Naruto e Hinata Uma Nova Vida escrita por zariesk


Capítulo 49
ST - 04 - O ultimo.


Notas iniciais do capítulo

hora de postar mais um cap, desculpe pela demora.
esta na hora de acrescentar mais uma trama na historia, um acontecimento que mudará algumas coisinhas mais pra frente.



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A tarde estava chegando ao fim em Konoha, pelas ruas da vila Tsugumi acompanhava Mizura até o lugar que ele falou, ela ainda não entendia o que ele pretendia fazer, por que alguém que matou seu pai sem se importar com nada estaria agora a ajudando?

Era só por isso que ela o acompanhava, não conseguia ver em Mizura a imagem de assassino impiedoso que ela vinha fazendo ao longo dos anos que se passaram, estava mais do que curiosa para ver o que ele faria pra se redimir segundo suas palavras.

 

- Pronto, chegamos – disse ele diante da porta de um apartamento – pode entrar.

 

Mizura abriu espaço pra ela entrar, tsugumi relutantemente entrou no apartamento, o apartamento era o mesmo que Naruto morava quando criança e que agora pertencia ao Mizura como um presente, o jovem por sua vez fazia questão de mantê-lo limpo e arrumado.

 

- Eu ainda não entendi o que você quer me trazendo aqui – reclamou tsugumi.

- Aqui é sua nova casa – disse Mizura colocando as chaves nas mãos dela – eu ganhei esse apartamento do meu pai e agora eu passo a você.

- Por que você está fazendo isso? O que espera ganhar?

- Talvez o seu perdão – disse ele triste – eu estou tentando ajudá-la a recuperar uma parte do que perdeu, digo uma parte por que sei que o mais importante não poderei devolver a você.

 

Ele se referia ao pai da menina, ele era responsável pela morte do homem e agora deveria ser responsável por ela.

 

- Você acha que pode comprar meu perdão com isso não é? Acha que é assim tão fácil esquecer o sofrimento que eu passei nos últimos três anos?

- Eu sei que é impossível, e também sei que não pode me perdoar tão facilmente, mas eu espero apenas que com isso você possa ser feliz aqui em Konoha.

- Ser feliz em Konoha? Como eu poderia...

- Se ficar perambulando pela vila será tratada como uma invasora ou coisa pior, eu estou lhe dando uma casa e amanhã posso procurar um trabalho pra você aqui na vila – e se aproximando dela continuou – não me importo que você continue a me odiar, pode tentar me matar todos os dias se quiser, desde que você esteja bem eu fico satisfeito.

 

Ele já estava de saída, lembrou-se de mais uma coisa e voltou.

 

- Aqui tem um dinheiro pra você passar um tempo – disse ele colocado um envelope grosso sobre a mesa – eu consertei a geladeira, o encanamento, o fogão e as luzes, acho que você não vai ter problemas em ficar aqui, mas se precisar de algo me avise que eu farei o possível.

 

Tsugumi ficou de cabeça baixa, Mizura tinha um sorriso singelo no rosto, ela não podia acreditar que ele estava mesmo tentando ajudá-la a sobreviver na vila, parecia surreal demais, logo ela que nos últimos anos mendigou, trabalhou de forma precária pra conseguir um prato de comida agora estava sendo ajudada justamente pelo responsável de sua desgraça, então para comprovar as intenções dele simplesmente socou-lhe o rosto com força.

 

- Droga! Precisava fazer isso? – reclamou Mizura depois de receber o soco na cara.

- Dessa vez você não esquivou, falou sério sobre me deixar tentar te matar todo dia?

- Você pode até tentar, mas não vai conseguir, eu pretendo continuar vivendo por muito tempo – e sorrindo mais uma vez ele continuou – mas se for mesmo tentar não apareça no clã Hyuuga, o Neji não gosta de visitas inesperadas.

 

Depois disso ele saiu deixando-a a só, Mizura estava um pouco mais aliviado por ter ajudado a garota, não era sua intenção ajudá-la apenas pra aliviar a consciência e sim por ser o certo a se fazer.

Quando ele estava voltando pra casa algo passou por sua mente, a sensação de que tinha esquecido algo lhe tomou com força e um alerta não parava de martelar em sua cabeça.

 

- “Eu estou esquecendo de alguém” – e fazendo mais força pra se lembrar ele descobriu o que esqueceu – “eu esqueci que chamei a Mayuri-chan pra sair!”

 

Ele já estava mais de duas horas atrasado, a essa altura Mayuri já devia está furiosa em casa e pronta pra matar qualquer um que lhe dirigisse a palavra, então ele fez um bunshin para explicar a ela o motivo dele não poder ir e torcia pra que ela entendesse.

