Lina Inverse e a Pedra do Feiticeiro escrita por niele mzk


Capítulo 2
Cap I, p I: A Festa Que Foi Um Estouro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/900/chapter/2


CAPITULO I

DESCOBERTA


  Parte I – A Festa Que Foi um Estouro!


  O sol nasceu da mesma forma que todos os dias, e da mesma forma que todos os dias, Martina acordou e ofereceu o novo dia que raiava à Zoamelgustar. Mas aquele não era um dia normal (pelo menos não para os habitantes do nº4 da Rua dos Alfeneteiros). Era um sabado muito especial, o aniversário de seu amado filinho Margulus. Ele estava crescendo como um garoto forte, e merecia tudo de melhor no seu aniversário.
  Martina colocou um roupão escuro por cima da camisola e foi até a cozinha, sorrindo para o sol matinal que entrava pelas janelas. Ela pensou em fazer um bom café da manhã. Waffles, panquecas talvez, frutas, ovos... e um grande bolo de aniversario para seu Marggyzinho! Ela já tinha pensado em tudo e comprado toda a comida para a festa de antecendência, incluindo dois bolos: um de chocolate, morango e chantilly para comemorar o aniversário e outro de chocolate, mais simples e barato, para ser servido na hora da festa. Já que nas festas, até o aniversariante distribuir pra todo mundo o bolo já acabou. Então, Martina resolveu ser mais espertas. Ha! Se pensam que vão acabar com o bolo do seu filinho estão muito enganados, principalmente porque bolos prontos custam caro!
  Ela chegou até a geladeira para preparar o café da manhã, ainda se maravilhando com sua própria inteligencia. Ela abriu a porta... e parou. O sorriso desapareceu do rosto de Martina mais rápido que salário adiantado e ela começou a ficar naquele perigoso tom de vermelho que faz a pessoa pensar que irá explodir como panela de pressão (O que é uma metáfora muito semelhante com a realidade, nesse caso). Perdendo alguns segundos apenas para tomar folego, Martina berrou com toda a força que pôde:
  - LINAAAAAAAAAA IIIINVEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERSE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  Em algum lugar escuro e abafado da casa, Lina Inverse acordou, batendo a cabeça quando se sentou rapido demais. Massageando a testa e resmungando coisas desagradáveis, a garota rastejou para for a das cobertas e abriu a porta que dava para o resto da casa. A luz do sol bateu na sua cara fazendo a menina fechar os olhos imediatamente. Então, Lina escutou o som de passos pesados, que reconheceu imediatamente.
  Lina então se lembrou da noite anterior e percebeu o porque dos passos e dos gritos. Mais que depressa, ela fechou de novo a porta com uma batida e fez o possivel para mante-la bem fechada quando Martina agarrou a maçaneta do outro lado e puxou.
  - Abre isso AQUIII!!!!! - ela berrou, puxando – Lina!!!! Sai daí AGORA! ISSO É UMA ORDEM!!!
  - Nunca!!! - Lina gritou de volta, segurando a maçaneta com as duas mãos.
  - SUA PESTE!!! Eu vou lhe ensinar a não comer TODA A COMIDA DA CASA!!! SAAAAIA!!!
  - Que gritaria é essa?? - uma outra voz fez parte da conversa. Zangulus tinha chegado à cena, vestindo um pijama azul calcinha, os cabelos mais desgrenhados que o normal, coçando a cabeça com uma imensa cara de sono.
  - LINAAA, sai de dentro do armario!!! Zangulus, TIRA ELA DAÍ!!! Tira para que eu consiga MATAR ELA!!
  - O certo seria “mata-la”, amor-
  - Pouco me interessa!! TIRA ELA DAÌ!!!
  Zangulus suspirou e foi ajudar sua mulher a tirar a garota de dentro do armario, antes que este fosse demolido. Martina bufava. Era sempre assim! Desde aquele maldito dia, à dez anos atrás, em que resolvera aceitar o bebe que fora colocado em sua porta eles não tinham conseguido uma unica refeição em paz. Claro, sempre se podia conter o apetite incontrolável daquela fedelha na mesa, mas nada a impedia de sair no meio da noite e devorar TUDO o que tinha na geladera (e na despensa, e no freezer...).
  Só pra isso aquela menina servia, para acumular despesas. E tambem para lembrar Martina de coisas que ela esperava ter esquecido. Depois de tantos anos, ela se via de frente com Inverse de novo, em todos os sentidos. Lina era uma cópia carbono de sua mãe, os cabelos longos ruivos e cheios, os olhos castanho avermelhados grandes e redondos, a baixa estatura, as curvas pouco desenvolvidas, o temperamento explosivo... Maldita hora em que resolvera ficar com a criança. Claro, a ideia de Lina com sumo-sacerdotisa até fazia sentido no começo, mas logo se via que não era digna dessa posição. Aliaz, não era digna de nada.
