é hora de gastar!

- Isso mesmo! – Melissa concordou

Entramos na loja e começamos a vasculhar entre os cabides. As vendedoras estavam ficando loucas com a gente. Nós simplesmente largamos nossas bolsas numa mesa e atacamos as roupas. Eu saí de lá com várias sacolas. Melissa também. Mas a Marcela. Bom, eu preciso mesmo dizer? Ela saiu com umas 10 sacolas lotadas.

- Que exagero, Marcela. Você nem consegue carregar tudo isso! – Melissa reclamou – E a gente quer ir em outras lojas, não só nessa.

- Eu sou ninja. Eu consigo carregar tudo.

Olhei no meu relógio.Uma hora da tarde.

Andamos mais um pouco, seguramos a Marcela quando ela via algo lindo numa loja e falamos merdas.

- Gente, eu tô morrendo de fome. – falei

Nós paramos na calçada e olhamos do outro lado da rua. Um restaurante KFC [n/a: pra quem não sabe, eles vendem frango frito no balde *---* meu sonho de consumo kk] estava praticamente falando “VEMK, JESSICA!”.

- Onde a gente pode comer?

Atravessei a rua, desviando dos carros e dos ônibus de dois andares vermelhos e entrei desesperada e pedi o maior balde de coxinha de frango que tinha.

Saí de lá agarrado naquele balde e dividi com as meninas.

- Você é louca, sai correndo do nada! – Melissa disse

- Sou mesmo!

- Esse é o espírito! – Marcela berrou

Sentamos na calçada, mostramos o dedo do meio pro povo que passava olhando como se nós fossemos loucas e rimos muito.

Pegamos um ônibus pro London Eye. [n/a: aquela roda-gigante que tem lá, sacas?]

Eu fui toda feliz no andar de cima do busão, rindo com as merdas que a Marcela falava. Algumas em português que eu não entendia, mas Melissa as traduzia pra mim.

Descemos do busão vermelho, tentando nos equilibrar no salto com todas aquelas sacolas. Imagina o fail que a Marcela (sempre ela, isso é incrível) deu na hora de entrar na roda gigante... Eu e Melissa fomos correndo pra ponta, pra ficarmos bem de frente pro lago, e a Marcela, que estava cheia de sacolas inventou de correr, tropeçou no próprio pé e caiu de quatro na frente de todo mundo ali.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!  - ela berrou ao cair

- QUE PORRA? – o gostosin que estava atrás dela berrou

E todos riram.

Melissa foi socorrer ela, que nem saia do lugar, de tanta vergonha, ficou na posição mesmo.

Depois de umas duas voltas e mais muitas merdas que falamos, decidimos visitar o Big Ben e ir embora, afinal, já estava escurecendo.

Melissa POV

Essa tarde vai entrar pra minha lista de melhores-tardes-da-minha-vida-inteira. Eu nunca me diverti tanto.

Era o crepúsculo quando chegamos no Big Bem, ele bateu exatamente as 18 horas. Bem no momento em que ele me agarrou.

Justin chegou todo suado, me pegou pela mão, me girou e me beijou. Eu fiquei meio confusa, mas aceitei o beijo. Larguei as minhas compras no chão enquanto ele me curvava, passando a mão pelo meu corpo. Segurei seu cabelo e acariciei sua nuca. Mas porque tudo isso do nada?

Ele me soltou, ofegante. Eu também estava assim.

- WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW! – Marcela e Jess berraram quando nos soltamos – COMO O JUSTIN TEM PEGADA!

- Kenny está esperando vocês no carro. – ele disse

Jessica pegou minhas sacolas e saiu andando.

- Bom proveito! – ela berrou ao correr pro carro atrás da Marcela

Dei risada e olhei pra ele. Seus olhos estavam acompanhando todo movimento que eu fazia.

- Pra que tudo isso? – perguntei

- Pra isso... – ele ia falar mais alguma coisa, mas um trovão o fez parar

E aí veio a chuva. Forte. Do nada. Todos na rua saíram correndo. Fiquei parada olhando pro Justin, que ainda segurava na minha cintura. E eu no seu pescoço.

Se eu queria beija-lo ali na chuva? SIM. Se ele queria me beijar, bom acho que não, porque ele me pegou pela mão e me puxou. Saímos correndo para onde o carro deveria estar. Mas não estava.

- Vem, vamos pra cabine telefônica! – ele berrou

- Ok. – fiz que sim com a cabeça, caso ele não tivesse me ouvido

Ele abriu a porta para eu entrar primeiro, e entrou depois.

Justin POV

Chuva. Ótimo. Perfeito. Agora eu vou ter que pedir a Melissa em namoro oficialmente numa cabine telefônica fedida.

- Que chuva! – ela espremeu o cabelo

- Essa chuva me atrapalhou.

- O que você queria me falar? – ela tremia de frio

Tirei minha jaqueta, embora estivesse morrendo de frio também e a cobri.

- Não precisa. – ela ia tirando, eu a coloquei de volta

- Precisa sim.

Passei minha mão pelo seu rosto e admirei seus olhos.

- Melissa...

- Sim?

Me ajoelhei e peguei a caixinha no meu bolso de trás.

- Quer namorar comigo? Oficialmente?

Ela ficou parada.

Não era essa a reação que eu queria, mas era a reação que eu estava esperando.

Ela encarou o anel e ficou passando com os olhos nele e no meu rosto.

- É CLARO QUE SIM! – ela se ajoelhou e me beijou

YEEEEEEEEEEEEEES! A VITÓRIA É MINHA! I AM THE WINNER!

Eu quebrei o beijo e coloquei o anel em seu anular direito. Era de prata, coberto com cristais e com a frase “forever&always yours, Justin Drew Bieber”. Simples e perfeito, como ela.

- Eu te amo. – falamos juntos, por acaso

Eu não conseguia esconder a minha felicidade. Estava sorrindo muito.

Ela colocou o anel no meu dedo. O meu era mais simples sem cristais, com a mesma frase e o nome completo dela na parte interior.

Peguei seu rosto entre as mãos e a beijei, como se fosse o último beijo, como se a boca dela fosse a última coisa que eu iria provar na vida, como se seu cheiro fosse a última coisa de eu poderia cheirar, como se ela fosse meu último fio de vida.

A chuva ainda caía pesadamente lá fora, mas eu não me importei, a peguei no colo, abri a porta e saí com ela na chuva.

Nos beijamos, abraçamos, sorrimos e trocamos juras de amor na frente do Big Ben, numa chuva intensa no crepúsculo de Londres.