 

- “Seria bom demais se ela aceitasse numa boa” – pensou ele vendo o bunshin indo na direção da casa dela.

 

 

*****************************************************

 

 

- Estou de volta nee-san – avisou Hanabi ao avistar a irmã no escritório.

- Bem vinda Hanabi, eu queria conversar com você – disse ela pedindo que a jovem se sentasse a sua frente.

 

Hanabi sentiu um frio no estômago antes de sentar diante da irmã, ela não estava com o belo sorriso gentil de sempre então só podia significar problemas, e pelo tom da voz Hanabi sabia que ela era a causa do problema.

 

- Onde você estava agora Hanabi? – perguntou Hinata.

- Eu estava passeando pela vila – respondeu ela – eu encontrei uns conhecidos do tempo da academia e fiquei batendo papo com eles.

 

Hinata suspirou decepcionada, ela conhecia Hanabi o suficiente para saber quando ela mentia ou não, se ela fazia questão de mentir então sabia que teria que fazê-la dizer a verdade.

 

- Eu esperava que você não mentisse pra mim Hanabi, eu sempre fui honesta e esperava o mesmo de você.

- Eu não sei do que você ta falando nee-san – disse ela como se fosse verdade.

- Então não é verdade que você vem se encontrando com o Konohamaru às escondidas?

 

A face de Hanabi ficou pálida ao ouvir isso, se Hinata realmente descobriu seu segredo ela estava bem encrencada agora.

 

- Olha nee-san, eu não sei quem lhe disse isso, mas eu não...

- Ninguém me disse Hanabi, eu vi com meus próprios olhos, eu notei que há muito tempo você vinha se comportando de forma diferente, achei que eram só uma daquelas mudanças de quando nos tornamos adultos, mas era mais que isso, ontem eu vi você na vila andando como se estivesse escondendo alguma coisa.

- Não me diga que você ficou me seguindo? – perguntou ela incrédula.

- Eu não queria fazer isso, mas já que você não cogitou me contar o que estava fazendo hoje de manhã eu decidi que deveria descobrir por minha conta, eu a segui e vi você entrando numa das casas abandonadas do bairro Uchiha e logo em seguida Konohamaru entrou lá também, eu não queria acreditar mas vocês estavam se encontrando as escondidas, e ainda por cima eu vi quando....

 

O bairro Uchiha há muito tempo foi reformado, uma parte das casas vagas já estavam ocupadas por novos moradores, mas a maioria permanecia inabitada como se as pessoas tivessem medo dos supostos fantasmas que residiam ali.

 

- Você não tem o direito de se meter na minha vida desse jeito! – gritou Hanabi inconformada – quem você acha que é pra ficar me seguindo e dizendo o que posso ou não fazer? Pensa que é minha mãe?

 

A menção de sua mãe fez Hinata ficar com um olhar sério e Hanabi sabia que tocou em algo que não devia, percebendo que tinha ido longe demais ela se calou e sentou-se novamente.

 

- Eu posso não ser a nossa mãe Hanabi, mas como sua irmã mis velha eu tenho que cuidar de você, você é tudo o que me restou da nossa família além do Neji.

 

Hanabi nada dizia, estava envergonhada por ter sido descoberta e ainda brigava com Hinata.

 

- Que tipo de relação é essa que você tem com ele? Quando começou?

 

Hanabi não queria responder, mas sua irmã não a deixaria em paz até descobrir tudo, então ela decidiu acabar logo com aquilo.

 

- Estamos juntos desde que você viajou com o Naruto para o país da lua.

 

Hinata fez um pequeno esforço pra lembrar-se de quando tinha sido isso, ela lembrava do evento mas não da data especificamente, quando finalmente se lembrou tomou um susto.

 

- Isso foi há quatro anos! Vocês estão namorando as escondidas desde aquele tempo? – ela não queria acreditar que fosse verdade.

- Pra falar a verdade não estamos namorando, não há compromisso nenhum entre nós dois – explicou ela – além disso, não começamos logo, demorou um bom tempo para voltarmos a nos encontrar.

 

Agora sim parecia que Hinata ia ter um treco, ela já sabia que muitos jovens hoje em dia não ligavam pra nada, alguns só queriam curtir o prazer sem se importar com os sentimentos envolvidos, mas saber que sua irmã era uma dessas pessoas lhe deixou atordoada.

 

- Eu não posso aceitar uma coisa dessas Hanabi! É muita irresponsabilidade da parte dos dois!

- Por isso não estamos namorando nem nada, não tem que haver responsabilidade, foi um acordo entre nós dois.

- Então pra você ele é só alguém pra fazer sexo? Não sente nada por ele?

- Não posso dizer que não, eu prefiro fazer isso só com ele, mas não ligo pro que ele sente ou não – Hanabi falava como se estivesse completamente certa.

