Naruto Shippuuden Fic escrita por John Asimov Palma


Capítulo 9
Episódio 138 – O passado de um Clã Glorioso


Notas iniciais do capítulo

Como esse episódio tem um fundo triste, vou usar uma trilha triste tbm.
Aproveitem

OST Naruto Shippuuden 2: 25-Shirobae



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O cheiro no ambiente era de flores do campo. Lentamente, Ansatsu abriu os olhos, tentando focalizar melhor e entender a situação. A visão era de um fundo branco, com algo brilhante no meio. Uma respirada mais forte chamou sua atenção. Virando a cabeça, ele viu Anko ao seu lado.
-Você está melhor? - indagou ela com um meio sorriso.
Ele assentiu e voltou a olhar para o teto. Sentiu seu corpo todo coberto de ataduras, e algumas partes ainda doíam muito.
Houve uma batida na porta, e alguém entrou.
-Ele já acordou, Anko? - perguntou a voz enérgica de Tsunade.
-Sim, Hokage-sama.
-Hum, Anko, você pode esperar lá fora, preciso falar com ele à sós. - advertiu Tsunade. Anko obedeceu e os deixou sozinhos.
-Nós restauramos sua energia e cuidamos dos ferimentos. - começou ela. -Mas não conseguimos trazer de volta algumas partes. Elas estão inutilizadas.
Ansatsu fez uma força para se sentar na cama com muitas dores em vários pontos do corpo.
-N-não se preocupe, Tsunade. - disse ele ofegando. -Logo eu vou mudar de pele, e terei meus membros de volta.
Tsunade olhou incrédula para ele.
-Você também usa o jutso da imortalidade do Orochimaru?
-Você não... prestou atenção... no que eu disse na luta? - respondeu Ansatsu com outra pergunta.
Tsunade pensou e vasculhou a memória em busca da resposta.
-A marca da maldição do Orochimaru! - exclamou Kakashi pasmo. Então um pensamento avassalador invadiu sua mente. -V-você também pode usar o jutso da imortalidade?
Ansatsu exprimiu um meio sorriso forçado. Então falou com a voz ligeiramente rouca e mais grave.
-Eu não cheguei tão longe... apenas o suficiente para aprimorar... meu... kekkei genkai
.”
-Hum, continuo sem entender. - disse Tsunade afastando o pensamento.
-Apenas Orochimaru tem o segredo completo desse jutso. Ele o desenvolveu e o completou sozinho. O pouco desse jutso que eu aprendi escondido dele só me permite trocar de pele. É como uma renovação do corpo igual à que o Orochimaru faz. Mas eu preciso de muito chakra para isso, e só consigo fazer uma vez.
-Mas como você não morreu com o jutso do Kakashi?
-Eu teria morrido, com toda a certeza. Mas por causa da minha habilidade com o shei chakra, consegui transformá-lo em energia para me levantar.
-Mas então você nem precisaria do jutso da imortalidade, não é mesmo? Você tem o shei chakra, uma fonte geradora de poder infinita!
-Não é assim que funciona, Tsunade. O shei chakra é muito instável, e nem sempre é possível transformá-lo em energia. Eu venho treinando muito para conseguir controlá-lo, mas isso ainda não aconteceu.
-Não foi isso que eu observei nas anotações do Orochimaru. - disse Tsunade com desconfiança.
-Orochimaru sonhava com meu controle. E talvez ele até teria obtido, se eu continuasse com ele.
Houve um breve silêncio. Ansatsu virou-se e olhou para o relógio em cima da mesinha à seu lado. Oito horas. O sol já brilhava forte.
-Como está Kakashi, Tsunade? - indagou Ansatsu, voltando os olhos azuis para ela.
-Está bem melhor. Nós tratamos os ferimentos e agora ele precisa só de repouso...
A porta do quarto se abriu, e um garoto loiro entrou.
-Naruto, o que faz aqui? - perguntou Tsunade.
Ele olhou para ela com uma cara de que ia dizer: “O que eu faria num hospital, sua velha?”.
-Vim ver como ele está.
-Obrigado, Naruto-kun! - disse Ansatsu com um gesto amigável que Naruto jamais ouvira dele antes.
Outra vez a porta se abriu, e dessa vez, uma pessoa de muletas entrou.
-Kakashi-sensei! - exclamou Naruto ao vê-lo entrar. -O senhor já consegue ficar em pé?
-Resolvi dar uma volta e passei por aqui para vê-lo, Ansatsu. - respondeu Kakashi.
-Kakashi, você perdeu o juízo? - indagou Tsunade nervosa. -Eu disse REPOUSO!
-Eu sei, Hokage-sama, mas eu não consigo ficar muito tempo parado. E também, eu já terminei meu livro. Estava um tédio lá.
-Por favor, Tsunade, foi bom ele ter vindo. Todos vocês. Eu preciso mesmo dizer uma coisa.
Todos olharam atônitos para ele. Principalmente Tsunade. Eram tantas revelações que ela começava a se perguntar sobre a sanidade de certas pessoas.
-E por favor, Naruto, chame a Anko. Ela também precisa ouvir.
Naruto saiu brevemente e voltou com Anko em seu encalço. Todos arrumaram um canto para se sentar, Kakashi se acomodando numa cama ao lado.
-Vou contar à vocês, a única coisa real que tenho sobre o meu clã. Uma conversa que tive com Orochimaru, muitos anos atrás.

