Capítulo 8 – De volta à era feudal

Kagome chegou em casa, já havia escurecido. Passara a tarde com suas amigas e percebera o quanto sentiu falta disso... De ser apenas uma adolescente normal.

Nada seria como antes, principalmente depois que o bebê viesse...

Abriu a porta da casa com sua chave, não tinha energia para chamar a mãe, e simplesmente entrou. Quando a jovem chegou na sala encontrou alguém inesperado.

- Inuyasha? – ela indagou confusa vendo o meio youkai assistindo tevê com o irmão.

- Finalmente, Kagome! Eu já estava ficando preocupado! – ele falou, aproximando-se dela, e depois sem cerimônia alguma depositou um beijo em seus lábios.

- Eca! Vocês não poderiam fazer isso lá fora? – Souta falou tapando os olhos.

- O Que faz aqui? – Kagome perguntou depois de afastar Inuyasha de si.

- Eu vim te ver. Estava preocupado.

Ela sorriu. Inuyasha realmente mudara muito desde que soube do filho que teriam. Agora estava sempre preocupado, e muito mais carinhoso.

- Eu te disse que ficaria bem.

- É, mas eu queria garantir... E ver se eu podia ajudar em algo.

- Bem... – ela disse indo em direção as escadas – Pode começar me trazendo um copo enorme de água.

- Tá! – ele disse e foi para a cozinha, e ela para seu quarto.

Passou pela a porta e a bateu com um baque surdo, depois se jogou de qualquer jeito na cama, pousando sua mão sobre seu ventre e ficou a acariciá-lo.

- Sua água. – Inuyasha murmurou enquanto sentava do lado dela na cama.

- Obrigado. – ela sentou na cama e tomou a água, depois voltou a se deitar, sendo observada o tempo todo por Inuyasha.

- Você está bem? – ele perguntou preocupado.

- Estou... Só... Cansada...

Ela murmurou e no segundo seguinte sentiu os lábios de Inuyasha contra os seus. Surpreendeu-se com o gesto, mas não fez nada para afastá-lo. Ao contrário, colocou suas mãos no pescoço do meio youkai para trazê-lo mais para perto.

O beijo mudou, agora era intenso e possessivo de uma certa maneira... As horas que haviam ficado separados naquele dia só parecia ter feito uma saudade surgir no coração dos dois, a necessidade de estarem juntos.

Kagome lembrava-se da primeira vez que Inuyasha havia a beijado com tanta intensidade...

FLASHBACK

Estavam acampados na floresta, todos esgotados pela a batalha que haviam travado há pouco tempo com um youkai criado por Narake.

Todos já haviam ido dormir, mas Kagome esperava Inuyasha próxima ao rio. Ele havia saído em busca de uma pista que pudesse levá-los ao Narake, entretanto, já estava muito tarde.

Os olhos da garota pesavam imensamente, ela os fechava momentaneamente para logo abri-los de novo, não iria dormir enquanto Inuyasha não chegasse.

- Vai pegar um resfriado. – A voz de meio youkai surgiu detrás de Kagome, que se virou imediatamente para encará-lo.

- Você chegou... – ela falou em um murmúrio.

- O que faz acordada? – ele aproximou-se e sentou ao lado dela.

- Te esperando, oras... – ela disse fitando sua imagem refletida na água do rio.

- Huh... Sua boba! Você está cansada, deveria estar dormindo! – ele falou em um tom de sermão.

- Você também deve estar cansado! – ela rebateu no mesmo tom – Estamos lutando com servos do Narake há cinco dias direto!

- É, mas você é mais nova e mais frágil também! Além do mais... – ele corou – Eu me preocupo muito com você.

Um sorriso surgiu nos lábios da jovem humana que estava contente com a declaração de seu namorado. E sem pensar duas vezes (Ou sem pensar mesmo...) Ela o abraçou fortemente, repousando sua cabeça no ombro de Inuyasha.

- Obrigado, Inuyasha. Por se preocupar comigo. – agora ela colou sua testa a dele e ficaram assim, apenas se acarando por longos segundos.

- Kagome... – ele sussurrou, fazendo-a se arrepiar por completo, e logo em seguida ele a beijou.

Kagome não sabia o que fazer, Inuyasha nunca a beijara de tal maneira. Era um beijo extremamente apaixonado e possessivo, mas ao mesmo tempo carinhoso e calmo, e estava causando inúmeras sensações em ambos.

Os lábios dos dois se desencontraram quando o youkai passou a beijar seu pescoço, descendo seus beijos lentamente, fazendo sumir por completo a razão de Kagome.

