Amigos e Amantes escrita por Najayra


Capítulo 7
Capítulo 7 - Acampamento? Amanhã?




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A semana passou até bem mais rápido do que eu imaginava... Amanhã seria o grande dia. Durante a impressionante (não mesmo) aula de filosofia, Viviam cutucou a mim e ao Lutt.

 

- Ei, o acampamento é amanhã. – ela disse.

 

- Pois é. – respondeu Lutt.

 

- O que acham de todos dormirem lá em casa hoje?

 

- O quê? – eu, Lutt e Eric perguntamos em uníssono.

 

- Todos dormem lá em casa, aí vamos juntos para escola amanhã. O que acha Desirée?

 

- Ué, por mim tudo bem.

 

- E quanto a vocês, meninos?

 

- Claro. – disse Eric.

 

- Ótima ideia, Viviam. – disse Lutt animado.

 

Então, ao final da aula, nós combinamos que eu iria com Lutt até sua casa e Viviam iria com Eric, em seguida, iríamos para a nossa. Afinal, eles tinham que fazer suas malas e tal. Chegando à casa do Lutt, fiquei meio receosa de entrar.

 

- Vamos, entre. – ele disse despreocupadamente.

 

- Com licença...

 

- Que tal me ajudar com a mala?

 

- Tudo bem.

 

Fomos para o quarto dele, ele logo pegou uma espécie de mochila do alto do armário, jogou na cama e começou a escolher umas peças de roupa.

 

- O que vem a sua mente quando se pensa em acampamento?

 

- Mosquito. – ele riu deliciosamente. – Leve calça, caso contrário, voltará sem perna de lá. – Ele riu novamente.

 

- Ok, ok. – ele continuou a fazer a mala, seguindo meu conselho. Alguns minutos depois, pensei que estivesse tudo pronto. Eu estava sentada a beira da cama, com uma das pernas dobrada e o cotovelo apoiado sobre o joelho, com meu rosto apoiado na mão. Ele parou por um minuto e ficou me fitando.

 

- O que foi?

 

- Como pode?

 

- O que, Lutt?

 

- Uma garota tão linda, tão sexy, tão interessante.... E ela não me dá um mínimo de atenção? – a cada parte da frase ele ia se aproximando de mim, pouco a pouco. Eu sorria discretamente enquanto o observava se aproximar, sem perder o foco em seus olhos.

 

- E como é possível que olhos prateados iguais aos seus caiam na armadilha hipnótica dos meus simplórios olhos verdes?

 

- Você já havia percebido então? – ele apoiou as mãos sobre a cama, ao redor de meu corpo e aproximou o rosto do meu. Meu sorriso era discretamente malicioso, não reagi a sua aproximação, permiti que tentasse cada vez mais. Ele deve ter notado minha “bondade” e congelou, seus lábios bem próximos dos meus. Ele sorriu maldosamente e perguntou:

 

- Vai mesmo permitir isso? Não vai fazer nada para me privar desta alegria, como sempre faz? – meu sorriso malvado se abriu mostrando os dentes brancos que ele guardava. Aproximei mais alguns centímetros até meus lábios tocarem suavemente os dele.

Pude sentir um espanto quase imperceptível que logo depois se transformou em um beijo de verdade, inicialmente, com seus lábios se moldando aos meus. Ele com uma das mãos pegou em minha nuca, tornando o beijo mais envolvente. Quando pensou que havia saboreado o suficiente de meus lábios, ele cessou o beijo, ainda segurando minha nuca e aproximou sua boca de minha orelha e sussurrou:

 

- Decidiu se render ao que você chama de “saco de batatas”? – grande erro o dele... Meu sorriso malvado se abriu de novo.  Aproveitei minha posição e mordi sua orelha, logo depois girei meu corpo, empurrando-o e o jogando sobre a cama, me posicionando acima dele.

 

- Na verdade, não. – finalmente respondi a sua pergunta.

 

- Então o que é tudo isso? -  ele me olhava espantado.

 

- Presentinho... – lancei novamente meus olhos em direção aos seus e levantei saindo do quarto. – Vou esperar na sala.

 

- Ei! Só isso?! Qual é, ruiva? È capaz de mais coisa! Venha, vamos tentar de novo!

 

- Não.

 

- Então, por que....

 

- Escute. – voltei rapidamente para explicar. – Para onde vamos a partir daqui?

 

- Sua casa.

 

- E onde pensa que irá dormir lá?

 

- Não me diga que vou ter  a sorte... – já dizia esperançoso.