  Depois de acalmar os nervos de Martina e tirar com muito esforço Lina de dentro do armário (que servia de quarto para ela) Zangulus sarviu de árbitro para a nova discussão nada amistosa que se deu inicio no meu do corredor.
  - Se não me deixasse sempre com fome, eu não faria isso! - Lina protestou.
  - Ha! Te deixar com fome? Voce come mais do que todos nós juntos! - Martina rosnou – Voce não merece mais comida do que recebe, pra falar a verdade, e nem precisa.
  - Preciso sim! Sou uma pré-adolescente em fase de crescimento! Quer que eu não me desenvolva direito? - Lina fez sua melhor cara de “filhotinho molhado” combinado com uma voz chorosa.
  - Pra falar a verdade, pouco me importa – Martina respondeu, seca – Agora eu vou ter que sair de novo para comprar a comida para a festa de aniversario do MEU FILHO, e vai demorar mais para preperar a festa, tudo por SUA culpa!
  - Nós vamos sair para comprar tudo aquilo de novo AGORA? Não seria melhor mudar a festa para outro dia?
  - Zanggy querido, cale a boca! Lina, voce não vai sair deste armário até voltarmos e quando a comida chegar, voce não vai comer NADA, está me ouvindo?
  - Sim, Tia Martina...
  - Quantas vezes eu tenho que dizer para me chamar de Martina-sama?
  - Sim, Martina-sama... - Lina falou de má vontade. Martina continuou.
  - Eu devia proibi-la de mostrar sua cara na festinha do meu lindinho Marggy mas quero ter voce bem ao alcance dos meus olhos durante o dia de hoje, então sinta-se com sorte e agradeça a Zoamelgustar que sou misericordiosa com alguem inferior e insignificante como voce! - ela se virou com o nariz empinado e caminhou em direção à saida – Zangulus, venha!
  - Hai! - o homem obedeceu, correndo atrás de sua esposa, parando apenas para pegar sua carteira e para lançar a Lina um olhar de “Bem-isso-foi-mau-mas-voce-fez-por-merecer”.
  - Diga a Margulus onde fomos, se ele perguntar – Martina falou da porta, antes de sair, acompanhada de perto por Zangulus.
  Lina entrou em seu armário e esperou, contando mentalmente. Um, dois, três, no quatro a porta se abriu com estrondo e Tio Zangulus passou correndo ao som da gritaria de Martina, que parecia berrar alguma coisa como se vestir apropriadamente antes de sair de casa. Minutos depois, ele voltou tendo trocado o pijama azul por uma roupa do dia-a-dia (aproveitando para colocar seu inseparável chapéu) e saiu de novo, batendo a porta.
  Suspirando, Lina saiu de seu armário e foi até a sala, sentando-se no sofá e ligando a Tv com o controle remoto que não tinha sido quebrado por Margulus.
  - Que foi esse barulho todo?
  Falando no diabo...
  Margulus andou até o sofa quando Lina fingiu que não ouviu sua pergunta. Como sempre foi desde o momento em que nasceu, ele era muito parecido com o pai. Alto e magro, com o cabelo negro cacheado como o de Martina, olhos escuros e pele morena, o filho dos Navratilova era a personificação mortal do azar e da falta de elegância. De fato, desastres pareciam segui-lo a todo lugar (algo que ele puxou da mãe, com absoluta certeza). Lina não gostava muito de ter que lidar com Margulus, ou Margs, como ela usava para simplificar. O garoto a irritava.
  - Oi? Tá acordada? - Margulus acenou diante da cara de Lina, que rosnou.
  - O que voce quer?
  - Acordei com gritos. Era Marty de novo?
  - Pra variar – Lina começou a trocar de canal na Tv, sem olhar para o garoto em pé ao seu lado.
  - Hum... Foi sua culpa não foi? - ele meio que sorriu.
  - Não enche!
  - Nossa, que educada – Margulus decididamente sorria agora – Qual foi a punição? Ficou sem almoço e jantar, ou só sem almoço?
  Foi a vez de Lina sorrir, de uma maneira meio cruel.
  - Nenhum dos dois. Mas acho que quem ficou sem café da manhã foi você...

  Quando Zangulus voltou cheios de pacotes que Martina o obrigou a carregar sozinho ele foi imediatamente derrubado por um projétil que acertou em cheio sua testa. As compras se espalharam pelo chão enquanto o homem sentava, massageando a marca vermelha que tinha ficado de lembrança.
  - Itaiii... Que diabos foi isso??
  - Zan Zan, que coisa! Voce derrubou tudo! - Martina entrou logo depois do marido, cerregando sua bolsa (e APENAS sua bolsa) – Será que ninguem colabora comigo hoje? Tenho uma festa para preparar, ó cáspita! Agora acho melhor voce recolher antes que- AHH!! - ela se abaixou evitando de ser acertada por uma panela que de repente resolveu sair voando em sua direção. Prestando mais atenção no cenário da cozinha, não era só a panela que estava voando, e sim quase todos os utensilhos presentes no lugar.
