The Golden Angel escrita por Nam


Capítulo 5
O Segundo Sonho




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/90620/chapter/5

Elegecky 360º

Episódio 05 O Segundo Sonho 

 

 

 

Ao entrar no veículo ele se deparou com Spencer sentado nos fundos. Fez uma expressão séria ao ver o amigo. Passou o cartão no painel e o acesso foi REVOGADO na primeira tentativa. Na segunda foi validado e o menino sentou no segundo banco à direita e Retirou um outro cartão do bolso que informava o número da sua sala. Haviam dois garotos conversando normalmente atrás do menino. Um deles chegou para ele e fez uma pergunta:

— E aí? Beleza? Sabe que horas são? – Um vocabulário totalmente informal, com uso de gírias e jargões. O motivo da pergunta foi claro, pois Kale tinha um relógio no pulso.

— Oi! Er.. são 07h15min, agora. – Respondeu sem olhar na parte posterior.

— Valeu. Hei... – Parecia que ia dizer alguma outra coisa.

— Ham...

— Você é estudante, certo?

— Sou.

— Você vai ser da nossa turma. – Falou o outro.

— Deixe-me adivinhar, o número que está em minhas mãos corresponde à turma de vocês?

— Só pode ser isso. – Os dois o cumprimentaram, apertando ambas as mãos.

 

Minutos depois...

— Como você se chama? – Perguntou o primeiro.

— Elegecky Kale Deipu, e eu sei, meu nome é estranho. Não precisam me avisar. – Brincou.

— Eu sou o Guilherme Jenkis. E esse é o Gustavo Wilkinson, meu colega. – Fez as apresentações.

— Sou novo na cidade, me mudei há alguns dias. — Agora olhando para trás.

— Legal, e de onde você era? — Perguntou Guilherme.

— Estados Unidos! — Disse Elegecky.

— Demais!  — Disse os dois.

— Bom, Kale, sente-se conosco na sala. A gente vai poder conversar mais lá. — Disse Gustavo.

— Já estamos chegando? — Perguntou Elegecky olhando para frente para tentar visualizar a estrada.

— Sim. — Disse Guilherme.

 

O colégio havia três andares. Era enorme.  A escola possuía um realce suave na parede, tinham um tom azul bem forte. Vários armários nos corredores e alguns quadros de vidros na entrada, onde os alunos poderiam ficar sabendo de algumas propagandas, resultado de provas e quaisquer outros avisos que ali sejam colocados. O trio Gustavo, Guilherme e Kale estavam se direcionando para a sala de aula que ficava no terceiro e último andar na última sala à esquerda do corredor.  Seriam apenas vinte e um alunos na classe. Parece que a maioria ali não se conhecia, pois só alguns conversavam virados para todos os lados. Eram duas fileiras apenas, e cada uma delas eram formadas por três pessoas por lugar. O alinhamento de cada uma fora no canto direito e esquerdo. Como já se esperava, Elegecky, Guilherme e Gustavo sentaram juntos nos fundos da sala à esquerda. Restavam apenas cinco minutos para o início da aula.

 

— Quantos anos vocês têm? — Perguntou Elegecky, colocando sua mochila sobre a mesa.

— Tenho doze. — Respondeu Guilherme.

— E eu quatorze. — Desta vez, Gustavo. — Mas e você Kale... Quantos anos?

— Pelo visto sou o mais novo, tenho dez anos de idade. — Constatou olhando para frente.

— Sim, você é. — Disse Gustavo.

— Farei aniversário no Sábado! — Sorriu Elegecky quando lembrou da data mais importante da sua vida.

— Parabéns! — Parabenizou Guilherme que logo após foi a vez de Gustavo.

 

Após alguns minutos Uma menina de óculos, loira, pele branca e de olhos azuis chegou na sala, faltando dois minutos para o começo do primeiro tempo. Estava serena. Sentou-se na carteira da frente dos três amigos. Apresentou-se.

— Olá pessoal! Meu nome é Sandy Campbell, e o de vocês? — Perguntou alegremente se virando para trás.

 

Os meninos se apresentaram e ficaram conversando dos mesmos assuntos que o trio comentava posteriormente.

 

A primeira aula seria de Estudos Sociais. O professor fez as apresentações. Cada um fizera o mesmo. O adulto passara um trabalho em dupla sobre civilizações no Egito. O método de ensino deste professor fora bem diferente. Ele falava de assuntos variados e bem inovadores. Os alunos se interessaram pela aula e quando o sinal bateu ninguém queria saber da aula de Matemática, como o assunto estava bem legal para eles.

 

— Bom, acho que como nós não conhecemos ninguém, vamos nos dividir em dupla para fazer o trabalho. — Disse Sandy.