O céu azul escuro começava a exibir as primeiras estrelas. Sentado sob uma pedra, um garoto de cabelos pretos espetados olhava para o horizonte.
-Procurando alguma coisa, Ansatsu? - disse uma voz fria e rouca atrás dele.
-Pensando, Orochimaru-sensei. - respondeu o garoto sem desviar o olhar.
-Eu posso saber no que você está pensando? - disse Orochimaru sentando-se em cima da pedra também.
-Em meus pais. Eu nunca os vi, nem sei como são.
-Então como você pode pensar neles, meu jovem?
-Eu não sei. Apenas penso. - Ansatsu então teve um lampejo de memória, e uma pontinha de esperança cresceu em seus olhos. -Você os conheceu, não foi sensei?
-Hahaha! Sim eu os conheci. - respodeu Orochimaru com uma risada chiada. -Seus pais eram os únicos sobreviventes do seu clã. E por isso, eles nunca revelaram seu poder para as outras pessoas.
-Porque?
-Por medo. Seus pais temiam que fossem martirizados e sofressem por causa do seu poder oculto.
-Mas eu não entendo. Porque o senhor confiou neles então?
-Isso é algo que você ainda não pode compreender. Mas eu confiei em seus pais, e eles me confiaram você. Tudo o que você será um dia, será por causa do sacrifício deles.
-E esse poder oculto, o que é?
-Hahahaha! Esse é o grande mistério. Nem eu mesmo consigo compreender tamanho poder. Você pode ter o poder que quiser, Ansatsu. Este é seu grande trunfo.
-Eu não entendo sensei. Como posso ter esse poder, e não sentir nada.
-Logo você vai sentir, e ninguém vai poder parar você. Seu Clã dominaria o mundo ninja de hoje. Todos se curvariam ao seu poder. Até mesmo o poderoso sharingan. Você deve restaurar seu clã. E eu estarei sempre com você.
-Eu estou feliz por isso, Orochimaru-sensei. O senhor é a única pessoa que ficou comigo. Sinto o senhor como meu... pai...

Ansatsu tentava enxugar as lágrimas que lavavam seu rosto. O quarto permanecera em silêncio, por alguns instantes. Até que Ansatsu recomeçou a falar com a voz ainda tremida.
-Nesse dia... eu conheci meu poder... minha maldição... - falava ele, enquanto se descobria dos lençóis. -A cada inimigo... uma maldição diferente... que tenho que suportar... nesse corpo odiado... - continuava, rasgando as bandagens do tórax. Quando toda a parte superior do corpo estava descoberta, as “maldições” podiam finalmente serem vistas.
Praticamente todo o peito de Ansatsu estava coberto com selamentos estranhos, inúmeras marcas negras com escritos antigos circundando cara marca.
Todos olharam surpresos para aquela cena horrível.
-Cada marca dessa... é um poder que eu adquiri, um kekkei genkai que eu clonei.
Ninguém sabia o que dizer. Anko parecia compartilhar da mesma dor, porque ela também chorava. Então se moveu e se sentou ao lado de Ansatsu na cama. Segurou a mão dele firme, tentando transmitir alguma força. E por alguns minutos, nada aconteceu.



**Próximo Episódio: 139 - O coelho e a cobra


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