  - Tome isso!!! - Lina arremessou uma frigideira na cabeça de Margulus, errando por centimetros e acertando a estante de vidro atrás.
  - Tome você!!! - uma cadeira foi arremessada na garota, que saltou para o lado evitando de ser atingida.
  - O que é ISSO??? - Martina berrou, meio assustada, meio surpresa, e foi ignorada – Estão destruindo a minha cozin- (BAM!) AIEEE!
  - Errou! Nhé nhé! - zombou Margulus quando uma travessa de aluminio arremessada por Lina passou reto sua cabeça e acertou Martina. Porem logo em seguida o garoto gemeu quando um conjunto completo de tempero para salada (incluindo vinagre e molho shoyu) acertou sua testa – Ack!! Isso doeu!! Vai se arrepender Lina!!
  - Prova! - Lina estirou a lingua para Margulus, já preparando o proximo projétil.
  - Parem! O que pensam que- Ops! - Martina desviou do projetil extraviado de Lina – O que pensam que estão fazendo?? Parem com isso! JÁÁÁÁÁÁÁ- (CRASH)!!!
  Martina caiu no chão quando uma grande travessa de porcelana interrompeu seu grito. Apesar de incompleto, o grito surtiu efeito e Lina e Margulus pararam de arremessar coisas. O garoto correu para Martina.
  - Papai, desculpeee! - ele choramingou – Era pra acertar Lina, eu juro, mas voce entrou na frente! Gomen, gomen, gomen, gomen, gomen...
  - Eu... sou... “mamãe”... - Martina resmungou com a voz abafada de estar com a cara achatada no chão. Lina assistia com uma grande gota decorando sua cabeça.
  - Muito bem, alguem pode me explicar o que os dois estavam fazendo? Vamos, quero uma resposta! - Zangulus levantou do chão e assumiu sua postura de pai autoritario, na falta de Martina para exercer algum controle. Foi o botão “start” para os dois jovens começarem a falar ao mesmo tempo.
  - Foi tudo culpa dela! Ela que começou!
  - Não fiz nada! Foi ele! Foi eleee!!
  - Ela atirou uma chaleira em mim!
  - Ele tava me forçando a cozinhar pra ele!
  - Ela comeu tudo e queria me deixar sem café da manhã!
  - Ele insultou uma pobre garota indefesa como eu!
  - Não fiz nada de errado mamãe! Deixa ela trancada no armário pelo resto do mês!
  - Ele não é sua mãe, é seu pai, sua anta!!
  - Eu chamo do que eu quiser entendeu, baixinha?
  - Baixinha??? Porque voce não vai para-
  - Tá bom, já chega! - Zangulus enterrompeu antes que a conversa ficasse baixa demais – Lina, volte pro seu armário e você rapaz, vai pro seu quarto e não saia de lá até que eu chame!... ou até que sua mãe chame... ou até que-
  - Vai me deixar de castigo?? No meu aniversário? Por causa DELA?? - Margulus protestou numa voz ferida e chorosa.
  - Que coisa, parece que não vou ser a unica trancada hoje – Lina sorriu para si mesma enquanto se virava para a porta, a caminho do seu armário.
  - Espere! - Lina parou e olhou para trás. Martina tinha se levantado e olhava para ela, automaticamente fazendo pai e filho recuarem, um engolindo em seco preocupado, o outro sorrindo de maneira vingativa. Martina avançou um passo na direção de Lina e sorriu – Acho que hoje voce não vai ficar trancada, Inverse. Não... Voce vai limpar toda essa cozinha, arrumar toda essa bagunça e deixar tudo perfeitinho, não é uma ideia melhor? Ande logo garota! Quero esse lugar brilhando antes da hora da festa! - a ultima frase foi falada na forma mais rispida possivel. Lina reagiu como se a mulher tivesse acabado de condena-la a morte, o que fez o sorriso de Martina voltar. Ela se virou para o marido – Quanto a voce, ora Zangulus querido, seria muita crueldade com o garoto manda-lo de castigo num dia especial como esse. Marggyzinho já deveria saber que aquela garota é má influencia para ele, não deveria ficar perto dela – Martina acariciou o filho, observando com satisfação o rosto de Lina se contorcer de furia – Venha meu bem, venha me ajudar nos preparativos para sua festa.
  - Sim papai! - Margulus sorriu com alegria. Martina pareceu desconcentrada.
  - Hehehe, “mamãe”, Marggy, lembre-se. Agora venha – ela acompanhou o filho através da porta que levava à sala – Zangulus, traga os pacotes. Inverse, ao trabalho!
  - ...sim...Martina-sama... - Lina falou entre os dentes cerrados.
  Zangulus recolheu os pacotes e saiu sem sequer olhar para a garota, que permaneceu no meio da cozinha. Ela olhou ao redor e sentiu o desânimo bater mais forte que acidente de carro ao ver a total desordem que estava a cozinha. Tremendo de raiva de Martina, ela começou a limpar a bagunça.

