Meu Verão em Tokio escrita por Diinha, XXX


Capítulo 3
Maçãs do Amor


Notas iniciais do capítulo

Bom, como eu disse, aqui está o resto dos meninos! *Q*/
Aproveitem esse Cap. fresquinho (e GRANDE) aqui. Amo vocês e BOA LEITURA!

o o/ /o/



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Capítulo 3: Maçãs do Amor

 

Bom, eu encontrei uma conclusão para aquilo: trabalhar é uma merda.

Você atende um monte de gordos nojentos que paqueram você o tempo todo, com cantadas velhas demais para minha avó entender e não pode fazer nada. Quer dizer, além de rezar para que, no final, ele compre alguma das porcarias que você está vendendo.

Hinata tem muita paciência. Como ela estava dando maçãs de graça naquele dia (afinal era a primeira semana de trabalho e, até as pessoas gostarem da maçã e virem atrás de você para comprar, você tem que trabalhar duro dando as coisas de graça) a gente não faturou nada nas primeiras duas horas de trabalho. Prendi um rabo-de-cavalo com um elástico que Hinata me emprestara, deixando a franja solta para sentir o ventinho que vinha especialmente para nós, trabalhadoras fiéis. Só depois, quando eu me joguei na cadeira de madeira postada atrás da barraca, minhas esperanças cresceram.

– Quanto está, moça? – gritou um loiro maluco, olhando para mim da frente da barraca, apontando para a maçã do amor. Hinata estava exausta também, sentada em um pedacinho de cadeira que eu reservei para ela. Ela corou completamente. Bem, só tinha uma cadeira mesmo, já que ela não tinha a menor idéia que um anjo cairia do céu e viria pedir emprego aos pés dela justo hoje.

O menino loiro de cabelo arrepiado e olhos azuis não estava sozinho. Tinha uma gangue com ele também. Eu arregalei os olhos. Sasuke estava lá. “Aah, merda! Não, não, não!”, gritei na cabeça. Peguei o papelzinho de anotar os pedidos e coloquei na frente do rosto. Ele não podia me ver, não podia, não podia!

– H-Hoje e-e-está d-de g-gra-graça – ela gaguejou. Eu senti uma gota de decepção descer minha cabeça. Certo, não tinha nada demais Sasuke me ver trabalhando, certo? ...certo? CERTO? E, bem, Hinata não conseguiria vender nada se ficasse dando de graça (Ah, vá!).

– Não está não! – anunciei – Só estava de graça até às... Hinata, que horas são?

Ela, assustada como os outros, esqueceu de corar e olhou para o pequeno relógio de parede, na parede atrás de nós e murmurou:

 – São dez e doze da manhã, Sakura-chan...

– Exatamente! – disparei – Uh, que pena. Estava de graça até dez e onze, desculpe. Agora sai três reais cada uma! – balancei a cabeça para cima e para baixo, demonstrando confiança extrema, enquanto Hinata me olhava, incrédula.

– Certo – sorriu o loiro, me olhando. Eu já tirara o bloco da cara –... “Sakura-chan”.

Eu gritei, incrédula.

– Você nem ao menos me conhece, seu maluco! Cai fora, não vendo mais nada pra você! – saí detrás da barraca e fui empurrando ele para longe, na maior força que podia.

Maior força: não tirei ele do lugar.

O loiro e um ruivo de olhos verdes que estava junto riram, juntos, enquanto os outros simplesmente sorriram. Até Sasuke! Ai, que raiva daqueles aproveitadores idiotas. “Vai sair no prejuízo...”, o ruivo sorriu, provocando.

Eu revirei os olhos e cruzei os braços, parando minha inútil tentativa de tirá-los dali. Hinata assistia tudo, um tanto divertida.

– Quantas vocês querem? – perguntei, em voz baixa.

O loiro sorriu vitorioso e começou a rir. Enquanto ele ria, voltei para dentro da barraca.

– Certo, pare de rir da minha cara e compre logo, idiota! – gritei, apontando para as maçãs.

– C-Certo – ele pareceu assustado e, desta vez, eu sorri vitoriosa, enquanto pegava o dinheiro da mão dele. Antes de ele dizer quantas queria, eu já havia feito a conta de quantas dariam naquela quantia de dinheiro e entregado as maçãs à ele. Todos arregalaram os olhos. Ai, como eram bobos! Digamos que eu tenha aprendido alguma coisa com esses anos sozinha no orfanato...