- Hanabi, as coisas não funcionam assim – disse Hinata tentando acordar a irmã – esse tipo de relação não pode ser mantida as escondidas, não é algo que se faz quando quer e depois esquece.

- Isso é você quem diz, eu sou muito diferente de você.

 

Hinata levantou-se da sua cadeira e contornou a mesa para ficar diante da irmã.

 

- Se eu disser que proíbo que continue com esse relacionamento, o que me diz?

- Você não pode fazer isso!! Não pode controlar minha vida como o papai fazia!!

 

Era a segunda vez que Hanabi tocava num assunto delicado, não que mencionar o nome de Hiashi fosse um tabu dentro do clã, mas Hinata preferia não ser comparada a ele, ela tentava não viver a sombra dele como era no passado.

 

- Nosso pai fazia o melhor para nos proteger, às vezes ele passava por cima dos nossos sentimentos achando ser certo, mas o que eu estou fazendo agora é completamente diferente.

- Diferente como? Você está aqui e agora exercendo sua autoridade de líder dizendo o que não posso fazer, com quem posso sair e tudo mais! Onde está a diferença?

- A diferença Hanabi, é que não vou obrigá-la a me obedecer, não vou te proibir de sair do clã ou tomar alguma atitude quanto a isso, o que eu quero é que você ponha a mão na sua consciência e decida o que é certo.

 

Hanabi não conseguia entender onde Hinata queria chegar, ela tinha acabado de dizer que proibiria esse relacionamento e um minuto depois ela diz que não vai impedi-la? Era confuso demais.

 

- Olhe Hanabi, eu não me importo que você namore alguém de fora do clã, seria muita hipocrisia da minha parte, o que eu quero é que você assuma essa relação ou a desfaça de uma vez, o que você não pode fazer é viver uma relação sem futuro apenas por prazer.

- Eu... Não sei se quero transformar isso em algo mais sério – disse Hanabi duvidosa.

- Quando vocês se encontram, o que mais acontece além de fazerem amor? Vocês conversam? Vocês gostam de ficarem juntos?

- Eu gosto né? Às vezes eu conto pra ele como foi o meu dia e ele me ouve, às vezes ele me conta sobre a vida dele e eu tento ajudá-lo.

 

Hinata sorriu de uma forma calorosa, Hanabi se sentiu mais confortável com isso.

 

- Como você se sentiria se de uma hora pra outra ele não quisesse mais vê-la? Você sentiria saudades dele?

- Eu... Acho que sim, mas não sei o que ele sentiria.

- Então eu sugiro que vocês se encontrem as claras, parem de viver uma falsa relação e assumam de uma vez, Konohamaru é um bom rapaz e eu ficaria tranqüila se ele tomasse conta de você pra mim.

 

Hinata em seguida abraçou a irmã que também retribuiu o carinho, toda a preocupação de Hinata era pra evitar que a irmã se machucasse.

 

- Como você pode ser tão boa para aqueles que pisam em você nee-san? – perguntou Hanabi.

 

Hinata não respondeu com palavras, apenas encarou a irmã de uma forma gentil, Hanabi entendeu que se Hinata não fosse um anjo não teria problemas em ser um quando chegasse ao céu.

 

- Hoje vamos ter um jantar especial, venha se juntar a nós na mesa – convidou Hinata.

 

 

*********************************************************

 

A sessão de treino de Yukie já durava uma hora além do esperado, dessa vez seu adversário era o próprio Hirashi que a desafiara mais cedo, Yukie por sua vez estava impressionada em como alguém tão velho podia lutar tão bem e agüentar tanto tempo, a futura líder do clã Hyuuga ainda não conseguira acertar o antigo líder.

 

- Droga vovô! Eu me recuso a perder pra você!

 

Hirashi percebeu que Yukie era obstinada, tinha uma chama nunca vista em outro Hyuuga e um desejo de se superar que a motivava a sempre levantar cada vez que ele a derrubava, ele não sabia dizer se isso era mais uma característica diferente no sangue dela ou se ela simplesmente herdara essa característica do pai, em todo caso ela seria mesmo um prodígio em pouco tempo.

 

- Você nunca me vencerá enquanto me atacar de forma tão desengonçada – provocava Hirashi.

 

Yukie já estava aborrecida com as provocações, juntou bastante chakra nos pés e tomou impulso para atacar, foi um movimento muito rápido, com certeza poderia derrubar um adversário que não tivesse olhos capazes de acompanhar cada movimento dela, com um movimento suave Hirashi parou a perna de Yukie que estava apontada pro seu rosto.

 

- Foi um bom ataque, mas não o suficiente – disse Hirashi após liberar chakra pela mão e jogar Yukie no chão de novo.

