Irresistível Presença escrita por M-Duda


Capítulo 12
Capítulo XII - Escadaria




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Capítulo XII

 

Entrei no carro de Edward e senti seu cheiro impregnado por todo o veículo. Ficar longe daquele perfume durante uma semana inteira foi torturante, e só em poder aspirá-lo novamente me deixou extasiada.

Depois de fechar a minha porta, Edward deu a volta no carro e se sentou ao volante nos levando direto ao aeroporto.

- Me desculpe pela mudança de planos, mas eu realmente preciso visitar esse cliente! – se justificou colocando a mão direita em minha coxa esquerda.

- Sem problemas, Edward! – falei tentando ignorar os calafrios que aquele gesto causou em meu corpo. – Pra falar a verdade adorei a idéia de sair um pouco daqui. Faz tempo que não viajo.

- Ah sim, claro! A faculdade anda te sugando, não é isso? – o sorriso que ele abriu deveria ser considerado criminoso. Não era justo uma pessoa ter uma arma assassina tão potente daquele jeito e não ser punida. – Mas talvez eu lhe sugue ainda mais! – apertou com vontade minha coxa e soltei um gemido abafado quando ele deslizou sua mão para a parte interna da mesma. – Ainda bem que você está de calça. Se estivesse de saia eu não me responsabilizaria pelos meus atos. Não faz idéia do quanto preciso me esforçar para não parar esse carro agora mesmo e te fazer gemer muito no meu colo.

- Edward, pare com isso! – pedi com dificuldade, me agarrando ao meu assento. Ele não estava ajudando minha condição falando aquelas coisas, afinal eu também estava fazendo uma força fora do normal para não atacá-lo naquele exato momento – Você me disse que precisava se encontrar ainda hoje com o seu cliente... – recordei-o de suas obrigações, mesmo que minha vontade não fosse nada condizente com certas responsabilidades. Na verdade as minhas próprias já haviam sido jogadas para escanteio quando resolvi faltar às aulas daquela tarde - Portanto, nada de “paradinhas”! – tirei a mão dele de mim.

- Pois é! – assentiu suspirando, tentando controlar sua respiração. – É que você acaba com o meu juízo.

Em menos de vinte minutos chegamos ao aeroporto, o que era de dar medo, pois isso significava que o motorista corria muito.

- Se a sua intenção era me causar medo, fique sabendo que conseguiu! Não sei pra que correr tanto! – reprovei-o e ele deu de ombros, sorrindo.

- Hábito.

- Você não tem amor à vida, não? – fiquei preocupada pelo fato de saber que ele tinha o péssimo hábito de dirigir feito louco pelo transito, não queria vê-lo correndo risco de sofrer algum acidente, mas ele apenas revirou os olhos me mostrando que não estava dando a mínima para a minha represália.

 Edward colocou a mão em minhas costas e me conduziu até o pátio do aeroporto, enquanto um funcionário da companhia aérea nos guiava. Lá já havia um jatinho nos aguardando. Olhei para ele com uma interrogação estampada em minha testa.

- Costumo fretar esses aviões para as minhas viagens. Detesto as burocracias e esperas dos vôos convencionais. – comentou respondendo às minhas perguntas mudas.

Naquele momento me lembrei que ele era Edward Cullen, o grande publicitário da E2C. Que vivia viajando e que obviamente, por ser tão conhecido e ao mesmo tempo tão discreto, jamais dividiria com pobres mortais minutos do seu tempo. Mas eu era uma pobre mortal, e mesmo assim estava ali, dividindo muito mais do que uma simples viagem com Edward.

- Você vai direto do aeroporto se encontrar com o seu cliente? – questionei logo que o avião decolou. O jatinho era confortável e muito espaçoso, poderia dizer imenso, levando em consideração que éramos apenas dois passageiros, completamente isolados do piloto e co-piloto.

- Vou. Mas você vai para o hotel descansar e me aguardar para jantarmos juntos.

- Descansar? Está insinuando que estou com cara de cansada?

- Não. – disse, abrindo seu cinto de segurança e aproximando mais nossos rostos e nossos lábios – Estou insinuando que não vou te deixar sair inteira deste avião. – me puxou pela nuca, com uma de suas mãos, para um beijo tentador.

