The Golden Angel escrita por Nam


Capítulo 14
Sometimes (Primeira Parte)


Notas iniciais do capítulo

A parte 02 é a final.



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Elegecky 360º — The Golden Angel

Episódio 14 – Sometimes (Primeira Parte)

Soundtrack: http://www.youtube.com/watch?v=rPRsuxOk8Kk 

 

Você diz que não vai lutar

Porque ninguém iria lutar por você.

E você acha que não há amor suficiente

e ninguém para receber

e você tem certeza que se magoou por muito tempo

você não tem mais nada à perder

Então você diz que não vai lutar

Porque ninguém iria lutar por você

 

Você diz que o peso do mundo

Te impediu de não se importar

e você acha que compaixão é culpa

e você nunca vai mostrar

e você tem certeza que se feriu de um jeito

que ninguém nunca vai saber

mas um dia o peso do mundo

lhe dará a força para continuar

 

(Oh, oh) (yeah!) (Yeah!)

Segure o peso do mundo

lhe dará a força para brilhar

 

Então segure-o peso do mundo

lhe dará a força para continuar

 

Então segure-o peso do mundo

lhe dará a força para continuar

(Yeah, yeah)

Basta segurar (segurar)

O peso do mundo

lhe dará a força para continuar

 

Retrospectiva: Quando vimos Kale pela última vez, estava sendo salvo por Guilherme, seu melhor amigo, em uma respiração boca-a-boca, após ter sido retirado da água depois do afogamento. Spencer, para a infelicidade de todos, foi morto com um tiro na testa. Quando Guilherme obteve sucesso no processo de reanimação cardio pulmonar, ficou muito emocionado e começou a chorar, com Elegecky em seu colo na areia da praia. A noite termina com eles se olhando diferente, com suas cabeças próximas. Seria algum sentimento desconhecido que tenha tomado eles? O que seria aquele sorriso de Deipu e aquele olhar de Jekis?

 

Brasil, RJ Éspãn — Sábado, 13 de Fevereiro de 1999

Imaginação de Elegecky Deipu: Fortunately all ended well for me and Nathan. I am saddened by Spencer died in an act of bravery. There it was an honest worker and friend who devoted himself to protect others who love them. Unfortunately that was his last breath, I would at least have me fired. I know live with that loss? 

Felizmente tudo acabou bem para mim e Nathan. Só fico triste por Spencer ter nos deixado, em um ato de bravura. Lá se foi um trabalhador honesto e amigo, que se dedicou demais para proteger aqueles que amam. Infelizmente aquele foi seu último suspiro, queria ao menos ter me despedido. Eu saberia conviver com aquela perda?

 

Mais uma vez, Elegecky estava em um hospital, internado brevemente, justamente no dia de seu aniversário. Aquilo era demais para Kale. Quase morrer afogado, colocou o amigo em perigo, seu primo se feriu e Spencer faleceu. Elegecky estava certo de que aquilo não o traumatizaria, pois esteve o tempo inteiro desacordado e teve sorte de não ter presenciado a cena. 

 

O quarto onde estava Deipu, havia alguns equipamentos médicos ao lado de sua cama, e tinha uma poltrona azul que ficava os acompanhantes. No teto havia um ar-condicionado desligado, pelo momento. 

 

Logo, Elegecky abriu os olhos, se vendo novamente naquele lugar “doentio”. Levantou bruscamente, sentando-se na cama, direcionando sua visão para a poltrona. Para seu espanto, não havia ninguém; porém, segundos depois veio sua mãe correndo para conversar, e logo atrás Guilherme, com um pequeno ferimento no braço – um curto curativo no antebraço – . Jenkis, desta vez, vestia uma camiseta verde – com estampa de Basquetebol – , bermuda azul e tênis preto.

 

– Elegecky, querido, está tudo bem? – perguntou sua mãe, bastante preocupada. Guilherme permaneceu em silêncio, olhando para o chão. Parecia um pouco envergonhado, aparentemente seu rosto estava corado.

 

– Estou melhor que nunca – respondeu Kale, normalmente e astuto – E quanto a Nathan? – agora ele entrou em desespero.