- O que eu to fazendo de errado? Por que não consigo acertar nenhum golpe?

 

Essa característica Hirashi sabia que ela herdou da mãe, perceber que está errando e tentar corrigir o erro, não era cabeça dura como o pai, ela sabia pedir ajuda quando preciso e aprender o que se ensina.

 

- Você está inconscientemente tentando usar a força junto com o estilo Hyuuga – respondeu ele – tem que entender que não importa quanta força use o jyuuken só precisa acertar o golpe, se acertar vencerá, se continuar a desperdiçar a força só vai fracassar.

 

Yukie parou pra refletir sobre isso, ela se lembrava de alguém que lhe dissera algo parecido antes, lembrava de movimentos suaves que lhe chamavam a atenção e que só de olhar ela chegava a relaxar, movimentos familiares.

 

- Quanto tempo vai ficar aqui vovô Hirashi?

- Pretendo passar um bom tempo aqui, estou gostando de como o clã Hyuuga ficou depois de tanto tempo.

- Então vamos fazer um trato: em um mês eu vou ser capaz de derrotá-lo, e ai você me ensinará aquele golpe de antes.

- Um mês? Você é bem pretensiosa além de atrevida, mas o que fará se não conseguir?

- Paro de chamá-lo de vovô e passo a chamá-lo de “sama” como todo mundo.

 

Um brilho malígno passou nos olhos claros de Hirashi, aquele tipo de brilho de alguém que se interessou pelo assunto.

 

- Lembre-se de suas palavras daqui a um mês quando estiver no chão de novo – começou ele – farei questão de derrotá-la nesse dia.

 

Nisso uma serva da Bouken apareceu no dojo.

 

- Yukie-sama, Hinata-sama a chama para o jantar – avisou a moça.

 

Yukie agradeceu e foi correndo pra casa, precisava tomar um banho antes de jantar já que hoje seria um jantar especial.

 

- Hirashi-sama, se não for incomodo os membros do conselho gostariam de conversar com o senhor – avisou a serva se curvando.

- O conselho? Hinata não estará com eles?

- Não sei dos detalhes senhor, só transmiti o que me foi dito.

 

Uma velha sensação se infiltrou na mente de Hirashi, uma sensação que ele conhecia bem e odiava, uma reunião do conselho sem a participação da líder do clã só podia significar uma coisa.

 

- Eu me encontrarei com eles – disse Hirashi para a moça – mas preciso de um favor seu, diga ao Neji que mais tarde quero falar com ele, pode ser depois do jantar quando ele tiver um tempo livre.

- Com certeza eu direi Hirashi-sama – ela se curvou em respeito e saiu para cumprir a ordem.

 

Hirashi seguiu para a sede do clã onde sabia que os conselheiros se reuniriam, ele com certeza dispensaria isso se fosse possível.

 

 

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A casa que Naruto e Hinata habitavam ainda era a mesma, mas passou por algumas reformas depois que a família cresceu. Dois quartos novos, um escritório para os dois trabalharem e uma sala de jantar para acomodar todo mundo, e agora essa sala de jantar estava bem cheia.

Hinata sentada ao lado de Naruto, Neji ao lado de Hana acariciando a barriga dela enquanto esperavam o jantar ser servido, Mizura sentado ao lado de Yukie que estava praticamente colada a ele e Hanabi sentada ao lado de uma cadeira vaga que seria de Doji, esta por sua vez servia os pratos.

 

- Espero que não liguem para minha comida nessa ocasião especial – pediu Doji servindo a comida – preparei peito de frango empanado e bolinhos de arroz.

 

Doji serviu o prato de todo mundo e depois se serviu, Hinata reparou que o seu prato era diferente dos outros.

 

- Doji-san, poderia me explicar isso? – perguntou ela mostrando o prato que só tinha os bolinhos de arroz e pedaços de frutas em cubinhos.

- Pois não Hinata-sama, como você ainda está amamentando o Hajime-chan deve se alimentar de coisas mais saudáveis para deixar o leite mais forte para o bebê.

 

Foi inevitável que todos rissem da situação, Doji cuidava deles desde que se juntou a família e sabia os gostos de cada um, ela era muito querida por todos e dentro do clã já conquistou a amizade de muitos Hyuugas.

 

- Você não está sozinha nisso Hinata-sama – comentou Hana mostrando um prato idêntico – parece que Doji-san sabe o que é bom pra grávidas também não é?

- Claro Hana-san, ter filhos é uma arte – explicou Doji.

- Gostaria que me desse umas dicas senhora – disse Neji se referindo a cuidar de grávidas.

 

Outra vez as risadas tomaram conta da mesa, era um ambiente familiar lindo e todos estavam felizes, compartilhando juntos a alegria da família que aumentava.

