Luck:

Só assim, observamos onde tínhamos entrado. Havia uma porção de fantasmas, em um tipo de festa bizarra.

–Será que podemos ficar aqui? –sussurrou Kate.

–Não sei...

–Eca! –disse Nick olhando para os pratos na mesa, onde havia queijos cheios de fungos, carne e frutas podres entre outras coisas... Nojentas.

De longe vi a Murta-que-geme.

–Vamos pra lá. Se a murta me vê, estou ferrado. – a murta tinha uma espécie de amor platônico por mim.

–Quem são vocês? –perguntou um fantasma que eu nunca havia reparados no castelo. Usava roupas antigas, cartola e uma camisa de babados.

–Eu sou Luck, essa é a Kate, July e o Nick. –falei apontando pro meu amigo que se encolhia todo já.

–Oh! Nick? – disse com animação. – É um prazer conhecê-lo, apertaria sua mão se pudesse.

–É – é um prazer também. –respondeu o xará gaguejando de medo.

–Espero que tenha a honra de ficar quase-sem-cabeça, assim como eu. –disse puxando a cabeça semi-cortada, e pendendo-a para o lado.

–Haaaaaaa. –berrou Nick, fincando as unhas em meu braço.

–MATT, TEM ALUNOS FORA DA CAMA AQUI. – berrou Pirraça, na porta.

E começou a nos perseguir soprando bolhas de tinta em nossas cabeças.

–QUE FANTASMA MALA. –Berrou July.

–SEBO NAS CANELAS! –Eu sei, foi idiota eu dizer isso, mas foi por causa da emoção da adrenalina do momento.

– Ahhh! –berrou Nick antes de cair da cara no chão.

–Olhamos pra trás ele estava caído de bruços com as mãos esticadas:

–Vão sem mim, eu não posso mais.

–Ta bom. -disse July.

–Haaa! –gritou mais uma vez quando viu Pirraça nos alcançando, dessa vez com um abajur pra jogar em nós.E começou a correr de novo.

Afobados e cansados, chegamos ao salão comunal e nos livramos de Pirraça. Desabamos no chão mesmo. Eu estava quase morrendo devida aquela correria toda.

–Ta todo mundo bem? –perguntei.

–Não. –disse Nick em tom choroso.

–O que aconteceu?

–Quebrei meu dentinhoo. –choramingou sentado no chão, enquanto olhava um pedacinho de dente na mão.

–HAHAHAHA! – nossas gargalhadas foram inevitáveis.

Nick:

Dormimos na sala comunal mesmo. Acordei, até que me lembrei da noite passada.

–MEU DENTEEE. – exclamei ao passar a língua no pedaço que restou.

–Vamos nos arrumar, para o desjejum depois você vai à enfermaria. – disse o insensível do Luck, sem se preocupar comigo.

Sentamos-nos à mesa da Grifinória.

–Cadê o Thommas? – disse Luck olhando pros lados.

–Não quero nem ouvir falar dele. –exclamei zangado. – Ontem não achamos ele e ainda quebrei meu dente.

–Não esta tão ruim assim. –disse ele.

–Sério? –perguntei já, mais feliz.

–É.Nem da pra perceber.

–O que houve com seu dente? –perguntou Thommas surgindo do nada.

–MENTIROSOOO. –berrei para o loiro á minha frente. – Da pra ver sim.

E sai correndo.

–ESPERA NICK!O QUE VAI FAZER. –gritou enquanto eu corria.

–ADEUS MUNDO CRUEL, NÃO QUERO SER UM SEM DENTE EXCLUÍDO DA SOCIEDADE. –gritei enquanto passava umas das minhas pernas pela janela, a fim de me suicidar. Eu não queria ser um excluído da sociedade, preferia morrer.

– Não. – disseram Luck e Thommas, enquanto seguravam minha outra perna a fim de me impedir.

–Me solta, não tem mais sentido, esse mundo me sufoca, meus amigos não me entendem e o pior... Eu sou um sem-dente.

Claire:

Tava a maior confusão, parece que Nick queria se jogar da janela. O porquê eu não sei, mas ele era muito dramático. Ri da situação, finalmente convenceram o garoto a não se jogar.

–Queria falar comigo? – perguntou Greg.

–Sim. Preciso de sua ajuda. –falei, e contei-lhe o que eu queria.

–Tudo bem. –disse sorrindo maleficamente.

Thommas:

Podemos saber onde esteve? –perguntou Luck de modo indagador.

–Estava com Ashley. –sussurrei.

–Sério?

–É.Mas fiquem quietos, decidimos esperar um tempo pra assumir publicamente.

–VOCE DESENCALHOU? – berrou Nick.

–Fale baixo.

–Cara! Estou Feliz por você.

–Eu acho que realmente gosto dela. – falei.

–Gay. – falou Nick.

–se falar isso mais uma vez, eu juro que te arrebento.

–Descuuulpa.

–Tenho que ir, hora da aula de Herbologia. –falei me despedindo.

Ashley:

Só me deixaram eu ir pra aula de adivinhação, depois que eu contei-lhes tudo o que tinha acontecido.

