De Bons Rêves escrita por Vicky779


Capítulo 1
O Começo de Tudo




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Uma garota morena, com curtos cabelos negros e olhos castanhos estava abrindo os olhos, acabando de acordar de um desmaio ou de um cochilo, ela não sabia ao certo. Só sabia que tudo a sua volta era estranho e que ela estava um pouco tonta. A primeira coisa que enxergara era um teto branco com uma listra rosa na linha que junta o teto com a parede e tudo era muito bem iluminado. A garota queria se levantar, porém a única coisa que conseguiu fazer foi ficar sentada por causa da tontura. Ela novamente fechou os olhos e a tontura foi passando aos poucos. Quando ela estava começando a se sentir bem, ela ouviu um barulho muito alto vindo de baixo. Ela se levantou e percebeu que estava em um corredor. A garota saiu correndo e desceu as escadas, querendo muito descobrir o que era todo aquele barulho. Contou quanta vezes teve que descer as escadas, e deduziu que havia acordado no terceiro andar. Cada vez que a garota chegava mais perto do primeiro andar, a música aumentava e a voz que cantava era máscula e muito familiar. Quando chegou ao primeiro andar, para sua surpresa, bem no centro do hall de entrada, estava a banda Gacktjob inteira, tocando uma música qualquer. Quando a jovem garota ia perguntar o que significava tudo aquilo, a campainha tocou. Ela se dirigiu até a porta de entrada que era muito alta, larga, feita de madeira de carvalho e com uma camada de verniz por cima. Ela abriu a porta. Eram as amigas dela.

         Havia uma garota de aproximadamente 16 anos de idade que era chamada de “Pandinha”, ela era baixinha, tinha metade do cabelo preto e a outra metade pintado de rosa. Ela vestia uma calça jeans e uma blusa da ban-da “The Gazette”.

         Também havia uma garota de 13 anos, que recebera o apelido de “Caroli”. Ela era magra, com a pele um pouco amarelada, tinha olhos castanhos, e o cabelo já fora comprido, porém resolveu cortar, deixando-o estilo chanel e era marrom com algumas mechas bege. Ela usava um vestido laranja que combinava muito com ela.

         Tinha uma garota de 12 anos de idade, loira de cabelos medianos e olhos âmbar. Ela era chamada de “Melwy” e às vezes “Melwinny”. Ela estava usando um vestido comprido. Ela era extremamente fofa.

         E havia uma garota com a mesma idade da moreninha e da menina chamada Caroli, ou seja, ela tinha 13 anos. Ela tinha olhos castanhos. O cabelo dela já foi muito comprido, porém quando o cabeleireiro foi cortar o cabelo da menina, acabou errado o corte, deixando-o muito curto e másculo e fazendo as pessoas pensarem que era um garoto, mesmo quando usava vestidos e saias. Os cabelos dessa guria eram castanhos, com alguns fios loiros e ela era chamada de “Vicky”. Ela estava vestindo o cosplay de “Fujioka Haruhi” do anime “Ouran High School Host Club”.

         - Onde eu estou? E quê diabos está acontecendo aqui?- perguntou a mo-reninha.

Quem respondeu foi Vicky que estava na frente com Caroli e Melwy escondidas atrás dela e Pandinha olhando maravilhada para o conjunto de homens que tocavam a música:

         - Como assim, Bo-chan? Esta é a sua casa, você mora aqui e faz parte da banda Gacktjob, sendo a guitarrista.-

         A moreninha se chamava “Ana”, porém Vicky a chamava de “Bo-chan” pois em uma noite, quando Ana foi dormir na casa de Vicky logo após de ter terminado de ver metade do anime “Kuroshitsuji”, Ana havia pedido para que Vicky a observasse até que ela dormisse, coisa que um garotinho chamado Ciel Phantomhive pedia para seu mordomo, Sebastian Michaelis fazer. Imediatamente, Vicky abriu um sorriso maroto e respondeu “Yes, my Lord” que era a forma como o mordomo respondia ao Ciel quando ele pedia alguma coisa para ele. Sebastian também chamava o garotinho de “Bo-chan”, que significa “Jovem Mestre”.

