Elemental escrita por Amanda
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura
- O senhor Wagner está aqui na recepção e pede para falar com o senhor.
- Mande-o entrar Dona Berenice, depois pode ir por hoje é tudo.
Berenice acompanhou Wagner até o escritório do chefe depois foi embora, já estava em seu horário mesmo e aquele homem a assustava. Assim que ela entrou no elevador a conversa se iniciou.
- Onde está a elemental e Kedar?
Antes que Wagner pudesse responder Laura entrou no escritório, e foi sentar-se no sofá.
- Diga Wagner onde está meu filho?
- Ambos estão na residência de Carlos juntamente com Isadora.
- O que Kedar tinha na cabeça de ir resgatar a irmã levando nossa melhor arma antes de eu fazer o acordo?
- Senhor, devo eu revelar que a situação está um pouco mais complicada.
- Fale logo.
- Meu senhor, Kedar e a elemental, são casados agora.
- O que?
Laura se levantou, vendo a expressão do marido estática.
- Isso mesmo Senhora e tem mais, Isadora vai se casar com um vampiro fiel a Carlos.
- Isso nunca.
Ulisses levantou-se demonstrando toda a fúria do mundo nos olhos.
- Algo mais Wagner.
- Carlos encontrou sua predestinada e está é tia da elemental.
- Isso não nos interessa, reúna a maior quantidade de homens possível vamos buscar Isadora.
- Senhor?
- Não ouviu? Saia Wagner e quero todos pronto daqui a uma hora.
- Sim senhor.
Wagner se retirou, sentindo-se culpado, mas estava apenas cumprindo ordens, iria fazer o que o chefe mandara e iria avisar Kedar.
- O que vai fazer Ulisses?
- Trazer Isadora para casa, mesmo que seja a força, ela não irá se casar com um vampiro.
- Não se esqueça de que ela é minha filha também e eu sou uma vampira.
- Como você é diferente.
- Diferente em que?
- Não vou discutir com você sobre isso agora, com nossos filhos nos traindo dessa forma.
- Traindo? Meu amor você nem sabe o que aconteceu.
- Essa elemental era o fim de nossos problemas e Kedar a rouba dessa forma.
- Roubar? Ela não é, nem era sua, Ulisses, veja o que está falando.
Mas Ulisses não via estava cego de ódio, sua arrogância o contaminava a acreditar que seus filhos o estavam traindo se unindo a Carlos, e isso deveria ter uma punição, os filhos queriam derrota-lo, mas ele iria mostrar quem era o mais forte com ou sem puro elemental. Laura decidiu acompanhar o marido, talvez conseguisse evitar um banho de sangue estava disposta a tudo para proteger seus filhos do ódio cego que o marido estava, só preferia que não tivesse que confronta-lo.
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Após conversarem Isadora e Kedar se acertaram decidiram ficar uma ao lado do outro e fora do conflito com faziam antes, Emílio por sua vez afirmou que seguiria Isadora para onde ela fosse, mas que se manteria leal a Carlos. Enquanto isso Ariel terminava a narrativa para a madrinha, sem muitos detalhes.
- E essa é história madrinha.
- Por que não me contou antes menina?
- Deve entender que não foi fácil para mim e quando eu pensava em tocar no assunto, desistia por não saber como explicar.
- Ariel, eu teria entendido, veja.
Solange puxou um latinha de metal da mesa colocou uns papéis dentro e os fez pegar fogo, a chama ficou mais forte do que havia planejado, ela estava quase perdendo o controle quando Ariel assumiu fazendo a chama se apagar.
- Madrinha, você é uma elemental do fogo, agora entendo as palavras de Felipe.
- O que Felipe tem a ver com isso?
- Eu manipulo os elementos, por que eles tinham ligação com cada um, de alguma forma ao morrerem seus elementos foram transferidos para mim e bem, suas essências elementais fazem parte de mim agora. Como eu havia dito sonhei com Térsio me revelando que podia controlar a terra, e neste sonho todos os outros se fizeram presentes em essência elemental, Felipe por sua vez pediu que lhe dissesse algo que no momento não entendi.
- O que ele disse?
- Para lhe dizer que você é a melhor, suponho que se referisse ao elemento fogo que ambos têm ligação.
- Ele possuia o fogo, bem que eu suspeitei, e quanto a seu pai, qual era o elemento de Efraim?
- Energia, ele me disse que já desconfiava quando eram crianças, mas nunca teve confirmação.
