Anata no Gawa De escrita por Puella


Capítulo 8
Capítulo 8 - Verdades que ninguém quer vê – parte


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!

Aproveitem a mais um capítulo novo!



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“Não existem meias verdades e sim as mentiras que você prefere acreditar”.

Já haviam se passado três semanas desde que eu havia voltado da Inglaterra, e diferente do passado, a minha convivência com Sakura se tornou quase “amigável”. 
Decidi por mim mesmo que a conquistaria numa questão de tempo, sem pressa. Queria que ela visse que eu realmente havia mudado. E, se algum dia eu conseguir penetrar no coração dela de alguma forma, aí sim, eu me sentirei mais satisfeito.
Era fim de tarde quando eu recebi uma carta da minha ex-namorada, agora amiga Madison:

Querido Syaoran,
Tudo bem? Aqui comigo vai tudo bem. Apesar de ter poucas semanas, eu já estou sentindo saudades. Aqui em Orford, a chuva não para. Andei pesquisando mais sobre o Japão, e desejo muito visitar aí um dia. Tenho uma boa noticia pra te contar: o Eriol me pediu em namoro e eu aceitei. Estamos juntos há uma semana. Sabe que foi que ele me disse? Que já gostava de mim antes mesmo de eu começar a namorar com você. Por isso ele nunca me disse o que sentia. Eu até fiquei surpresa. Ainda bem que nós dois nos acertamos, afinal você sempre foi uma pessoa muito especial, e não me arrependo nem um pouco de ter sido sua namorada. Fico feliz por sermos amigos, e garanto que vou lhe escrever sempre que possível. Torço para que você fique com aquela sua garota especial, e assim como eu estou com o Eriol. Por favor, me escreva e me fale como as coisas estão por aí, e com certeza conte com os meus conselhos para ajudar a conquistá-la.
Um forte abraço.
Sua amiga 

Madison Taylor

P.S = Sakura é um lindo nome mesmo. Andei olhando no dicionário de nomes orientais. 

Que bom que as coisas ficaram bem com. Madison era única mesmo. Logo eu pensei em responder para ela, então escrevi assim:

Querida Madison
Fiquei feliz ao receber a sua carta. Que bom que voce e o Eriol conseguiram se acertar. Já no meu caso, a coisa já é bem diferente. Sabe, eu era diferente antes de ir para a Inglaterra, hoje, eu mudei muito, e por mais que eu demonstre isso pra ela, Sakura-chan ainda sim demonstra uma certa “muralha de proteçao” e o pior é que ela ta cega de amores por um cara que ao meu ver nao passa de um conquistador de quinta. E pelo jeito ate o momento nada parece estar ao meu favor. Mas apesar disso eu ainda sinto um fio de espereanca. Eu ainda vou ficar com ela. Ela ficou linda durante o tempo em que eu fiquei fora. Espero que voce possa me ajudar de alguma forma, com seus conselhos. Desejo tudo de bom para voce.
Do seu amigo a distância 

Li Syaoran
P. S. – Obrigado pela carta.    


Coloquei a carta no correio, e imaginei que em uma semana pelo menos eu recebesse um retorno dela. Nós havíamos namorado por quase um ano, eu tinha quinze anos, mas a conhecia desde o meu primeiro dia de aula por lá. Foi um namoro mais por experiência juvenil, tanto para mim quanto para ela, já que nós tínhamos algo em comum, amores não correspondidos. Só que agora ela estava com o Eriol, e eu, bem, eu ainda precisava ir à luta.
Havia se passado duas semanas desde que eu havia voltado, andava pelo corredor da escola no intervalo, quando eu me topei com a Mineko-san, a amiga da Sakura.
- Li-kun! Como vai? – ela falou sorridente.
- Ah, oi Mineko-san, eu vou bem. Mas e você, não está com a Sakura-chan?
- Há – ela falou um pouco aborrecida – ela está por aí com o Daisuke-sempai, desde que ela se diz apaixonada por esse cara, bem, eu fiquei largada. Voce sabe, ciúme de amiga.
- Que pena – eu falei disfarçando o meu descontentamento também – pois você é uma boa amiga sabia?
- Obrigada. E você parece bem mais legal do que a dois anos atrás.
- Puxa, você achou?
- Não. Foi a Sakura-chan que disse isso.
Fiquei mudo por alguns segundos, então ela notou algo em mim, e eu já não era mais aquele pirralho petulante de antes como eu imaginei que ela ainda achava.
-  Li-kun? Tudo bem?
- Ah, claro – saí de meus devaneios – não imaginava que ela pensasse isso.
- Pois é, mas foi o que ela me disse no dia em que você voltou pra escola.     
- Mineko-san! Você nem ima... – fomos interrompidos por Sakura-chan que automaticamente parou no meio da frase.
- Sakura-chan! Quem bom vê-la.
- Ah, oi Li-kun – ela me cumprimentou, meio frustrada por eu ter sido a causa do impedimento de conversar em particular com a amiga.
- Mas, o que você queria me contar? – Mineko-san perguntou, deixando-a um pouco vermelha.
- Depois eu te conto...
- Não se importem comigo – eu falei chamando a atenção – eu já estou de saída. 
- Imagina Li-kun, não há incomodo algum – disse Mineko-san.
- Mas, se você precisa ir tudo bem – respondeu Sakura como se estivesse dizendo literalmente “vai logo, é o melhor que você faz”. Eu me despedi e caminhei corredor a fora, no fundo eu fiquei com um pingo de curiosidade, já que eu parecia tão preocupado com o que ela queria contar para a amiga.
- Alguns dias depois