         Ana não acreditou no que estava acontecendo. Ela ia fazer mais algumas perguntas, quando Vicky pediu com um sorriso:

         - Bo-chan, toca guitarra pra gente? Por favor!-

         - É! Toca guitarra, Ana-chan, por favor!- pediu Pandinha.

- Mas eu não sei tocar... -

Ela iria terminar de falar, porém foi interrompida quando Gackt a chamou e jogou uma guitarra preta com listras rosas nas laterais e com algumas estrelas verde-água.

- Mas é a guitarra que a Hatsune Miku usou em um clipe de uma música!- ela falou, impressionada.

Ana não sabia o que fazer, então ela resolveu arriscar. Posicionou a guitarra e se preparou para tocar uma música. Para sua surpresa, ela sabia a música que estava sendo tocada e conseguia tocá-la perfeitamente!

         Depois de horas ensaiando com a banda e suas amigas assistindo tudo, resolveram finalmente parar e as amigas estavam indo embora. As primeiras a se atirarem a porta foram Melwy e Caroli, pois elas odiavam e ás vezes tinham medo de Gackt. Depois foi a vez de Pandinha e por último, Vicky.

         Porém, quando Vicky tinha acabado de agradecer a Ana por deixá-la vir a mansão onde ela morava, Ana puxou a menina pelo braço e a fez correr a mansão inteira até que ela achasse um lugar longe o suficiente da banda.

         - Quê é isso, guria?! Ficou louca por acaso?!- a amiga ralhou.

         - Onde estão os meus pais? Como eu consegui entrar pra esta banda? Como foi que eu vim parar aqui? Onde é que está a minha antiga casa? E o mais importante de tudo: ONDE ESTÃO MEUS PAIS??- Ana perguntas, desesperada.

- Calma, uma pergunta de cada vez. 1ª: Eu não sei onde eles estão. Eles simplesmente desapareceram. 2ª: Você estava querendo conseguir um pouco de dinheiro, a banda estava precisando de um segundo guitarrista, você fez o teste, te aceitaram e você passou a morar junto com a banda. 3ª: Mesma resposta que a pergunta anterior. 4ª: Eu não sei ao certo onde você morava, apenas sei que era na Rua Mata Cavalos, ou seja, na Rua Riachuelo. 5ª e última resposta: eu já respondi. Muito obrigada por me convidar para assistir ao ensaio da banda e com licença que eu tenho que voltar para minha casa.-

Ela deu meia-volta e saiu da mansão. Nisso, a banda se aproxima de Ana e Gackt pergunta:

- Hey, Ana-chan: quem era o garoto elegante?¹-

 

Algumas horas depois de suas amigas terem saído, Ana resolveu explorar a mansão. Subiu as escadas, e voltou ao corredor onde ela tinha acordado. Nesse corredor, havia portas de madeira, e cada uma tinha uma plaquinha que mostrava com qual temática o quarto fora feito. Estava ocorrendo tudo perfeitamente bem, quando escuta Torbi gritar que o jantar havia sido servido.

Ana estava se dirigindo ás escadas quando reparou que em uma paquinha de uma porta que estava escrito “Quarto Kawaii”. Ela não resistiu e abiu-a.

As paredes eram de um rosa muito claro, tinha prateleiras e mais prateleiras com bichinhos de pelúcia extremamente fofos e bonitinhos, pôsteres de sweet lolitas e cortinas com bordados. Havia duas camas: a primeira era um ursinho de pelúcia gigante e a segunda era uma cama de tamanho king size com um único travesseiro comprido e macio que era rosa claro com bordados brancos, e a colcha da cama era comprida com bordados também. O quarto tinha um lustre que iluminava tudo muito bem.