 

– Do not worry! He is okay! Ele está no quarto do outro andar, já que este são só para crianças – a mãe o acalmou, passando a mão por seus fios de cabelo alaranjado, com seu jeito doce de sempre. Guilherme ainda estava em sigilo com a cabeça abaixada – Agora que eu sei que está bem, vou falar com Nathan. Deixarei vocês conversando. Ah, e Kale, feliz aniversário, querido.

 

E Pollyanna saiu dando suas famosas corridinhas falhadas e no meio do corredor disse:

– Ainda preciso de novos sapatos.

 

Pollyanna deixou os dois amigos sozinhos, enquanto iria observar o sobrinho no outro andar. Estava tudo em sigilo absoluto. Guilherme não levantava a cabeça por um segundo e Elegecky estava normal. Os garotos pareciam não terem um assunto congruente para o início de uma conversação saudável. Jenkis estava mais envergonhado que nunca, talvez seja o fato de seu dia anterior ter sido muito agitado. No ponto de vista de Elegecky, ou ele estava com receio de citar os últimos momentos, ou estava traumatizado temporariamente. Algo precisava ser feito para quebrar o gelo entre eles, mas o que? Romper o silêncio e ir direto ao ponto de falar sobre os sentimentos de Guilherme? Pleitear sobre o verdadeiro significado? Não. Deipu tinha que tomar cuidado com suas palavras. O mesmo tinha uma explicação provável para tudo, e talvez a solução de alguns casos que não puderam serem explicados com clareza.

 

Então, Elegecky...

– Guih – chamou.

 

Guilherme levantou a cabeça, e perguntou:

– Sim?

 

Elegecky suspirou e continuou:

– Sente-se aqui, por favor.

 

Guilherme deu alguns passos com lentidão em direção à cama de Elegecky, e se sentou. Kale foi direto:

– O que exatamente aconteceu depois? Eu não me lembro de mais nada!

– Bom, você adormeceu. Deveria estar muito cansado. Depois a ambulância chegou e nos levou, inclusive o corpo de Spencer – Guilherme esclareceu, dizendo o que viu.

– Compreendo.

– Sinto muito por ele, vocês eram muito amigos, não é? – Guilherme perguntou, se aproximando do aniversariante.

– Sim, foi a primeira pessoa que conheci, ao chegar no Brasil. E me arrependo de não ter dado muito valor a nossa amizade. Ele queria muito me ensinar a jogar Futebol – respondeu Elegecky, segurando o choro. Guilherme logo notou seus olhos transbordando de lágrimas, mas ficou quieto.

– Eu não sei o que dizer...

– Sometimes, I too have the power to end it all.

– Vamos mudar este assunto. Me diz: como consegue ter o domínio do português tão bem? Se é americano, como chegou aqui com o idioma na ponta da língua? – questões a serem resolvidas, e apenas uma resposta.

– Já vim duas vezes no Brasil visitar meu primo. Aprendi com a convivência.

– Está explicado – Guilherme disse, virando o rosto.

– Gostaria de ver Nathan, no outro andar. Mas estou sem forças para chegar até lá – seus olhos viraram. Elegecky queria explicações – Quero conversar com ele. Quero saber o que aconteceu enquanto eu estava desacordado.

– Venha, eu te levo nas minhas costas – ofereceu-se Guilherme, afim de ajudar o amigo.

– É melhor não, você está ferido no braço – explicou Kale, pegando Jenkis pelo braço e mostrando.

– Não tem problemas. Você é leve. Vamos! Aproveitando, perguntaremos ao médico se já podemos ir embora.

– Ah, está bem.

 

 

Então, Jenkis levantou-se e ficou de costas para Deipu, enquanto se posicionava. Kale, com cuidado, pôs suas mãos no ombro do amigo e se arrumou. Drew (Guilherme Drew Jenkis), então, pegou as pernas de Elegecky e as segurou. Antes de prosseguirem, Guilherme suspirou e começou a caminhar. Os dois foram passando pelos corredores cheios de pacientes, filas gigantes e por outras salas, até que chegassem ao elevador. Guih – como chama Elegecky carinhosamente o amigo – selecionou as coordenadas do painel dentro do elevador e eles foram para o andar de cima, onde estaria Nathan.

 

Quando chegaram, Nathan viu o primo nas costas do amigo, e não pensou duas vezes antes de correr até Elegecky, pegá-lo no colo e abraçá-lo muito.