  Lina Inverse odiava morar no nº4. Não que a casa fosse ruim, até que era um lugar agradável apesar de um tanto pequeno. Ela só detestava ter que viver sob o mesmo teto que Martina Zoana Mel Navratilova. A mulher parecia viver apenas para tortura-la e faze-la se sentir miserável. Nada que Lina fazia estava bom para ela, tudo em Lina ficava pior. O cachorro do vizinho recebia melhor tratamento. O fato da própria Lina ser uma pessoa de genio dificil não ajudava. Discussões e brigas como aquela era comuns, e geralmente acabavam com Martina punindo a garota, fosse ou não sua culpa, tivesse ou não feito algo errado, ou apenas porque estava de mal humor.
  Martina não era exatamente uma pessoa má. Apesar de ser mandona, mimada, prepotente e de agir de maneira estranha quase sempre (sem falar naquele negocio de Zoamelgustar), a mulher de cabelos cacheados era gentil e amável com todos, quando de bom humor, e Lina percebia que o amor dela por sua familia era genuino. Ela só não conseguia compreender o porque Martina era tão cruel com ela.
  Zangulus parecia ter pena da garota mas nunca fazia nada a seu favor, apenas tentar acalmar sua esposa quando esta se exaltava demais. Ele poderia até ajudar a situação de Lina, mas entre fazer uma garotinha feliz e fazer sua esposa feliz, ele automaticamente escolhia a segunda opção. Para seu próprio bem estar físico e psicológico.
  O filho dos dois ignorava a menina o maximo que pudia, mas as vezes a moda inventada pela mãe subia à cabeça e ele resolvia dar uma de “grande chefão” em cima de Lina. O fato de serem da mesma idade e tendo crescido juntos não significava muita coisa para nenhum dos dois. Apesar de Lina achar divertido enganar Margulus as vezes (tão credulo quando imbecil), o rapaz a irritava constantemente. Principalmente porque ele paricia bem feliz com o tratamento que ela recebia de Martina.
  É claro que Lina Inverse não iria tolerar tamanho abuso. Mesmo abaixando a cabeça na hora ela tinha suas maneiras de se vingar. Por exemplo, Lina poderia muito bem usar as roupas velhas e desgastadas que ganhava de seus “tios” (por falta do que chamar; Martina deixara bem claro que ela havia sido encontrada e não tinha parentesco algum com nenhum deles), mas porque, se vende-las junto com as camisetas de griffe de Margs era bem mais lucrativo? Com o dinheiro das vendas ela comprava roupas decentes para si mesma e einda sobrava alguma quantia para bijuterias e acessórios. Perdera a conta de quantas vezes Margulus levara broncas, acusado de perder suas coisas e fazer a mãe gastar dinheiro para repor. Na verdade, usar as coisas que Margs ganhava era um costume. As vezes era punida, as vezes não. Afinal, nem sempre descobriam.
  Lina deixava Martina pensar que ela realmente sorfria e agonizava com suas ordens e com suas punições, mas ela sempre arranjava um jeito de contornar as berreiras e fazer o que quiser, independentemente da vontade da grande e poderosa Martina-sama. Esse pensamento era o que a fazia suportar aquela mulher odiosa todos os dias e ainda sorrir depois. Se pudesse, iria embora dalí. Não que ela não tivesse tentado é claro, mas for a pega das ultimas tres tentativas (e punida mais severamente). Mas não tinha realmente para onde ir. Ela não fazia a minima ideia de quem era sua familia de verdade, ou porque seus verdadeiros pais a tinham abandonado deixando a bomba nas mãos de Martina e sua familia, como a própria costumava dizer. Em todo caso ela fazia o maximo para se manter superior. Afinal, ela é Lina Inverse.

  Os preparativos para a festa já estavam prontos quando Lina terminou de organizar a cozinha. Martina a enxotou de lá para que ela pudesse trabalhar na comida (e provavelmente forçar Zangulus a fazer as atividades mais complicadas). Na sala, a “decoração” que os pais de Margs haviam arrumado era uma faixa com os dizeres “parabens” e meia duzia de balões. Lina  concluiu que era provavelmente porque Martina resolveu poupar dinheiro, pra variar. Lina se arrastou até seu armário, pensando em talvez tirar um cochilo antes da festa começar.
  A unica razão pelo qual Martina deixara Lina participar da festa de seu “lindo Marggyzinho” era porque eles teriam que esconder os objetos frágeis em seu armário quando os convidados chegarem. Afinal, mesmo que jovens de 11 anos não sejam considerados mais exatamente crianças, melhor previnir que lamentar, e todo o tipo de acidentes costumam acontecer em aniversários. Então, o único lugar de privacidade e paz de Lina seria entupido de tralhas e ela teria que participar da festa do Margs loser junto com o bando de amiguinhos losers que ele tem. Legal.
