The Chosen One escrita por Ducta


Capítulo 5
The Nightmare Seems Like Never Ends


Notas iniciais do capítulo

02/1/ 2011 - 03: 35 A.M.



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O Sol nem havia nascido ainda quando a tia Annabeth me ligou.

Sua voz era baixa, quebradiça e chorosa, isso fez com que meu sono desaparecesse instantaneamente.

- Justin, você pode vir aqui em casa agora?

- Que aconteceu? - Perguntei pulando da cama.

- A Alethia... Ela está tendo um... Pesadelo... Eu acho. Mas eu e o Percy não conseguimos acordá-la e a única coisa que ela faz é gritar seu nome, então...

- Cinco minutos eu estou aí.

Enquanto eu me trocava e corria pelo corredor, pensei em chamar meus pais, mas não foi necessário que eu me decidisse, minha mãe e eu nos esbarramos na escada.

Não precisou que uma palavra fosse dita, ela sabia do que se tratava. E todo o caminho até a casa dos meus tios, a única palavra trocada foi quando minha mãe questionou-se porque Alethia não acordava e meu pai deu os ombros.

Eu mal conseguia respirar, não sabia o que esperar e quando desci do carro, disparei pela porta aberta da sala de onde eu já conseguia ouvir Alethia gritando meu nome com desespero.

Me obriguei a não parar e tremer, fosse o que fosse, ela precisava de mim.

Mas pensamento positivo nenhum podria ter me preparado para o choque que a cena me causaria.

Alethia estava se debatendo em sua cama, os olhos fechados e ela estava molhada - não umida, ensopada - de suor. Mas eu perguntei por uma fração de segundo se era realmente suor, pois seus lençóis e o colchão pingavam tal líquido, Anaklusmos estava em sua mão direita .

Entre seus gritos por meu nome, ela deu um grito doloroso e sufocado e isso fez meu estômago dar uma volta dolorida e meus joelhos tremerer, me obrigando a me apoiar no batente da porta pra não cair.

- JUSTIN, ME AJUDA, CADÊ VOCÊ? JUSTIN!

Eu me impulsonei pra frente e agarrei uma de suas mãos que se debatia no alto.

- Estou aqui, estou aqui! - Eu gritei de volta - Estou aqui com você, meu amor, calma.

Ela respirou fundo duas vezes - os olhos ainda fechados - e sua mão apertou a minha enquanto ela parava de se debater.

- Pensei que você fosse me abandonar. - Ela disse chorosa.

- Nunca.

Ela sorriu. Eu passei a mão em sua franja que estava colada no rosto e a coloquei para trás.

- Ale, acorda hm.

- Eu já estou acordada. - Ela disse como se questionasse minha sanidade.

- Não está não.

- Justin você está em pé aqui, olhando nos meus olhos, segurando minha mão. Como eu poderia estar dormindo?

- Olhando nos seus olhos?

- Justin o que deu em você?

Eu olhei para trás e pela primeira vez registrei a presença de tio Percy e tia Annabeth no quarto, calados, nos observando, assim como meus pais um pouco mais atrás.

- Onde nós estamos mesmo? - Perguntei encarando seus olhos fechados.

- Fifth Avenue... Justin você não está vendo o Empire State atrás de nós? - Ela perguntou ainda com o tom de quem questionava a sanidade mental de outrém.

- Hm... Empire State. O que nós estamos fazendo aqui?

- Eu não sei como eu cheguei aqui, mas eu sei que nós precisamos encontrar nosso bebê. - Ela disse com convicção.

Eu podia sentir o olhar dos nossos pais na minha nunca, mas não virei para olhá-los, eu não sabia nada sobre o tal bebê.

- Que bebê?

- O nosso Justin!

- Nosso? Ale, mas você não estava grávida.

- Claro que estava! Justin o que você tem? Foi você que me pediu pra parar e ouvir o choro do bebê!

- Eu?

Ela bufou.

- Você me disse isso a um minuto atrás.

- Não disse não.

- Ok, Justin isso não é hora pra suas brincadeiras, a gente precisa achar o Embry!

- Embry?

- Justin!

- Alethia, que loucura é essa?

- Para com isso Justin! - Ela disse, a voz já embargada de choro, a ponta do nariz ficando vermelha, ela ia chorar - Para de dizer que você não lembra do nosso filho! PARA!

Eu iria continuar a argumentar e insistir que não tínhamos um filho, mas ela estava presa em pesadelo, não era a melhor hora para discutir com ela.

Respirei fundo e me rendi.

- Ok, vamos atrás do Embry.

