Lie - The Story Of The 8th Sin escrita por Koneko-chan, Yukari Rockbell


Capítulo 2
Covarde, realmente covarde é apenas...


Notas iniciais do capítulo

Achei que a Lie ficou meio dramática nesse capítulo, mas no fim das contas achei que ficou bom :3 Espero que qualquer um que esteja lendo goste também.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/89887/chapter/2

Chapter 2 (Ep. 11 – Brotherhood): Covarde, realmente covarde é apenas quem teme as próprias lembranças. (Elias Canetti).

 

Era escuro, mas eu não me importava. Meus outros sentidos eram aguçados o suficiente para identificar a posição dos outros homúnculos. Tanto que senti que Envy olhava para mim em certo momento. Tentei ignorar a sensação, mas seu olhar me queimava e eu resolvi abrir os olhos, surpreendendo-o enquanto me olhava. Lancei-lhe um olhar de aviso. Pare de me observar. Ele desviou o olhar.

– Faz tempo que eu não vejo o Pride – murmurou ele, mais para si mesmo do que para qualquer um na sala, e aparentemente querendo colocar algum assunto em pauta. – Ele anda um tanto sumido demais. Não acha Lust?

– Concordo. Ouvi Wrath dizendo que ele resolveu ficar um pouco de olho nos Elric.

Eu fitei Envy.

– Quem é Pride?

Ele me olhou e fez uma careta.

– Como posso dizer isso... Nosso irmão mais velho? – olhou para Lust, pedindo ajuda.

– Falando desse jeito, ela não vai acreditar quando o vir, Envy.

Eu bufei.

– Vocês são mesmo os sete pecados... Sinto-me um tanto deslocada – desviei o olhar de Envy para Lust, e para Envy novamente.

– Na verdade não somos sete ao todo. Pelo menos não agora – ele falou. – Tem eu, a Lust, o Gluttony, o Wrath e o Pride.

– Espere, você disse que surgiu em Dubith, não é? – perguntou Lust.

– Sim – respondi hesitante.

– Dubith? – Envy rebateu, começando a abrir seu habitual sorriso malandro e rindo um pouco. – Interessante. Ah, sim, outro que está sumido é o Wrath. – ele engrossou a voz. – Afinal, ele tem suas tarefas como o Führer!

– Wrath por acaso é mais competente que você, Envy – ouvi uma voz vinda de algum ponto. A amplitude do local a fez ecoar, me fazendo perder a noção de onde vinha. Era uma voz infantil e sensata, ao mesmo tempo experiente.

Eu fiquei de pé, estreitando os olhos. Não imaginei que pudesse encontrar algo mais imprevisível que Gluttony, mas minha intuição disse que sim. E eu o vi chegando do mesmo lugar por onde Wrath tinha saído dias atrás. Era pequeno! Muito pequeno! Um garoto. Uma criança. Uma expressão serena e despreocupada sob os olhos grandes, o nariz pequeno e um curto cabelo negro.

Assim que eu o vi, seu olhar cruzou com o meu e sua expressão ficou presunçosa. Imediatamente eu arregalei os olhos – a compreensão chegara até minha mente – e recuei um grande passo. O garoto sorriu. Ele abriu a boca para falar algo, mas Envy o interrompeu.

– Wrath? Mais competente que eu? – ele soltou uma risada estridente. – Não fale tolices, Pride!

Pride olhou para Envy com desgosto e então se concentrou em mim novamente. Eu vacilei, quase dando outro passo para trás. Então senti meus lábios se puxarem e soltei uma gargalhada, jogando a cabeça para trás de tanto rir. O garoto continuava me olhando, agora do mesmo jeito que olhara para Envy, mas com um pingo de curiosidade.

– Qual a graça? – perguntou-me.

Eu baixei o olhar para ele, ainda tentando conter o riso. Provavelmente achava que eu ria por ser tão pequeno ou insignificante. Ou pelo fato de Envy tê-lo chamado de “irmão mais velho”.

– Fantástico... – murmurei. – Simplesmente, fantástico. Você que é o Pride, afinal?

Ele assentiu, estreitando os olhos. Eu não pude conter mais uma onda de riso que quase me derrubou, jogando-me para trás. Tentei me focar nele novamente.

– Fantástico! – gritei.