- Por isso as frases que você escolheu para o túmulo?
- Inconscientemente sim.
- Que família.
- Quando descobriu que podia manipular o fogo?
- Eu descobri quando era menina, sem querer queimei a árvore de natal, seus avós ficaram muito bravos comigo, eu disse que queria colar uma vela para iluminar o caminho do papai noel. E pelo visto terei que reaprender a controlar, com essa transformação.
- Que transformação?
- Ao que parece ao sou uma vampira agora e vou ficar aqui com Carlos.
- Mas ele te sequestrou.
- E Kedar não fez o mesmo com você?
Ariel viu a chama da certeza no olhar da madrinha e com isso era inútil discutir, balançou a cabeça e segurou as mãos dela.
- Certo se essa é sua vontade te dou todo meu apoio.
- Obrigada, minha filha.
As duas se abraçaram, logo ouviram um rosnado alto e feroz, saíram do quartos dando de cara com Kedar e Isadora.
- Não temos muito tempo meu pai está aqui, Wagner o informou.
Um grito ecoou pela casa e Isadora sentiu o coração acelerar ao identificar a voz.
- Emilio...
Correu em disparada ao local seguida pelos outros.
No salão principal Ulisses na forma de lobo estava prestes a estraçalhar o braço de Emílio que defendeu o chefe do primeiro ataque, Isadora se lançou contra o pai o jogando na parede.
Meio atordoado com o golpe Ulisse tentou ver quem o atacar ao perceber que havia sido sua filha o ódio cresceu dentro dele o deixando mais forte e sem controle das suas ações, uma verdadeira besta irracional, isso o fez começar uma briga com a filha, que tentava desviar sem desferir nenhum golpe.
Laura arrastou Carlos para outro canto da sala onde começaram um briga de espadas ela não queria lutar, mas precisava impedir o irmão de atacar o marido.
- Esse dia iria chegar, mais cedo ou mais tarde, irmã.
- Carlos, não quero machucar-te, mas não permitirei que mate meu marido.
- Vocês invadirão, meu território é meu o direito de defensa.
- És o responsável por nossa vinda, não deveria ter nos separado de Isadora.
- Seu marido é que tem a culpa, nunca deveria tê-la afastado de sua família.
- Carlos, já lhe informei antes, eu amo a Ulisses.
- Sei que ele é teu predestinado, mas...
As espadas voavam e se chocavam a todo o momento, enquanto em outros pontos da sala mais lutas aconteciam, uma verdadeira guerra por todos os lados, nada parecia que os faria recuar, nada.
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Vendo que Isadora era mais rápida os instintos de Ulisses se voltaram para atacar Emílio ainda caído e mais uma vez foi impedido por ela que acabou tendo as costas rasgadas pelas garras do pai isso a fez gritar de dor e cair sobre o corpo semiconsciente do predestinado.
Do outro lado da sala Ariel e Kedar também transformado em lobo tentava proteger Solange por ser uma vampira recém-transformada, não tinha controle sobre seus poderes e quase fez o local todo ser consumido pelo fogo, ela estava tentando acabar com a briga, mas o gesto só fez piorar a situação e muitos lobos se voltaram para atacá-la, tantos os lobos quanto eles, congelaram ao ouvir o grito de Isadora.
Carlos lutando com Laura, foi desarmado e preparando para receber mais um ataque a viu desviar no meio do gesto e sair correndo ao sentir o cheiro do sangue de Isadora seguido pelo grito.
Tudo acontecia muito rápido, mas naquele momento o tempo parou e visualizou em câmera lenta o todo. Laura olhou todos os movimentos da sala Kedar e Ariel se defendendo, Carlos virou e seguia a irmã com o olhar. Ela viu a filha caindo sobre o corpo de um vampiro e o ódio no olhar do marido e teve certeza ele só pararia quando Isadora e o vampiro que ela defendia estivessem mortos e isso ela não podia permitir, seus movimentos foram mais rápidos do que o pensamento, meio centésimo de segundo se passou quando o cheiro do sangue da filha a alcançou e ela disparou em sua defesa.
Todos ali presentes podiam enxergar as coisas, mas independente da velocidade aquele meio segundo durou mais que uma eternidade, Ulisses se lançava a mais um ataque furioso contra a filha, Laura correndo se colocando no caminho do ataque recebem uma mordida fatal em seu pescoço, caindo imediatamente no chão tendo convulsões, o sangue se espalhou pelo tapete.
- Mãe... gritou Isadora.