 

– Elegecky! Que bom que você está bem! Quando soube que estava no mar, fiquei desesperado! – Dizia Nathan, com todo o seu desespero e preocupação diante do primo que escutava com atenção.

– Eu também estou feliz – disse Kale em um tom de ternura – Eu quero lhe fazer algumas perguntas.

 

Mecanicamente, Nathan balançou a cabeça positivadamente e assentou-se na poltrona junto do irmão. Guilherme também fizera o mesmo instantaneamente. Roarke se arrumou e perguntou:

– Diga?

– O que aconteceu com vocês?

– Bom...

 

 

 

Ξ Flashback – Nathan Roarke Deipu Mazzello Ξ

ON:

Não seria muito bem para mim lembrar disso agora, nesse momento, mas você tem que saber. Eu, Spencer e Guilherme estávamos fazendo um interrogatório com os pedófilos. Guilherme nem falou muito, apenas foi para o mar procurar você e te resgatar a tempo. Não havia muitas esperanças de que ele pudesse encontrar você, mas não a perdi totalmente. O que não sabíamos, era que eles tinham em posse uma arma. Dez minutos depois eles sacaram a arma e apontaram para mim. Fiquei muito assustado, então resolvi correr deles o mais rápido que podia. Foram gastando toda a sua munição em vão. Conseguiram acertas as árvores, os coqueiros, os muros... menos eu. Porém, dei mancada!

 

Quando não estava olhando mais para frente, acabei me chocando contra um ferro na barriga, e caí de dor no chão, impossibilitado de continuar a correr. Eles acertaram, infelizmente, Spencer na cabeça. Automaticamente ele já estaria morto. Pobre Spencer. Pelo pouco que já o havia conhecido, percebi o quanto era uma pessoa valiosa. Infelizmente tudo teve de acabar assim. Quando dei por mim, eles estavam vindo na minha direção com a arma na mão. Apontaram-na para mim, porém não resolveram atirar. Estava caído no chão, não teria como me levantar e fugir. Chances? Nenhuma! Então o que eles iriam fazer, era minha dúvida. Pois é, pessoa, logo ela foi respondida. Não vou querer falar destas parte, pois estou em choque ainda. Eles conseguiram fazer em mim o que queriam fazer com você, Elegecky. Depois, eu estava todo dolorido, e estavam prestes a me matar. Na hora gelei e fechei os olhos para não assistir, mas algo estava errado. Havia um menino de capuz negro e com um sobretudo ao longe; estava observando a gente. Quando menos percebi, um dos vilões caiu duro no chão... MORTO!

 

Eu não sei bem o que aconteceu... Depois o outro tentou acordar o amigo, e antes de fugir, abraçou o cadáver. Por sinal, eram muito amigos. Logo mais eu vi o Guilherme chegando com você. E adormeci...

OFF

 

– Então, você está dizendo que aconteceu o previsto? Como? E como vocês souberam que eu estaria na praia? – perguntou Elegecky, todo confuso.

– Eu tive um sonho muito esquisito onde um garoto que aparentava ter minha idade, estava sendo estuprado – relembrou Roarke.

– Você também tem visões? Deve ser a genética – ressaltou Guilherme – De qualquer maneira, eu sinto muito por você ter tido esta terrível experiência – Guilherme colocou sua mão no ombro de Nathan, em forma de “apoio”.

– Nathan! Agora eu entendi tudo! – gritou Kale – Você mesmo se viu sendo violentado! Não era eu que sofreria abuso, e sim você.

– Mas se eu não estivesse lá, seria você – refletiu Nathan.

– Então! A sua visão mostrou que você me salvaria e que sofreria depois – continuou Elegecky – Ou seja, ou seria eu, ou você.

– De qualquer maneira, não foi em vão! Só de saber que você está bem, já me sinto melhor – e abraçou o menor.

– Nathan, mas e aí; os médicos viram se está tudo bem com o … – Guilherme se referia ao organismo em geral. Resumindo: o ânus.

– Ah sim! Está tudo bem, não machucou – Nathan ficou vermelho.