Ana ficou maravilhada ao ver o quarto. Os olhos brilhavam cada vez mais conforme ela observava a decoração do quarto.

- Tudo aqui é perfeito... É o paraí... Ah!- ela gritou ao ver um Kumagoro no meio de uma estante ao lado de outros bichinhos de pelúcia. Ela imediatamente atirou com força o coelho rosa de pelúcia para fora do quarto.

- Pronto... Agora sim, isso aqui é o paraíso! - ela exclamou, com um sorriso no rosto. Ela teria “namorado” mais o quarto se Torbi não a chamasse para comer.

Posso muito bem demorar mais um pouco... ela pensou. Porém, mudou rapidamente de idéia quando ela percebeu um tom de irritação na voz dele.

A moreninha saiu correndo, desceu as escadas, entrou correndo na sala de jantar e sentou-se na outra ponta da mesa comprida e bem posta.

Ela começou comendo um pouco de arroz. A banda conversava animadamente e jogavam coisas uns nos outros. Os minutos se arrastavam, e ela estava com muito tédio. Então resolveu prestar atenção na conversa. Eles estavam conversando em inglês, portanto não conseguiu entender o que eles falavam. Ela pegou um pequeno dicionário de inglês-português/português-inglês, formou uma pergunta e perguntou:

- Por que... Quê o Torbi-san... Estava tão... Zangado?-

- Porque ele está com TPM.- disse Chachamaru, em tom zombeteiro.

- Vou acabar com a sua raça! – Torbi gritou.

E ele se atirou sobre o companheiro, causando a maior confusão e barulho.

Ana considerou o jantar acabado, se levantou e subiu as escadas.

 

Haviam se passado duas horas, e Ana estava ainda vasculhando a casa procurando uma plaquina escrito “Quarto da Ana” ou algo parecido. Ela não fazia a mínima idéia de qual era o quarto dela. Ficou zanzando sem rumo pelos corredores da mansão, até que achou uma porta aberta e viu Gackt em cima de uma cama king size lendo um livro escrito alguma coisa em inglês que ela não entendeu o que era, mas sabia que era alguma coisa a ver com “Lua”. Ele estava usando óculos. Ela bateu umas duas vezes na porta. Ele tirou os olhos do livro, e abriu um sorriso ao ver a moreninha. Ele tirou os óculos com uma só mão e perguntou:

- O quê houve, Ana-chan?-

Ela pegou o dicionário, e perguntou:

- Onde é... O meu... Quarto?-

Ele largou o livro de qualquer jeito na cama, se levantou com um salto, pulou da cama batendo os pés descalços no chão e andou pelo corredor, verificando as portas. Ele a levou para o último andar da mansão que era completamente abandonado, escuro, e extremamente assustador. Tudo de ruim que se podia imaginar, tinha naquele andar. Ele a levou para uma porta surrada e carcomida.

- Aí está! Este é o seu quarto.- ele disse com um sorriso, batendo uma duas vezes de leve na porta estragada. Esta imediatamente partiu em dois e a parte de baixo caiu.

- É...Divirta-se!- ele disse, saindo correndo desesperadamente.

Ela olhou para o quarto. Estava completamente escuro e exalava um cheiro podre de dentro.

- Ahnn... Gackt-san....? As lâmpadas do meu quarto estão queimadas...-

- Eu sei. -

- Não vai me ajudar?-

Ele imediatamente parou e gritou, pois estava muito longe:

- O quê?! É óbvio que não! Esse andar é assombrado e da última vez que alguém entrou nesse quarto era a antiga empregada querendo limpá-lo!-

- E que fim ela levou?-

- Morreu! E eu não quero ser próximo, por isso estou indo embora! Aconselho a fazer o mesmo! -

E saiu em disparada.

Ela não pensou duas vezes e seguiu-o.

Está decidido! Ela pensou. O meu quarto vai ser o Quarto Kawaii!

 

No dia seguinte, ela já estava no colégio e falava tudo para Caroli, Melwinny e Vicky.