Ela sorriu radiante.

Ela puxou minha mão e suas pernas começaram a se debater levemente, fazendo movimentos como se ela andasse.

- Pra onde estamos indo? - Perguntei.

- Na direção do choro do Embry.

- Como você sabe que é o Embry?

- Eu conheço o choro do meu filho. E você também deveria conhecer.

Preferi me calar a esse argumento.

Depois de um minuto completo, ela quebrou o silêncio.

- Só queria saber porque eu roubei Anaklusmos, porque a chuva não para e porque essa mancha negra está nos seguindo. - Ela disse assustada.

- Mancha?

- Essa no chão, atrás de você. Vai me dizer que não consegue ver uma coisa desse tamanho?

- Estou vendo.

- Achei que ficaria mais temerosa com ela, mas até que não.

- Mas ela está nos seguindo.

- Mesmo assim não imagino que ela possa nos engolir.

- Se você está dizendo...

E assim, duas horas se passaram e as únicas coisas que Alethia continuava a comentar era Embry e o fato da avenida ser mais longa do que ela se lembrava.

- Você já reparou no jeito que Embry sorri? Igualzinho a você, tão lindo. - Ela dizia sonhadora.

Outra vez eu não disse nada.

Olhei pela janela e vi o sol nascer.

- A gente precisa voltar pra casa. - Eu disse cortando seu comentário sobre os olhos do menino.

- Quê? Não.

- Ale está amanhecendo, é melhor a gente voltar pra casa, é.

- Mas e o Embry?

- Se nos verem vestidos assim e você com uma espada nas mãos, vão nos prender!

Eu não sei bem porque fui tomado pelo impulso de convencê-la a voltar pra casa. Só me parecia o certo.

- Você também está com uma espada na mão.

- Estou?

- Pelo amor do Deuses, você está perdendo os sentidos? - Ela perguntou levantando a espada.

Ela movimento Anaklusmos na minha direção e eu ofeguei. Mas antes que meus pais e meus tios pudessem dar um passo, a espada foi barrada por uma barreira invisível, e o mais estranho, ao colidir na tal barreira, Anaklusmos produziu um ruído de colisão que fez com que todos no quarto, exceto Alethia, prendesse o fôlego.

- É, estou sentido agora. Vamos pra casa, Ale.

- Eu não vou a lugar nenhum sem o Embry. Se você quiser, pode ir! -Ela disse zangada e desviou sua mão da minha.

- Não! Eu só...

- O que está acontecendo com você hein? Ontem mesmo você brincou com Embry o dia inteiro e agora está aí fingindo que ele não existe!

Me senti mal, desejei que ela acordasse logo. Mas isso não aconteceu e ela não se dirigiu mais a mim pelo resto do dia. A única coisa que ela fazia era gritar por Embry.

Enquanto isso, minha tia já medira a temperatura de Alethia várias vezes e a casa nova meção, a temperatura estava mais alta, a água misteriosa que a matinha banhada estava ficando tão quente quanto seu corpo e ela não fazia nenhum movimento que insinuasse que ela abriria os olhos.

Eu segurava sua mão livre entre a minhas e a olhava gritar pela tal criança, a preocupação era tão evidente em sua voz que eu não pude deixar de lembrar da minha mãe me chamando uma vez, quando eu tinha sete anos, quando eu havia me perdido no centro de Manhattan.

Volta e meia ela depositava Anaklusmos na barriga e eu me perguntei porque ela repetia tanto o movimento. Mas a resposta estava atrás de mim, minha mãe com a mão no ventre. É, ela estava grávida. Pouco mais de um mês.

- Ela está sentindo falta do Embry na barriga. - Minha mãe sussurrou.

- Mas como, se ela nunca esteve grávida? - Perguntei impaciente.

- Na mente dela, no momento, ela esteve.

- Nada ainda Annabeth? - Percy perguntou se voltando para a esposa que desde o início da tarde tinha alguns livros no colo.

- Não. Isso não é... Normal. Se fosse só um pesadelo, ela já deveria ter acordado.

- Então isso é mais do que um pesadelo. - Meu pai disse - Precisamos saber mais sobre isso.

- Como? - Minha mãe perguntou.

- Justin.

Voltei minha atenção para Alethia, ue ainda parecia muito preocupada em encontrar Embry para prestar atenção nas conversas paralelas, e dei leves batidas em sua mão aind apresa entre as minhas.

- Algum sucesso? - Perguntei inseguro.

- Eu não sei pra onde ir! - Ela confessou.

Segundo sua frase seguinte, nós já tínhamos percorrido 18 quadras, mas o choro do tal bebê não aumentava nem diminuia.