– Droga, Lie, o que é fantástico?! – Envy berrou.

Eu olhei para ele e ri mais um pouco. Eu estava começando a ficar com uma expressão afetada.

– É incrível – falei, arregalando os olhos e dando mais um passo para trás, mantendo a distância de Pride – Nem mesmo eu! Eu! A mestra da ilusão! Conseguiria pensar num homúnculo tão bem bolado!

Um sorriso começou a surgir no canto da boca de Pride. Eu estava enchendo seu ego, sabia disso, mas também estava realmente fascinada.

– Colocar um homúnculo no corpo de uma criança – continuei. Passei a língua nos lábios para umedecê-los. – É simplesmente brilhante... O disfarce perfeito! Ninguém... Ninguém desconfiaria de um ser com uma carinha de santo como a sua.

Pride sorriu.

– Seu corpo também é dos mais jovens. Quantos anos ele tem?

– Não sei. Eu tenho duzentos e setenta. Olhe, as verdades que eu falo não são muitas, mas uma coisa é certa: eu estou absolutamente fascinada com você – eu sorri de um modo sacana. – E minha intuição ainda diz que você é dos mais perigosos.

– Pois ela está correta – confirmou. Sua expressão agora já era alterada. Nada santa. Era a expressão de um adulto acostumado a matar. – Não só dos mais perigosos, como dos mais experientes também.

Meu sorriso só continuava a demonstrar meu deleite.

– Incrível.

– Não se esqueça que o nome dela é Lie, Pride. – disse Lust em seu canto, mantendo um sorriso presunçoso nos lábios. – Ela pode apenas estar te passando a perna.

O garoto ficou sério e olhou para ela. Seus olhos eram perigosos e traiçoeiros. Eu estava certa em temê-lo.

– Cale-se, Lust. – ele disse – Você está parecendo o Envy.

Lust soltou uma risada cética e Envy arregalou os olhos.

– Hã?! O quê?

– Estão com inveja. Vejo isso nos seus olhos – Pride desviou seu olhar para Envy, que por sua vez, estava com uma expressão afetada de quem não acredita nos próprios ouvidos.

– Eu? Com inveja disso? – ele apontou para mim, sem tirar os olhos do colega. – Quer dizer que se eu tivesse sido posto num corpo de moleque menor que aquele Baixinho-kun, ela estaria me idolatrando? – Envy soltou uma gargalhada. – É completamente dispensável, Pride, obrigado.

Eu olhei desafiadoramente para Envy.

– Não precisa ficar com inveja dos elogios. Ontem mesmo eu estava cobiçando sua habilidade de transformação.

Ele olhou para mim com um sorriso presunçoso nos lábios.

– Mentira.

Eu ergui uma sobrancelha.

– Você nunca vai saber.

Encaramo-nos por alguns minutos. Um desafiando o outro sem tirar os olhos um milímetro sequer da posição. Envy era teimoso, eu já entendera isso. Mas até que ponto? As cópias que eu fazia podiam vencê-lo sozinhas, elas são tão reais quanto à original. Tão resistentes quanto.

Meu olhar vacilou levemente.

– Ah, sim – Pride falou, chamando nossa atenção. Ele aparentemente gostara de quebrar nossa concentração um no outro. – Eu ia falar. Aparentemente os irmãos Elric estavam em Rush Valley.  Não posso segui-los até lá, mas Wrath ouviu que vão para Dubith no fim das contas. Estão com aquela amiga loira deles.

– Não teremos que ir para lá, teremos? – perguntei antes que pudesse me conter.

Os homúnculos me olharam.

– Por que, Lie? – Lust me perguntou. – Você não disse que “nasceu” em Dubith?

Eu mordi o lábio.

– Esqueça o que eu disse, foi impulsivo – balancei a cabeça e me sentei no chão.

Envy sorriu.

– Hmm, parece que nossa Bela Dama Misteriosa não quer lembranças de seu passado. – seu sorriso se alargou pretensioso. – O que será que aconteceu? Vou checar nos registros de Dubith da próxima vez que for à biblioteca! Provavelmente vai ter algum incidente que eu possa ligar a você.

– Envy, chega. – murmurei, trincando os dentes.

– Ooh! Então quer dizer que é verdade?! O que aconteceu então? Conte!