  Algumas horas depois, Lina estava morrendo de fome (afinal, não comera café da manhã) e saiu do armario de novo para verificar como estavam indo os preparativos. Entrando na sala de jantar (que era conjunta a sala de estar), os olhos de Lina brilharam. Docinhos dos mais variados tipos lotavam a mesa de madeira, escondendo quase completamente toalha branca embaixo. O que o casal Navratilova havia economizado em decoração, tinham caprichado no menu.
  Lina voou em cima da mesa de doçes. Ela pegou uma mão lotada de brigadeiros, lambeu os beiços, levou os deliciosos petiscos açucarados em direção a boca e...
  ...Não comeu, porque naquele instante Martina entrou na sala, vindo da cozinha.
  - Que está fazendo? - ela levantou uma sombrancelha para Lina, que largou os docinhos no mesmo instante.
  - Estou... organizando! - a garota sorriu, embaraçada, inventando qualquer disculpa menos esfarrapada – Sim, vê? Tem muitos beijinhos desse lado da mesa, tem que ficar divididos igualmente nos dois lados.
  - Está sugerindo que minha organização está incorreta? - Martina levou as mãos na cintura. Lina suspirou aliviada.
  - Claro que não! Tem razão, falha minha, está tudo muito organizadinho! Parabens! - e saiu de perto da mesa.
  Martina lançou um olhar suspeito para Lina, antes de se virar e gritar com toda a doçura que conseguiu reunir.
  - Marggyyyy! Mahzinuuu, vem cá! Mamãe tem uma coisa pra voce!
  Margs veio correndo, uma colher lambuzada numa mão e uma folha de papel na outra.
  - Que foi, papai?
  O sorriso de Martina vacilou por um segundo, antes dela se virar e gritar o nome do marido. Zangulus tambem veio correndo, usando um ridiculo avental branco lambuzado e o chapéu de sempre na cabeça.
  - Sim amor?
  - Querido, pegue o presente! - ela apontou para o corredor que levava aos quartos, a outra mão na cintura. Zangulus saiu com um breve “Hai!” enquanto seu filho saltitava de um lado para o outro, os olhos brilhando de emoção.
  - Ah, presente, presente!! O que é, hein papai? É a espada que eu pedi? Igual a de mamãe? É meu videogame? É o meu pônei? O que é, hein hein? Conta vai!!
  Lina rolou os olhos para cima diante da exitação do garoto, e lançou um olhar cobiçoso à mesa. Se ao menos ela pudesse comer aqueles doces já valia a pena ter que aturar a chatice do moleque. Ela voltou a abservar a cena quando Tio Zanggy chegou com um pacote mediano, embrulhado em papel azul.
  - Feliz aniversario, filho! - Zangulus e Martina disseram juntos, entregando ao garoto o pacote que rasgou o papel à migalhas em uma fração de segundos. Ele abriu e seu sorriso amarelou antes de sumir.
  - Roupas? - Margs olhou para a bermuda espalhafatosa verde limão. Lina se segurou para não rir ao imaginar como o magricela Margs ia ficar vestindo uma coisa daquelas.
  - Sim! - Martina sorriu – E aí? Gostou?
  - Ah.. legal... - ele colocou o presente dentro do pacote de novo e olhou esperançoso para a mãe - E a minha espada? Voce comprou minha espada? E o meu pônei?? Hein? Hein?
  - Bom, eu tentei convecer sua mãe mas... - Zangulus murmurou baixinho.
  - Ah meu docinho, ninguem usa mais espadas. E eu já disse que não temos espaço para um pônei dentro de casa!
  - Mas papai tem uma espada legal! - o moleque resgatou a voz chorosa.
  Zangulus girou os polegares e olhou para cima inocentemente ao receber um olhar meio perigoso de Martina. Felizmente para ele, a campainha tocou anunciando a chegada dos primeiros convidados. Margs largou o pacote numa cadeira e correu empolgado para a porta de frente. Martina gritou alguma coisa para Zangulus, algo relacionado a voltar para a cozinha e terminar os brigadeiros, depois foi até a porta receber os convidados. Lina suspirou, e olhou para a mesa de novo quando seu estomago rugiu em protesto.

  Algum tempo depois a casa nº4 da Rua dos Alfeneteiros estava sofrendo os sintomas mais comuns de festas de aniversario: gritaria, bagunça, sujeira e invasão do espaço pessoal. Lina se segurou para não gargalhar quando alguns moleques invadiram o quarto de casal e roubaram toda a gaveta de cuecas do Tio Zanggy e falhou em segurar o riso quando acidentalmente derrubaram toda a limonada na cabeça de Martina.
  Lina ficou no canto da festa, sem falar com ninguem e sendo ignorada por todos. Ela já começava a se entediar quando Margs de repente apareceu segurando uma espada comprida que ela reconheceu sendo do pai dele.
  - HYA!! Eu sou o grande espadachim!! - ele gritou, girando a espada, quase decaptando uma garota que estava por peto. Lina afundou o rosto de vergonha quando Margs veio em sua direção – Vamos! Eu te desafio! Duele comigo Inverse, e eu te provarei que sou o melhor espadachim!