Um segundo inteiro havia se passado e Ulisses percebeu quem havia recebido o golpe, naquele momento sentiu seu erro e o desespero se fundirem em uma forma de dor impossível de descrever tamanha a intensidade, voltou a forma humana e correu a tentar corrigir seu erro percebendo como todos ali, ser tarde de mais.
Kedar, Ariel, Carlos, Solange, se aproximaram da cena tentando de algum modo ajudar, a quantidade de sangue no chão indicava o fim, não havia nada que pudesse ser feito, Kedar segurou a respiração em choque.
A briga parou todos ficaram paralisados tanto vampiros quanto lobisomens sentiram a dor daquele acontecimento, Laura era uma vampira muito respeitada e a esposa do chefe da matilha não havia como se mexer depois daquela cena.
Tantas coisas Laura queria dizer, sua mente estava limpa ela sabia o que estava acontecendo, mas seu corpo não permitia que ela pronuncia-se uma palavra que fosse, ela sonho tanto em conhecer os predestinados dos filhos agora só pode vê-los uma vez, mas tinha a certeza que eles ficariam bem. O corpo parou de tremer e com as últimas forças, olhou para o marido e sussurrou.
- Deixe-os... Amorrrr.
Ulisses gritou em desespero, a dor que lhe cobria o corpo e a mente era mais cruel que qualquer ser vivo poderia suportar, mais forte do que a anteriormente sentido, a mistura de remorso, ódio de si mesmo, tristeza, amargura, solidão, vários tipos das piores dores físicas de uma vez se misturavam ao que naquele momento consumia o corpo do poderoso chefe dos lobisomens. O salão foi invadido pelo sentimento de vazio, de perda para todos os presentes, as fêmeas se desmanchavam em lágrimas silenciosas, enquanto os machos tentando controlar a dor.
Segundos se passaram como horas, ele pegou a espada caída no chão ao lado de sua companheira, levantou-se com visível dificuldade e caminhou em direção a Carlos.
- Agora é a hora de sua vingança, acabe logo com isso.
Ulisses estava com a guarda baixa estendendo a Carlos a espada de sua irmã e ordenando que o matasse, era tudo que ansiava durante toda sua existência, mas apesar de ter ameaçado acabar com Laura diversas vezes, ela era sua irmã e ele a amava, justamente agora ele entendia a reação dela em proteger Ulisses de seu mestre a tantos anos, ela se foi e por alguma razão naquele momento em que a dor o consumia, não era a morte do cunhado que ele desejava, sim era vingança, mas a morte não seria punição adequada, olhou para Solange e imaginou perdê-la, a dor corroeu seu peito fora tanta quanto a dor de ter perdido sua irmã, que Ulisses sofresse o que aconteceu a sua irmã já era mais do que ele poderia suportar.
- Não, quero que apodreças no inferno aqui na terra. Todos nós perdemos muito hoje, que tu sofras muito pelo teu e somente teu erro, vai te embora.
Ulisses caiu de joelhos e sem reação a não ser as lágrimas e Carlos jogou a espada no chão, caminhou em direção a Solange, mas antes parou em frente ao corpo da irmã.
- Vai em paz minha irmã, que nossos pais te recebam de braços abertos, seu sonho se cumpriu, a guerra acabou.
Colocou-se ao lado de Solange e levantou a cabeça para seus servos.
- Voltem a seus aposentos, hoje nada mais acontecerá.
Segurou a mão de Solange, se foi escada a cima com sua razão de existir, em pouco tempo o hall de entrada da mansão estava somente com os lobos, ainda olhando o chefe no chão. Ulisses, estava paralisado de dor e ao perceber que não poderia se juntar a esposa pelas mãos de Carlos decidiu acabar por conta própria com a vida, pegou a espada e a virou para o coração, quando ia enterra-lá em seu peito a mão de Kedar o impediu.
- Não pai.
Ulisses estava tão desesperado e com tanta dor que mal reagiu, ficou estático. Todos os lobos soltaram um longo e demorado uivo pela perda. Quando o silencio voltou a reinar Kedar ergueu a cabeça se voltando aos lobos.
- Não ouviram o que Carlos disse a guerra acabou, retirem-se, até segunda ordem.
Os lobos se dispersaram porta a fora, Ariel se aproximou de Kedar.
- Faz me um favor, minha amada.
Ariel consentiu com a cabeça.
- Cuida de Isadora e de seu vampiro, levarei meu pai para casa e retornarei para buscá-la.