 

- No sofá. – cortei seu barato. Então... – eu dizia me aproximando dele – Por que eu irei deixá-lo quietinho, na sua, se eu posso atiçá-lo? – meus braços envolveram suas costas e minha boca alcançou seu pescoço. Voltei a sussurrar contra sua pele. – Eu irei te mostrar uma pequena parte daquilo que você sonha ter... Desse jeito... – o larguei e fui me afastando devagar – irei me divertir contando quantos segundo você agüenta quieto naquele sofá. – eu já ia saindo com um sorriso sapeca no rosto, quando ele me pegou pelo pulso e me puxou contra seu corpo, logo em seguida, me jogando com força e me prendendo contra a parede.

 

- Ai... – eu disse quase como um sussurro.

 

- Sabia que você me subestima? E muito? – ele dizia com um sorriso desafiador. Eu o olhava com uma sobrancelha erguida e com o mesmo sorriso em resposta.

 

- Não tenho medo de você.

 

- Posso mudar esse seu pensamento.

 

- Que tal tentar? – ele riu e abaixou o rosto, como sinal de desistência. – Prefiro te conquistar. Irei convencê-la a ficar comigo. – Levantei novamente a sobrancelha, como ele me livrou da prisão de músculos que eram seus braços ao meu redor, eu já ia embora quando ele disse mais uma coisa. – Não esquece que eu amo você, ok? – eu parei por um segundo e virei somente a cabeça para responder:

 

- Terá de me convencer disso também. – e finalmente sai de seu quarto, sentando no sofá da sala.

 

Depois de mais algum tempo, saímos da casa dele em direção à minha. Ele estava se sentindo glorioso e eu... Bem... Pratiquei minha boa ação do dia. Chegamos em casa, Eric e Viviam já estavam lá.

 

- Poxa, vocês demoraram hein? – disse Viviam.

 

- Desculpe a demora. – eu disse.

 

- Pois é. Estávamos meio ocupados.

 

- Ocupados? – Eric parecia interessado. Quando ouvi sua voz, todos os músculos do meu corpo pareceram contrair. Não sei porque, mas eu não gostava dele. Além disso, aquela conversa no ginásio foi realmente estranha. Minha voz subiu uma oitava:

 

- Não é nada que tenha a ver com você. – fui para meu quarto a passos rápidos.

 

Joguei meu corpo sobre a cama e cobri meu rosto com as mãos. O que foi aquilo? Por que essa reação com Eric? Meio minuto depois, Lutt apareceu na porta do quarto, encostando à parede e cruzando os braços, me olhando com um tom de preocupação.

 

- Por que isso tudo?

 

- Não sei.

 

- Não gosta dele, certo?

 

- Uhum. – levantei o corpo ficando sentada e balancei a mão chamando-o para mais perto. Ele se aproximou e sentou à beira da cama. Quando estendi os braços, pedindo um abraço, ele imediatamente entendeu o recado e me abraçou.

 

Lutt era assim, sabia a hora de brincar, de ser o bom gostosão, de tentar mandar / abusar de mim, mas principalmente, sabia a hora de ser um verdadeiro amigo. O abraço dele me reconfortava de uma maneira que eu não sabia explicar. Eu sabia que podia contar com ele, a qualquer hora, para qualquer coisa. O resto do dia até a noite foi normal. Lutt conseguiu me levar para a sala, conversamos com Viviam e Eric, jantamos, jogamos cartas, etc. Era hora de dormir. Claro, Viviam e Eric dormiriam juntos, Lutt foi para a sala e eu para meu quarto. Em minha cama, revirei por mais ou menos 20 minutos. Não conseguia dormir. Comecei a pensar coisas que não eram comuns para mim, até que indignada, levantei da cama e falei comigo mesma:

 

- Você está muito boazinha ultimamente, Desirée.

 

Acendi a luz do corredor e fui para a cozinha beber um copo de água, passando pela sala. Não devo ter acordado o Lutt, ele também parecia que não tinha dormido ainda.

 

- Algum problema, Desirée?

 

- Não. Só vim beber água. – Após beber, coloquei o copo dentro da pia e caminhei de volta ao meu quarto. – Boa noite.

 

- Boa noite. – parei no meio do corredor e voltei para o sofá, meio hesitante. – Está tudo bem? – ele perguntou, eu estendi uma mão a ele e sorri levemente com o canto da boca.

 

- Dorme comigo, Lutt?

 

- Claro. Como recusar uma proposta tão tentadora. – disse pegando minha mão.

 

- Não nesse sentido. – eu ri.

 

- Ah! Ia ser mais legal, mas tudo bem. – ele me abraçou amigavelmente e beijou abaixo de minha orelha. Por incrível que pareça, não conseguia perceber segundas intenções nas atitudes dele.

 

Fomos para meu quarto, ele se deitou primeiro na cama, se sentindo a vontade.

 

- Ai, ai. Tá se achando.

 

- Vem logo, deixa de ser chata.

 

Deitei sob os lençóis, aproximando meu corpo do dele. Ele me abraçou, eu passei um braço por cima dele, retribuindo ao abraço. Finalmente fechei os olhos e sentia o sono ocupando minha mente.

 

 

 


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