Apostas, Amores e Blábláblá escrita por Nathália


Capítulo 14
Sempre e para sempre


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, desculpem a demora, mas aí está o capítulo.
Eu particularmente gostei. Espero que também gostem



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Por um instante pensei que ninguém havia me visto. Mas logo ouvi murmúrios começarem a encher o pátio. Senti todos os olhares se voltando para mim, mas os incríveis olhos verdes não estavam entre eles. No pude deixar de notar que a maior parte dos comentários vinha dos garotos. Eu estava decididamente conseguindo chamar atenção.

E foi aí que eu os vi. Encaravam-me perplexos, vidrados, surpresos. Eram os olhos de Lucas.

_Wow, Anna!- fui tirada de meus devaneios, por uma voz conhecida e de tom risonho. Jake me olhava com o sorriso estampado nos lábios.

Sorri com ele e notei que Lucas ainda me olhava, então tomei em minhas mãos uma mão de Jacob e o guiei por um caminho entre as pessoas, caminho que elas mesmas foram abrindo.

Ouvi alguém, entre as pessoas do pátio, gritar algo do tipo: “Aí, Jacob!”

Definitivamente eu estava conseguindo o que eu queria. E só para constar, Lucas no tirava os olhos de mim.

Assim que chegamos a meu lugar favorito do colégio, a área verde, soltei a mão de Jacob e me sentei.

Ele ainda me olhava perplexo.

_Anna, o que houve? Porque me trouxe aqui?- perguntou ele com um olhar malicioso e um sorriso sapeca nos lábios.

_Jake!- exclamei e soquei seu braço, o que fez com que ele gargalhasse - Pervertido!

Assim que disse aquilo percebi que não seria má ideia ficar com Jake, provocaria certa fúria em Lucas. Mas podia fazer com que eu ficasse mal falada, e não era isso que eu queria.

_Mas, então, porque me trouxe aqui?- insistiu ele.

_Ah, porque não queria ficar no meio de toda aquela gente. E te trouxe comigo porque não queria ficar sozinha- olhei e sorri docemente- Gosto da sua companhia.

Ele se aproximou e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e colocou-a atrás da minha orelha. Acariciou minha face e sussurrou em meu ouvido:

_Posso fazer uma coisa?

Não sei o que deu em mim, mas aceitei. Eu já sabia o que estava por vir, e me surpreendi quando notei que estava esperando por aquilo.

Mas aquele ato não deveria acontecer. Eu não queria. Queria os lábios de Lucas nos meus, não os de Jacob.

Mas era tarde demais. Seus lábios tocaram os meus, e deram início a um beijo calmo, sereno. Eu queria gritar, queria sair dali correndo e eu sabia que o problema não era com o garoto que ali estava sendo tão carinhoso comigo. Mas era com o garoto que insistia em ficar no meu pensamento. Aquilo era culpa de Lucas, que por uma aposta idiota fez com que eu me apaixonasse. E agora eu não conseguia o esquecer.

O sinal tocou e nos separamos. Eu estava ofegante e senti meu rosto corar. Jake estava sem expressão, mudo.

_Anna... err... Me-me desculpe- apressou-se ele a dizer.

Levantou, colocou a mão no bolso e seguiu andando. Aquilo nunca devia ter acontecido.

Caminhei até minha sala. O professor ainda não avia chego, e todos os alunos já presentes olharam para mim assim que entrei. Entre muitos olhos castanhos e alguns azuis, encontrei  os mesmo olhos verdes de antes, que não desgrudavam de mim. Fui até a minha cadeira e sentei.

_ Ei, Anna!- chamou-me um garoto que nunca havia conversado, sequer sabia seu nome- Você está pegando o novato?

Murmúrios e risinhos encheram toda a sala, o único que continuava quieto e sério era Lucas.

_Acho que isso não é da sua conta. - disse bruscamente e ninguém mais falou.

Logo o professor chegou e a aula passou rapidamente, mesmo que eu sentisse todos os olhares voltados para mim, e que todas as conversas paralelas fossem sobre mim.

Fui até o meu armário para pegar o material da aula seguinte quando encontrei quem eu mais queria ver, e ao mesmo tempo não queria.

_Anna, aconteceu alguma coisa?- perguntou Lucas, que se encontrava encostado na parede.

E no meu melhor tom de ironia respondi:

_O que você acha Lucas? O que você acha que está acontecendo? Por que você acha que tem alguma coisa acontecendo?

Ele me olhava com uma expressão de espanto, e por um momento pensei que o tinha deixado sem palavras, sem uma resposta. Mas estava enganada.