E mais lágrimas correram por seu rosto já molhado.

Eu passei a mão por seu rosto e senti sua pele quase em brasa sob minha mão.

-Não é melhor ligar pra um m... - Eu comecei, mas fui interrompido por um grito agonizante de Alethia.

E de repente ela começou a se debater horrendamente outra vez.

- Alethia! - Eu chamei surpreso.

- CORRE JUSTIN, CORRE!

- Porquê?

- VOCÊ NÃO TA VENDO AQUILO?

- Aquilo o quê?

- AQUELE BICHO SAINDO DA MANCHA PRETA!

- Ale, eu não consigo ver nada, você precisa me dizer exatamente como ele é! - Implorei.

- Eu digo, mas vamos sair daqui! - Ela disse e voltou a se debater enlouquecida no que eu deduzi ser sua corrida.

- Ok, o bicho é preto... Gosmento... Cheio de Tentáculos... E parece estar coberto de piche.

Meus pais e meus tios rondavam Alethia e eu agora, todos nós concentrados em sua descrição.

Revirei minha mente, vasculhando alguma coisa parecida com o que ela dizia, mas nada. E pela expressão dos outros, ninguém também parecia conhecer o tal monstro.

Alethia deu um grito de pavor tão alto e agudo que fez minhas tripas se apertarem em um nós dolorido.

- Que foi? - Perguntei me obrigando a respirar enquanto ela apertava minha mão com mais força.

- ELE ESTÁ VINDO PRA CÁ! - Ela disse, sua voz era puro terror.

- Então corre! Sai daqui!

- E você?

- Eu estou com você, onde você for, eu vou.

Ela assentiu e "voltou a correr", sua respiração ficando mais rasa a cada momento.

Eu apertei mais sua mão e continuei a incentivá-la a se esconder até que, de repente, ela se sentara na cama, os olhos ainda fechados, abraçando os joelhos.

Eu notei que ela tremia.

- Você está com frio.

- Não. Eu estou com calor. - Ela sussurrou.

- Calor?

- Eu sei que é estranho, estou correndo nessa chiva fria, descalça, há horas. Mas eu não consigo conter essas ondas de calor, elas são muito fortes e parece que a água não penetra. Me sinto como em uma daquelas tardes de calor insuportável.

Seguindo essas palavras, um tremor passou por meu corpo e no momento seguinte, minha mãe estava com a mão na minha testa.

- Annabeth, o Justin está ficando quente.

Eu vi quando minha mãe trocou um olhar assustado com Percy.

- Não pode ser. - Meu tio disse por fim.

- Tomara que não. - Meu pai disse.

- Do que vocês estão falando?- Eu questionei, mas Alethia pegou minha mão que estava pousada em seu joelho.

- Eu nã consigo mais ouvir o choro do Embry. - Ela sussurrou assumindo aquele tom preocupado outra vez.

- Ele deve estar bem. Cadê o monstro?

- Eu não sei, não consigo ver ele daqui. Mas está quieto demais lá fora.

- Já é quase meia-noite. - Eu disse constantando meu relógio.

- De novo?

- Sim.

- Você não está com fome?

- Não. Não estou sentindo nada além do calor e da vontade de ter Embry nos meus braços de novo.

- Nós precisamos ir pra casa.

- Sem Embry?

- Você não iria. Então não. Nós temos que achar o Embry primeiro.

Tente manter qualquer vestígio da minha irritação com aquele bebê longe da minha voz, ao que me pareceu funcionou.

- E o monstro?

- Deve ter sido engolido pela mancha negra. - Eu disse.

- Ou talvez esteja nos esperando.

- É por isso que estamos com as espadas não?

Ela sorriu.

E dois dias se passaram sem que "achasse-mos" qualquer pista de Embry.

Minha cabeça latejava tão forte que eu mal conseguia ver, sentia meus lábios extremamente secos e minha respiração frágil. Talvez pelos tanto dias sem dormir e sem comer. Estava começando a me sentir como Alethia conforme as ondas de calor me alcançaram.

Minha mãe tirou o termômetro de mim e de Alethia pela oitava vez aquela madrugada.

- Alethia está beirando os 45º e o Justin chegou a 43º. - Minha mãe anunciou preocupada.

Eu não sabia o que isso queria dizer pra fazer meu pai e meu tio se levantarem e deixar o quarto imediatamente, mas eu sabia que era algo extremamente fora do normal para um humano.

Algo realmente ruim deveria estar acontecendo conosco, mas o pesadelo ainda não parecia ter fim.


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