 

Logo após esta frase, o médico chegou com um recado para todos, inclusive ao lado de Pollyanna. Todos estavam liberados para irem para suas casas. Tudo estava muito bem e ninguém precisaria se preocupar com o outro vilão que fugiu. A polícia está investigando o caso da melhor maneira possível, de maneira cabível e sem muitos conflitos exagerados. Assim que encontrassem o pedófilo, iriam prendê-lo.

 

Logo, todos foram para casa. Pollyanna resolveu acompanhar Nathan até sua casa para que pudesse explicar tudo o que aconteceu no dia antecessor, de maneira que ela não fique tão assustada. Então, deixou sob a responsabilidade de Guilherme para que fosse com Kale para casa, sendo ele o maior. 

 

Dentro do quarto, o assunto ainda não havia terminado. Kale queria pôr as cartas na mesa e verificar tudo.

 

– Quem você acha que seja aquele menino que Nathan citou? – perguntou Guilherme. Os dois estavam sentados no chão.

– Eu não faço a mínima ideia. Quem quer que seja, não é normal – respondeu Elegecky – Spencer me mostrou uma foto de quando houve aquele caso estranho, quando o vidro foi quebrado aqui em casa. Ele conseguiu uma foto que a polícia teria tirado para averiguar. Nela tinha a sombra de um garoto... Huum, eu não sei bem.

– Uau. Elegecky, há muitas coisas que você precisa descobrir sobre isso. E se for este ser que provoca essas visões?

 

– Por enquanto não posso constatar nada. Não tenho provas. Ah, quer saber? Não quero falar disso. Já chega de coisas sobrenaturais! A semana toda foi isso.

 

– É, Kale, foi demais para uma semana.

 

– O que quero falar é sobre uma coisa que me deixou confuso, ou talvez desconfiado – afirmou Kale, chegando mais perto de Guilherme. O amigo já devia até saber sobre o que se trata.

 

– Sim – ele também se aproximou.

 

Quando deram por si, estavam sentados lado a lado – um perto do outro no chão, sendo que cada um estava em um canto diferente do quarto – .

 

Kale disse:

– O que foi aquilo na praia? Lembro que depois de acordar, ficamos nos olhando de uma forma diferente.

– Eu... não...sei...bem – disse Guilherme, gaguejando – o ...que...foi...aquilo... Eu queria lhe dizer uma coisa!

– O que? – Elegecky observou Guilherme, com bastante atenção.

– Eu não sei como dizer. É... Elegecky Kale... Eu... Queria...

 

Guilherme foi interrompido pelo barulho de carro de Pollyanna, que vinha ao Sul. Os garotos desceram as escadas para falarem com ela. Mal sabiam eles o que estavam prestes a ouvir.

 

A mãe de Kale estava cheia de bolsas do supermercado e uma do shopping. A curiosidade matou o gato, “senhor Kale”:

– O que são as bolsas?

– Surpresa! Guilherme, querido, venha até aqui – Pollyanna o puxou pelo braço até à cozinha, mas Elegecky ficou para trás – Quero que você leve ele para um outro lugar! Kale pensa que não terá um bolo de aniversário, mas está enganado.

 

 

Então, Guilherme foi ouvindo as instruções de Pollyanna atentamente. O plano era o seguinte: Jenkis teria que levar Deipu para um outro lugar, enquanto Pollyanna prepararia uma pequena comemoração de aniversário para o filho. Para isso, chamaria Brenda, a avó de Kale, e Nathan, seu primo para ajudá-la. Já haviam combinado tudo, por isso ela preferiu ir com Mazzello sozinha, para que pudesse explicar o plano. Quando Guilherme e Elegecky chegassem, presenciariam um bolo e um parabéns. Não seria muito, pois Pollyanna não está com uma boa renda. Mas o que realmente importa, é comemorar este dia tão valioso que é o nosso aniversário, o dia em que nós nascemos. Rapidamente, Pollyanna entregara um valor em dinheiro para Guilherme para que pudesse distraí-lo em outro lugar. 

 

– Kale! O que acha de sairmos um pouco? Você mesmo disse que queria esquecer os problemas – O próprio Guilherme bolou o plano de irem para um lugar distante, improvisando.

– Ótima ideia, mas para onde?

– Que tal um passeio de barco!

 

 

E assim será. 

Guilherme conseguirá distrair Kale até a noite?

 

TO BE CONTINUED  

 


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler.
Prontos pro último capítulo desta fase?