Anata no Gawa De escrita por Puella


Capítulo 5
Capítulo 5 -O castigo de um amor não correspondido


Notas iniciais do capítulo

Olá minna-san!

Não sei se vcs vão gostar desse capítulo, ele é um pouco triste, eu quase chorei, por recomendo que tenham lencinhos de papel por perto.



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“Às vezes após a primeira tentativa, segue a frustração.”

E era isso. Havia acabado. Mas ao mesmo tempo eu me senti acabado, eu não estava mais reclamando daquela rotina, mas os meus sentimentos foram afetados e me deixei envolver, esquecendo que tudo aquilo era parte da chantagem. 

Depois do que aconteceu ela apenas me acompanhou de volta para a sala, pegamos as nossas coisas e saímos do colégio. Até mais ou menos a metade do percurso não falamos nada um com o outro, até que ela resolveu quebrar o silêncio.

- Li-kun? 

- Oi – eu respondi, enquanto segurava a bicicleta ao meu lado.

- Olha, sobre o que aconteceu, eu...

- Ta tudo bem Sakura, isso já não importava mais – na verdade aquilo nem chegava perto do meu verdadeiro dilema – o que eu falei para você naquela hora era de verdade.

- Sobre não me incomodar mais? – ela disse com uma sobrancelha arqueada.

Era tão difícil assim acreditar em mim?

- Ainda acha que estou mentido?

- Eu não sei – ela disse olhando para o lado – de você eu posso imaginar que venha tudo, menos confiança.

Aquilo me machucou no fundo, mas eu não podia demonstrar e também não podia fazer o papel de mocinho arrependido. Eu precisava agir como eu mesmo, irônico e cínico, e de alguma forma mostrar que eu não estava mentindo.

- Você sabe sim – eu falei um pouco ríspido – Então porque pediu para eu te dar aulas?

- Oras, você é inteligente – ela disse com desdém.

- Não. Não só por isso, foi por confiar em mim, porque sabia que se estudasse comigo teria uma possibilidade maior de ir bem nas provas finais.      

 Ela me olhou um pouco contrariada.

- Ta foi por isso. Satisfeito!

- Não – ela me olhou um pouco surpresa – na verdade eu só queria que você percebesse que confia em mim, ainda que não admita. Por outro lado, eu tenho certeza que você vai se sair muito bem nas provas.

- Mesmo? – seus olhos brilharam pelo comentário. Droga. Fiquei corado.

- Eh... mas não fica se achando viu?

- Quê que é? Tem medo que eu tire uma nota maior que sua?

- Isso seria matematicamente impossível – eu disse, me recuperando do rubor momentâneo.

 - Convencido – ela falou continuando a andar e eu seguindo atrás com a minha bicicleta.

Depois que eu cheguei em casa, eu tomei banho e troquei de roupa, depois fui jantar com minha mãe e minhas irmãs, situação típica de nossa rotina. Mais tarde eu arrumei as minhas coisas no quarto e separei os livros para a sessão de estudos, ao menos meu quarto parecia apresentável. A escrivania era espaçosa, tive apenas que tirar o Hikari do quarto, por falar nele, Hikari nunca mais fez xixi na Sakura, ele “desaprendeu” o velho hábito, graças ao spray.

Foi quando eu ouvi a minha mãe me chamando para avisar que a Sakura tinha chegado, então eu desci as escadas e o meu cachorro veio atrás. No andar de baixo ela estava ao lado da minha mãe, segurando sua mochila. Ao olhá-la pude notar que seus cabelos estavam soltos, batendo na altura dos ombros.

“Ela fica linda assim...” Merda, eu processei algo indevido. Que droga! Minha cabeça ficou confusa e eu balancei-a de um lado para o outro.

- Syaoran, tudo bem? – minha mãe perguntou notando minha perturbação.

- Não é nada – eu sou mesmo um idiota, desde quando eu faço papel de ridículo? – Vamos Sakura?

- Claro. – ela respondeu me seguindo até a escada.    