  - Eu não tenho uma arma... - ela falou pra ele, irritada, enquanto os convidados riam.
  - Esse é o meu filho! - Zangulus sorriu orgulhoso, segurando uma cesta com todas as cuecas que conseguiu reunir de volta. Um minuto depois porem, quando Margs furou o sofá numa investida falha contra Lina, que agora estava berrando furiosa com ele, Zangulus se lembrou que não deveria deixar seu filho mexer na espada. Ele jogou a cesta para o alto (fazendo uma chuva de cuecas cair sobre algumas crianças proximas) e correu na direção de Marggy – Margulus! Filho! Me devolva isso, é de estimação!!
  Margs ficou emburrado quando o pai tirou a espada de sua mão.
  - É bem feito! Tem noção que quase varou meu estomago ao meio com essa coisa?? - Lina berrou, furiosa.
  - Silencio! - Zangulus ralhou, ainda assim de forma mais branda do que Martina – Voce tem sorte que Marty está tomando um banho pra tirar o cheiro de limonada do cabelo, senão ia ver só a bronca que os dois iam levar. Marggy, nós já te falamos para não mexer nisso aqui.
  - Se me deixassem ter minha espada... - ele cruzou os braços emburrado, mas logo depois um dos moleques da festa chamou Margs para fazer alguma coisa qualquer e ele esqueceu o assunto. Zangulus foi guardar a espada quando se lembrou das cuecas, e viu que alguns dos meninos estavam usando-as na cabeça como alguma forma bizarra de chapéu, então ele mandou Lina coletar de volta sua roupa de baixo enquanto ele procurava um novo lugar para esconder sua espada. Os esconderijos estavam quase se esgotando!
  Lina ficou enojada com a tarefa, mas decidiu não discutir. Depois de brigar com metade dos moleques da festa, ela conseguira encher o cesto novamente. Depois ela viu a mesa, e viu que os convidados estavam comendo os docinhos. Ela sentiu uma pontada de inveja e seu estomago roncou de novo, desta vez mais alto, alarmando alguns dos jovens por perto.
  Certo, Martina tinha dito que ela não comeria nada, mas... quem liga para o que Martina diz? Com exeção de Zangulus e aquele cara estranho que faz parte da seita dela, ninguem. Lina largou a cesta (que perdeu seu conteudo novamente) e atacou os docinhos com apetite assassino, desesperada para engolir a maior quantidade de comida possivel antes que Srta. Reclamona voltasse do banho e entes que Zangulus encontrasse um novo esconderijo para sua arma de estimação. Margulus estava muito ocupado abrindo os presentes que acabara de ganhar para perceber os doces de sua festa acabando em questão de segundos, devorados por uma criatura faminta e baixinha que assustava seus convidados.
  Quando Zangulus voltou, a mesa estava vazia, sem um unico beijinho seuquer para contar historia. Ele coçou a cabeça e ajeitou o chapéu, suspirando. Talvez fosse hora de fazer mais brigadeiros, antes que Martina gritasse exatamente essas palavras, mas chegou na cozinha apenas para descobrir que seus ingredientes tambem haviam sido roubados por crianças pentelhas. Ele então desistiu, e resolveu coletar suas cuecas de uma vez por todas.
  Lina, sentada no sofá, se fez de inocente. Ela não gostava daqueles moleques impertinentes que eram os amigos de Margs. Cada vez que ela tentava conversar, riam dela ou então a ignoravam. Todos eles conheciam Lina, é claro, a garota estranha que dormia num armário e estudava numa escola publica porque os pais não queriam bancar sua educação. Lina tinha algumas correções a fazer nessa frase. Primeiro, chamar os Navratilova de “pais” era elogio para eles, e insulto para Lina. Segundo, o certo era que MARTINA não queria bancar sua educação. Lina Inverse sentia que estava melhor sem aquelas pessoas mesquinhas por isso permaneceu sozinha o restante da festa.
  Na hora de cantar parabéns, houveram alguns emprevistos, como tirar o bolo do alto da estante (Martina colocara alí por desconfiar de uma certa garota ruiva que morava com eles). Margulus coçou a cabeça, de uma maneira que o deixou ainda mais igual a seu pai. Só faltava o chapéu marrom.
  - Mamãe, acha mesmo que precisamos cantar parabéns? - ele perguntou a Zangulus, que tinha uma gota descendo pela cabeça – Já não estou bem crescido pra isso?
  - Ah, que é isso filho! É a tradição! - ele deu um tapinha no ombro do filho.
  - Isso mesmo! - Martina apareceu, sabe-se lá de onde, sorrindo alegremente – Alem disso, o parabens é uma ótima maneira de avisar que a festa está no fim!
