Fruto da Paixão escrita por liligi


Capítulo 14
Capítulo 14




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Capítulo 14 – Kagome e Kikyou

- Kagome!!

Inuyasha correu para o ponto da explosão e tentou mover algumas pedras, mas era muitas e bem pesadas, mas ele não pensava em desistir, não deixaria a mulher que amava, seu e filho e... Sua ex... Morrerem!

Puxou pedras atrás de pedras, mas ali parecia ter mais pedras do que haviam inicialmente, além dessas gruas parecerem bem profundas, ele só pedia para que Kagome estivesse bem...

- Não adianta.

A voz de Salina o trouxe de volta a realidade.

- A base desse chão é feita com as pedras que cobrem as grutas. Elas são muito profundas, se as suas amiguinhas tiverem sobrevivido não há chances de encontrá-las. Essas grutas são quase como um labirinto, e elas logo não terão oxigênio suficiente, eu imagino.

Salina sorriu sombriamente. A raiva que sentia por aquela mulher não podia ser descrita. Não iria perdoá-la. Nunca.

Ele preparou a tessaiga. Kikyou a havia ferido, o seu arremesso estava mais fraco, iria matá-la sem compaixão.

- Prepare-se. – Inuyasha disse raivoso.

Kagome sentia uma umidade em seu rosto. E uma leve dor em seu abdome também... Ela abriu os olhos, estava sentindo-se tonta e também sentia um liquido escorrer por sua cabeça. Então ela percebeu que estava com a cabeça deitada no colo de Kikyou que a encarava seriamente. Rapidamente ela tratou de levantar-se e se sentar direito, mas com o movimento brusco sua cabeça doeu mais e tudo pareceu girar ainda mais rápido.

- Não devia fazer movimentos tão bruscos depois da queda. – Kikyou falou em seu tom habitual.

- Eu... Eu estou bem. – Mentiu, segurando seu abdome. Agora estava sentindo ânsias de vômito, não seria boa coisa...

- Tem certeza? – Kikyou indagou vendo a expressão da garota.

Kagome balançou a cabeça levemente, assentindo.

Kikyou suspirou pesadamente.

- Você é muito teimosa.

- Como?

- Nada, esquece. – Kikyou ficou em pé, olhando para algum ponto alem do túnel escuro que se estendia diante delas.

- Onde estamos? – Kagome perguntou, agora lembrando-se da explosão.

- Eu não sei. É uma espécie de galeria subterrânea – Kikyou respondeu, agora encarando Kagome. – A explosão fez com que o 'teto' dessas galerias desmoronassem.

Kagome sentiu outra pontada na barriga, seguida de um enjôo fortíssimo. Ela inclinou-se não conseguindo mais conter a ânsia de vômito, pondo tudo para fora. Não fora uma boa idéia ter comido antes de tudo aquilo, mas quem iria saber?!

Ela limpou a boca com a manga de sua blusa, agora ela estava se sentindo tonta com o movimento brusco, e estava fraca. A dor ainda estava lá, de vez em quando sentia uma pontada, e elas ficavam cada vez mais fortes. Ela sentou-se novamente, contra a parede fria da gruta. Sua respiração era pesada, a dor estava horrível, ela tentava não gemer, não gritar... Estava preocupada... Temia pelo seu bebê.

- Você está bem? – Kikyou perguntou, dando alguns passos a frente, ficando perto de Kagome.

Ela meneou a cabeça confirmando, mas um urro convenceu a sacerdotisa de ela não estava.

- O que está sentindo? – Kikyou perguntou após um longo suspiro

- Tá doendo... – Kagome murmurou.

- Isso eu percebi. Eu quero saber onde dói. – Kikyou disse

- Minha barriga... – a voz de Kagome não era mais que um sussurro, lágrima desciam por sua face, enquanto o medo preenchia sua mente. – Meu filho...

Kikyou lançou um olhar incrédulo para Kagome.

"Filho...?" – Kikyou pensou.