Nós chegamos até o quarto, ela entrou e foi logo colocando a mochila na mesa e retirando o caderno e alguns livros e sentando na cadeira em seguida. Eu sentei ao seu lado, sentindo a doce fragrância floral que sai dos cabelos dela.

- Por onde começamos?

- Bem, eu queria dar mais uma olhada na parte de matemática e depois em língua japonesa.

- Então vamos começar por aí.

E no decorrer do tempo vimos revimos os assuntos, eu explicava tudo e ela me olhava sem mexer a cabeça, seus olhos estavam compenetrados e tentavam memorizar tudo ao máximo. Depois de uma hora passada, Sakura ainda estava resolvendo uma ultima conta de matemática, eu apenas a observava, com o cenho franzido, olhando para o papel. Analisei cada passo precedido por ela, que obviamente acertaria a questão.

- Pronto – ela falou satisfeita – Terminei!

- Meus parabéns! Você acertou mais uma – eu disse, logo, vi seu rosto rosado abrir um sorriso de alegria.

- Não teria conseguido sem você Li-kun – ela disse de maneira tão terna que eu me senti entorpecido, e meus olhos percorreram até a sua boca.

Sakura me olhou de repente, achando estranho eu não ter dito nada, ela disse mais alguma coisa, mas eu não ouvi, e meu rosto começou a se aproximar do dela, de repente ela calou, nem foi para trás ou para frente, só me olhou com aqueles olhos translúcidos. Sem pensar duas vezes, eu colei os meus lábios nos dela, foi um selinho de cinco segundos. Cinco longos segundos. 

Quando eu me afastei eu olhei para o seu rosto. Ela estava me encarando incrédula, foi então que eu senti um balde de água fria em cima da minha cabeça.

- Eu... – tentei dizer alguma coisa, mas não consegui.

- O que deu em você? – ela perguntou se afastando de mim, como se eu fosse uma assombração, rapidamente ela começou a arrumar as suas coisas dentro da bolsa.

- Desculpe! Não é o que você ta pensando.

Eu fiquei na frente dela, lhe barrando a passagem, mas logo depois eu recuei pois eu percebi que os seus olhos estavam quase marejados, naquele momento eu me senti um crápula, eu havia roubado o primeiro beijo de uma garota sem que ela aceitasse.

- Eu sei bem o que você ta pensando – ela me olhou furiosa – Você não tinha esse direito! 

- Por favor, Sakura me escuta!

- Eu preciso ir – ela saiu rapidamente do meu quarto. E eu não pude impedir só me restou ouvir o barulho da porta da casa sendo fechada.

Naquela noite eu não consegui dormir direito, pensando no que havia acontecido.

-

Por que ele fez isso? Quem ele pensa que é? Ele não tinha o direito, eu quero o meu primeiro beijo de volta! Que droga! Com tantos garotos por aí, por que logo Li-kun? Será que ele estava se vingando? Ou era uma brincadeira sem graça?

Fui direto para o quarto, deitei na cama e me abracei ao travesseiro como nunca, e chorei. Chorei de raiva. De ódio. Como eu o odeio, odeio tanto, eu devia ter mostrado aquela foto para todo mundo. Devia tê-lo humilhado.

Droga. Eu fui boazinha de mais, mas isso não vai mais acontecer, não mesmo.

-

No outro dia eu me sente péssimo,  precisava falar com ela, pedir desculpas para ela, de alguma forma eu não queria magoá-la, é que na verdade eu estava gostando mesmo dela. E eu queria de alguma forma tentar explicar o que realmente tinha acontecido. Isso. Eu vou dizer a ela o que sinto, então, ela irá entender, eu acho.

Fui para a escola de bicicleta, não a encontrei pelo caminho, cheguei na escola e fui no meu armário, a fim de trocar os sapatos, quando cheguei na sala, a primeira coisa que fiz foi olhar em direção a carteira dela, quando nossos olhares se cruzaram, Sakura imediatamente virou rosto. Durante todo o dia, ela me evitou da melhor maneira possível, parecia que não ia dar certo. Mas eu precisava falar com ela, nem que fosse convencê-la a força.