- Puxa, como é corajoso...- Vicky disse com ironia.

- Não importa!! Eu continuo odiando e querendo que ele morra!! Aquele maldito comedor de gatinhos!!- disse Melwinny com raiva.

- Eu acho que ele não só come como também fuma.- falou Ana.

- Só porquê ele estava em uma foto com dois gatinhos perto da boca não significa que ele coma esse tipo de gato.- disse Vicky.

- E quê tipo de gato ele iria comer?- perguntou Caroli.

- Qual outro tipo seria esse, né...?- Vicky respondeu.

- Não importa! Só sei de uma coisa: é terrível!! Eles fingem que eu não existo! O Gackt até que foi gentil comigo, mas eles se portam como animais! Ontem por exemplo, o Torbi e Chachamaru se comeram...- porém, Ana foi interrompida.

- Oxi.- disse Vicky com um sorriso maroto no rosto.

- De porrada, Vicky... De porrada...-

- Droga. -

- É o inferno! E ontem à noite eu não consegui dormir direito! Eu considerei meu quarto sendo o Quarto Kawaii, só que no meio da noite, eu começo a ouvir uns barulhos altos! É muito estranho! E além do mais...-

Ana é interrompida quando ouve Vicky cantar uma musiquinha:


Furikaereba hora atarimae ni 
Natteita kimi no egao ga
Itsunomanika hora yasashii omoide ni 
Natte shimatta genji ...

 

         Ela teria continuado, porém foi interrompida por Ana:

         - PÁRA DE CANTAR A PORRA DA MÚSICA DESSE VIADO PLASTIFICADO NA MINHA FRENTE!!-

         - Ai, credo não precisa gritar comigo... Era só pedir que eu parava.- ela respondeu, com a mão no ouvido.

         Nisso, um grupinho de garotas chega perto das amigas. Uma delas dá um passo à frente e fala timidamente:

         - Oi... Err... Sabe, eu e minhas amigas te achamos um garoto fofo... E... Queríamos saber se você... Queria se juntar á nós para te conhecermos um pouco mais...-

         - Ah, espera um pouco... Eu não sou um guri... Eu sou uma garota! Espera! Não!!-

         As garotas já começavam a puxar Vicky pelos braços.

         - Gurias! Ajudem!! Por favor!!-

- Boa-sorte meninas! Vão precisar, ele é muito tímido!- Caroli falou, acenando e dando um sorriso.

- E o garoto elegante ataca novamente.- disse Melwy sorrindo.

- Aproveitem!! É isso o que dá você cantar músicas daquele loiro de farmácia na minha frente!- gritou Ana.

         Ela tentava se livrar, mas não conseguia. Em um último esforço, ela gritou:

- Ajudem!! Por favor!!!-

Mas não adiantou. As garotas a levaram embora, achando que encontra-riam o parceiro ideal.

 

Assim que o sinal barulhento tocou e a aula de Música acabou, Ana pu-xou Vicky pelo braço e a levou para um canto isolado de todos, sem ter tempo de se mandar um “oi” para os inspetores.

- Ah, fala sério! Quantas pessoas vão me puxar pelo braço hoje?!- Vicky reclamou.

Quando finalmente pararam, Ana se virou para Vicky.

- Quero que você vá à minha casa hoje, depois da aula!-

- Huh? A troco de quê?-

- Huuuuun... Bem... Err... Por causa de... Trabalho...?-

Ana sabia que se dissesse que era pra a amiga ensinar inglês para ela, a amiga iria se recusar, pois estaria muito em cima e os pais não deixariam.

Houve silêncio entre as duas.

- Está bem. Ligarei para meus pais.-

Ela rapidamente começou a discar o número no celular dela, falou com os pais, e desligou.

- E aí? Eles deixaram?

- Ralharam comigo, ficaram contrariados, mas disseram que sim. Ah, também falaram que iriam conversar comigo mais tarde sobre isso... -

- Desculpe.-

Vicky fez um cara de cansaço.