- Você está grávida? – ela perguntou

Novamente Kagome meneou a cabeça confirmando. Kikyou levou uma de suas mãos até o ventre de Kagome, esta a olhou com um olha incrédulo, olhar de Kikyou passou alguma confiança para Kagome e ela relaxou um pouco. Kikyou fechou os olhos, sem tirar a mão do ventre de Kagome, e as duas ficaram daquele jeito por algum tempo.

- Seu bebê está estressado. – Kikyou concluiu.

- O quê?

- Pelo o que aconteceu, seu nervosismo, tudo isso causou um estresse no seu bebê.

- Como você sabe? – Kagome perguntou com os dentes trincados, tentando evitar outro urro de dor.

- Eu sou sacerdotisa, cuidava de muitas grávidas quando eu era viva. Além do mais, eu posso sentir a dor do seu bebê. Se você não se acalmar, essa dor não vai parar e seu bebê vai morrer.

- Eu não consigo... Tá doendo muito. – Kagome se contorceu de dor.

- Escuta... – Kikyou sentou-se ao lado de Kagome, também se encostando à parede de pedra fria. – respire fundo. Pense no sue bebê. Ele precisa que você se acalme. Concentre-se.

Kikyou dizia calmamente.

- Não consigo... – Mais lágrimas escorreram pela a face de Kagome. Cada vez mais, o desespero tomava conta dela. Seu filho corria perigo, isso apenas a deixava mais nervosa. Não iria perder sue bebê. Não podia... Não se perdoaria se acontecesse.

- Você precisa se distrair. Pense m outra coisa. Qualquer coisa. – Kikyou dizia ainda na sua calmaria habitual, segurando Kagome pelos ombros fortemente, obrigando Kagome a encará-la.

- Em quê?! Eu não consigo me concentrar... – A voz de Kagome estava mais alta, seu corpo suplicava por algum alívio, seu coração suplicava para que a dor sumisse, para que seu bebê ficasse bem.

- Hmmm...

- Eu não quero perder meu filho...

- Você não vai. – Kikyou estava um pouco mais nervosa... Ela mordeu o lábio inferior, tentando pensar em algo para Kagome se acalmar antes que o pior acontecesse.

Kagome apertava seu ventre. Seu filho estava em perigo, podia morrer... Estava doendo demais... Ela não conseguia tirar isso da cabeça. A dor era horrível, ela queria Inuyasha, queria que ele a confortasse, que dissesse que tudo ficaria bem, que a abraçasse, e a beijasse... Mas ele não estava ali. Estava impossibilitado de encontrá-la, possivelmente pensando que ela havia morrido.

- "Dare mo ga minna shitteru
Keseya shinai kizu o
Dore gurai tsuzuku no?
Mou iranai yo..."

Kagome olhou para Kikyou. Ela cantava. A voz serena, controlada, a música bonita, encorajadora.

- K-Kikiyou?

Kikyou sorriu para a Kagome e continuou a cantar.

- "Dare mo ga minna matteru
Arasoi no nai hibi o
Senshou no heishi-tachi
Omoi dashite yo
Ima haha no nukumori o..."

Kagome concentrou-se na letra da música, e sentiu uma calma invadir seu corpo.

- "Kono hateshinaku hiroi sekai ni
Jibun dake no chizu egaite
Namida koraete
Bokura wa aruiteyukou..."

A dor estava cedendo. Kagome sentiu uma onda de felicidade passar por seu corpo, assim como um pouco de confusão. Por que Kikyou estava fazendo aquilo? Afinal, ela amava Inuyasha...

- "Tachi agare ima
Hora nando demo
Nemuru shishi yobiokoshite
Ikiteyuku n da ashite e

Dare mo ga minna motteru
Hito kakero no ai o
Nikundemo nani hitotsu
Umarenai n da yo
Sonna no mou iranai yo..."

- Kikyou... – Kagome murmurou

Kikyou olhou para Kagome, parando um pouco.

- Por que... Está fazendo isso? – ela perguntou timidamente.

- Como assim? – Kikyou perguntou

- Por que está me ajudando?