– Está faltando uma! – ele reclamou, contando as maçãs. Eu olhei para eles, parando de contar as notas que acabara de receber, feliz da vida.

– Não está, não – sorriu Hinata, pronunciando-se pela primeira vez, sem corar ou gaguejar. Estava de touca agora e parecia ter envelhecido os 20 anos de sempre – Você deu quinze reais. São três cada uma. Está certo. São cinco maçãs, senhor.

Ele fez uma cara de retardado que, bem, me fez querer tirar uma foto. Sasuke me vira trabalhando, mas não dissera nada. E, bem, depois de tudo isso, o ruivo se ofereceu para nos ajudar a vender mais maçãs. Aquilo se espalhou entre os meninos e, de repente, éramos sete vendendo maçãs do amor. Eu bati a mão na testa.

– Só pra uma cadeira... – sussurrei. Meus pensamentos obscuros de sete pessoas amontoadas sobre uma cadeira de madeira pequena e forrada com uma pequenina toalha de mesa foram interrompidos.

– Sakura-chan! – gritou o loiro, pulando na minha frente – Eu sou Naruto! Esse é o Shikamaru – apontou para um garoto com rabo-de-cavalo parecido com o meu, cabelos castanhos, como os olhos e cara de “Uh, que tédio...” ou “Uh, que sono...” que, imaginei, seria a próxima expressão que eu teria – Aquele é o Neji – apontou para um garoto que não parava de olhar para Hinata. Entendi logo o por que. Ela era... idêntica a ele.

–... Super! – murmurei, mais surpresa que contente, notando a semelhança: os dois com cabelos negros e olhos perolados. Até as maçãs do rosto eram facilmente reconhecidas! Ele tinha o cabelo preso em um rabo-de-cavalo baixo (bem baixo, mesmo. O elástico estava bem na ponta dos cabelos). Tinha postura exemplar, enquanto Hinata era delicada.

– Quem é você? – o garoto perguntou.

– Hinata Hyuuga – ela disse, corada, sem expressão. Eu devia estar com a mesma cara, só que sem a cor vermelha.

– Hyuuga?! – todos os garotos olharam diretamente para ela, ao mesmo tempo.

– E você, quem é? – perguntei, arqueando uma sobrancelha e olhando para “Neji”.

– Neji... Hyuuga – ele respondeu – Hinata deve ser minha prima, ou algo desse gênero.

– S-Sim – Hinata concordou, ainda corada.

Assentimos todos e Naruto não demorou pra continuar:

– Aquele ali é o Sasuke – apontou para o moreno, que simplesmente virou o rosto – e, aquele ali do canto, é o Gaara.

Eu paralisei.

Fizemos que sim com a cabeça, em silêncio e logo perguntei:

– Certo. Vocês vão ajudar ou não? Porque, sabem, eu preciso de algum dinheiro para hoje, sabe? E é importante!

Todos deram risada e começamos o trabalho. Decidimos algumas coisas para vender mais rápido: dois grupos (um de três e outro de quatro pessoas) iriam ser formados, comigo em um e Hinata em outro, para organizar melhor as coisas. Resumindo: um bando de meninos juntos, sem garota para organizar, dá em merda. E, de certa forma, até eles admitiram isso.

Hinata não ficou muito feliz em liderar um grupo de garotos mas, quando eu disse que, se continuasse assim, ela acabaria sem vender nada, ela acabou aceitando e cedendo aos meus encantos.

– Eu quero o Shikamaru, porque ele iria dormir se ficasse aqui – eu disse – o Sasuke porque ele é bom em um monte de coisas e poderia nos ajudar – ele me olhou, arqueando uma sobrancelha – e o Naruto.

– Por que o Naruto, Sakura-chan? – perguntou Hina, me olhando, um tanto confusa.

– Tem razão – disparei – O Naruto fica.

Foi no mesmo instante que Neji e Gaara gritaram “Não!” e eu disse: “Bem, Hina, por isso que ele vai...” e ela simplesmente assentiu, sorrindo amarelo.

– Muito bem! – Naruto gritou – Vamos, então.

Eu fui com os garotos até o outro lado da feira. Bem, vocês devem estar pensando “Ah, por que não foi o grupo da Hinata para o outro lado da feira?!”. Isso é fácil de responder. Foi porque um grupo ficava com a barraca e outro com a cadeira. Naruto insistiu porque insistiu em ficar com a cadeira.