Foi impossível não soltar um gemido, afinal eu estava sendo beijada por Edward. O homem que me enlouquecia até nos meus sonhos. Mas meu baixo som fez com que ele me prendesse mais forte, agarrando minha cabeça e devorando de maneira ainda mais arrebatadora a minha boca. Eu já estava mole, mais grogue do que um alcoólatra e completamente perdida em seus braços, que agora me envolviam firmemente, explorando com luxuria minhas costas, meus braços, minha barriga. Eu queria mais contato.

- Tire essa blusa, Bella. – ordenou abrindo meu cinto de segurança e me puxando para o seu colo, onde me sentei de frente a ele. Edward movimentava meu quadril com suas mãos, esfregando nossos sexos um no outro, cobertos por nossas calças, enquanto eu me livrava de minha blusa, ficando apenas de sutiã.

Edward estava gemendo, assim como eu. Ele então mordiscou meu peito direito sobre a lingerie, me causando um choque de prazer e sem usar as mãos, apenas dentes e língua, ele expôs meu seio, para depois mandá-lo para dentro de sua boca faminta.

Aquela era a visão mais exótica da minha vida. Edward me sugando, enquanto movimentávamos freneticamente nossas excitações ainda tampadas pelas roupas. Agarrei minhas duas mãos ao encosto do banco de Edward, e tombei minha cabeça para trás para sentir melhor o que aquela língua molhada e quente fazia em meu corpo. Ele brincava com o meu mamilo, me sugava, me mordiscava, me lambia, me matava...Eu já não podia mais aguentar.

- Edward... – consegui dizer entre gemidos. Meu ápice estava chegando apenas com aquilo. Que não era pouco.

- Goza, Bella. – falou no meu peito, me lambendo ainda mais e movimentando mais rápido meu quadril com sua forte pegada. – Goza, que depois eu te limpo!

Não teria como segurar mais nada depois daquele pedido acompanhado por aquela promessa; e antes que pudesse concluir esse meu pensamento eu já estava gritando no colo de Edward. Ainda bem que os pilotos estavam trancafiados na cabine e não podiam escutar nada do que fazíamos, devido ao som do avião e aos seus fones de ouvido.

Fiquei arfando, com a cabeça apoiada no ombro de Edward. Ele desceu as mãos ao botão da minha calça e eu o fitei ainda sem conseguir formular qualquer frase coerente.

- Tire a calça. – sua voz estava rouca e suave em meu ouvido. Estremeci, sabendo o que ele pretendia fazer: Cumprir sua promessa. E eu mais do que depressa fiz o que me pediu.

Edward me sentou na poltrona que estava de frente a sua e se ajoelhou entre minhas pernas abrindo-as e dobrando-as de modo que eu ficasse com os pés sobre o banco. Puxou minha calcinha para um lado e fitou com olhos de desejo meu sexo que ainda estava super sensível e molhado. Aproximou sua boca e dei um pulo sentindo sua respiração quente bater em minha abertura. Ele deu um sorrisinho libidinoso e passou a língua em minha entrada. Arquejei e ele prendeu fortemente meu quadril para que eu não tentasse me levantar. Passou a língua novamente mais umas duas vezes em minha sensibilidade, me deixando alucinada, antes de penetrá-la em mim. Chorei de tesão. Agarrei os cabelos de Edward enquanto ele enfiava e retirava sua língua, me molhando cada vez mais.

- Ah...Ed...ward – cheguei mais uma vez ao meu nível supremo. Dessa vez na boca de Edward. Que lambeu os lábios, como alguém que acaba de comer o mais delicioso de todos os pratos.

- Agora, minha querida... – sentou-se novamente em sua poltrona, abrindo sua calça e liberando seu sexo que já estava preparado para o meu abate. – Nós vamos gozar juntos...vem. - me chamou me ofertando uma mão, sabendo que eu poderia cair devido minhas pernas bambas, enquanto sua outra massageava seu membro. Segurei tremulamente sua mão e Edward me puxou quase me derrubando. Encaixei-me em seu colo, da mesma maneira em que estivera a pouco tempo atrás, esperando para ser penetrada. Ele guiou sua excitação em minha direção e pediu com voz exigente.

- Desce aqui, Bella. – não pensei duas vezes. Levantei-me, posicionando sua ponta em minha abertura e rapidamente desci, satisfazendo nossas vontades. Gememos juntos enquanto dançávamos sentindo nossos corpos unidos pelo desejo. – Senti sua falta durante toda a semana, Isabella! – Edward disse entre investidas.

