Elemental escrita por Amanda


Capítulo 16
Capítulo XVI - Decisão


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Após desligar o telefone Laura pareceu pensativa, estava muito feliz em saber que o filho havia se casado, mas temia a reação do marido com a noticia, ela claro não poderia contar e estava torcendo para nada de ruim acontecer, mesmo que seus instintos lhe prevenissem de algo grande e ruim estar para acontecer. Ela andou de um lado para o outro até perder o olhar pela janela do prédio, não percebeu que o marido a observava.

- Está tudo bem, meu amor?

Ela distraidamente olhou para o marido que veio de imediato abraça-la. Ele não conseguia ver os olhos dela sem o brilho habitual e não querer tenta-la proteger, do mundo a angustia dela era sua angustia.

- Estou com mau pressentimento.

- Em relação a propaganda do novo produto?

- Não isso é o de menos, se a gráfica dificultar, arranjaremos outra.

- Com Isadora?

- Também, ela está com Carlos e não nos telefonou para dizer se está bem, já faz praticamente um mês.

- Não se preocupe se ele tentar algo, ela o esmagará com o verme que é, nossa menina é muito forte e astuta.

- Sei que Carlos não fará mal a ela, afinal tem o mesmo sangue. Esse silencio é que me preocupa.

- Mas ela não sabe do parentesco, sabe?

- Sim, ela e Kedar sabem que Carlos é meu irmão.

Ulisses pareceu frustrado se afastando da esposa e andando de um lado para o outro, voltou e a encarou.

- Você contou a eles?

Seu tom era de acusação, Laura tentou se controlar para não perder a calma, brigar com o marido naquele momento não iria ajudar. Ergueu a cabeça e usou tom serio e frio, mas não ofensivo.

- Não, mas se tivesse revelado isso a eles estaria em meu direito, queira você ou não Carlos é meu irmão tanto de sangue quanto de transformação, nossos filhos tem todo o direito de saber que tem um tio.

Ulisses tentou se recompor, a maioria das brigas entre eles era por causa do cunhado, e eles haviam prometido não brigar mais por isso. O medo de perder a filha começou a preocupa-lo, e logo decidiu que o mesmo plano em relação ao filho também valeria para ela.

- Acha que ela pode ter se unido a ele?

Ao perceber a hesitação na voz do marido, Laura se acalmou caminhou em direção a ele o tocou no rosto gentilmente.

- É claro que não, Isadora seria capaz de matar qualquer um que ousasse insultar seu nome, meu amor. Não tenha medo de ser traído por seus filhos, eles são leais e mais do que isso te amam muito.

- Tem razão foi só um pensamento estupido

Ele a abraçou mais sua mente projetava a hipótese e se preparava para agir caso fosse preciso. Laura por sua vez sentiu que a tensão no marido não se dissipara e sua mente com dolorosa tristeza decidiu que faria de tudo para proteger os filhos, mesmo que isso significasse enfrentar seu grande amor.

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- Vós sois uns incompetentes como conseguiram trazer-me a mulher errada, estão cego e sem olfato.

- Milorde eu...

- Cale-se verme, felizmente para vós tornarei essa mulher minha companheira. Estais com muita sorte hoje, quero tanto você quanto Diego desapareçam de minha vista por um bom tempo, por ela ser minha predestinada não matarei a ambos, vás antes que mude eu de ideia.

Santiago retirou-se telefonando para Diego, pela primeira vez em sua existência vira Carlos não matar quem cometia um erro dessa magnitude, decidiu ir a Europa, se salvou da morte, mas não era besta de desobedecer ao chefe, saiu da mansão e partiu naquele momento.

Solange abriu os olhos para uma nova forma de ver o mundo, o quarto onde se encontrava lhe pareceu mais claro e nítido com facilidade pode observar cada detalhe, cor e sombreamento ali presente. Aos poucos foi se lembrando das imagens, sentiu uma imensa necessidade de encontrar Carlos, algo lhe dizia que aquele homem era para ser seu. Abriu a porta do quarto com suavidade, o cheiro dele estava em todos os cantos às vezes se misturava com outros cheiros, foi se guiando a medida que o cheiro aumentava, quase esbarrou em Santiago que saia apressadamente sem olhar para trás, sim o cheiro indicava a porta de onde o homem saiu, respirou fundo e percebeu que só o cheiro dele vinha daquele local, sem medo de parecer intrometida ou irritar alguém ela entrou. Carlos já havia notado sua presença no corredor estava encostado em uma mesa de braços cruzados sorrindo para ela.

A sala era um escritório, mal Solange passou os olhos nos livros amostra em uma estante e já soube todos os títulos entendendo a ordem de organização.

- Minha rainha, alegra-me desfrutar de sua presença novamente.

- O que você fez comigo? Tudo está tão...

- Confuso?

- Estranho.

A mente de Solange girava com imagens que não faziam sentido, apesar de ter consciência que eram suas lembranças juntamente com cheiros, objetos e sons a sua volta.

- Não preocupe-se é normal essa sensação após a transformação.

- Transformação?

- Sim minha rainha, você estava atordoada em sua forma humana, com certo receio admito a transformei em uma vampira.

- Vampira? Está brincando.

- De modo algum, eu seu humilde criado sou um vampiro.

- E por que me transformou?

