Hinata entrava a correr no hospital. Corria o mais que podia. Encontrou Tenten a chorar abraçada a Sakiko/Sakura. Esta tentava acalmá-la. Tenten chorava e tremia. Viu, um pouco mais ao longe, Naruto e Sasuke. Naruto resmungava com um enfermeira. Gritava para o deixarem entrar. Sasuke estava a segurá-lo. Ainda ninguém a tinha visto. Perguntava-se porque é que estava ali, o que é acontecera. Tinham-lhe ligado do hospital e disseram-lhe que tinha ocorrido um acidente. Naruto Uzumaki fora a pessoa que lhes disse para ligarem. De resto não se lembrava de mais nada. Foi como se aparecesse ali de repente.

A enfermeira foi-se embora e Naruto e Sasuke voltavam para à beira de Sakiko/Sakura e de Tenten. Quando Naruto se voltou, a camisola e as mãos dele estavam sujas… sujas de sangue. Depois olhou para o Naruto, que tinha os seus olhos azuis postos na rapariga.

Naruto (tom baixo e triste): Hinata…

Os médicos, as enfermeiras e alguns pacientes que passavam ali, pararam de repente, trocavam olhares alarmantes entre si. Ouviam o terrível som dos gritos de Hinata. Tenten, que estava sentada numa cadeira, abraçou com mais força Sakiko/Sakura, como se aquele gesto abafasse o choro e os gritos de Hinata. Naruto, chorava em silêncio e de cabeça baixa. Sasuke sentou-se ao lado de Tenten e apoiou os seus cotovelos nas pernas e baixou a cabeça, apoiando-a nos braços. Hinata ajoelhara-se no chão perdida no choro e na recordação do telefonema do hospital.

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Enfermeira: É a menina Hinata Hyuuga?

Hinata: Sim. Quem fala?

Enfermeira: É do hospital. Houve um acidente com um familiar seu. Naruto Uzumaki é que nos deu o seu contacto. É o seu primo Neji Hyuuga.

Mal ouvira aquelas palavras largou o telefone, vestiu um casaco e correu para o hospital. Não considerava Neji seu primo, mas um irmão mais velho, apesar de terem a mesma idade.

Quando viu Naruto todo ensanguentado, percebeu que era grave. Não era uma perna partida ou uma indisposição.

—-----------------------------------------------Flashback off------------------------------------------------

—---------------------------------------------Flashback 2 on------------------------------------------------

Neji estava na bicicleta, no passeio, mas não reparou num carro que ia na sua direcção. O condutor estava bêbado e não ia devagar. Subiu o passeio e bateu no Neji, com tamanha força e violência, que este foi como que projectado da bicicleta. Rebolou durante uns metros e ficou imóvel no chão.

Rapidamente Naruto correu em seu auxílio. Tentou acordá-lo. Deu-lhe estalos leves na cara, mas nada fazia efeito. As pessoas começaram a rodear a zona do acidente. Naruto pedia-lhes ajuda, perguntava por um médico. Avistou ao longe Sakiko/Sakura. Ela largou os livros que tinha na mão e correra.

Sakiko/Sakura: Naruto! O…Oh meu Deus… Q… que aconteceu?

Naruto: Não sei… HÁ ALGUM MÉDICO? POR FAVOR QUE ALGUÉM NOS AJUDE!

Sakiko/Sakura: CHAMEM UMA AMBULÂNCIA! POR FAVOR…

Pouco depois a ambulância chegara. Naruto foi na ambulância. Sakiko/Sakura ligou à Tenten.

Naruto viu que passavam pela casa do Sasuke e ligou-lhe.

Pouco depois, os três chegaram ao hospital. E depois chegara Hinata.

—-------------------------------------------Flashback 2 off--------------------------------------------------

Quando Tenten e Hinata se acalmaram um pouco, Sasuke foi buscar qualquer coisa para elas beberam. Ainda choravam, mas já não gritavam. Sakiko/Sakura continuava, sentada entre elas, segurava-lhes na mão e largava umas palavras de consolo.

Naruto começara a discutir com um médico, pedindo-lhe ou para o deixar entrar ou para lhe darem notícias. O médico argumentava que não podia entrar e que não tinha conhecimento da situação do rapaz.

As horas iam passando e a aflição, a preocupação e o medo iam aumentando. A esperança ia diminuindo, as palavras de consolação iam acabando e as lágrimas tornavam-se cada vez mais escassas.

Tenten e Hinata acabaram por adormecer, devido ao cansaço. Naruto estava sentado no chão de cabeça baixa, esperando impacientemente por notícias.

Sasuke e Sakiko/Sakura estavam acordados e em silêncio.

Sasuke: O que aconteceu ao condutor?