  O filha não sabia se deveria ou não sorriu com essa noticia. Margulus, como o de costume, subiu numa cadeira atrás da mesa, onde for a colocado o bolo. Lina babou ao avistar o bolo de chocolate, mas logo sua vista foi desviada por outra coisa. Todos os convidados ficaram com gotas em suas respectivas cabeças quando Martina apareceu do lado do filho usando seus trajes cerimoniais de sumo-sacerdotisa (aka bikini branco e preto com ombreiras em forma de crânio de algum animal e uma capa).
  - Sudações a todos! - ela bradou – Hoje, neste dia, comemoramos o decimo primeiro aniversário de Margulus Zoana Vaik Navratilova, e eu agradeço a presença de todos voces nessa grande e memoravel celebração! Agora, todos juntos, vamos orar ao grande e poderoso Zoamelgustar, para que ele garanta a glória desse próximo ano na vida de nossa familia! - Todos os convidados apenas olharam para ela, mudos e boquiabertos. Margulus corou violentamente.
  - Mãe, agora não... - ele resmungou, mas Martina pareceu nem ouvir.
  - Oh, Monstruoso Zoamelgustar!! - ela se dirigiu à bizarra mascara de Zoamelgustar, pendurada na parede da sala – Escute nossas palavras! Garanta o PODER em nossas mãos! Nos guie e nos revele o caminho através da destruição para nosso glorioso futuro!!!!
  Nessa altura do campeonato, Lina estava rosa na tentativa de não explodir em gargalhadas, só de observar a expressão dos convidados, que estavam meio assustados, meio intrigados e, sem exeção alguma, duvidosos a respeito da sanidade da mãe do aniversariante.
  - O que é um “zoanel gustav”? - Lina ouviu um dos amigos de Margs perguntar a outro, que deu de ombros.
  Depois do discurso pra lá de esquisito de Martina (algo normal para seus padrões, mas que não está acostumado estranha) e um parabéns corrido, finalmente cortaram o bolo e Margs desceu da cadeira, ainda vermelho de vergonha. Lina se colocou automaticamente na fila para receber um pedaço mas os esfomeados da festa fizerem quastão de acabar com tudo antes que ela tivesse sua vez. Felizmente, Martina estava muito ocupada sonhando acordada com o futuro de sua Ordem para observar Lina e lembrar da sua punição.
  Apesar de não conseguir seu merecido pedaço de bolo (ora, só um pedacinho! Que custa?) Lina achava que aquela festa estava sendo tranquilo, pelo menos para ela. Não dera motivos para Martina gritar com ela e distrivuir punições, não dera motivos para Margs se aborrecer e ir contar à “papai”, cousando mais dores de cabeça, os demais convidados a estavam ignorando o que era muito bom, e ela ainda conseguira seus docinhos (apesar de achar que tinha sido muito pouco). O aniversario estava no fim, e aos poucos o grande numero de convidados ia ambora, sobrando alguns poucos amigos bagunceiros de Margs.
  Mas, como dita a regra cósmica do caos incontrolável (e como disse Murphy tambem), sempre que algo vai muito bem, alguma coisa tem que dar errado. E aquela tarde não foi exação.
  Em certo momento, um dos convidados se dirigiu a Margs, falando em tom alto o suficiente para fazer Lina escutar.
  - Quem é aquela menina feiosa de cabelo vermelho, Margulus?
  Lina parou em meio do caminho de levar alguns pratos vazios para a cozinha e cerrou os dentes. Feiosa? Ela?? Margs respondeu, dando de ombros.
  - É só a Lina.
  - Ah, aquela esquisita que mora com voces! Ela é como se fosse sua irmã?
  - Não... quer dizer, não é filha dos meus pais se é isso que quer dizer-
  - Então ela é sua empregada, ou algo assim? Porque afinal voce atura ela aqui todos os dias?
  Margs não soube o que responder. Lina tremia de raiva novamente, mas decidiu deixar passar. Continuou seu caminho rumo à cozinha. Oi quando o garoto falou de novo, olhando para Lina de forma cruel.
  - Já sei, ela deve ser seu bichinho de estimação então! Credo, que mal gosto!
  Ta bom, já chega! Aquilo foi demais!!
  - Como é?? - Lina se virou para o moleque impertinente falando com Margulus – Quem voce pensa que é para falar de mim desse jeito? Pois fique sabendo que eu tambem faço parte dessa familia!
  - Faz? - Marggy parecia mais confuso ainda. Lina bateu na cabeça dele.
  - Quieto! E voce, cara, dobre a lingua antes de falar de mim ou vai se arrepender - Lina bateu o pé de maneira irritada. Um grupo de garotos tinham se agrupado para assistir. A festa já estava ficando chata mesmo, aquilo era diversão bem maior. O moleque respondeu.
  - Eu falo o que eu bem quiser de quem eu bem quiser! Tá pensando que assusta quem? Voce é só uma menininha baixinha e estranha, e fala como se alguem aqui tivesse medo de voce! Acorda! Voce não tem nem amigos! Voce não tem sequer um pai e uma mãe!
