Angel Of Mine escrita por Milaa-07


Capítulo 9
Segurança.


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Bellaloveless por recomendar a fic! Fiquei muitooo feliz. :)



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Katharine se desvencilhou do abraço de Alex, e o olhou nos olhos dele. Como ele poderia saber que alguém a “tocou”? Ele falou com tanta convicção, parecia até com raiva de quem havia feito aquilo com ela. Katharine se sentiu envergonhada, e nem esperou pela reposta dele, que tinha parado na garganta, jogou a mochila por cima do ombro e saiu correndo para qualquer canto desabitado da escola.

Ele depois de algum tempo a seguiu. Alex ficou um tempo um tempo estático, por ter pisado na bola e ter falado, exatamente o que programou para não falar o dia todo. Correu atrás dela, que estava indo para trás do ginásio. Ela andava muito rápida, e dando empurrão em qual quer um que ficasse no seu caminho.

Não tinha ninguém atrás do prédio do ginásio, além de um casal se beijando atrás de uma árvore próxima. Ela se sentou no chão, com as costas apoiadas na parede, olhando para o chão, quando Alex chegou e se ajoelhou a sua frente. Ela não estava com raiva dele, estava com vergonha.

— Por favor... – disse ele, erguendo o rosto dela – Eu não queria falar aquilo, é só que eu estava pensando em outra pessoa, não era você. Desculpe-me. – Foi uma mentira de Alex, mas para Katharine aquelas palavras causaram um efeito diferente.

Como ele podia lembrar-se de outra pessoa quando estava com ela? Era uma garota, claro. Mas ela logo se lembrou que não fazia o menor sentido pensar naquilo, já que eles dois não tinham nada de importante, não estavam juntos.

Alex não sabia por que mentira tão descaradamente! Ela via o jeito que ela reagiu quando ele falou que estava pensando em outra, via a pergunta em seus olhinhos azuis questionando quem era a sua concorrente. Ele por um momento pensou em negar o que havia dito, mas também percebeu que estava acontecendo outra coisa que não deveria acontecer: estava se importando de mais com ela, de uma forma que não deveria.

O sinal tinha batido, e nenhum dos dois tinha escutado, ficaram um olhando para o outro, calados, então Katharine olhou para a árvore onde estava o casal e viu que eles não estavam mais ali, e que ela estava tão hipnotizada com os olhos bicolores de Alex que não tinha percebido o quanto o pátio estava silencioso.

— Eu acho que o sinal bateu! – exclamou ela se levantando, mas ele pegou seu pulso não deixando que ela prosseguir.

— Não acho que a Srtª Clark vai nos deixar entrar agora.

— Você agora está sugerindo matarmos aula? –perguntou ela se lembrando da vez que ele a seguiu.

— Não, já estamos matando a aula.

— Se você não sabe, tem monitores que ficam rondando todo esse colégio quando o sinal bate.

— Quem disse que vamos ficar dentro da escola? Nós vamos sair. – ela olhou confusa para ele, sem entender como sairiam da escola. – O diretor vai nos liberar.

— Como?

Ele não respondeu somente a pegou rapidamente no colo, enquanto ela protestava.

— Relaxa, e faça cara de doente. – disse ele, e Katharine o fez se sentindo cada vez mais segura nos braços firmes de Alex.

— Nossa! O que aconteceu?! – exclamou a secretária quando viu Alex carregando nos braços Katharine.

— Ela passou mal no intervalo...

— Não acha melhor levar ela para a enfermaria...

— Acho que não ela, toma remédio controlado, e hoje eu acho que ela não trouxe...

— Você é amigo dela?

— Sim.

— Ok, eu vou ligar para os pais dela...

— Os pais dela estão trabalhando. Eu acho melhor eu leva-lá.

— Mas você tem aula, não posso te liberar assim, sem mais nem menos, afinal nem o diretor, nem o vice estão aqui...

— Por favor... – ele disse com uma voz de pidão.

— Ok. Vou liberar o portão para vocês. – disse derrotada depois de pensar um pouco.

Os dois saíram do prédio da secretaria, e foram até o portão, com Katharine ainda no colo de Alex.

Depois de estar a uma distância segura da escola, ele a colocou no chão. Katharine sentiu automaticamente falta de seus braços em volta dela, e do calor que eles transmitiam para ela.

— Não acredito que acaba de fazer isso... Vamos fazer o que agora, Senhor Gênio? –perguntou para Alex.

— Depende, o que você quer fazer?

— Não sei...

— Você deve estar com fome, não é? – Ele nem a deixou responder, e a conduziu até uma rua onde tinha um pequeno restaurante, mas cheio pelo horário do almoço.