 

Já estavam na mansão, dentro do “Quarto Kawaii”.

- Vejamos... Qual é o trabalho que vamos fazer?- ela pega um monte de livros de diversas matérias e espalha por cima da cama-Matemática? His- tória? Desenho Geométrico? Artes? Ou até mesmo quem sabe um pouco de...-

Antes que ela pudesse citar todas as matérias do colégio, ela foi interrompida.

- Inglês.-

Silêncio.

- Inglês? Puxa, que surpresa. Bem, acho melhor guardar isso tudo. De quê fala o trabalho?-

- Quero que você me ensine inglês.-

Novamente fez-se silêncio.

- O quê?! Você me fez sair correndo do colégio toda preocupada, carregar os malditos livros extras de outras matérias, me preocupar com isso e ainda por cima deixar uma conversa agendada com meus pais porquê eles acham que eu estou sendo desleixada pra ISSO?!- ela gritou.

- C-Calma! É que eu preciso mesmo disso! Aqui na mansão ninguém fala português! Só japonês e inglês! Com exceção do Gackt, já que ele também fala francês e uma caralhada de outras línguas que eu não tô a fim de me lembrar. E eu nunca consigo entender o que eles falam e eu sempre tenho que andar com um dicionário na mão, e isso cansa demais!!! Me ajuda, por favor!-

Silêncio outra vez.

- Está bem, mas você vai me dever muito!!-

- Wee!-

- Porém, hoje estou sem livros.-

- Annnnnh...-

- Peraí... O Gackt deve ter alguns. Bora pedir pra ele emprestado.-

- Tá.-

A moreninha conduziu a amiga até o quarto do cantor. Ela bate duas vezes na porta de madeira, entra e se depara com o cantor lendo novamente o tal livro que tinha algo a ver com “Lua”.

- Oi, Gackt-san. O quê você está lendo?-

- Pornô gay.-

A moreninha acha que ele está brincando com ela, pega o livro e começa a abri-lo, rindo debochadamente.

- Há, há, há... Ah!- ela larga o livro que cai no chão e dá um passo para trás logo em seguida.

- Eu avisei.-

Vicky bate na porta três vezes e entra.

- Olá, Gackt Camui-sama. Boa-tarde.- Vicky disse, em japonês.

- Puxa-saco...- Ana resmungou.

- Ah, olá, garoto elegante! Entre!- Gackt disse.

- Eu sou mulher.- corrigiu Vicky.

- Se ferrou!! Todo mundo acha que você é homem!!- riu a amiga.

- Oras, não diga bobagens, garoto elegante! Você não deve manchar a boa imagem feminina! Pois as mulheres são belas igual ao horizonte ao pôr-do-sol, delicadas igual a mais singela margarida, sem contar que...-

E ele continuou a falar sem parar por um bom tempo até que Ana não agüentou mais:

- Gackt-san, se você não percebeu, nós estamos aqui para fa-larmos com você e não para ficar ouvindo você falar de si mesmo!!-

- Ah, você tem razão, me descul... Hey!-

- Gackt Camui-sama, nós estamos aqui porquê a Bo-chan não sabe falar e escrever inglês e ela pediu ajuda. Porém, eu estou sem livros comigo e eu queria saber se o senhor poderia no emprestar os que você usou para aprender esta língua.- pediu Vicky.

Gackt já estava subindo umas escadas portáteis, abrindo um pe-queno, porém comprido armário que havia no alto da parede e jogando uma pilha de livros antigos e usados. Uns bem conservados, outros nem tanto.

- Pronto. Foram esses livros que eu usei. - e ele apontou para uma pilha de livros de mais de meio-metro.

- Puxa... Covarde porém estudioso...!- Vicky disse.

- Obriga... Hey!-

- Livros: resolvido! Agora falta a pronúncia...- Ana murmurou.

- Ah, a pronúncia! Eu te ensino!! Eu te ensino!!!- Gackt gritou, animado.