No final da aula, eu esperei ela sair por ultimo, só eram nós dois, ela notou isso, pois me parecia ignorar o tempo todo.

 - Posso falar com você?

Ela nada respondeu, continuou fazendo de conta que eu não estava lá, impaciente eu caminhei até sua carteira, ficando de frente para ela, o que a fez se assustar e olhar para mim.

- Será que dava pra você me escutar?

- Eu não quero ouvir nada – ela tentou avançar, mas eu lhe barrei a passagem, isso a deixou bastante irritada.

- Deixa eu passar!

- Ao menos ouça o que eu tenho a dizer!

- Eu não quero e nem to interessada em ouvir seu idiota!

-  Apenas me escute – eu já estava perdendo a paciência – só me ouça, aí você pode ir e tudo mais, por favor.

Ela me olhou com raiva e pareceu se render.

- Diz logo o que você quer? – disse cruzando os braços.

- Sobre ontem... olha Sakura, me desculpe. Não era minha intenção te constranger, nem de brincar com você... – eu parei bem no meio do caminho

- Então o quê é Li-kun?

- Eh... é que, ahm – meu coração batia descompasadamente – eu... eu gosto de você Sakura! Pronto!

Ela me olhou com as sobrancelhas erguidas e logo seus braços se descruzaram.

- O quê? Que palhaçada é essa?

- Não é palhaçada eu juro. É sério. Eu g-gosto de você. Eu me apaixonei por você e só me dei conta quando passamos todo esse tempo juntos.

Ela me olhou mais incrédula ainda, ando de um lado para o outro, até, que parou.

- Então se achou no direito de me beijar!

- Não! Não foi isso, foi...

- Você roubou o meu primeiro beijo. E eu odeio por isso!

- Mas, Sakura, eu mudei, eu não vou mais te perturbar, acho até que a gente podia tentar sermos amigos e depois quem sabe –

- Quem sabe o quê? Nunca! Nem somos amigos e nem seremos. Você não entende? Eu não quero ser sua amiga ou que quer que seja! Eu odeio você.

- Mas...

- Você seria o último garoto da face da terra por quem eu me apaixonaria – ela disse isso de modo tão cortante que o meu peito doeu, e doeu feio.

- Então – eu sorri de uma maneira triste – é pra valer mesmo? Sem esperança pra mim não é?

- Sim. Pra você aprender a se por no seu lugar, por ter me aborrecido durante todo esse tempo. Bem feito.

Eu disse tudo o que eu queria ter soltado há muito tempo, ele me olhava atentamente, e pude notar que os olhos pareciam um pouco mais brilhantes que o normal.

- Ok – ele engoliu em seco – é uma pena mesmo – então ele se dirigiu a te a porta – ah, mais uma coisa – quando ele virou o rosto para mim de novo, notei que seus olhos estavam opacos – as provas são semana que vem.

- Eu sei – respondi um pouco atravessada – E daí?

- Boa sorte – ele disse com um sorriso terno, que me desconcertou na hora, eu nada falei então ele virou o rosto e foi embora. Por um momento eu me senti um pouco mal.

Será que eu fui muito dura com ele?

-

Caminhei o mais rápido que pude, mas não teve jeito, por mais que eu tentasse, elas não paravam de rolar dos meus olhos.  Pela primeira vez ser odiado por ela me doía tanto. Droga. Por mais que eu limpasse o rosto, mais lagrimas apareciam, e tudo por causa de uma garota. Eu não sabia que o amor doía tanto assim.

Era uma terrível e dolorosa frustração.   


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Notas finais do capítulo

Don´t Kill me please T-T

Eu confesso que fiquei co raiva da Sakura, ela vai se arrepender e muito. Tadinho do Li...

Estmos indo para o próximo estágio da historia, onde eles ficaram mais velhos e - lamento informar - a Sakura vai se apaixonar por um outro cara. Imperdível!

Bjs e até lá!