E lá fomos eu, Naruto, Sasuke e Shikamaru para o outro lado.

– Sakura-chan! – gritou Naruto, me fazendo dar um pulo – Posso perguntar uma coisa?

– Já está perguntando, Naruto – eu respondi, com cara de poucos amigos.

– Vou considerar um “sim” – ele sorriu de bochecha a bochecha – Por que seu cabelo é cor-de-rosa?

Eu suspirei, colocando uma das mãos na testa.

– É genético, Naruto – respondi novamente – Meu pai tem cabelo cor-de-rosa; puxei dele.

Ele segurou o riso.

– Seu pai tem cabelo cor-de-rosa...? – perguntou, quase babando de tanto dar risada. O garoto quase deitou no chão para rir melhor.

Eu revirei os olhos. “Idiota...”.

Os meninos levavam as caixas de maçãs do amor, enquanto eu levava canetas e um bloquinho de anotar pedidos. Achamos um cantinho sem barraca nenhuma e colocamos as caixas lá. Algumas pessoas ficavam olhando. Imagino o que elas estavam pensando: “Uau, um emo gato, um preguiçoso, uma menina de cabelo cor-de-rosa e um loiro hiperativo idiota! Que emocionante!”. Não, dona, não tem nada de emocionante.

Naruto venderia um pouco mais longe (por que, será?), voltando alguns metros pelo caminho que viemos, tendo como “bem-feito” (é como chamo os coitados que seriam alvos de vendedores e suas mercadorias; como os vizinhos de garotinhas que vendem biscoitos) todas as pessoas que andavam para cá.

Shikamaru, primeiramente, iria cuidar das caixas das maçãs mas, depois, concluí que iríamos ser roubados se isso acontecesse. Então, Sasuke se encarregou disso, enquanto Shikamaru ia para o outro lado.

Eu cuidava das caixas junto com Sasuke, afinal, dois vendendo era bom... certo? A resposta, infelizmente, veio vem na minha cara, me estapeando forte:

Quinze minutos depois: nada.

Trinta minutos depois: 9,00$ de Naruto, 15,00$ Shikamaru.

Uma hora depois: o mesmo mostrado acima.

Resolvi dar mais um tempo para os dois pegarem o jeito. Aliás, eu queria tentar falar com Sasuke sobre o emprego; falar que eu só queria dar 20,00$ pra ele e, por isso, estava trabalhando. Mas como eu faria isso? Não podia chegar e falar isso na cara dele! E um silêncio obscuro nos rodeava, o que me dava mais vergonha ainda.

– Por que resolveu trabalhar aqui? – ele perguntou, olhando para as pessoas que passavam. Eu o fitei, surpresa. “Isso! É a sua chance, Sakura! Seja firme, seja forte, encante ele com seu charme e ganhe o rapaz!”.

– Nada demais – respondi simplesmente, ignorando minha voz interior. “Burra, burra, burra!” – Só estou tentando ganhar alguma coisa pra gastar...

– Hm... – ele disse, desinteressado.

– E você? – continuei, temendo aquele silêncio reinar novamente – Por que aceitou ficar aqui, trabalhando e ajudando a gente?

– Porque estávamos sem nada pra fazer. Eu estava sem nada pra fazer – ele disse.

– Ainda está – tentei fazer piada, olhando para ele e sorrindo irônica.

Ele me olhou, sério.

– É – foi só o que ele disse. Algum tempo se passou e, nossa, aquele ventinho era tão bom! – Se quer me dar os vinte reais que eu não aceitei, pode esquecer.

Eu gelei. Olhei para ele e ele simplesmente fitava o movimento novamente. Fiquei brava.

– Ei, pode parar! – me levantei e ele me olhou, sem expressão; estava praticamente jogado em uma das caixas, como se fosse um sofá e apoiando as costas na parede atrás de nós – Quando os Haruno prometem alguma coisa, eles cumprem, nem que custe a vida deles. Se meu pai não é assim, não é problema meu; é problema de todo o clã! E, sim, Uchiha, eu vou te pagar nem que eu tenha que trabalhar até o fim do verão.

De repente, para a minha surpresa, ele sorriu, divertido.

– Como você é irritante... – disse. Eu senti minha garganta ser entupida por um nó. Ele estava... rindo de mim!