- InuYasha... – ela sussurrou, enquanto sentia-o deitá-la na grama macia e depois a voltar beijar seus lábios com ardor.

FIM DO FLASHBACK

E tudo acontecia de novo...

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Os olhos de Kagome pesavam, passava das duas, mas não conseguia dormir, nem Inuyasha, que a mantinha em seus braços e acariciava seu ventre levemente, causando uma sensação maravilhosa na jovem.

- Dorme um pouco. – ele sussurrou na orelha dela.

- Estou tentando... – ela falou com um sorriso nos lábios.

- Feche os olhos. – ele falou, novamente em um sussurro.

Ela obedeceu e fechou os olhos. Inuyasha a apertou ainda mais contra si e beijou-lhe a nuca.

- Eu te amo, Inuyasha. – ela disse.

- Eu também te amo. E amo nosso filho. Então durma um pouco, tá bem?

Ela apenas balançou a cabeça assentindo, e não demorou muito para que adormecesse.

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Kagome sentiu um filete de luz passar por entre as persianas e bater em seu rosto, abriu os olhos lentamente, ainda estava com muito sono (E o fato de estar grávida não ajudava), mas percebeu que Inuyasha já não estava ali.

- Inuyasha? – Ela chamou, mas ele não estava no quarto.

Ela levantou-se, foi até o banheiro e tomou um banho, quando desceu viu através da janela Inuyasha e Souta fazendo alguma travessura do lado de fora.

Estranhou sua mãe não estar na cozinha, ou seu avô, mas estava faminta e não iria esperá-los para comer...

Ela havia sentado e começado a saborear seu café da manhã, não estava dos melhores, mas ela estava faminta.

- Já acordou? – Inuyasha adentrou a cozinha e sorriu para a amada.

- Pois é. – Ela falou.

Inuyasha se aproximou e beijou Kagome, apenas se separaram por Souta ficar resmungando algo sobre aquilo ser nojento.

- Que horas nós vamos voltar? – Kagome perguntou.

- Voltar? – ele repetiu confuso.

- É. Temos que achar os fragmentos da jóia, se lembra?

- Você tem descansar.

- Eu já descansei o suficiente. Além do mais, não consigo mais viver sem um pouco de aventura. – ela respondeu.

- Tem certeza? – ele perguntou, sentindo-se um pouco contrariado.

- Sim.

- Então tá...

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Kagome fechou o zíper da mochila, e a colocou nas costas, entretanto, esta foi tirada por Inuyasha e depositada sobre seu próprio ombro.

- Aonde você pensa que vai carregando todo esse peso? – ele indagou sério – Você não pode se esforçar muito.

Kagome suspirou pesadamente, ele estava começando a ficar muito mandão e paranóico.

- Quer saber? Não tô a fim de discutir com você sobre isso. Vamos logo. – ela disse cansada.

Os dois se despediram da mãe, do irmão e do avô de Kagome, e depois deixaram a casa e foram em direção ao templo. Logo que entraram, Inuyasha fez questão de ajudar Kagome a descer no poço, que não querendo começar uma discussão resolveu ficar calada.

Em segundos estavam no poço na floresta, e logo foram para a casa de Kaede.

- Olá. – Kagome disse sorridente, entrando na cabana da velha sacerdotisa.

- Já voltaram? – Surpreendeu-se Miroke

- É... Do jeito que o Inuyasha anda, achei que vocês iam ficar lá por pelo menos uma semana. – Disse Sango.

- Como assim o jeito que eu ando? – Quis saber Inuyasha

- Ahh... – Sango ficou meio sem graça.

- Esquece, Inuyasha. – Kagome falou, salvando Sango de dar uma explicação a Inuyasha – Que tal irmos atrás dos fragmentos. Já perdemos muito tempo.

- Mas... – Inuyasha tentou interpor, mas Kagome lançou-lhe um olhar raivoso que dizia ‘Se vier com aquela conversa de que eu não posso me esforçar eu juro que te mato’, então ele resolveu ficar quietinho.

- Tem certeza, Kagome? Você ainda deve estar cansada por causa do seqüestro. – Kaede disse preocupada.

- Ah, acredite vovó Kaede, a última coisa que estou é cansada. – Ela disse com um sorriso e abanando levemente a mão.

- Bem, se você tem tanta certeza, não há o que fazer. – Kaede disse.

- Precisamos de um tempinho para arrumar as coisas, conseguir dinheiro, e suprimentos, aí poderemos ir. – Miroke explicou.

- Tudo bem.

- Hunf... – Inuyasha bufou irritado. Por mais que quisesse ir atrás dos fragmentos, estava preocupado com Kagome, não queria colocá-la em mais perigos que ele sabia que viriam...