Meu Verão em Tokio escrita por Diinha, XXX


Capítulo 1
Primeira Impressão


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Meu nome 'e Amanda e, como voces podem ver, meu computador NAO TEM ACENTO! -.-.''
Mas, tudo bem. Alguns o Word concertou... ''
Boa leitura pra voces!



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Capitulo 1: Primeira Impressão

 

Ela parou o carro bem em frente ao lugar que eu desistira de passar os verões nos últimos... se eu parar para contar exatamente quantos foram, nos últimos cinco anos.

Estávamos bem em frente a casa de meu pai, que mora no Japão. Encarei a casa antiga e depois olhei para cima: “Merda...”, fraquejei. Eu não queria ir. De verdade. Eu não queria mesmo porque meu pai era uma droga. Ele não me via desde que eu tinha uns... nove anos. E, agora, eu mesma vinha com a historia de que queria vê-lo. Na verdade eu não queria vê-lo de verdade... Eu só queria esfregar na cara dele que eu cresci sem precisar dele ou dar notícia uma vez sequer.

Claro, isso porque não foi ele quem ficou em sete abrigos diferentes, sempre sem ninguém.

– Tomara que morra... – murmurei antes de sair do carro. Ele sempre odiou quando eu falava palavrão ou “coisas feias”, o que me fez prometer a mim mesma que falaria ao máximo nesse verão. Mas, claro, só quando ele estivesse perto.

Bati forte a porta do carro e fui até a porta da frente da casa. Cheirava a mofo. Fiquei parada ali um tempo, sem a menor vontade de tocar a campainha.

– Vá em frente, Sakura – disse Tsunade de dentro carro, do lado do motorista. Era loira de olhos castanhos, magra, alta, bonita. Alem do que, ela tinha seios imensos que, quando a conheci, me deixaram com medo dela. E olhe que de raras coisas eu tenho medo.

Desde que eu fora para aquele “orfanato”, ela fora quem mais cuidou de mim. Eu me divertia lá, mesmo odiando estar lá. Era uma droga eu não ter por perto alguém como minha mãe. E, ainda, quando ela morreu, meu pai nem ousou olhar na minha cara! Ele simplesmente foi embora.

Fazia muito, muito tempo que eu não o via, mas não estava nem um pouco ansiosa. Toquei a campainha, que ecoou dentro da casa e, quando um ruído foi ouvido, Tsunade disparou e disse:

– Tem certeza de que vai ficar bem? – olhar preocupado. Não, eu não tenho. Quer saber? Eu vou embora agora mesmo! Não vou ficar aqui. Não mesmo. Sem chance. Vou falar isso aqui e agora.

– Tenho – foi o que pude responder. Foi então que eu ouvi o barulho da porta abrindo e, ao me virar, deparei-me com um homem estranho: cabelos cor-de-rosa com mechas grisalhas, olhos azuis como mar, magro, alto; bonito. Usava uma camisa de tipos diferentes de flores (algumas verdes, outras laranjadas, outras azuis...) e uma bermuda com um sol se pondo no lugar onde fica... a bunda.

– Hm? O que deseja, mocinha? – ele perguntou, segurando uma faca enorme em uma das mãos.

– Er... – fraquejei novamente. Eu achava que ele era só mais um idiota no mundo. Eu não estava dando a mínima para ele mas, estando ali, bem ali, de frente para ele, a garganta travou. Ah, mas, claro, foi só eu lembrar do que ele fizera comigo que a voz voltou, mais forte que nunca: – Você é gay?!

Ele me olhou feio.

– Não, garota – respondeu, ríspido.

– Tem certeza mesmo de que vai ficar bem? – tentou Tsunade de novo, olhando bem fundo para mim. Olhei para ela por um momento e, olhando para o meu pai novamente, eu disse:

– Não. Mas se ele me matar, eu vou virar o fantasma mais horrível de todos e assombrá-lo pelo resto da vida inútil que ele tem.

Os olhos de meu pai se estreitaram e ele, ao ver a faca que segurava nas mãos, fez questão de esconde-la nas costas, alegando que estava fazendo um churrasquinho com os amigos e, depois, voltando a perguntar o que nós queríamos.

– Eu sou sua filha, seu idiota – respondi, arqueando as sobrancelhas e entrando na casa. Ouvi Tsunade sair correndo de dentro do carro e a faca cair da mão de meu pai, causando um barulho que ecoou na casa, como a campainha, o que me fez sorrir.