- Eu também, Edward. Eu também! – eu evidentemente ficava mais ausente durante o nosso ato sexual, isso era notado pelo pouco que conseguia falar.     

Quando percebemos que não seguraríamos mais, explodimos juntos, vibrando um no outro.

- Você tinha razão – apontei, aninhada em seu pescoço – Acho que preciso mesmo descansar. - ele riu acariciando meus cabelos.

- E eu preciso trocar de camisa. – fiz careta concordando que sua roupa não tinha mesmo conserto.

Ele abriu a capa de camisas pendurada em um dos suportes do avião e tirou de lá uma peça azul impecável. Perguntei-me quem seria a pessoa que cuidava de suas roupas. Ele se trocou enquanto eu me vestia e depois foi ao banheiro, do qual saiu perfeitamente arrumado e preparado para o seu encontro profissional.

No aeroporto de Nova Iorque dois carros nos aguardavam: um para levar Edward ao seu compromisso e outro para me levar ao hotel. Tudo era assim, exatamente preciso ao redor de Edward: sem falhas, sem esperas. Peguei-me imaginando se Jessica, a secretária eficiente de Edward, sabia quem estaria acompanhando seu patrão no final de semana, já que provavelmente era a própria que corria atrás de tudo, inclusive das reservas para as duas pessoas no hotel.  

Edward se despediu de mim colando nossos lábios em um beijo rápido e prometeu fazer de tudo para não enrolar em seu encontro. Entrei no carro preto que me levaria ao hotel meditando um pouco no nosso relacionamento. Eu ainda não entendia as regras do mesmo, mas sabia que tudo estava indo muito bem e que certamente, se continuássemos daquele jeito, Edward não teria mais receios em assumir um compromisso sério comigo. Sorri com a fantasia de viver ao lado de Edward para sempre, com uma linda família. Seria fácil demais compartilhar uma vida com aquele homem.

Cheguei no hotel e não consegui evitar que minha boca abrisse em admiração. O lugar era simplesmente incrível e provavelmente caríssimo; nunca tinha visto tanta ostentação em um ambiente só. Edward devia ter mais dinheiro do que minha cabeça era capaz de calcular.

Dirigi-me à recepção, dizendo que havia uma reserva no nome de Edward Cullen.

- Srta. Swan? – perguntou a simpática moça.

- Sim – sorri percebendo que então Jessica sabia sim quem era a acompanhante de Edward, já que precisou dar meu nome para as reservas. Fiquei feliz com a idéia de que ele precisou me assumir para alguém, mesmo que tenha sido para a sua, nada agradável, secretária. Aquilo já era um começo.

Se minha boca abriu quando cheguei ao hotel, não sabia dizer como ficou minha cara depois de entrar na suíte; que além de ficar na cobertura, era indescritivelmente luxuosa. Nela tinham dois quartos enormes e um escritório que davam para uma sala em comum, muito espaçosa, e que mais parecia um cinema devido à aparelhagem moderna instalada ali; e uma ampla sala para refeições. Saí no terraço deslumbrada com a visão da Ilha da Liberdade. 

Resolvi tomar um banho e descansar. Edward literalmente tinha me levado às alturas com toda aquela loucura no avião e eu estava arrebentada depois de tantos espasmos consecutivos. Nunca pensei em ter um sexo daqueles. Relaxei na banheira e até cochilei dentro dela, mas por fim decidi sair e cair na cama de toalha mesmo, já que não tinha forças nem para colocar uma roupa.

Quando acordei, percebi com os olhos ainda semi-fechados, através da janela, que o céu estava escuro. Já devia ser tarde, quase hora de Edward chegar e eu ainda nem estava pronta para o jantar. Espreguicei-me e quando rolei para me sentar tive um sobressalto.

- Desculpe. Não queria te assustar. – Edward estava sentado em uma poltrona que ficava perto da cama.

- Faz tempo que chegou? – perguntei vendo o quão acomodado ele estava em seu assento.

- Uns quarenta minutos, mais ou menos. – respondeu vindo em minha direção e antes que ele se sentasse na cama eu franzi o cenho.

- Por que não me acordou? – ele não respondeu imediatamente, apenas beijou meu pescoço, provocando um arrepio por todo o meu corpo. Ri, elevando meu ombro reflexamente contra aquele ato que me fez cócegas.

- Por que eu gosto de te ver dormindo. É interessante.