_Sabe por que Anna? Simplesmente porque num dia você me ama, gosta de mim e me trata normalmente, e neste mesmo dia muda completamente comigo e me pede para sumir da sua vida, sem um motivo claro, sem me dizer o por que. E então- ele gesticulava empolgadamente- noutro dia você aparece totalmente diferente e sequer fala comigo!

_Ah, então agora eu tenho que te dar explicações do porque mudei e do que eu faço? Sou obrigada a falar com você, mesmo tendo te pedido para desaparecer da minha vida?

_Eu sei que você não quer isso. Eu sei que não.

Eu podia sentir o hálito quente, e logo pude sentir também seus lábiosnos meus. Lábios que pediam passagem, que faziam uma trilha de fogo por onde passavam.

Era a melhor sensação que eu já havia sentido. O melhor gosto, o melhor cheiro.

Como eu queria ficar ali, para sempre, sentindo uma de suas mãos em minha nuca e outra em minha cintura. Entrelaçando meus dedos em seus negros cabelos, sentindo seus lábios quentes distribuindo beijos por meu pescoço.

Eu podia ficar ali para sempre, sentindo o perfume de Lucas e seu hálito de menta. Eu podia ficar ali, envolvida em seus braços fortes e acolhedores. Mas eu não podia. Eu não devia, mas queria.

Desvencilhei-me dele com lágrimas nos olhos e vi que seus olhos também estavam marejados.

_Não Lucas! Não posso!

_Não pode? Mas nada nos impede! E se você diz que não pode é porque quer!

_Não! Não é assim! Eu não quero ficar com você! Eu... - palavras me faltaram. Eu não sabia mentir, principalmente para o amor da minha vida. - Eu não gosto de você!

Ele se aproximou ainda mais de mim, me deixando sem espaço para me mover.

_Gosta, Anna. Eu si que sim- suas mãos alisaram meu rosto e enxugaram uma lágrima que escorreu do olho esquerdo.

Certa vez ouvi dizer que quando a primeira lágrima que cai é do olho esquerdo, é porque estamos tristes. Eu estava triste. Realmente triste.

_Você está completamente errado. Não gosto de você, e nem você de mim.

Tirei sua mão do meu rosto com um toque.

_Tem razão. Não gosto de você. Eu te amo. Te amo como nunca amei ninguém.

Confesso que aquilo mexeu muito comigo.

_Não, Lucas, você não me ama. Porque você é incapaz de amar alguém.

_Pelo visto, você, é incapaz de perceber o que está acontecendo! Será que não está estampado em meu rosto, em meus olhos? Anna será que você não vê?- ele engoliu um soluço de choro, e caíram algumas lágrimas de seus olhos- Não vê que eu não agüento o seu silêncio, que eu não consigo ficar mais um dia sequer sem poder falar com você, sem te tocar? Sem te beijar?

Eu tinha que continuar firme. Tinha que mostrar que não havia mudado apenas de aparência, mas também de caráter. Mostrar que meus sentimentos não eram mais os mesmos.

Eu tinha que entender que este Lucas que se declarava para mim não era de verdade. Era tudo fachada. O Lucas de verdade era um conquistador barato, um idiota que só pensava em sexo. Era um babaca que fazia apostas.

_Bom, -disse da forma mais fria que pude- terá que se acostumar a ficar sem mim, sem falar comigo. Não posso fazer nada por você.

_Anna! Mas você me amava você me ama! Eu sei que sim!

_Você está enganado, mais uma vez. Eu pensei que te amava, mas estava enganada. Eu não te amo. Nunca te amei.

Está foi a frase que mais doeu dizer em toda minha vida. Foram palavras duras que fizeram meu coração sangrar, e o transformou o homem que estava em minha frente em um menino que tem pesadelos a noite. Lucas não conseguiu segurar o choro, apesar de todo seu esforço. Foi de cortar o coração.

E continuei.

_E a respeito do meu silêncio, acostume-se, pois só me dirigirei a você quando o assunto for aquele trabalho idiota em que você nos meteu.

Ele não disse nada, continuava chorando. Saí de sua frente e lhe dei as costas. Dirigi-me à área verde também chorando, chorando compulsivamente.

Eu o amava, ele era tudo pra mim. Meu coração se partiu quando disse que não o amava.

Agora aquelas palavras martelavam em minha cabeça. Eu queria voltar lá e dizer que eu o queria mais que tudo. Que ele era o amor da minha vida e que quando ele se ia meu mundo caia, eu perdia o chão e nada mais fazia sentido.

Eu só queria pedir desculpas e me aconchegar em seu colo. Só queria tê-lo perto de mim. Sempre e para sempre.


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Notas finais do capítulo

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