Sakiko/Sakura: Não sei… Deve ter fugido. Nem eu nem o Naruto nos preocupamos com ele. Foi horrível… foi tão assustador…

Sakiko/Sakura pousou a cabeça nos ombros de Sasuke e ficaram assim, sem dizer mais nenhuma palavra.

Mais horas se passaram, quando um médico que estava dentro da sala para onde tinham levado Neji, saiu. Naruto foi o primeiro a levantar-se. Sakiko/Sakura acordou Tenten e Hinata que rapidamente correram até ao médico e ao Naruto.

Médico: São familiares e amigos?

Hinata: Sou a prima.

Médico: Bem, o embate foi muito forte, o que provocou sérios problemas.

Naruto: MAS ELE VAI FICAR BEM?

Médico: Isso… bem… Ele vai ficar bem…

Aquelas palavras aliviaram todos, menos Sasuke e Hinata que perceberam que vinha um “mas”.

Médico: Mas… o problema é a coluna. Ele pode ficar paraplégico.

Sasuke: Pode? Isso é apenas uma possibilidade, verdade?

Médico: Sim… Ainda não temos certezas de nada. Vai depender da operação que sofreu estas últimas horas. A operação em si, correu bem, mas pode não ter os efeitos esperados. E vai depender também da fisioterapia e da força de vontade dele. Nestes momentos é muito dificil uma pessoa convencer-se de que vai ficar bem… Terão de ser fortes por ele, dar-lhe o maior apoio e esperança.

O médico foi embora. Hinata e Tenten recomeçaram a chorar. Sakiko/Sakura levou Tenten apanhar um pouco de ar. Sasuke decidiu acompanhá-las. Hinata e Naruto ficaram.

Hinata (choro): Ele vai ficar bem, não vai Naruto-kun?

Naruto (de cabeça baixa): Não sei… Hinata…

A rapariga chorou ainda mais. Naruto abraçou-a. Apertou-a num abraço forte, solidário, encorajador, esperançoso e carinhoso. Hinata ao sentir os braços de Naruto, chorou tudo o que tinha para chorar. Mesmo depois de não ter mais lágrimas para derramar, continuaram abraçados.

No dia seguinte Hinata e Tenten não apareceram na escola. Devem ter ficado a dormir ou então estavam no hospital com Neji. Eventualmente ele iria acordar e teriam de lhe explicar com cuidado o que poderia acontecer dali para a frente.

Neji: Hinata! Diz-me que estás a brincar!

Hinata: Neji… Acalma-te! Eu não podia brincar com uma coisa destas…

Neji (olhou para as pernas): Mas elas…estão ali… Como é que… não poderei andar mais?

Hinata: Isso não é verdade! A operação vai ter efeitos positivos e com…com… a fisio…a fisioterapia… vais andar e … correr…e …

A rapariga não conseguiu segurar as lágrimas, chorando no colo de Neji.

Os pais de Hinata chegaram dois dias depois do acidente. Enquanto Hinata estava na escola, a mãe ficava no hospital.

Tenten e Hinata iam todos os dias ao hospital. Os outros iam, por turnos.

Passaram-se várias semanas desde o acidente e Neji já tinha começado com a fisioterapia. Os médicos estavam confiantes com a possibilidade de ele voltar a andar. Ainda precisava da cadeira de rodas, pois não conseguia aguentar-se em pé sem ajuda. Mas já começara a dar alguns passos desajeitados com ajuda.

Sakiko/Sakura: Quando é que o Neji sai do hospital, Hinata?

Hinata: Amanhã à tarde tem alta. Mas vai ter que ir várias vezes para o hospital por causa da fisioterapia.

Naruto: Porque é que não lhe preparamos uma festa de boas-vindas?

Gaara: Eu entro nessa!

Ino: Se o meu ruivinho entra, eu também!

Tenten: Hinata, podemos fazer na tua casa?

Hinata: Claro! Mas…

Sakiko/Sakura: Nós tratamos de tudo! Não é, pessoal?

Sasuke entrara na sala e percebeu que iam fazer uma festa de boas vindas. Sentou-se na sua carteira, mas Karin apareceu-lhe por trás.

Karin: Sasukezinho!! Hum… Uma festa… Tu vais, não vais?

Sasuke: Não, não vou poder ir.

Karin: Porquê? Eu vou se puserem uma boa música e cerveja!

Sasuke: Duvido que te convidem!

Karin: Porque é que não haveriam de convidar?

Sasuke: Nunca puseste os pés no hospital! Nem nunca perguntaste se estava bem.

Karin: Mas eu não gosto de hospitais, amor!

Sasuke: Não me trates por amor, Karin.

A rapariga estava farta. Aquele não era o Sasuke que conhecia! Não embirrava com ela como fazia, não a ignorava! E nunca se sentira incomodado por ela lhe chamar de “amor.” Sabia que a culpada daquela mudança era a “novata”. Tinha de fazer alguma coisa… E já sabia o que ia fazer…