— Alex, eu acho melhor eu ir para casa... – disse ela.

Nunca que ele deixaria a voltar para lá. Mas no fundo sabia que o certo a se fazer era deixá-la ir, não estava fazendo o certo. De repente a lembrança da voz de Victoria dizendo que iria vigiar ele voltou a sua mente, mas ele simplesmente a ignorou e se voltou para Katharine:

— Por favor, fica aqui.

— Mas eu não tenho dinheiro...

— Eu pago para você.

Katharine ficou um pouco insegura na hora de escolher a resposta, mas assentiu com a cabeça e colocou a mochila em cima da mesa, para sinalizar que já estava sendo ocupada, e foram se servir, já que o restaurante era self-service.

O almoço foi silencioso, nenhum dos outros dois falou alguma coisa.

— Acho melhor eu já ir embora. – disse Katharine, quando os dois já estavam caminhando pelas ruas, depois do almoço.

Ela estava se virando para o outro lado, indo para sua casa, mas quase que por impulso ele pegou no seu braço e a puxou para ele. Não deixaria a voltar para aquela casa, hoje, e se dependesse dele nunca.

— Tem certeza que vai me deixar aqui sozinho? - Katharine não respondeu.

Alex sabia que o que estava fazendo era perigoso, tanto para ele, quanto para ela. Mas seguro ou não, ele não deixaria Katharine voltar para aquela casa, só teria que manter uma distância física razoável.

— Eu tenho que ir...

— Todos nós sabemos que você não tem que voltar para a sua casa, e não adianta negar, você sabe do que eu estou falando. Vai me dizer que nunca sonhou em deixar aquela casa?

— As coisas nem sempre são tão simples, sabia Alex?

— mas talvez elas fiquem, depois de um tempo.

— Para você, quem sabe.

— Eu não quero te fazer mal, Katharine. Confie em mim, por favor?- demorou um tempo, até ela aceitar ser levada por Alex, com um aceno na cabeça.

Pode parecer um pouco impróprio, mas ele a levou até seu apartamento. Lá Alex e Katharine ficaram assistindo TV.

 

Eram umas 23:00 da noite quando Katharine estava caindo no ombro do Alex de tanto sono. Eles estavam assistindo uma comédia romântica, que para Alex já estava ficando muito chata.

Ele a carregou, e a colocou deitada na cama dele. Ele estava se afastando, quando os dedos fracos dela se prenderam a gola da sua camisa, numa pedia silenciosa que ele ficasse com ela. Ele tirou os dedinhos dela cuidadosamente e a cobriu com uma coberta.

Ele se encaminhou até a sala, e dormiu em cima do sofá.

 

Eram 03:00 da manhã quando Alex foi acordado por um grito de dor vindo do quarto. Era Katharine. Ele cambaleou até o cômodo, e a viu se contorcendo, e gritando ainda dormindo. Ela estava tendo um pesadelo.

Nele, seu pai tinha morrido, e ela tinha ficado com Soraya. Mas era tudo pior. Todos os dias ela era estrupada pelo o novo marido dela, era agredida todos os dias, e ninguém estava lá para salvá-la. Nem mesmo Alex. Para ela, isso era mais do que torturante. E ela tentava se matar, mas nunca conseguia, era uma coisa sem fim. Quando pegava uma faca e perfurava sua barriga, não saia sangue, apenas lágrimas de mais uma de suas tentativas inúteis.

— Katharine! – gritava Alex do outro lado. Ele veio salvar ela. Ela procurou da onde a voz tinha vindo, mas não a achou, ficou desesperada sem saber para onde ir. – Katharine, acorda! – ele balançou seus ombros, e ela despertou.

Katharine se jogou nos braços dele, e chorou em seu ombro. Alex afagava seus cabelos dourados, e dizia alguma coisa para reconfortá-la.

— Quer uma água? – ela negou com a cabeça, segurando mais firme seu braço, quando ele fez menção de se afastar. – Que falar sobre isso? – negou novamente.

Ele continuou fazendo cafuné em seus cabelos, a fazendo se sentir cada vez mais calma.

— Obrigada, Alex. Por tudo.

— Quer dormir agora? – perguntou ele, que estava morrendo de sono.

— Não.

— Eu vou ficar na sala, bem do lado...

— Fica aqui. Por favor?

Ele se deixou vencer, e se deitou do lado dela. Katharine se sentiu feliz, ter ele do lado dela, o calor que ela sentia quando suas peles se tocavam, a segurança... Ela se abraço mais a ele, e Alex retribuiu.

 


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