- Porque... Embora, meu coração esteja cheio de ódio pelo o que aconteceu cinqüenta anos atrás... Ainda existe amor dentro dele. É a você quem Inuyasha ama. E você está esperando um filho dele. Tenho certeza de que é muito importante para ele ter um filho... Com você... – ela completou a frase quase num sussurro, enquanto imagens do passado voltavam a sua mente.

Flashback

Kikyou deitou na relva viva, esperando Inuyasha aparecer com algo que pudessem comer. Ela encarou as estrelas, sentindo a leve brisa roçar por seu rosto. Era lua cheia. Tudo estava muito iluminado, nem precisavam de uma fogueira. Ela aos poucos fechou os olhos aproveitando o momento.

- Dormiu?

A voz de Inuyasha alguns minutos depois fez com que ela reabrisse os olhos. Nem ouvira ele chegar — e Inuyasha não era do tipo sutil...— Devia ter cochilado apreciando tanta serenidade...

- Você demorou. – foi a resposta dela.

- Desculpa, encontrei uns obstáculos no caminho. – Inuyasha disse, ela já imaginava quais seriam os tais obstáculos. Youkais, claro. Sempre. Qualquer hora, não importava. A vida dele era de desafios.

Ele sentou-se a lado dela, ela levantou-se e sentou entre as pernas dele e deixou que ele a abraçasse fortemente.

- Não vai comer? – Inuyasha perguntou no ouvido dela.

- Não tenho mais fome. – ela respondeu. Apenas agora havia percebido que não tinha mais fome.

- Tem certeza? – ele franziu o cenho, desconfiado.

- Aham. – ela acenou.

Ficaram vários minutos em silencio, apenas aproveitando a companhia um do outro. Kikyou sentia calafrios percorrerem seu corpo quando as mãos de Inuyasha faziam um leve carinho em sua barriga ou quando ele beijava seu pescoço. Ela sentia-se no paraíso. Embora estivesse descumprindo as regras que eram impostas às sacerdotisas.

Mas não se importava. Se iria pro inferno, pelo menos iria feliz.

- Inuyasha... – ela começou. Queria perguntar isso há algum tempo, mas não tinha coragem antes – Posso... Te perguntar uma coisa?

- Claro.

- Você... – ela engoliu em seco.

- Eu o que?

Curioso como sempre. Ela suspirou antes de continuar.

- Você gostaria de ter filhos?

- O que?!

Inuyasha levantou-se de repente. Estava irritado, Kikyou podia ver em seus olhos. Ela temia essa reação. Olhou fundo nos olhos dele, lhe passando uma mensagem, pedindo para que ele esquecesse o assunto. Mas não parece que fez muito efeito.

- O que você está pensando, Kikyou? – ele continuou, seu tom ainda irritado.

- Inuyasha...

- Eu sou um meio-youkai e você uma humana!

- Eu sei, mas...

- Isso ano daria certo.

- Inuyasha, escuta...

- Não! Não quero filhos, Kikyou! Ponto final.

E aquele foi realmente o ponto final. Inuyasha desapareceu dentro da floresta e só apareceu no dia seguinte, e pediu desculpas pela a sua explosão, mas continuou a afirmar que não queria filhos.

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- Kikyou? – Kagome trouxe kikyou de volta de seus pensamentos.

- Inuyasha não queria ter filhos. Pelo menos, não comigo. – ela sorriu amarelo. Não era uma boa lembrança, ela realmente não queria compartilhá-la, mas simplesmente não conseguiu se refrear.

- Hã... Eu... Não sei o que dizer. – Kagome disse sem graça

Kikyou sorriu.

- Não precisa. Não quero que sinta pena. Além do mais, ele está melhor com você. Você o mudou. Para melhor, claro.

- Obrigado. – Kagome corou levemente. Estava recebendo elogios da ex do seu namorado.

- Fico feliz por você dois. Pelo bebê. – Kikyou disse depois de um tempo em silêncio. – Inuyasha dará seu melhor, eu sei.