No caminho, sorri ao lembrar ontem. Logo alguém me tirou de meus devaneios:

–Ola. – disse um garoto, alto, com luzes no cabelo.

Geralmente, eu não falava com desconhecidos mas,eu estava tão feliz que já estava até mudando.

–Olá.

–Prazer sou Greg. Greg Potter.

–Potter...

–Irmão do Thommas. –completou sorrindo.

–Prazer Ashley.

O garoto parecia ser boa pessoa longe dos amigos, conversamos um monte. Era incrível como, eu tinha mudado um pouco.

Sentamos em duplas, e devíamos balançar uma xícara com pó de erva das estrelas, e ver o que formava.

–Deixe-me ver coe. –disse a professora excêntrica.

Mostrei-lhe minha xícara.

–O que vê? –perguntou-me.

De repente, senti um calafrio.

–Duas linhas, que formam uma bifurcação. – falei.

–Sim. Quer dizer que você tem dois caminhos a escolher. –disse estranhamente fora de si. –Que opções difíceis ein? Nada parece se resolver, e de alguma forma alguém vai sofrer. Mas a solução esta do seu lado, e querendo ajudar, você esta a mandando embora. Coisas vão acontecer não se deixe levar pelas aparências, e nem pelo que vê.

–Como assim? –perguntei. Greg parecia assustado.

–O que querida? –disse voltando a si.

–O que disse.

–Eu não disse nada. –falou. –Deixe ver você. –continou falando com as meninas de trás.

–Sinistro. –falou Greg.

–Pois é.

–Bom. A gente se vê.- disee ele ao escutar o sinal que indicava a próxima aula.

Acenei de volta, e corri em direção a sala de História da Magia.

*********************

Os dias passaram-se, Thommas e eu estávamos cada vez mais felizes. Já andávamos de mãos dadas pelo colégio, e eu sempre percebia as garotas me encarando com olhar de raiva.

Greg tornara-se um excelente amigo, sempre muito simpático e atencioso. Toda a quarta-feira, eu o ajudava com as lições de adivinhação.

Um belo dia estava na biblioteca, quando:

–Pode me explicar, o porquê você está com ELE aqui sozinha? –disse Thommas aparecendo do nada.

–Ele é meu amigo e seu irmão. –falei na maior calma, tentando ignorar o ciúme me seus olhos.

–Vou indo. –murmurou Greg sem graça.

–Até mais.

Quando o garoto saiu da biblioteca, olhei séria para o garoto parado em minha frente.

–Qual o seu problema?

–Por que não me contou que o conhecia tão bem?

–Por que achei que não havia nada demais em ajuda seu irmão com as lições de adivinhação.

–Ele não presta, e ele me odeia.

–Há! Então quer dizer que eu não tenho capacidade de fazer amigos, e que quando consigo é porque essa pessoa tem interesse em destruir o meu namorado popular?Mesmo essa pessoa sendo irmão dele? –falei calma, mas perigosamente.

–Não é isso... –falou desconcertado.

–Olha se não tem coisa melhor pra explicar seu ciuminho ridículo, não fale nada. –disse me retirando.

July:

–Como eu odeio o Malfoy. –falei observando-o puxar a cueca de um garoto do 3° ano.

Kate apenas riu:

–Vamos. Luck e Nick já estão no “Três vassouras”. – E apressou passo.

Ashley e Thommas se trancaram cada um sem seu dormitório. Fazia uma semana que não  se falavam e nem falavam com a gente também.

–Demoraram hoje. –falou Luck.

–Estávamos tentando tirar Ashley do quarto.

–Hum. Thommas também, não saiu nem arrastado.

–Logo eles se resolvem. –falei.

–Gente, olha. –disse Nick sorrindo e apontando pra sua boca. -Arrumei o dente.

–Legal. –Kate riu da empolgação, do Weasley.

–Agora minha próxima etapa é arranjar alguém pra ir ao baile comigo.

–Sua próxima Missão impossível, você quer dizer. – Falei, rindo eu adorava encher o saco e vê-lo ficar vermelho de raiva.

–Você que pensa, três garotas já me convidaram ta?!E você vai com quem?

–Espere e verá. –falei meio sem graça.

Ele percebeu que eu estava sem resposta, e continuou:

–Quero ver quem é o louco, aposto que se um garoto chegar muito perto você morde .

–Morder eu não mordo,mas se você não ficar quieto eu juro que quebro seus dentes, e não vai ser um só vai ser todos. – falei arregaçando a manga da blusa.

–Ok.Ok. Menina estressada!

–Sou mesmo.

– Sua vacina contra Raiva ta em dia? Pitbull. –disse ja andando pra perto da porta.

–HAA, EU TE PEGO SEU DESGRAÇADO. –gritei enquanto tentava alcançá-lo.

–Parem vocês dois. –ouvi Luck berrar, porém eu já estava no meio da multidão correndo no encalço doWeasley tentando agarra-lo pelo capuz da blusa enquanto ele corria rindo sem parar.