O primeiro filho ou filha de Neji seria um dos jovens Hyuugas da Bouken que nasciam sem se preocuparem com o antigo selamento, sem carregar a responsabilidade de meros servos e guardiões, agora eles era parte da família mesmo e todos da Bouken fizeram o juramento de proteger a família principal com suas vidas e orgulho.

 

- A propósito Mizura-kun, conseguiu resolver aquele problema de hoje à tarde? – perguntou Hinata interessada.

- Eu creio que sim, a Tsugumi parece ter aceitado a minha ajuda, espero que ela fique bem.

- Quando você diz Tsugumi está se referindo aquela menina da missão no país do urso? Ela está aqui? – agora era Naruto.

- Ela apareceu aqui em Konoha, ficou me procurando e até me atacou, no fim ela chegou a invadir o clã Hyuuga pra tentar me pegar.

- Então era isso que ela queria? – perguntou Neji – se tivesse me dito eu a teria expulsado da vila imediatamente.

- Eu não quero me livrar dela Neji-sama – explicou Mizura – é minha culpa por ela viver assim e tinha que resolver.

- Estou orgulhoso de você meu filho, é assim que homens de verdade devem agir – comentou Doji.

- Diga isso pra Mayuri-chan, devido a esse problema não pude sair com ela como tinha prometido – disse o jovem triste.

- Como ela reagiu a isso? A Mayuri-chan não é muito tolerante – perguntou Naruto preocupado conhecendo o gênio da aluna.

- Bom... Meu bunshin que levou o recado não sobreviveu, mas acho que ela pegou leve com ele, ou comigo como seria o caso.

 

Com isso o clima voltou ao normal na mesa, aparentemente todos os problemas estavam sendo resolvidos, Yukie que até agora estava estranhamente calada também foi questionada pela mãe.

 

- Como foi seu treinamento com Hirashi-sama? Algum progresso?

- O velho é um chato, mas luta bem – reclamou a pequena – ainda não consegui socar o infeliz!

- Não desista Yukie-chan, depois você mostra pra ele quem é que manda – incentivou Naruto.

- Naruto-kun!! Não a apóie com os modos dela! – brigou Hinata – e você mocinha tem que tratar Hirashi-sama com respeito, ele já foi nosso líder e hoje é um sábio que entende tudo sobre o clã Hyuuga.

- Não deixa de ser um velho chato! – continuou Yukie – mas será que amanhã você pode me ensinar seu estilo mamãe? Ele disse que o seu estilo era melhor pra mim.

 

Os olhos de Hinata praticamente brilharam de alegria, ela estava começando a achar que sua filha se afastava dela, mas agora teria uma chance de passar mais tempo com ela e se darem bem.

 

- Claro que lhe ensino meu anjo! – disse Hinata de forma meiga – amanhã bem cedinho eu e você começamos a treinar, certo?

 

Yukie mostrou seu belo sorriso e todos concordaram que ela ficava linda sorrindo, cada vez mais ela se parecia com Hinata no que dizia a beleza e suavidade dos traços do rosto, é claro que ela herdara o gênio e personalidade de Naruto que também tinha muito orgulho dela.

 

- Bem, se todos já terminaram eu gostaria de oferecer a minha sobremesa – avisou Hana puxando uma caixa térmica que estava embaixo da mesa.

 

Ao abrir a caixa ela colocou sobre a mesa vários copinhos de pavê de chocolate, tudo ainda geladinho decorado com cerejas.

 

- Era pra ter mais, mas o Neji não parava de devorar as escondidas – brincou Hana olhando pro marido.

- Vai acabar engordando Neji – provocou Hanabi que quase nunca participava das brincadeiras.

- Eu tenho trabalho demais pra me manter em forma o tempo todo, graças as suas escapulidas quando Hinata-sama não está.

- Que interessante saber disso – disse Hinata olhando pra irmã – quer dizer que quando não estou você não cumpre direito seu dever?

- Neji!!! – disse Hanabi antes de se encolher na cadeira com medo de Hinata.

 

Antes que mais alguma coisa acontecesse alguém bateu a porta, Doji levantou-se para atender e ficou surpresa ao ver quem era.

 

- Hokage-sama? Por favor entre – pediu ela abrindo caminho.

- Não precisa Doji-san, eu gostaria de falar com o Naruto.

 

Ao ouvir seu nome Naruto levantou-se imediatamente e no instante seguinte estava diante dela na porta.

 

- Aconteceu alguma coisa Tsunade? – Naruto sabia que pra ela aparecer assim sem avisar era sinal de problemas.

- Preciso falar com você agora, é urgente.

 

******************************************************

 

Enquanto Hinata jantava com a família em casa alguns dos conselheiros do clã Hyuuga se reuniam, pelo menos metade deles estavam presentes na sala de reunião, todos aguardando a chegada de Hirashi.