Ouvi ela dizendo ao homem que haviam testes que comprovavam, ouvi ela dizendo “Aqui esta a carteirinha dela...” e, ainda, ela falando a ele que eu era “diferente das outras”. Só não entendi se foi no bom, ou no mau sentido. “Acho que foi no mau. Acho que nem mesmo Tsunade gosta de mim...”, foi o que pensei rapidamente enquanto analisava a casa em que ficaria o verão todo. Não ligava para o que Tsunade pensava de mim, afinal, ela não era minha mãe, nem nada.

Haviam muita, muita tralha naquele lugar. Uma armadura de gladiador ao lado de um patinho de borracha, instalados ao lado da TV. Esta era enorme e possuía um móvel espaçoso a encobrindo. Um tapete grande de pele de urso polar estava jogado no chão e pareceu não muito agradável de dormir. Vários quadros preenchiam as paredes onde podiam e sobrava espaço, todos sempre usando cores mais escuras, como marrom, laranja, vermelho e preto. Combinava com a casa.

Um lustre enorme bem no centro do teto iluminava o lugar como podia. Para mim era luz demais.

O sofá era grande e parecia bom, mas quando sentei, senti a coisa mais prazerosa do mundo. Deitei e me senti nas nuvens. Eu esfregava o rosto, de tão bom era o cheiro que tinha e o toque que ele proporcionava. E foi bem aí que eles me pegaram:

– Er... Sakura – chamou Tsunade – O que está fazendo, querida?

Eu dei um pulo e cocei a cabeça, sorrindo feito uma retardada e fechando os olhos, vendo um mundo que eu nunca mais teria: o meu.

– Estava só vendo, Tsunade... – eu disse e olhei para outro lado, enquanto os dois me olhavam meio com medo. Meu pai virou para Tsunade e ouvi ele sussurrar: “Não dá, não posso ficar com ela!”, o que me fez ficar vermelha das unhas dos pés (pintadas de preto) até o último fio de cabelo cor-de-rosa de minha cabeça.

– Você já disse isso antes, pai – eu disse, olhando bem para ele e chamando a atenção dos dois e inclusive dos homens (velhos que nem meu pai) que acabavam de entrar na sala; fiz questão de enfocar a palavra “pai” na frase – Mas naquela época eu era muito pequena para sentir ódio de você! Agora eu não sou mais criança e, é bom que você saiba que eu também tenho vida – parei para respirar e notei que todos estavam perplexos. “Ótimo!” – Não foi você que passou a vida toda sem um pai e sem uma mãe, seu idiota!

Foi então que pareceu que ele levou um banho de água gelada. Foi então que ele se tocou o quanto eu sofri. Eu realmente não queria fazer todo esse showzinho logo quando cheguei, mas era o necessário e o certo. Só restava saber se ele me aceitaria depois de tudo isso. Depois do que eu dissera, acho que, como em vários outros lugares, ele iria me expulsar dali.

~’~

E lá estava eu, colocando as minhas roupas no guarda-roupa, que, imaginei, era o responsável pelo cheiro de mofo que a casa possuía. Aquele quarto com certeza precisava de alguma melhora.

Sentei na cama antes de aprontar qualquer coisa e pensei em dar um dia de folga ao meu pai antes da guerra começar. Mas hoje já haveria uma coisinha. Pequena, simples, mas faria a diferença.

– Sakura! – gritou a voz dele lá de baixo. Eu não queria descer, mas, fazer o que...?

Meus passos eram apressados. Por que ele iria me chamar? Devia querer ficar longe de mim, isso, sim. Como eu queria dele. Estava, pela primeira vez, com vergonha de ter nascido. Poxa, qual é?! Você está lá, curtindo com seus amigos (mesmo tendo uns 56 anos...) e, de repente, você percebe que tem uma filha?! Por isso que eu ainda sou virgem... Não me imagino grávida de jeito nenhum!

– Hm? – foi o que eu disse enquanto descia as escadas. Todos olhavam para mim. Tsunade já havia ido embora. Eu ligaria para ela mais tarde. Eu gostava muito dela e com certeza sentiria sua falta nesses longos meses – Que foi?

– Não é que parece com você, Hokaru? – riu um dos velhos. Eu fiz uma careta.

– Do que está falando? – perguntei, maléfica – Eu sou bem mais bonita que ele!