- Não vejo nada de interessante nisso. – ele ainda passeava a boca por meu pescoço.

- Mas eu vejo. Principalmente quando você fala. – arregalei os olhos, me despertando completamente.

- O que eu falei? – quis saber envergonhada.

- Na verdade o de sempre: o meu nome. – eu ter falado o nome dele não era problema algum, se não fosse a ênfase no “o de sempre”. Congelei e com a pouca coragem que ainda tinha indaguei:

- O que isso quer dizer? – ele me olhou entendendo perfeitamente a minha pergunta.

- Bom...a primeira vez que dormimos juntos você repetiu meu nome várias vezes na noite.

- Ah, não! – cobri meu rosto com as duas mãos, num gesto de constrangimento.

- Não fique assim! – pediu puxando minhas mãos para que eu o olhasse nos olhos. – Não sabe o quanto foi bom saber que você sonhava comigo, naquela noite. Foi a sensação mais reconfortante que experimentei em toda a minha vida. – dei um meio sorriso para aquela carinha toda sincera.

- Se for assim, então tudo bem! – me rendi enlaçando o seu pescoço com os meus braços. – Agora acho que precisamos nos arrumar. – comentei e ele assentiu também me abraçando.

- Vou tomar um banho.

Edward engasgou quando sai na sala, onde me aguardava. E depois de dizer que eu estava incrivelmente deslumbrante com o meu vestido azul, descemos para jantar em um dos cinco restaurantes do próprio hotel.

- A comida daqui foi muito bem elogiada pela critica gastronômica. Acho que devemos provar. – sorri concordando.

O restaurante no qual adentramos era como o restante do hotel, impecavelmente decorado, agradável e muito faustuoso. Edward já havia feito as reservas para a noite, ou talvez a sua secretária, sendo assim nossa mesa já nos aguardava.

Comemos um filé de linguado trançado ao molho de ervas e alcaparras, delicioso, acompanhando por um vinho escolhido por Edward. E ainda estávamos bebendo quando ele puxou o assunto:

- E então, Bella, por que quer voltar a Phoenix depois que se formar? – como explicaria aquilo sem parecer uma boba?

- Bom...digamos que eu tenha uma filha naquela cidade. – ri da expressão confusa de Edward e contei sobre minhas preocupações em relação a minha mãe, resumindo ligeiramente minha vida, desde a separação dos meus pais até os meus dias atuais.

- Hum...então não é por que tem algum contato profissional por lá?

- Não. Quem me dera! – sorri pensando em como seria mais fácil se realmente tivesse algum. Suspirei me lembrando de minha mãe – É que me preocupo mesmo. Você não faz idéia do quanto minha mãe consegue ser irresponsável e inconsequente. Acredita que ela resolveu saltar de pára-quedas mesmo em meio a um tratamento para labirintite? Fiquei brava pelo telefone, obviamente, e ainda tive que ouvir um: “não se preocupe comigo, mamãe. Estou bem, pode acreditar!” – Edward riu e eu o acompanhei desdenhosa.

- E o seu pai não fica enciumado pela sua escolha?

- Não. Enciumado, não. Até porque ele sabe perfeitamente o motivo da minha decisão, embora não concorde; assim como também sabe que eu preferiria mil vezes voltar a morar com ele – me peguei pensando em meu pai, e no quanto era fácil morar com ele. – Você não faz idéia da falta que sinto dele. – até eu fiquei com pena do meu tom deprimente. Não queria ter soado tão saudosista quanto soei. – Foi engraçado quando me mudei pra junto dele, por que éramos duas pessoas acostumadas a cuidar e não a receber cuidados, entende? – Edward assentiu – Ficou complicado um tentando cuidar do outro. – ri me lembrando das vezes em que meu pai foi obrigado a me dizer: “Bella, pare com isso, não sou nenhuma criança”.

- E no final, quem ganhou? – ele quis saber.

- Ninguém – garanti.

- Por que? Quero dizer...por que não deixou que ele fizesse isso por você?

- Para depois ficar mal acostumada? – brinquei mordendo o lábio mas sabendo que era a mais pura verdade. Ele suspirou e ficou me encarando intensamente; parecia estar com o pensamento em algum lugar muito distante dali.

- Mas me fale agora um pouco de você. – pedi tirando-o de seus devaneios.

- O que quer saber? – fingiu espanto – Você já perguntou tudo naquela tua entrevista. – ri negando com a cabeça.