 

- Realmente certas coisas nunca mudam – comentou Hirashi ao entrar na sala.

 

O ancião sentou-se na cadeira da ponta da mesa, normalmente ele ficaria de frente para Hinata caso ela participasse disso, nas outras 12 cadeiras das quais seis estavam ocupadas estavam os conselheiros.

 

- Agradecemos que tenha aceitado nosso convite Hirashi-sama, não pretendemos tomar muito do seu tempo – falou aquele que parecia ser o responsável pela reunião.

- Caso contrário Hinata pode descobrir não é? – disse Hirashi confiante.

 

Um breve silêncio. Era verdade que ela não sabia sobre isso, mas também é verdade que os conselheiros não precisam da permissão do líder do clã para se reunirem e discutir algum assunto.

 

- Não há motivo para nos escondermos de Hinata-sama – começou um outro – não estamos fazendo nada de errado.

- Só visamos o bem estar do clã – disse outro.

- Da mesma forma que Hyuuga Hoshi? – continuou Hirashi – pelo que soube ele estava disposto a tudo pelo “bem estar” do clã, até mesmo matar qualquer um que estivesse no caminho dele.

- O meu marido escolheu um caminho errado – justificou-se a esposa de Hoshi – minha família luta até hoje para provar que não compartilhamos da idéia dele.

 

Hirashi achou engraçado a contradição, para alguém que diz querer provar sua lealdade estava participando de bom grado de um complô, pois Hirashi sabia muito bem que o único motivo para eles se reunirem a noite era pra isso.

 

- Então qual o motivo da reunião? E por que minha presença é mais importante que a de Hinata?

- O senhor já deve está familiarizado com o sistema de governo de Hinata, ela tem o habito de ignorar nossos conselhos e tomar decisões radicais dentro do clã.

 

Os membros do conselho que participava dessa reunião eram aqueles que mais estavam incomodados com o governo de Hinata, os membros mais conservadores e influentes da família Hyuuga.

 

- Sim, eu já estou a par de tudo, devo dizer que ela realmente é ousada em suas decisões.

- Então concorda que devemos fazer algo a respeito não é? Algo para que ela seja mais moderada.

- E em que vocês estão pensando?

 

Esse era o ponto importante da conversa, Hirashi já tinha uma idéia do que eles queriam, só precisava confirmar.

 

- Quando se trata de tomar decisões sobre o clã ela dá mais ouvidos ao marido do que aos membros do conselho, por outro lado ela o chamou aqui para se aconselhar sobre algo envolvendo a filha dela não é?

- Para perguntarem sobre isso não devem fazer idéia do que nos conversamos não é?

 

Mais uma vez um breve silêncio, essa reunião mais parecia um jogo político.

 

- Creio que seja algo sobre a habilidade desconhecida da menina – disse um deles – Hinata tem pesquisado muito sobre o byakugan e linhagens avançadas em geral, mas ela não nos conta o que ou se descobriu algo.

 

O motivo de Hinata para não divulgar nada nem para os conselheiros era falta de confiança sobre eles, é de conhecimento do clã inteiro que Yukie possuía um byakugan diferente, alguns poucos sabiam que a linhagem nela era mais desenvolvida que qualquer um que já passou pelo clã, mas além da família principal e Neji ninguém mais sabia sobre a evolução do Doujutsu de Yukie que ultrapassava qualquer limite.

 

- Quanto a isso não poderei ajudá-los, Hinata pediu que isso não fosse comentado com ninguém e pretendo seguir a ordem dela a risca – Hirashi pretendia deixar claro que não colaboraria facilmente.

 

Os conselheiros se entreolharam desconfiados, estavam começando a achar que não foi uma boa idéia contar com o ancião.

 

- Então talvez o senhor possa nos ajudar a mostrar a Hinata que algumas decisões dela estão erradas, como a vontade dela de unir Souken e Bouken.

- Agora sim estão mostrando o que querem, desejam que eu aconselhe Hinata a favor de vocês, sabem que Hinata pediu minha ajuda e pretendem usar isso a favor de vocês – Hirashi já sabia, mas preferia que eles mesmos se entregassem.

- Não nos entenda mal Hirashi-sama, não pretendemos obter benefícios com isso, só queremos o que é melhor para o clã, talvez não agora, mas no futuro as decisões dela podem abalar tudo que construímos ao longo dos séculos.

 

Hirashi gargalhou ao ouvir isso, os membros do conselho finalmente mostraram sua verdadeira face, uma face mesquinha que não pensa em mais nada além de preservar seu próprio prestígio e glória pessoal.