- Não, me encontre na fazenda pela manhã.
- Por que?
- Faça o que estou pedindo, sim.
- Como desejares.
Kedar cobriu o pai com um tapete e o retirou do local levando-o de volta a casa que residia com a mãe. Nada pode fazer ao colocar o pai na cama e sair do quarto, o estado de Ulisse foi igual durante todo o percurso. Instruiu os serviçais de não incomodarem, a menos que ele solicitasse, explicando resumidamente o ocorrido, depois se dirigiu a sua casa onde poderia expelir sua dor antes de sua amada chegar.
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Ariel, levou Isadora e Emílio de volta ao quarto, ambos deitados na cama. Ordenou a um dos vampiros que trouxesse sangue para eles, enquanto estancava os ferimentos da cunhada.
- Ariel.
- Sim, Isadora?
- Obrigada, e espero ter ganhado uma irmã.
Isadora mal conseguia falar, não somente pela dor dos ferimentos, mas também pela dor da perda.
- Não se preocupe, estarei com você para o que precisar.
Um serviçal trouxe uma grande quantidade de sangue que Isadora ingeriu em poucos segundos.
- Traga o dobro.
- Sim senhora.
O vampiro saiu e Ariel se encaminhou para a outra ponta da cama onde Emílio quase inconsciente estava.
- Seremos da mesma família meu caro, pelo momento deve se recuperar e cuidar da jóia ao seu lado.
Utilizando o fogo, Ariel estancou todos os ferimentos de ambos, lhes induzindo a ingestão de muito sangue, ambos apresentaram rápida melhora. Emílio, já consciente e melhor se levantou.
- Deite-se, ainda não está recuperado.
- Estou quase, obrigado elemental, deixe que agora eu cuidarei de minha amada, sei que o seu necessita de ti.
- Cuide bem dela, e se cuide.
- Pode deixar.
- Isadora, lhe deixarei em boas mãos, vou retornar a junto de Kedar, ele precisa de mim.
- Obrigada, minha irmã.
Ariel beijou a testa da cunhada e se retirou, ao saiu do quarto encontrou a madrinha.
- Carlos, me disse que se não queimar-mos o corpo ele apodrecerá com muita rapidez.
- Volte para o lado dele tia, eu cuido disso, afinal era minha sogra.
- Você está bem?
- Ficarei melhor quando estiver ao lado de Kedar, mas sim vá.
- Te amo, minha filha.
- Também te amo madrinha.
Solange abraçou Ariel, lhe deu um beijo no rosto e se foi. Ariel voltou ao salão principal, o corpo de Laura já começava apresentar sinais da decomposição acelerada.
- Ouvi falar muito bem de ti, minha sogra, espero atender suas expectativas quanto a Kedar. Descanse em paz.
O corpo começou a queimar se consumindo com rapidez, quando as cinzas se dispersaram com o vento, ela se foi para encontrar seu amado.
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Ariel chegou a fazenda onde tudo começou, visualizou o lobo a cavar com desespero e rapidez, se aproximou devagar.
- Kedar...
Ele parecia não ouvir, continuava a cavar freneticamente, Kedar como humano era mais alto que ela, mas na forma de lobo se tornava muito maior, assustador para qualquer um.
- Kedar...
Não obteve resposta, se aproximou mais tocando nas costas. O lobo virou com tudo, rosnando prestes a atacar, seus olhares se encontraram, ele acalmou-se e sentou na frente dela soltando um longo e triste uivo. Ariel se aproximou mais acariciando o pescoço dele que se voltou e colocou a cabeça no ombro dela permitindo que o abraçasse.
- Vai passar, meu amor, sei que dói, estou aqui para sempre.
Kedar foi voltando a forma humana ainda abraçado com Ariel, a segurou com força em seus braços, enquanto as lágrimas corriam. Após um tempo na mesma posição trocaram alguns beijos e se dirigiram para a casa onde Ariel preparou um banho quente para ele.
- Venha, a água ajuda.
Ele entrou no banheiro, ela foi saindo quando lhe segurou pela mão.
- Fica preciso de você.
- Não vou a lugar nenhum meu amor.
Ele começou a despi-la em seus olhos somente a tristeza e dor predominavam, mais uma vez ambos se amaram naquela banheiro, dessa vez com desespero e tristeza, dividindo o sofrimento de um, acrescentando a força do outro.
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A história está chegando ao fim, mas não deixem de postar dicas e opiniões os personagens e a autora agradecem