- Olha, eu acho que...-

Porém, a amiga a interrompeu:

- Olha, eu não acho que vai ser uma boa idéia...-

-Por que?- o cantor perguntou.

-Sem ofensas, mas o seu inglês não é bom...- disse Vicky.

- O quê?! E o seu japonês é uma porcaria!- o cantor rebateu, ofendido.

- Melhor que o seu inglês, ô “Lashitê Gaddê”!-

- “Lashitê Gaddê”...?- Ana perguntou, confusa.

- Ele quis dizer “Secret Garden”.- a amiga respondeu.

Ana soltou uma gargalhada que ecoou pelo quarto.

– Se o meu inglês é assim tão ruim, então como você consegue entendê-lo?- ele perguntou, um pouco bravo.

– Simples: Porque eu estou acostumada a ouvir o inglês péssimo das pessoas!!-

– Ah, é?! De quem?-

– O seu, por exemplo.-

– Sem ser o meu!!-

– Não tenho que dar explicações para ninguém, principalmente para um bissexual que fez mil e uma plásticas, é narcisista, covarde, andrógeno, exibido, convencido e tão egoísta que não repara em ninguém a sua volta! E quando alguém diz a verdade, fica todo puti-nho! Se você quer continuar se iludindo e fugir da verdade como sempre fez, é problema seu, mas não culpe os outros por quererem te orientar e te ajudar!- ela gritava com raiva, e já vermelha. Era sempre assim, toda a vez que ficava brava, ficava com o rosto vermelho. Ela tomou fôlego e prosseguiu.- Eu vou embora! Eu vim aqui para ajudar uma amiga e não pra discutir com um merda como você! Tchau, Ana! Até amanhã no co-légio!-

E ela saiu a passos largos e pesados.

O cantor estava boquiaberto. Ana deu um boa-noite e foi dormir.

Gackt sentou-se na cama e ficou olhando para baixo, pensando no que Vicky havia lhe dito, quando de repente se ouviu o som de um sino. Ele reconheceu o som. You sempre o tocava quando era dia de fazer reunião.

Resolveu ignorar.

Deitou-se e pressionou um travesseiro sobre sua cabeça para evi-tar de ouvir o tilintar do sino. Porém o barulho persistia. Pressionou ain-da mais o travesseiro. De nada adiantou. Ele sentiu vontade de descer e dar um soco em You.

Ele se deitou de barriga pra baixo, enterrando o rosto no traves-seiro.

O barulho parou.

- Aleluia.- ele disse, com a voz abafada.

Então, ele ouviu batidas na porta de seu quarto.

- Puta que pariu...-

A porta se abriu, e entrou os companheiros de sua banda, menos Ana.

- O quê houve, Gackt-kun? Quando tem reunião, você geralmente é o primeiro a chegar. Tá se sentindo mal? Está doente?- You perguntou, sentando-se ao lado dele.

- Não fode.- o cantor simplesmente falou.

- Ih, tá puto...- Chachamaru disse.

- Já pedi pra não foder!- ele falou, já se irritando.

- Tá, fala aí o que está te irritando.- You disse, suspirando.

- Nada, porra.- disse o jovem cantor.

- Você não costuma falar tanto palavrão.- continuou o companhei-ro, com muita paciência.

- Se eu passar a falar você não vai ter mais como rebater.-

- Pára de enrolar e fala de uma vez!- disse Torbi.

- Não fala assim comigo ou eu juro que eu vou te meter goela abaixo essa merda de travesseiro!- ele ameaçou, tirando o rosto do travesseiro.

- Vem que eu duvido, “mocinha”!-

-Vou acabar com você agora!- ele gritou e queria pular para cima do companheiro, mas foi impedido por You.

-Vou te fazer virar um uke!- gritou Torbi, também sendo preso por outro companheiro.