 

- Vocês têm mais medo do futuro do que eu tinha – disse ele depois de rir – na minha época Konoha passava por um turbilhão de conflitos internos e externos, achava que nunca veria um tempo de paz, naquele tempo a maneira de governar o clã era correta, as famílias principais só faziam auxiliar a família líder e não entendiam como era duro ter o destino do clã em suas mãos.

- Está insinuando que não sabemos o que é melhor para o clã? – a viúva de Hoshi se sentia ofendida.

- Exatamente isso, somente a família líder sabe o que é melhor para o clã, vocês que estão presos ao passado apenas querem tirar proveito, tanto que esperam que alguém que governou o clã há 50 anos atrás a manipule apropriadamente.

- Não queremos manip...

- As decisões de Hinata podem não surtir frutos agora, mas quem sabe quando Yukie já estiver governando o clã não seja o mais forte não só de Konoha, mas do mundo inteiro?

 

Dizendo isso Hirashi se levantou e foi embora, deixando para trás meia dúzia de furiosos e frustrados conselheiros.

 

 

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Naruto acompanhou Tsunade até o pequeno lago decorativo que ficava dentro da propriedade Hyuuga, a noite com o ar fresco era um ótimo lugar pra pensar e refletir.

Tsunade nada dizia como se estivesse procurando as palavras corretas, Naruto não queria apressá-la, mas se sentia desconfortável com a situação.

 

- E então vovó Tsunade? O que aconteceu que precisou me tirar de junto da minha família?

- Me desculpe Naruto – pediu Tsunade sincera – você voltou hoje de uma missão complicada e arriscada e já estou lhe dando mais problemas.

 

Naruto olhou a face de Tsunade e via um lamento verdadeiro, Tsunade não incomodaria Naruto se não fosse algo que só ele pudesse resolver.

 

- Recebi agora pouco um pedido de ajuda, o que você sabe sobre a Vila Oculta do Metal?

- Pelo que sei é uma vila que surgiu há pouco tempo e que se declara independente não é?

- Sim, eles sãos especialista na forja e manejo de armas de todos os tipos, além de usuários de jutsus neutros como o Mizura-kun, seria até bom pra ele aprender um pouco com os ninjas de lá.

- E o que isso tem haver com a missão? E por que fez questão de me contar isso em segredo?

 

Tsunade sentou-se num banquinho de frente pro lago, Naruto sentou-se ao lado dela, a relação dos dois era bem próxima de uma relação de mãe e filho.

 

- Recentemente a vila foi atacada e seus moradores quase dizimados, sofreram muitos danos e perderam a maioria dos seus ninjas.

- Quem faria uma coisa dessas? – perguntou Naruto assustado – não que não houvesse quem lucraria com o sumiço deles, mas ainda assim atacar a vila não traz muitos benefícios.

- Quem destruiu a vila foi um ninja da própria vila, Naruto, foi o Jinchuriki que eles criaram.

 

A palavra Jinchuriki fez o sangue de Naruto gelar, ele próprio nem era mais chamado assim, todos aprenderam a tratá-lo como um ser humano e não como um receptáculo de um monstro, mas o que mais chamou atenção de Naruto para isso é que não deveria existir mais nenhum Jinchuriki alem dele.

 

- Deixe de brincadeiras vovó! Não existem mais Jinchurikis, eu sou o último!

- Não é mais Naruto – disse ela triste – pelo menos há três anos.

 

Tsunade passou a narrar tudo o que descobriu através do mensageiro da vila do metal, que a três anos os lideres da vila conseguiram capturar o Bijuu de duas caudas e através de um ritual secreto conseguiram criar um novo Jinchuriki, a pessoa escolhida foi uma gennin da própria vila já que era necessário que o corpo do hospedeiro precisasse se acostumar com o novo poder, uma Gennin promissora que aceitou de bom grado a transformação.

Contou também como a criança foi treinada desde cedo para acreditar está fazendo um sacrifício para o bem da vila quando na verdade ela era somente uma arma para garantir a posição da vila em relação às outras, contou como a criança perdeu o controle ao descobrir sua condição de mero objeto e quase varreu a vila do planeta.

 

- Isso é cruel demais!! – gritou Naruto furioso – como eles podem submeter uma criança a isso? Como eles podem sacrificar a felicidade de uma pessoa apenas para transformá-la numa arma?

- Algumas vilas têm um poderio ninja abaixo da média, precisam de um meio de garantir sua supremacia ou seriam aniquilados por vilas maiores.

- Não ouse justificar o que eles fizeram! – Naruto não aceitaria calado como fazia antigamente – uma vila como essa tem mais que sumir do mundo, pessoas que não respeitam os outros e tratam os jovens como ferramentas não têm direito de se sentirem vitimas!