- Não perguntei nada. Fale-me sobre os seus pais, por exemplo.

- Não tenho muito o que dizer sobre eles. – sua expressão não demonstrava nada – Na verdade não cheguei a conhecer minha mãe, ela se foi quando eu tinha apenas três anos, e meu pai morreu quando eu tinha dezesseis. Depois disso morei dois anos com meus tios, Carlisle e Esme, pais do Emmett, antes de ir para a faculdade. E pronto. – sorriu sem vontade. E ali percebi que por mais que ele tentasse demonstrar indiferença pelo fato de não ter crescido em uma família completa aquilo o entristecia, sim.

Sabia que para essas coisas não tinha muito o que dizer, mas queria poder de alguma maneira aliviar sua tristeza, assim como demonstrar que eu estaria ao seu lado sempre que precisasse. Então, num gesto de pura entrega de sentimentos, afaguei sua mão com a minha sobre a mesa.

- Sinto muito. – falei e seus olhos se espremeram um pouco antes de me lançar um sorriso mais caloroso

- Não sinta. Isso já faz tempo. – entendi que ele não queria mais prosseguir com aquela conversa então concordei e mudei de assunto. Edward segurou minha mão e a acarinhou com o seu polegar.

- Aposto que você era terrível na faculdade. – acusei-o com ar de zombaria, mas sentindo uma pontada de ciúme invadir meu estomago. Ele sacudiu a cabeça, com um sorriso sem vergonha e passou a mão pelos próprios cabelos.

- Eu era um ótimo aluno. – ergui as sobrancelhas nem querendo saber a que tipo de aula ele se referia. – Mas e você?

- Eu o que? – nem estava prestando atenção no que ele me perguntava, ainda estava internamente irritada pensando em suas aulinhas de faculdade.

- Como é na faculdade? – olhei e vi que agora o receoso era ele. Será que também tinha uma pontinha de ciúme ali?

- Sou tranquila. – respondi mirando minha taça, a pegando para beber um pouco mais do vinho. Voltei a fita-lo sem jeito, não queria falar sobre os meus casinhos de faculdade. Até por que eles eram escassos e muito inocentes comparados aos de Edward em sua época de universidade.

- Hum... – soltou com um olhar que revelava não acreditar nadinha em minhas palavras.

- Você vai ter que visitar novamente o seu cliente amanhã? – talvez comentar sobre trabalho pudesse distrair a mente de Edward.

- Vou – respondeu ainda me fitando daquele jeito. Ele percebeu o que eu estava tentando fazer.

- Mesmo? Que horas?

- Cedo. Talvez eu tenha que almoçar com ele. – minha expressão murchou e só assim Edward esqueceu o assunto anterior. – Não se preocupe. Depois ficaremos juntos até domingo, sem interrupções. – passou um dedo em meu rosto, puxando o canto da minha boca para um sorriso.

- Tudo bem.

- Agora vamos subir? – seu olhar era negro - Estou doido para comer a minha sobremesa. – engoli em seco, fazendo-o rir do meu enrubescimento.

 

Acordei no sábado já era mais de meio dia. Também, depois da noite agitada que tive com Edward não sabia como ainda era possível acordar. Aliás, como ele foi capaz de ir ao seu compromisso de trabalho tão cedo depois de não ter dormido quase nada? Aquele homem só podia ser uma máquina.

Espreguicei-me e avistei um bilhetinho na cômoda ao meu lado da cama. Sorri pensando em Edward colocando-o ali para mim.

Abri e li mil vezes aquele pedacinho de papel que conseguira me deixar completamente feliz:

“Não tive coragem de te acordar para me acompanhar no café da manhã e nem para me despedir; mas saiba que te beijei muito antes de sair.”

Quem beijou muito fui eu, aquele recadinho, antes de guardá-lo em minha carteira.

Tomei um belo de um banho e resolvi pedir alguma coisa para comer no quarto mesmo. Como ainda não estava morrendo de fome, pedi apenas algumas frutas e uma vitamina de morango.

Depois de saciada, procurei por algum filme interessante na televisão e acabei me perdendo em meus pensamentos. Edward e eu estávamos compartilhando um amor incrível, um sentimento maravilhoso. Eu não me via mais longe dele e acreditava, por todos os seus gestos, que para ele também não estava sendo diferente. Tinha certeza de que nossa situação mudaria de agora em diante. E com essa convicção assisti a um filme bem romântico agarrada ao travesseiro de Edward.