Claro, eu queria que ele risse. Mas não de mim! Idiota.

– Você que é, idiota! – me virei para o lado oposto ao dele e fiz um bico. Sentei na caixa novamente.

– Own, ficou brabinha, é? – ele perguntou, em voz de criança, no meu ouvido. Eu virei, pronta para estapeá-lo e, só então, notei onde ele estava: de onde estava sentado, havia se esticado, até seu rosto ficar acima do meu ombro. Desse modo, como eu estava de costas para ele, quando eu me virei, seu nariz encostou no meu.

Foi quando eu realmente notei tudo.

Nossas respirações estavam unidas e nossos narizes, encostados. A pele dele não era pálida; era um branco natural e, até mesmo, posso dizer, ele era um pouco moreno. Não tanto quanto Naruto, mas era mesmo moreno. Seus cabelos pareciam estar um pouco molhados pelo calor que fazia. O cheiro de perfume masculino me infectou e me deixou louca.

Os olhos dele me fitavam, aparentemente tão surpresos quanto os meus. Estavam mais abertos que antes. Pareciam já estar confiando em mim; já me conheciam. Eu abaixei o olhar e me afastei um pouco. Nisso, ele já estava sentado como antes.

– U-Uchiha-idiota! – merda! Por que eu tinha que gaguejar?!

Naruto e Shikamaru chegaram, ardentes de cansaço e morrendo de calor, devido ao sol.

Eles tiraram o dinheiro do bolso; o mesmo de antes.

– Ah, ótimo – reclamei – Estamos aqui nesse fim de mundo há uma hora e não vendemos quase nada! Droga.

– S-Sakura-chan... – Naruto arfava de tal maneira que tinha dificuldade para falar.

– Descansem um pouco aqui que eu vou tentar vender mais alguma coisa. Relaxem; fizeram um bom trabalho! – encorajei, levantando e deixando Naruto sentar. Olhei para Sasuke, que ainda estava esparramado na caixa e lancei um olhar mortal para ele, que respondeu com um olhar assustado.

– Que é, Haruno?! – indagou, irritado. Eu fiquei com mais raiva ainda. Perto de Sasuke eu pecava muito. Muita, muita ira.

– Você vem junto – puxei ele da caixa até o lugar onde os meninos estavam. Dei mais uma olhadinha para eles e Naruto piscou para mim, enquanto Shikamaru simplesmente acenou, com muita dificuldade, devido à preguiça.

– O que pensa que está fazendo, Haruno?! – ele perguntou, se soltando da minha mão.

– Estou vendendo mais. Concordou em ajudar, certo? Agora vamos ver se você é bom nisso – eu respondi, com um sorriso vitorioso – São os negócios, eu sinto muito.

Ele me olhou feito e eu comecei a rir. Ele ficou surpreso e, de repente, ele sorriu de canto. Quando eu o olhei, ele transformou o sorriso mais lindo que eu já vira em pó, colocando um desafiador no lugar.

– Vamos ver quem vende mais, Haruno – ele provocou, colocando as mãos nos bolsos da bermuda que usava.

Eu cruzei os meus.

– O que ganho se eu vender mais? – perguntei, arqueando uma sobrancelha, enquanto sorria do mesmo modo que ele estava sorrindo.

– O que quer? – ele perguntou.

Eu pensei um pouco. Olhei para os lados, girando a cabeça devagar para observar tudo nos mínimos detalhes. Uma lâmpada se acendeu dentro da minha cabeça.

– Você tem que aceitar os vinte reais – eu disse, voltando a olhar para ele. Sasuke revirou os olhos e me fitou novamente, sorrindo novamente como antes – e o que tenho que fazer se eu perder?

– Se eu ganhar – ele corrigiu, como se eu tivesse dito algo errado – você esquece isso de uma vez.

Eu sorri, danada.

– Feito, Uchiha – estendi a mão e ele a apertou – Que o melhor vendedor vença!

 


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Notas finais do capítulo

Uau, gente, eu queria continuar logo a aposta nesse capítulo mesmo, mas concluí que ia ficar MOOOOITOO grande se eu colocasse, então, ficou pro próximo.
É isso aí! Quem será que vaai ganhaar??


SASUKE!! << *fã enlouquecida*
... só no próximo capítulo que vc vai saber, aberração! ¬¬ *olha feio pra fã enlouquecida*
i.i << *fã enlouquecida*



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