  Aquilo era proximo demais da realidade para Lina responder. Ela lançou um olhar furioso ao moleque e virou as costas, rumo à cozinha. Mas os outros convidados não iriam deixar a fonte de sua diversão escapar assim tão fácil.
  - Aonde vai? - um deles gritou.
  - Tá com medinho agora é?
  - Acho que ela vai chorar! Hahaha! - alguns deles riram.
  - Uh, gente... - Margulus, que fora deixado de lado, tentou chamar a atenção de seus convidados de novo, mas sem sucesso. Ele observava apreensivo uma veia que parecia prestes a explodir pulsando nas temporas de Lina.
  - Ela deve tá querendo ir embora pro canil onde ela mora pra fugir das pessoas que assustam ela. Afinal, o que mais uma menininha inútil e sem peito como ela pode fazer, alem disso numa situação como essas? - o mesmo moleque que começou a discução ria. E ria bastante, junto com os outros convidados. Lina deixou os pratos cairem no chão, se quebrando em pedacinhos. Ela murmurou.
  - Me... deixem... em paz... - ela abaixou a cabeça e começou a sussurrar mais alguma coisa incompreensivel. As pessoas riram mais. Margulus saiu de fininho, rumo ao corredor, onde iria se divertir assistindo tudo de uma distancia mais segura.
  - Ohh! Tadinha dela! - o garoto zombou – Ela tá chorando é? Eu será que tá só nervosinha?
  Os garotos riram mais, porem pararam aos poucos quando avistaram a garota. Ela parecia brilhar em uma luz avermelhada antinatural, que foi aumentando. Os garotos recuaram, assustados.
  - Q-Q-Que é isso? - o gurí que começara a briga deu um passo para trás quando um vento inexistente agitou as vestes e os cabelos da garota. A voz de Lina foi aumentando e ela se virou para os encrenqueiros.
  - ...pelo poder que eu e você possuimos!!!! - ela recitou e esticou as mãos – DRAGON SLAAAAAAAAAAAAAAAAAAVE!!!!!!!!!!!!!!
  Um grande clarão tomou conta da sala e uma esfera multicoloria de aspecto impressionante se projetou. Depois...

  O Sr. Bicken tomava chá tranquilamente na sala de sua pequena casa, o nº5 da rua dos Alfeneteiros. Ele acrescentou açucar e levou a xícara à boca... apenas para derruba-la em cima de si mesmo quando um estrondo gigantesco se fez ouvir na casa ao lado. Resmungando, o velhote foi até a janela. Já estava cansado daqueles vizinhos barulhentos. Gritaria, portas batendo, estampidos estranhos, e agora o quê? Ele escancarou a janela, e o queixo do Sr.Bicken caiu de maneira cômica.
  A parede da sala não existia mais e metade do teto fora lançado no meio do asfalto da rua vizinha. Cinzas e fumaça voavam da casa, que parecia ter sido atingida por um missil teleguiado. Algumas telhas cairam atrasadas no chão enegracido. O jardim havia sido arruinado, as árvores e o muro do nº3 tambem, e o carro dos Navratilova tinha repentinamente se transformado num pedaço derretido de plástico e metal. O Sr. Bicken ficou olhando abobalhado por alguns vários minutos, até escutar um grito vindo do nº4. Nessa hora, ele resolveu fechar a janela e ir tomar seu chá... no porão.

  - O QUE ACONTECEU COM A MINHA CASA??????? - Martina berrou ao chegar na sala de estar/jantar. A cena era deplorável. Em meio aos móveis e objetos arruinados estava Lina Inverse, parecendo extremamente surpresa. Surpreendentemente, ninguem havia se ferido com a explosão violenta; os convidados da festa estavam estirados no chão, meio chamuscados, mas intactos, os olhos maiores que pratos, tremendo de pavor. Margulus estava no corredor, sentado do chão olhando tudo com uma expressão abobalhada. Zanggy chegou à cena segundos depois do berro de Martina, e seu queixo bateu no chão quando ele viu o que sobrara da sala.
  Martina suava frio. Ela tinha lágrimas nos olhos e seus dentes rangiam, mas não de raiva. Ela se lembrou do que acontecera da ultima vez, com uma outra Inverse, diabolicamente parecida com aquela que estava parada bem a sua frente. Martina alternou surpresa, pavor, ódio e desespero em velocidade impressionante, depois olhou para o céu (a sala não tinha mais teto), levantou as mãos cerradas em punhos e soltou o grito que seu vizinho, o Sr. Bicken, escutara na casa ao lado.
  - MALDITA SEJA, LINA INVEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERSE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  Depois, tudo o que Martina pode fazer foi cair no chão com um sonoro “thump!”, desmaiada.
  Lina olhou do corpo desacordado de Martina, para a expressão pasmada de Zangulus e depois para a destruição que ela mesma havia provocado. Inacreditavel!
  - Ops... - foi seu unico comentário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lina Inverse e a Pedra do Feiticeiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.