-Aew! Viemos aqui pra fazer uma reunião e não pra trocarem por-rada! Então vamos de uma vez fazer essa porra de reunião que eu tô cansado e quero dormir! Se mais tarde vocês quiserem se comer de porrada ou não, que fassam isso em um quartinho de hotel ou em outro lugar! Vamos resolver essa merda de uma vez, vamos!- disse Ren.

- Tá... Então, o quê vamos discutir?- perguntou Gackt, bufando com impaciência e sentando novamente na cama.

-Bem simples: Acho que não estamos dando muita atenção para a Ana-chan.- disse You.

-E daí?-

-Isso não é bom.-

-Por que?-

-Porque ela pode achar que não damos importância pra ela, pode se sentir sozinha ou desvalorizada e querer sair da banda.- ele explicou.

-Até que não seria má idéia. Aquele amigo dela que veio ensinar inglês para ela foi um grosso comigo. Corno!- Gackt disse, muito bravo.

-Cara, mas pensa assim: tem um monte de fã que adora essa ga-rota. Se ela sair da banda, vamos perder uma boa parte dos fãs. E ela toca guitarra muito bem e sabe todas as músicas de cor e salteado e se a perdermos, vai demorar muito tempo para conseguirmos achar outro tão bom ou melhor que ela! E você se lembra da última vez, foi um in-ferno achar outro guitarrista! E ela é tão quietinha, não dá problema algum.- disse You.

-E além do mais ela toca guitarra muito bem, e vai ser um saco fazer todos os testes de guitarrista novamente!- falou Chachamaru.

-Eu já disse isso, Chachamaru-san...- murmurou You.-Mas não importa, pois eu tenho a solução para esse problema!-

-Qual?- todos perguntam em coro.

-Nós apenas temos que ser mais gentis e tratar melhor a Ana! O quê acham?-

-É uma boa idéia!- todos menos Gackt e You exclamaram.

-Tá, tanto faz...- Gackt bufou.-Agora vocês podem por favor, sair do meu quarto?!-

Todos saíram, apenas You ficou.

-Eu disse para todos saírem. Todos!-

-Me fala o que houve.-

Ele contou tudo o que aconteceu.

-E aí? O guri tá todo errado, né?- Gackt perguntou, um pouco mais calmo.

-Sim.- o amigo respondeu.

-Eu sabia.-

-Mas você também está.-

-O quê?!-

-Sim. Ele por ter dito algo sem finalidade alguma. Poderia apenas ter dito ou pedido para você para ensinar inglês para a amiga, e não para dar criticas sem finalidade alguma sobre o seu inglês. E você por começar uma briga por algo tão besta como isso.-

-Mas foi ele que disse coisas horríveis!-

-Você também, mas não foram ofensivas como as dele.-

-E ele continuou a briga!-

-Você também.-

Silêncio.

-Sugiro que um de vocês peça desculpas.-

-Não vai ser eu.-

-Se ele não pedir antes, vai ser você.-

-Nem fodendo!-

-Então continuem brigados e sentindo amargura um pelo outro.-

E saiu.

 

No dia seguinte, Gackt insistiu para levar Ana até a escola de car-ro. Ela foi arrastada para dentro do veículo, e quando chegaram no colé-gio, o cantor falou:

-Hey, Ana-chan!-

-O quê foi?-

-Tenha uma boa aula.-

-Valeu.-

-Hey, Ana-chan!-

-O quê foi?-

-Diga ao garoto elegante que eu pedi desculpas.-

-Tá bem.-

Mal chegou e se juntou as suas amigas, e Vicky apareceu com uma cara horrível. Mau-humor e raiva eram visíveis em seu rosto demo-níaco.

-Credo...Mais um pouco e eu consigo ver uma aura maligna em volta dela...!- disse Melwy.

Ela chegou, e Caroli resolveu começar a puxar assunto para que-rer aliviar a tensão da amiga:

-Sabe o quê eu comi hoje? Frango!-

-E o “kiko”?!-

-“Kiko”?-

-“O quê que eu tenho a ver com isso”?!-

Silêncio.