— É verdade. Kale faz o trabalho comigo? — Perguntou Guilherme se virando para o novo amigo.

— Tudo bem! — E aceitou.

— Então ficaremos assim: Kale com Guilherme e Gustavo comigo. — Falou Sandy.

— Vai ser legal fazer o trabalho com você, por acaso é intelectual? — Gustavo indagou apontando para os óculos.

— Tenho apenas onze anos, como posso ser? — Brincou Sandy sacudindo o amigo pelo pescoço.

 

Tudo estava ainda bem no primeiro dia de aula de Elegecky. Fez amizade, se enturmou com alguns. O dia não poderia ficar melhor.  Foi então que tocaram no assunto do corte de Elegecky. Todos haviam saído para o intervalo, mas Guilherme ficou com Kale na sala.

 

— Hei, a onde você se cortou desse jeito? — Indagou Guilherme confuso.

— Não quero falar sobre isso! — Evidente que o garoto não queria, pois poderia fazê-lo triste relembrar.

— Ah me conta! Tem algo de errado?

— Quer mesmo saber?

— Lógico!

— Bom... eu...

 

Aconteceu algo com Elegecky! O mesmo perdeu os sentidos e caiu no chão desmaiado e um pouco pálido. Parecia que recordar aquele pesadelo o fizera muito mal.  Depois de dez segundos o menino recobrou a consciência.

 

— Hei, Kale! O que há de errado com você? — Perguntou Guilherme que estava aflito. O amigo estava sentado tentando acordar Kale que finalmente conseguiu.

— Guilherme... — Elegecky suspirou ainda com os olhos. — Não vá para o intervalo.

— Por quê? — Ajudou o menino a levantar.

— Eu não sei, algo me diz que...

 

E de repente uma sirene dentro do colégio avisava aos alunos para irem para suas respectivas salas, pois dois vândalos armados invadiram o estabelecimento. Atingiram dois alunos, mas foi de raspão. Eram dois da sala de Kale. Quando deram por si todos os alunos da sala de Elegecky estavam no interior dela, alguns com muito medo, inclusive os que se feriram. Um deles foi o Gustavo.

 

— Guh! — Elegecky e Guilherme correram em direção ao amigo que fora atingido no ombro. Não estava sangrando tanto. Os dois garotos pegaram Gustavo e o apoiou em cada um deles.

— Você está bem? — Perguntou Guilherme.

— Sim, não se preocupe. — Disse Gustavo com dificuldade. O mesmo já estava sentado. Os restantes dos alunos estavam ao redor do trio, até Sandy.

— E você Kale? Como sabia que isso iria acontecer? — Perguntou Guilherme angustiado.

— Eu não sei, quando “dormi” agora pouco sonhei com imagens desconexas. — Kale sentou no chão, levantou os joelhos e cobriu os olhos. O de diferente nesta segunda vez foi que a sensação durante o sonho foi bem trocada da vez passada, o que o deixou muito confuso.

— Está certo, isso é muito esquisito, mas não precisa sentir-se assim! — Guilherme agachou-se perto de Kale. O menino estava chorando sem fazer qualquer tipo de barulho.

— Já não é a primeira vez que consigo prever acontecimentos deste tipo... — Relatou Elegecky.

 

A polícia chegou e as aulas daquele dia foram suspensas. Todos os alunos estavam indo para suas respectivas casas, mas os dois feridos foram para o hospital fazer um curativo. Guilherme e Kale foram juntos para o ponto de ônibus. O novato ainda estava chorando. Eles sentaram e conversaram:

— Agora me conte! Você é paranormal?

— Não, ao menos o que sei. — Respondeu Elegecky, secando as lágrimas.

— Você disse que já não é a primeira vez que isso acontece. Precisa me explicar.

— Na primeira noite que passei aqui... pude ver minha própria morte.

— Sério?

— Sim.

— Mas o que tem isso?

—   Esse corte… Acordei com ele logo após. — Tirou o curativo. — Agora veja. — Elegecky mostrou uma marca muito estranha.

—   Nossa, esse corte foi profundo mesmo, heim?

—   E o mais estranho de tudo...

—   O que?

—   Quando perdi os sentidos na sala de aula, consegui ver uma figura preta de um homem. O mesmo no sonho que vi antes de morrer.

—   Isso é esquisito. O que acha que deva ser?

—   Ele quer me dizer alguma coisa.

 

E assim foi o primeiro dia de aula.

Próximo episódio: Kale conhece uma rival de muito tempo, desde os seus seis anos de idade. O que o aguarda é mais aflição diante daquilo.

 

TO BE CONTINUED...  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!