(Jessica pestanejou, apercebendo-se de que a atracção que havia entre eles era realmente forte.)

- Ficaste a olhar para a minha boca – comentou Rubens.

- Sim, é perfeita. Tens uns lábios muito suaves.

- A sério? – perguntou-lhe Rubens arqueando uma sobrancelha enquanto lhe acariciava o pescoço.

Jessica estremeceu e tentou manter a compostura para que Rubens não percebesse o quanto a afectava, mas estava consciente de que Rubens estava habituado a mulheres muito mais sofisticadas do que ela.

- Sim, és um homem muito atraente.

- Obrigado.

Aquilo fez Jessica rir.

- És demais.

Aquele homem tinha um encanto natural que se reflectia em tudo o que fazia. Jessica percebeu que ele estava a perscrutá-la, como se estivesse a ver-lhe a alma, por isso tentou afastar-se ele, mas Rubens passou-lhe os dedos pela nuca e não lhe permitiu a fuga.

- Não. Não penso permitir que te afastes de mim, Jessica. A tua paixão é igual à minha.

- Ah, sim?

Rubens assentiu com muita segurança. Efectivamente, aquele homem estava muito seguro de si mesmo. Jessica gostava que ele tomasse o controlo da situação. Queria fazer amor com ele e dormir nos seus braços, mas poderia ser perigoso.

Sabia que Rubens poderia dominar-lhe a vida.

- Não sei se vou ser capaz de fazê-lo – comentou. – Eu quero. Mas tenho medo de entregar-me a ti.

- Porquê?

- Estou excitada, nervosa e emocionada. Tudo ao mesmo tempo. Demasiada mistura de emoções.

- Quero que saibas que te desejo, que quero ter-te nos braços e sentir-te junto à minha pele.

O medo que Jessica sentia desvaneceu-se perante aquelas palavras, apesar de saber que, se aceitasse tornar-se sua amante, jamais voltaria a ser a mesma.

Jessica disse para si mesma que tinha de tomar uma decisão. Na verdade, a decisão já estava tomada. Sabia perfeitamente o que tinha que fazer.

Queria ter uma aventura com ele e queria resolver o que tinha andado a fazer durante os últimos meses. Alem disso, queria ter uma oportunidade para conhecer Rubens Silva.

Rubens agarrou-a pela nuca e aproximou-se dela. Ficaram a poucos milímetros e distância. Jessica sentiu de repente que tinha os lábios secos e passou a língua por eles. Rubens imitou-a e Jessica percebeu que cheirava a whisky e a ele próprio.

Jessica sentiu que as preocupações se dissipavam.

- Muito bem – acedeu.

- Muito bem?

- Serei tua amante.

- Durante seis meses. Serás minha amante durante seis meses. Passado esse tempo, cada um seguirá o seu caminho.

- Estou de acordo – respondeu Jessica.

Rubens beijou-a na boca, inclinou a cabeça e meteu a língua entre os seus lábios, apoderando-se ela.

Jessica percebeu claramente que nunca mais voltaria a ser a mesma.

Rubens afundou os dedos nos seus cabelos e explorou a sua boca. Jessica passou-lhe os braços pelo pescoço e pôs-se em bicos de pés para colar-se a ele. Rubens deslizou as mãos pelos seus ombros, pelas costas. Jessica sentiu-as ao longo da coluna vertebral.

De repente, Rubens pegou-a ao colo e sentou-se com ela no sofá. Jessica deu por si sentada ao seu colo, de frente para ele, com uma perna de cada lado. Aquilo levou-a a abrir os olhos e a olhá-lo intensamente.

Nas pupilas de Rubens viu a paixão e percebeu que, pela primeira vez na vida, ia fazer algo porque sim, pelo seu próprio prazer, porque lhe apetecia.

Ia deixar-se levar pelo desejo que sentia por Rubens.