Eu caminhava pelo jardim da escola, disfarçadamente, perto de um pomar de flores aonde eu o avistei.
- Sempai...
- Sakura-chan – ele me deu um belo sorriso – você está muito bonita hoje
- Arigatou – eu respondi um pouco vermelha.
Já fazia alguns dias em que eu e Daisuke-sempai nos encontrávamos por ali, ficávamos conversando e trocando olhares.
- Você é muito divertida Sakura-chan, adoro sua companhia – ele falou enquanto acariciava a minha bochecha, me deixando um pouco vermelha.
O rosto dele ficou a alguns centímetros perto do meu, minha garganta ficou seca e meu coração batia sem parar, os seus dedos migraram para a minha boca, passando o polegar por ela, a sensação era única.
Eu sonhei com aquilo desde o dia em que eu o vi.
- V-você vai me beijar? – eu perguntei.
Ele deu um meio sorriso, chegando ainda mais perto.
- É que eu não sou muito boa...
- Eu não ligo – foram as últimas palavras dele, antes de me beijar. Era como se eu me sentisse nas nuvens, uma sensação única e inesquecível.

Eu estava passeando pelo jardim da escola quando eu vi algo que fez a minha cabeça girar e meu peito doer.
A Sakura beijando aquele sempai estúpido.
Não quis mais ficar, saí correndo antes mesmo que eles percebessem que eu estava ali. Podia se dizer que varias sensações percorriam meu sangue: raiva, ciúme, ódio, frustração e tristeza. Fui para o terraço da escola, fiquei lá por um bom tempo, nem sei bem o quanto ao certo.

Quando eu contei a Mineko-chan, ela ficou impressionada e ao mesmo tempo surpresa. 
- Fico feliz por você Sakura-chan, só espero que ele não te machuque.
- Como assim?
- Ah, sei lá – ela balançou a cabeça – esses caras muito populares...
- Mineko-chan, ele é diferente. Olha pra mim! Não vê como eu to feliz?
- Ta, eu to vendo, eu só me preocupo porque sou sua amiga.
- Ta tudo bem viu? – eu falei para ela e nós duas nos abraçamos – Ah! É mesmo! Vai ter uma aula de reforço de matemática mais tarde. Não quer ir comigo?
- Ah, não vai dar, hoje sou eu que preparo o jantar em casa hoje.
- Que pena então ta. A gente se fala amanhã – e nós duas nos despedimos no corredor.
-
- Com licença Li-kun, eh... você está bem?
Estava tão distraído que nem vi Harada-san ao meu lado.
- Ah gomen, eu estava um pouco desligado – eu falei olhando para ela – eu estou bem. Precisa de algo?
- Bom, é que o Koshioki-san ficou doente e eu estou sem um parceiro para me ajudar no reforço de matemática. Aí eu pensei em você, mas só se você quiser e claro.
- Claro, eu ajudo sem problemas.
- Arigatou - ela parecia bem feliz com a minha resposta.
Eu precisava mesmo de alguma coisa para desanuviar a minha cabeça. Depois de acompanhar Harada-san até a sala de aula, eu ajudei a colocar algumas formulas na mesa e empilhar as copias das atividades que seriam passadas aos outros alunos.                   

 - Oi Harada-san!
- Oi! Kinomoto-san ! – meus ombros ficaram rijos ao ouvir aquele nome, então eu me virei para olhar para ela. Parecia mais sorridente do que nunca – Em pouco tempo já estaremos começando.
Ela me viu e ficou um pouco surpresa.
- Li-kun? O que faz aqui?
- Vim ajudar a Harada-san – respondi com uma naturalidade que espantou a mim  mesmo.
- Li-kun se ofereceu para substituir o Koshioki-san – Harada-san falou enquanto terminava de escrever mais uma formula no quadro.
Ela então sentou na cadeira e tirando o caderno da mochila e o colocando em cima da mesa. Tentei mirar meus olhos em qualquer coisa que não fosse ela por mais que isso fosse difícil. 
Mas isso, ainda sim era fácil.
O mais difícil era ver que as minhas chances com ela estavam cada vez mais próximas da nulidade. 


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Notas finais do capítulo

Nota: Madison Taylor é anagrama para Tomoyo Daidouji.

Garanto que o próximo capítulo ainda será melhor!

Bjs!