- Não está sentindo, minha amada, eu a desejo preciso de ti para toda eternidade junto a mim.

Ao começar a falar Carlos foi se aproximando de Solange, a atração era forte, a cada passo se intensificava, mas ele estava decidido a não apressar as coisas, agora era seria sua companheira não precisava ter pressa, apesar da urgência que seu corpo pedia para tocá-la ele se conteve.

- Eu...

- Não, por favor, és linda e preciosa para mim, quero que fique tranquila, não a forçarei a nada, peço apenas que pense em minha proposta.

- Proposta?

- Que descuido o meu, ainda sente-se confusa.

Carlos acariciou a bochecha e o queixo de Solange, ajoelhando-se em seguida.

- És a coisa mais valiosa que já me apareceu, com a mais humilde devoção lhe peço para que se torne minha esposa para a eternidade.

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Ariel e Kedar entraram na mansão imobilizando qualquer vampiro que se colocasse em seu caminho, correram em direção ao quarto onde o cheiro apontava, ao entrar se depararam com Carlos ajoelhado pedindo a mão de Solange em casamento.

- Madrinha, afaste-se dela.

Solange virou-se sobre saltada, enquanto Carlos se colocava de pé.

- Ariel.

Kedar atravessou a sala empurrando Carlos para o fundo, estranhou o tio não resistir ao ataque. Ariel se aproximou da madrinha e começou a puxa-la pela mão, ela recuou se virando para onde Kedar mantinha Carlos imobilizado.

- Solte-o Kedar.

- Madrinha, vamos embora.

- Não.

- Mas madrinha ele a sequestrou.

- Não interessa meu lugar é ao lado dele.

Carlos sorriu.

- O que? Por que diz isso?

- Não sei bem, mas sinto que devo ficar aqui ao lado dele.

Nesse momento Isadora e Emílio entraram na sala para ver o que estava acontecendo. Quando a viu Kedar soltou Carlos em uma ação de choque.

- Isadora?

- Kedar? O que faz aqui?

- Pergunta que eu devo lhe fazer, onde estão nossos pais?

- Não sei e no momento não me interessa.

- Sua irmã agora mora comigo Kedar.

Carlos se pronunciou.

- Maldito o que fizeste.

Kedar preparou outro ataque, mas foi impedido pelas palavras da irmã.

- Pare Kedar, estou aqui por que quero, Carlos não me forçou a nada.

- O que? E por que vieste para cá?

- A principio eu não sabia, mas agora as coisas mudaram e vou ficar aqui.

- Ficar? Enlouqueceste, sabes bem como nosso pai reagirá ao saber, seu lugar não aqui, seu lugar é junto...

- Meu lugar é junto com o meu predestinado e se ele é um vampiro aqui devo ficar.

- Seu predestinado?

- Sim este é meu predestinado.

Isadora falou abraçando Emílio. Kedar ficou imóvel por tanto tempo que Ariel se aproximou dele para ver se estava bem.

- Kedar, tudo bem?

Kedar ainda em choque olhou de Ariel para Isadora e Emílio repetidas vezes. Ao ver o toque da estranha no braço do irmão ela bravejou.

- E você quem é? E por que está preocupada com Kedar.

- Sou a esposa de Kedar, Isadora.

Isadora olhou para o irmão e sorriu ironicamente.

- Ora maninho, falas de mim e também estava escondendo sua predestinada.

Kedar balançou a cabeça e se virou para a irmã apertando a mão de Ariel.

- Eu não a estava escondendo de você Isadora, a estava protegendo de Carlos.

Isadora, Solange voltaram-se para Carlos esperando uma explicação.

- Espanta-me sem muito me parecer indiferente, a elemental mais poderosa do século agora ser minha sobrinha.

- Elemental?

Solange voltou-se para Ariel.

- Por certo minha rainha, sua adorada sobrinha é uma pura elemental, ou seja controla todos os elementos da natureza.

Ao ouvir essas palavras Isadora disparou a dar risada.

- Então esse era o brinquedinho, agora sim o doutor Ulisses vai ter um ataque.

- Poupe-nos de tais comentários Isadora.

Kedar cuspiu.

- Veja como fala cachorro.

Emílio retrucou.

- Não, calma meu querido, Kedar não me ofendeu, ele está irritado, pois sabe que estou dizendo é verdade.

- Chega dessas discussões que não levam a nada, Ariel preciso falar com você a sós.

Carlos sorriu com as palavras de Solange, ela era ainda mais fascinante do que imaginava. Kedar abraçou Ariel mais forte e se voltou para Isadora.

- Se me permite quero conversar com ambos a sós também.

- Claro venha até meu quarto.

Emílio segurou firme a cintura de Isadora que sussurrou. Enquanto se retiravam do escritório, seguidos por Kedar.

- Acalme-se ele é meu irmão vai nos apoiar.

- Você também Carlos retire-se, por favor.

Solange acrescentou.

Meio contrariado pensou em protestar, mas o olhar de Solange o fez desistir, saiu do escritório batendo a porta. Ninguém percebeu o desaparecimento Wagner que até Solange se pronunciar estava no recinto.

Durante algum tempo Ariel e a madrinha conversaram e o mesmo tempo durou a conversa de Kedar e Isadora.


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Notas finais do capítulo

* Não deixem de postar suas opiniões, os personagens e a autora agradecem.



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