 

Naruto não estava sendo radical sobre isso, ele aprendeu as duras penas que as pessoas têm que se unirem para extinguir o ciclo de guerras ou seriam consumidas pelo ódio, ele sabia que sozinho não poderia mudar o mundo inteiro, mas não admitiria que o egoísmo de alguns prejudicasse o futuro de todos.

 

- Sei como se sente sobre isso Naruto, quanto à missão que eles nos passaram eu enviaria outro grupo, mas só você pode resolver isso.

- E o que eles querem de nós?

- O mensageiro disse que depois de destruir parte da vila a Jinchuriki fugiu para as montanhas próximas, eles querem que você a re-capture e leve de volta para eles.

- COMO É QUE É??? – agora sim Naruto estava preste a explodir.

 

Pedir para Naruto fazer isso seria o mesmo que pedir para alguém caçar um parente e mandá-lo pra prisão, Naruto que já considerava desumano criar um novo Jinchuriki agora considerava os responsáveis seres hediondos que não tinham alma.

 

- Pois diga a eles que vão pro inferno e que se querem sua “arma” de volta que vão atrás dela eles mesmos!

- Era o que eu teria dito se não fosse um pequeno detalhe – disse Tsunade de cabeça baixa.

 

Tinha muito mais coisas nessa história do que Naruto imaginava, e Tsunade teria que contar a ele.

 

- Eles disseram que caso nos recusemos a ajudar eles divulgarão para todos que nos temos os outros bijuus sobre nossa posse.

- Mas como eles sabem de uma coisa dessas? Quase ninguém em Konoha sabe disso, imagina gente de fora!

- Ao que parece Nibi contou isso a eles antes de fugir da vila, pelo visto ela domina completamente seu bijuu, e por sua vez o bijuu sabia sobre isso.

- Então eles querem nos ameaçar com isso?

- Tem que entender Naruto, mesmo que não estejamos de posse dos outros bijuus nenhuma outra vila vai acreditar, nos acusarão de tentar acumular poderes além da compreensão e isso desestabilizaria toda a paz pela qual lutamos.

 

Naruto estava entre a cruz e a espada, caso Konoha não colaborasse a informação criaria um caos no mundo ninja que poderia resultar numa guerra, caso ele aceitasse a missão estaria traindo seus princípios ao sacrificar uma pessoa por um objetivo maior, sacrificar uma pessoa que não pediu para possuir tal responsabilidade.

 

- Vovó Tsunade, lembra o que eu te prometi? Que faria com que esse mundo finalmente tivesse paz? Eu jurei que me esforçaria para ser hokage e ter o poder de mudar o mundo – Naruto sorria enquanto dizia isso, mas o sorriso morreu ao continuar – mas me pedindo isso você praticamente está me fazendo jogar fora o meu sonho.

- Eu sei Naruto – respondeu ela quase chorando – mas não tem mais ninguém que possa cuidar disso, segundo o relatório Nibi é forte demais pra ninjas comuns, e só você sabe como lidar com Bijuus e Jinchurikis.

 

Naruto baixou a cabeça, estava pensando sobre tudo que ouviu, tinha que refletir sobre o que era mais importante, ele sabia que havia mais coisas em jogo do que seu orgulho, mas também não poderia deixar que a ambição de uma vila abrisse caminho para uma possível ressurreição dos Jinchurikis, e ainda havia a criança, por mais treinada que fosse o fardo era pesado demais pra ela, não merecia sofrer por algo que não compreendia.

 

- Partirei amanhã de manhã bem cedo – disse Naruto se levantando – vou levar somente meu time e mais ninguém.

- Então aceitou a missão? Não o obrigarei se não quiser, podemos tentar resolver de outro jeito.

- Procure por uma solução a sua maneira, eu vou fazer minha parte e salvar aquela criança.

- Não está pensando em agir por conta própria não é?

- Não vovó Tsunade, vou cumprir a missão e deter Nibi de qualquer forma, mas você me conhece bem o suficiente para saber que vou fazer isso do meu modo.

 

Naruto esboçou um sorriso que Tsunade achava a coisa mais maravilhosa do mundo, mesmo que futuramente ele viesse a lhe dar uma dor de cabeça com esse assunto ela estava disposta a apoiar qualquer decisão que ele tomasse.

 

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

pra quem não entendeu o titulo pergunte, pra quem entendeu meus parabens^^

queria agradecer a todos os meus leitores que acompanham fielmente minha fic e gostaria de deixar um recado para os leiotres desaparecidos: VOLTEM POR FAVOR, EU PRECISO DE VOCES!!!!!

tambem queria fazer um pedido: minha nova fic já ta no cap 3 e em breve postarei o 4, mas infelizmente quase ninguem ta lendo TT_TT, se não for pedir demais poderiam ler e pelo menos dizer o que acham? eu vou botar o link aqui:

http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=21264