 

Não tardou muito para que ele chegasse, e depois de muitas horas de luxúria saímos para uma volta em Nova Iorque. Edward dispensou o motorista e ficamos rodando por alguns lugares antes de pararmos em um restaurante de cozinha mediterrânea.

Ele me contou por alto sobre o seu projeto de marketing realizado com o tal cliente e continuamos a noite com conversas sem sentido, afinal, eu exagerei um pouquinho no champagne.

No hotel, nossa noite foi mais uma vez intensa, e eu não sei como consegui fazer tanta coisa depois de ter ficado tão alegrinha com a bebida. Normalmente eu teria dormido bem mais cedo. Mas a verdade era que os braços e as fortes pegadas de Edward pelo meu corpo não me deixavam sentir sono, pelo contrário; faziam-me pedir bis.

Edward também não se cansava de mim. Era nítido que seu desejo aumentava cada vez.

Mas como tudo o que é bom dura pouco, tivemos que retornar ao nosso lar; e aquela seria a hora de enfrentar a realidade e meu coração, repleto de esperança, já não estava mais tão seguro quanto às minhas expectativas quando pisamos em Chicago. Será que tudo continuaria como antes? Ligações noturnas para desejarmos rapidamente boa noite um ao outro e encontros apenas nos fins de semana?

Acho que eu não suportaria ficar tanto tempo longe de Edward. Meu coração estava descompassado só com a idéia de que a rotina pudesse continuar a mesma.

Fomos do aeroporto até minha casa em silêncio. Ele devia estar me julgando cansada, mas na verdade estava temerosa e quando paramos na frente do meu prédio, olhei para ele com certo desespero. Queria agarrá-lo e não permitir que se distanciasse de mim. Percebi que ele também transmitia saudade em seu olhar, como se já sentisse minha falta antes mesmo de ter partido. Aquilo me deixou mais tranquila e senti que aquela esperança que havia se apagado voltava a se iluminar dentro do meu peito.

Edward aproximou nossos lábios e me beijou carinhosamente e quando se afastou perguntou:

- Te pego na sexta?

Meu coração esfriou e senti meu corpo fraquejar. Assenti sem me preocupar em esconder meu descontentamento. Desci e ouvi o carro de Edward sair depois que eu entrara no prédio.

Encostei-me na parede ao lado da porta e tombei minha cabeça para trás, olhando o teto, pedido aos céus por alguma ajuda.  

- Eu sei que não é mentira que ele gosta de mim! – sussurrei deixando que algumas lágrimas rolassem por meu rosto – Então por que, meu Deus? Por que ele nos priva de algo que faz bem para os dois? – não conseguia encontrar respostas para as minhas próprias perguntas – Não é possível que eu esteja tão enganada! Eu vi em seus olhos que ele também sente a minha falta. Então por quê?

Subi as escadas tentando melhorar o meu humor. Não queria mais uma vez entristecer minhas amigas, que certamente estavam me aguardando para saberem de primeira mão, como havia sido o meu final de semana com Edward.

Alice e eu morávamos em um prédio que não tinha elevadores, pelo fato deste ser pequeno e possuir apenas quatro andares - o que era ótimo para quem não queria gastar muito com condomínio, como eu por exemplo -  mas aquelas escadas até o segundo andar, onde ficava o meu apartamento, estavam enfadonhas devido ao meu desânimo e pela primeira vez desejei pelo menos uma escada rolante naquele lugar. Continuei com os meus resmungos internos, sobre tudo e sobre todos; e de repente, quando estava chegando ao topo do primeiro lance da escadaria, eis que escuto um barulho medonho vindo ao meu encontro e antes que pudesse levantar minha cabeça para ver o que era, senti um impacto de frente que me arremessou para trás, escada abaixo.

Tudo se misturou em minha cabeça: gritos, tumulto, dor e por fim, escuridão.

Uma escuridão que me levou para bem longe de toda aquela confusão.

 


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram do capítulo?
Tudo bem...eu sei que o final foi tipicamente "Duda", maaaas...deu para aproveitar bastante o romance do casal, não deu? ;)
Muito obrigada por todos os comentários enviados pelo capítulo anterior...de coração, fico muito feliz em recebê-los!
Continuem comentando, sim? Preciso deles!! ;)

Beijão e até o próximo!
Duda ;)