-Bem... Huun... Eu consegui botar o Mago do meu irmão no lvl 12 no Ragnarök!- Dani, um garoto falou.

-Bota de uma vez no 24 e não fode minha paciência.-

Depois dessa, Dani saiu de perto.

Os minutos se arrastavam e a cada frase que as amigas falavam, Vicky dava um fora em cada uma. O portão finalmente abriu e Vicky entrou a passos largos. Então, Ana gritou:

-Hey, Vicky-chan!-

-O quê é?!- a amiga perguntou, virando-se bruscamente.

-Gackt-sama pediu desculpas!-

A reação de Vicky foi horrível: primeiro ela continuou parada, de-pois, ela começou a saltitar e a cantar com um sorriso maníaco a música “Smile” da Lily Allen:

 

At first, when I see you cry

Yeah, it makes me smile

Yeah, it makes me smile

Atworst, I feel bad for a while

But then I just smile

I go ahead and smile

 

-O quê ela está cantando?- Melwy perguntou, o olhar demonstran-do surpresa, igual ao olhar das duas amigas.

Ana pegou o dicionário e traduziu:

 

“Sempre que te vejo chorar,

Sim, isso me faz sorrir

Sim, isso me faz sorrir

Na pior das hipóteses, eu me sinto mal por um momento,

Mas depois eu começo a rir”

 

-Credo... Dessa aí, eu quero morrer amiga...- disse Melwy.

 

Já era de noite, e Ana havia acabado de chegar na mansão, e viu Gackt se aproximar.

-E aí?- ele perguntou.

-Ela aceitou. Mas a aceitação dela foi muito demoníaca...- ela res-pondeu, sentindo um calafrio.

Todos da banda estavam fazendo algo. You estava lendo jornal, Chachamaru estava jogando Nintendo Wii com Ren, e assim por diante.

Ana havia acabado de se sentar com exaustão no sofá macio quando ouve-se a campainha tocar.

Gackt foi atender.

Assim que ele abriu a porta, apareceu aos seus pés um bebê enro-lado em um pano rosa com uma cartinha presa no lenço com um alfine-te.

Ele se abaixa, pega a carta e a lê com atenção.

-Oh, meu Deus...- ele fala, a voz mostrando susto e surpresa ao mesmo tempo.

-O quê foi, Gackt-kun?- You pergunta, abaixando o jornal e olhando para o amigo que empalidecera.

-Eu virei pai...-ele respondeu.

 

 

 

 

¹: Quando eu fiz o cosplay de “Fujioka Haruhi”, e saí para a rua pra ir a um evento de animes, todos na rua achavam que eu era um ga-roto elegante e começam a comentar sobre meu charme e elegância.


Fim do Primeiro Capítulo!


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Notas finais do capítulo

Olá gente!
E aí? Gostaram do primeiro capítulo de “Bon Revês”?
Espero que sim!
Bom, vocês podem me dizer se gostaram ou não ou até mesmo dar opiniões mandando reviews!
Bem, era só isso. Até o próximo capítulo de “Bon Revês”!

.P.S.: Eu queria agradecer a quatro amigas:
Melwy (username: Zara_chan) por dar permissão a eu pôr ela na fanfic e por ser gentil(outra coisa: fic legal a sua, Melwy! Gostei!Posta mais que eu tô ansiosa!!);
Caroli por ser uma boa amiga e por também dar permissão a eu colocá-la na fanfic;
Bo-chan (ou Ana), por sonhar essa história e me contá-la;
E por último, mas não menos importante...
Eu, por ter a maluca idéia de transformar isso em mangá (eu resolvi esquecer essa idéia no final das contas...) e por resolver mostrar ao mundo essa história em um site de fanfics que eu gosto: o Nyah!Fanfiction!

.P.P.S.: Afinal, eu gostaria de fato, saber o porquê que vocês três, minhas amigas odeiam o Gackt Camui...



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