Quando me virei em direção à porta da suíte senti que Alec já tinha ido embora pulando a minha janela. Concentrei na energia de meu pai na sala e senti o quanto ele estava apreensivo, certo eu também não estava ansiosa por essa conversa. Quando cheguei à sala de estar, senti um grande vazio. Somente meu pai e eu. Tentei senti-lo, mas além de estar insistentemente me bloqueando ele estava triste. Acho que vou ficar louca.

Meu pai Carlisle estava a frente da escada que eu descia, deu um breve sorriso e abriu os braços em minha direção. Não consegui me conter e sai disparada para abraçá-lo, estava com saudades, pois desde aquele dia dos vampiros não o via.

- Senti sua falta pai. Como está mamãe?

- Também senti a sua. Você está forte, e cada vez mais poderosa eu também posso sentire algumas coisas.

Ele me fez sorrir. Eu o amo tanto.

- Soube que o seu dom ultimamente está mais especifico, isso é bom. Per favore, sente-se para parlare um pouco - Nós sentamos de mãos dadas num dos sofás vermelhos da sala o que fica de frente a TV de 32 polegadas, brinquedo favorito de Enrico para assistir seus filmes de ação.

Meu pai é irresistível, não consigo discutir com ele, mas tinha algo...

- Pai... Como está mamãe?

- Sua mama está... estável.

- Porque sinto que na resposta tem um “mas”...? – me aprecei aflita.

Papai ficou pensativo e quando falou pude ver verdade em seus olhos e senti sua cautela.

- Todos sabem que eu amo você e sua madre mais que minha própria vita – disse emocionado.

- Esme não está muito bem e pensei se seria o momento de transformá-la em uma de nós.

Eu iria abrir a boca, mas meu pai fez sinal com a mão para não o interromper.

- Esse assunto é delicato, pois não posso decidir por ela. Esme continua sedada, mas logo você poderá visitá-la no Hospital - terminou com um tímido sorriso.

- Tenho certeza que vocês vão chegar numa boa conclusão.

Sorrimos satisfeitos.

- Você sabe o que quero saber? – Carlisle perguntou com ansiedade.

- Sei. Consigo sentir todos os lobisomens por causa da Lua crescente.

- Eles estão transformados?

- Sim. Enrico se juntou há Stephan na parte norte e Alec está no sul próximo ao lago... Todos estão tensos.

- Farei algumas perguntas e é importante que me responda sinceramente independente do que seja.

- Claro pai - agora eu que fiquei tensa.

- Depois da luta, você ficou desacordada por um tempo. O corte que teve no pescoço a incomoda?

- Não. Os furos já sumiram – mostrei o meu pescoço.

- O está sentindo agora?

- Não.

- Você se sente diferente ou estranha?

- Pai, será mais fácil se perguntar diretamente o que deseja saber – disse impaciente.

Carlisle deu um sorriso derrotado.

- Você não se recorda do que aconteceu naquela luta?

- Só o que já te contei. Não sei o que aconteceu depois que vi o vampiro. Só a sensação que tentou me sufocar. Pai tem algum problema?

- Tua madre e io ti amo troppo... Conversamos ates do incidente e não queremos que você corra risco. Seu corpo agora está quase mudado e em breve você poderá se transformará in uno di noi.    

- Eu sei pai, Stephan me apavora de tanto sangue que tira para examinar, além de me medir para acompanhar meu desenvolvimento – falei emburrada.

- Isso mesmo mia figlia. Ele me disse que você é uma menina intelligente - ele sorriu. Meu pai estava cansado isso eu não precisava sentir, estava escrito em seu rosto. - E chegamos à conclusione que seria uma boa idéia que você passasse algum tempo com sua tia Alice em Salvador.

Não vou entrar em pânico...

Uma lágrima veio aos meus olhos não estava acreditando no que ouvi, a ultima frase ficou rodando na minha cabeça. Eles não me querem mais? Claro que gosto de tia Alice, só que ela tem pouco tempo de casada e está grávida. O que eu iria fazer em Salvador? Uma onda de tristeza me invadiu.

- Por isso que estamos sozinhos... – murmurei.

- La nostra famiglia ti ama, e resolveram nos dar privacidade.

- Sei. - não credito, meu pai esta escondendo algo, e meus lobos não estão aqui.

- Ness?

- Hum! – respondi com a cabeça ainda confusa.

- Decidimos que é melhor você ter contato com outras crianças, ter por mais algum momento uma normale vita. Todos ficamos tristes ao pensar que não aproveitou sua infância e queremos que seja diferente com sua adolescência prematura, logo você irá ser una donna - meu pai deu um leve suspiro, droga! Ele se culpa pelo o que aconteceu na minha infância.

- Pai, você salvou minha vida só pense nisso, não estaria viva se não chegasse a fazer a transfusão. Minha mãe me contou como se sentiu. Eu não culpo nenhum dos dois pelo acidente. Eu tenho o maior prazer de participar desta família muito especial, tirando os pêlos, claro!

Foi incrível ver a gargalhada dele, mostrou seus lindos dentes brancos, ele me ama... Isso não preciso sentir com nenhum dom somente olhando em seus olhos. Não quero deixá-lo mais preocupado e também não vai ser um sacrifício ir pra Salvador, lá é lindo!

- Já falou com tia Alice sobre a minha visita? – eu disse derrepente.

Ele ficou apreensivo?

- Pai. Você ainda tem dúvidas. Mas concordo que seria uma boa idéia visitá-la antes de ser uma loba. Sinto saudades dela.

- Si. Perguntamos se haveria algum problema, ela ficou bem entusiasmada.

- Sei que vão sentir minha falta. Brasil pode ser longe daqui, mas vocês podem me visitar caso não agüentem de saudades.

 Meu pai me agarrou e me levou ao seu colo pra me dar um abraço bem longo e cheio de sentimento que me invadiu de imediato. Medo, angústia, tristeza, alivio, saudades antecipada e um imenso e quente amor.

 - Sua mãe... Senti que ela tem saudades de voi – Carlisle deu um sorriso triste e preocupação pela mamãe.

 Ficamos assim por um bom tempo mostrando nossos sentimentos um para o outro (uma vez que temos o mesmo dom). Meu pai é super carinhoso comigo, nem parece um lobisomem com seus cabelos ondulados que quase chegam aos ombros e um comprido casaco preto sobre sua roupa branca com jeans.

continua...