- Você nem imagina como ele é preocupado. – Kagome disse sorrindo. A dor já se fora de vez.

- Nem consigo.

- Ele tá sempre preocupado. Na verdade ele é superprotetor! Tá sempre em cima pra saber se eu comi, se eu consigo andar, etc...

Kikyou riu.

- Deve ser horrível

- Não muito. Eu o amo muito e deixo passar... – Kagome disse. – Desculpe, eu não...

Kagome disse após ter percebido o que disse. As duas se encararam silenciosamente por um certo tempo, pareciam conectadas de alguma forma.

- Não tem problema. – Kikyou finalmente disse

Uma explosão foi ouvida um pouco longe, novamente pedras desabaram deixando a luz solar penetrar. As duas sorriram, esperavam que aquilo significasse o que achavam que significasse.

- Kagome! Kikyou!

A voz de Inuyasha chegou aos ouvidos de Kagome como uma melodia. Ela sentiu-se tão aliviada. Depois do que passara nas últimas... err... horas? Ela não tinha certeza de quanto tempo havia sido. Seu sofrimento fora bastante, e para ela pareceu demorar um século.

- Inuyasha! – ela exclamou.

Inuyasha saltou o buraco feito, provavelmente com a tessaiga, e escaneou o local, a procura de Kagome e Kikyou. Quando as viu, paradas a uns dez metros de distância, consideravelmente bem, ele sentiu-se aliviado e correu ao encontro de sua amada. Abraçando-a fortemente, não se dando conta da presença de Kikyou perto deles.

- Eu estava tão preocupado... – ele sussurrou no ouvido dela, e logo se afastou um pouco, sem solta-la – Você está bem?

- Estou sim. – ela sorriu – A Kikyou me ajudou para que tudo ficasse bem.

Kagome olhou para Kikyou e sorriu, Kikyou sorriu de volta. Inuyasha estava atordoado. Kikyou e Kagome... Se dando bem?

- Er... O que aconteceu exatamente?

- Nada. – mentiu, ele não precisava saber o que quase tinha acontecido com o bebê. – Ficamos esperando você vir atrás de nós, e tivemos umas conversas, sabe?

Inuyasha engoliu em seco.

- Conversas?

- É... Conversas de garotas, sabe?

- Não...

- E o que aconteceu lá em cima? – Kagome perguntou

- Ah, eu consegui. Matei aquela cretina. – Inuyasha disse. Kagome sacudiu a cabeça negativamente.

- É claro que você matou ela...

- Hei, tudo bem aí embaixo?

Sango perguntou do buraco aberto no 'teto' da gruta.

- Está sim. – Inuyasha respondeu. – Nós já vamos sair.

Inuyasha se virou para Kikyou.

- Er... Você pode esperar aqui?

Kikyou meneou a cabeça.

- É mais importante levar a Kagome para a superfície. Ela está grávida, afinal.

A expressão de Inuyasha era impagável. Ele estava com a boca escancarada enquanto olhava de Kikyou para Kagome as duas sorriam da expressão no rosto dele. Ele não podia acreditar que as duas haviam se tornado amigas! Era surreal demais para acreditar.

- Vai logo, Inuyasha. – Kikyou disse.

Inuyasha fez com que Kagome subisse em suas costas e logo depois subiu a superfície deixando-a são e salvo e depois voltou para pegar Kikyou. Também fez com que ela subisse em suas costas e a levou para a terra firme. Depois de calorosas despedidas entre Kagome e Kikyou, a sacerdotisa partiu, deixando não só Inuyasha, mas os outros também, impressionados.

Quando a noite caiu, Inuyasha e Kagome sentaram-se entre as flores coloridas e ficaram apreciando o ar noturno. Kagome sentia-se mais do que satisfeita por tê-lo junto a si, principalmente depois de tudo o que passara.

- Inuyasha... – ela dizia com a cabeça recostada no peito dele.

- Hm?

- Eu te amo.

-..., Eu também te amo. – ele a abraçou mais forte, ela sorriu e logo adormeceu.

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