Todos riram, menos meu pai, que só deu um sorriso legal e brilhante.

– Gostei da garota. Se não quiser mais cuidar dela, pode me dar que eu finjo que é minha sobrinha, Hokaru – disse o mesmo homem. Ele usava roupa dos Anos 70 e, sem mentira, parecia o Elvis. Eu quase vomitei ali mesmo.

– Muito engraçado, Dojo – disse meu pai, olhando para ele. Depois voltou a colocar os olhos em mim – Quer dar um passeio, Sakura? Podemos ir ao shopping se você quiser...

– Ih, nem vem! – disparei – Não vou sair com um monte de velhos, ainda por cima vestidos assim. Estou fora! Vou para o meu quarto – declarei e comecei a subir as escadas. Ouvi alguns “Sakura, espere! Sakura! Ei, ahn...” de meu pai e conselhos de Dojo (alguns como “Chama ela de ‘mocinha’, Hokaru!”) que ele obedecia sem pensar. Eu cheguei a rir deles. Que patetas!

Abri a porta de meu quarto e deitei na cama. Não era tão dura como aparentava. Na verdade, era parecida com o sofá porque era quentinha e aconchegante. Deitei de barriga para cima e coloquei uma das mãos na mesma. Era durinha e perfeitamente modelada. Olhei para ela e sorri e, logo depois, olhei para o lado e vi meu notebook. Deu uma enorme vontade de entrar no MSN para falar com os amigos de antes.

Quer dizer... a amiga. Yamanaka Ino.

Minha melhor amiga, muito parecida comigo. Mas, claro, só no modo de se vestir. Ela era festeira e ia em baladas só para ficar com garotos “gostosos”. Eu só vou para zoar com o coitado que estaria cantando ao vivo, tacando papel higiênico molhado, essas coisas. Ino geralmente voltava bêbada, então tínhamos que entrar sem ninguém nos ver. Alem de que, sempre voltávamos umas duas da manhã, então, seriamos castigadas de qualquer jeito se nos pegassem.

E, outra verdade que eu nunca disse para Ino quando ela acordava no dormitório e dizia que tínhamos feito um bom trabalho: eu sempre fazia tudo porque ela estava sempre bêbada. Sua retardada. Mas, eu acho que ela tomou jeito depois que começou a gostar de verdade de um cara (que, claro, era quem nem ela, mesmo) e eles começaram a namorar.

O nome do garoto é Gaara. Sabaku no’ Gaara, eu acho. Ou coisa parecida.

Olhei para a janela. Aquilo era ótimo! Minha janela dava para a rua! Eu podia jogar bolas de tinta nas pessoas que passassem e...

– E agora, Sakura? Temos a honra de sua companhia no passeio? – disse a voz de meu pai, cheia de sarcasmo, vinda da porta de meu quarto. Olhei para lá e deparei-me com velhos vestidos de adolescentes: calça jeans daquelas mais justas (não tente imaginar a cena, certo?) e camisetas pretas com detalhes de uma cor cada um: meu pai, azul, assim como os olhos. Dojo, com os enfeites vermelhos (como os cabelos), um outro, com eles brancos, como o tênis e, por fim, um ultimo com os detalhes amarelos porque não sobrara mais cor alguma, imaginei.

– Há – sorri, fitando os olhos azuis profundos de meu pai – Certo, não vai adiantar, não, pai. Ainda não entendeu o meu estilo. Um dia você consegue, tá?

Olhei para a janela, com um pouco de pena deles, mas nem ao menos entendi o porque de eu estar sendo tão legal com ele, afinal, tinha até esquecido o que ele me fizera.

– Tem certeza, Sakura? – ele perguntou, com uma voz doce.

– Tenho, pai. Vá embora! – gritei, olhando para a janela, sem coragem de encará-lo. Ouvi o susto deles de dentro de seus corpos e, depois de algum tempo de silencio, seus passos saindo do quarto, tristonhos.


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Notas finais do capítulo

O mesmo la de cima .... E, alem de um grande "obrigadaaa!!" por ter lido o primeiro capitulo, eu queria dizer que (alem que os outros Caps. serao postados... ahn, outro dia[?]...) eu queria que acompanhassem OUTRAS fics que, talvez, mais tarde, eu poste aqui tambem. ''
Bjos! Mandem qualquer comentario, qualquer critica, qualquer coisa (x.x'').