Um Inferno Te Amar! escrita por Mari


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me os erros e por estar mal escrito. Mas escrever de sabado é horrivel, toda hora vem alguem me interromper.
Enfim, espero que gostem.



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Eu ainda estava furiosa quando entrei de­baixo do chuveiro. Quem ele pensava que era? Como seria possível trabalhar com um homem daqueles? Ain­da assim, as datas das anotações da secretária efetiva sugeriam que eu trabalhasse para ele por um bom tem­po.

A água quente surtiu um efeito relaxante, elimi­nando a tensão de meus músculos. Raphael estava testan­do minha paciência, só podia ser isso.

Escolhi um vestido preto de mangas compridas e um colar de rubis, elegante o bastante para ser usado à noite e discreto para uma secretária. Sapatos pretos de salto completavam o elegante visual. Ao ouvir a campainha, olhei o relógio. Seis e meia em ponto. Sem hesitar, peguei a bolsa e  o casaco e fui abrir a porta. Raphael olhou-me de alto a baixo, arqueando uma so­brancelha irónica.

 

— Muito apropriado — foi seu único comentário. — Vamos.

 

Ele conduziu-me até o Mercedez SL preto. Permiti-me um leve sorriso enquanto ajustava o cinto de segu­rança. O carro ajustava-se perfeitamente à minha ideia do tipo de veículo perfeito para um "cavaleiro do século vinte". Um ca­valeiro de armadura negra. A analogia era tão apropriada que não pude deixar de sorrir.

 

— O que é tão engraçado? — Raphael me questionou.

— Nada — balançei a cabeça.

 

Então ele me olhou como se eu estivesse maluca. Por fim, deu de ombros e ligou o carro. Durante o trajeto, ele expli­cou o que eu teria de fazer e qual a finalidade do encontro.

No caminho de volta, Raphael tornou-se muito pensati­vo. Era como se houvesse esquecido de que eu estava ao seu lado. Fiquei surpresa quando vi que ele parou o carro no estacionamento da Collins House.

 

— Preciso dessas anotações ainda esta noite, Mary. Quando tempo acha que levará para transcrevê-las? - Apenas olhei-o, sem acreditar no que acabava de ouvir.

— Sua secretária efetiva costumava trabalhar até essa hora? — indaguei.

— Acha que é muito por um dia? Não conseguirá dar conta? – preferi ignorar a insinuação.

— Qual o problema com ela?

Ele franziu o cenho, sem entender a pergunta.

— Sua secretária — expliquei. — Milene me dis­se que ela está de licença médica.

— Então você encontrou Milene.

— Ela foi me ver. Teve a gentileza de me explicar onde estavam algumas coisas e dizer os nomes de certas pes­soas que eu precisava saber.

— Ironias não levarão a nenhum lugar, minha cara. E sei que você não teve tempo de almoçar. Por tanto, pedirei que nos sirvam uma refeição lá em cima. Poderá comer enquanto termina o trabalho.

— Muito obrigada — respondi num tom seco.

 

Assim que chegamos ao vigésimo primeiro andar, fui direto para o escritório. Estranho, mas sentia-me prestes a explodir em lágrimas. Fora um dia muito cansa­tivo.

 

— Quando tempo mais acha que levará? - Ele trocara o terno preto por um suéter e uma calça jeans que salientava ainda mais suas formas perturbadoramente másculas.  Me ocupei em olhar para a impressora.

— Alguns minutos — respondi.

— Então deixe-a imprimindo.

 

Segurando-me pelo braço, levou-me até uma parte do andar que mais parecia outro mundo. A sala de estar era bastante ampla. Tapetes persas cobriam parte do chão meticulosamente polido e os móveis faziam o ambiente se assemelhar a uma elegante galeria de arte. Parei à porta, emudecida com a beleza da decoração.

 

— E então...?

— Eu... — Não consegui pensar em nenhum comentário que não parecesse banal diante da visão. Pre­feri apenas sorrir para Raphael . — Estava me perguntando se você também espera um polimento no chão nas mi­nhas horas de folga. - Um brilho perigoso surgiu nos olhos dele.

— Não terá nenhum tempo livre, Mary.

— Ahn? — Forçei um sorriso. — Está lem­brado de que eu ganho por hora?

— Claro, e dobrado depois das seis. Prometo pagar todo o dinheiro a que tiver direito — Ele acrescentou.

 

Levou-me até a mesa posta para dois e puxou a cadeira para que eu sentasse.

 

— Sirva-se, Mary.

 

Não perdi tempo em servir-me com arroz, salada e uma generosa porção de strogonoff. Ele encheu dois cálices com vinho. Comi devagar, com total concentração.

 

—  Sente-se melhor agora? — Raphael parecia diverti-se com minha atitude.

— Muito — assegurei-o.

— Transmitirei seus comprimentos ao chefe da cozinha.

 

Após o jantar, sentamos diante da lareira acesa. Aos poucos, um clima de maior intimidade sur­gia entre nós.

Ao se dar conta do perigo da situação, comecei a pensar que talvez isso também fosse par­te do relacionamento que ele tinha com a secretá­ria efetiva. Porém, havia um limite do quanto eu acei­tara substituir Milene. Raphael estava muito enganado se pensava que eu também me tornaria sua amante.

 

— Acho melhor verificar se a impressora não está sobrecarregada. – Raphael  segurou-me pelo braço quando fique de pé e fez-me sentar em seu colo. Olhei em seus olhos, como que hipnotizada.

—  A impressora sabe se cuidar — Ele sus­surrou próximo ao meu pescoço, fazendo minha pele se arrepiar.

— E eu também, Raphael. Entretanto, gostaria de levantar sem ter que agredi-lo.

 

Ele não respondeu de imediato. Perce­bi um brilho de desejo em seu olhar e acabei estremecendo. Há muito tempo que não sentia vontade de estar nos braços de um homem. A morte de Gustavo acontecera há quase sete anos e em todo esse tempo ninguém conseguira trans­por a barreira que eu erguera em torno do meu coração para me proteger. Movida por uma onda de apreensão, tentei me des­vencilhar, mas Raphael me manteve no mesmo lugar. Claro que não teria como escapar se ele decidisse manter-me ali. Pior era ter de encarar a inquietante verdade de que, se Raphael insistisse em me beijar, talvez eu nunca mais qui­sesse sair de seus braços. Por um momento, o olhar dele desafiou-me a enfrentá-lo, dando o primeiro passo para compartilharmos novamente o súbito desejo que surgira entre ambos, quan­do ele me beijara no restaurante.

Contive a respiração. Difícil resistir. Mais difícil ainda ignorar o calor do corpo dele próximo ao meu, o desejo de ser tocada por aquelas mãos firmes. Mais um segundo e seria tarde demais. Então, de súbito, Raphael levantou-me nos braços, ficando de pé. Uma exclamação de surpresa escapou dos meus lábios. Ele sorriu, colocando-me no chão com gen­tileza.

— Tem razão, Mary. É melhor verificar a impres­sora. Depois vou levá-la para casa.


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