Uma mentira. Eu preciso de uma mentira. Qualquer coisa para calar a boca desse homúnculo imbecil! Por quê?! Por que não consigo pensar em nenhuma mentira?! Eu, Lie, não consigo pensar em mentiras. Em situações normais eu acharia isso irônico, mas não. Olhei para Envy, que continuava a especular em voz alta.

–... Ou talvez você tenha explodido alguma coisa e as pessoas te reconheceram! Você chegou a ir para a prisão? Eu fico curioso para saber o que os humanos fazem com as pessoas na prisão! Será que as torturam? Ah, eu adoraria te ver ser torturada, Lie! Ou... Ou não, talvez não tenha sido isso. Talvez você tenha quase sido morta por um...

– CALE-SE! – gritei, trincando a mandíbula ainda mais forte.

Os homúnculos se viraram para mim. Envy, aparentemente satisfeito por ter me feito explodir. Lust, surpresa com minha súbita perda de paciência. Pride me olhava desafiadoramente, como se quisesse saber se eu chegaria a atacar alguém. E Gluttony... Gluttony nem fazia parte da conversa, estava entretido com o agito, apenas.

Eu senti que devia continuar. Se eu não dissesse mais nada, me levariam como uma tola.

– Eu não devo satisfações a você. – falei alto com os olhos arregalados. – A nenhum de vocês. O que aconteceu no meu passado interessa apenas a mim. – baixei o olhar e engoli em seco, levantando-me. – Volto mais tarde. – murmurei, dirigindo-me à porta por onde eu entrara ali pela primeira vez.

Minha respiração era irregular e eu corria o máximo que podia, tentando me lembrar onde ficava a saída. Olhava para cima deliberada vezes, encontrando com os olhos das Quimeras que hesitavam em me atacar. Eu não podia deixar que eles soubessem daquilo. Aquilo que acontecera era imperdoável a qualquer homúnculo – eles me matariam na hora em que soubessem.

Aquilo... Fora um acontecimento que marcara minha existência e me fizera nunca, jamais, querer voltar a Dubith.

Eu olhei a o redor, percebendo uma mudança no ambiente. Eu estava perdida, não encontrava mais por onde deveria sair. Duvidava até que soubesse agora voltar à sala onde os outros estavam. Continuei olhando ao redor, procurando. Tinha que haver uma saída.

Depois de dez minutos procurando, desisti. Fechei os olhos e me encostei à parede, deslizando até que meu traseiro encontrasse o chão e ali fiquei sentada. Senti as lágrimas descerem meu rosto como um rio e deslizarem por meu pescoço como uma cobra. Não. Não. Eu não podia me lembrar disso. Não podia deixar esse fantasma do meu passado me atormentar para sempre... Ele me atormentara por quase cem anos da minha vida. Já não me tomara por tempo suficiente? Eu já não me lamentara demais? Ficar triste por cem anos e não conseguir esquecer algo é horrível! Eu já não pagara por isso? Onde estava a troca equivalente?!

Eu bufei.

– Mas talvez cem anos não seja o suficiente e ele queira pegar mais... – murmurei, apoiando meu rosto nas mãos e os cotovelos nos joelhos. – Já chega, por favor. Não quero lembrar-me disso.

– Eu sabia que você era mentirosa, mas não que era chorona. – disse uma voz à minha esquerda. Eu a reconheci: era Envy.

– Já me humilhou o suficiente, não acha? – perguntei cinicamente.

Senti que ele dava de ombros e se sentava ao meu lado, apoiando os pulsos nos próprios joelhos.

– Não, acho que não. Tudo bem?

Eu tentei secar minhas lágrimas o mais rápido possível e empurrei seu ombro, fazendo-o desequilibrar um pouco para o lado. O olhei, sabendo que meu rosto estava horrível por ficar chorando.

– Não quero sua companhia. – balbuciei. – Vivi sozinha por mais de duzentos anos, sou bem capaz de me recompor sem a ajuda do homúnculo que me fez sentir mal!

– Você mente pior do que eu esperava. – ele riu.

Bufei, trincando os dentes e cruzando os braços, entretanto, sem sair do lugar. Ficamos alguns segundos apenas ouvindo o som de água pingando em algum lugar.

– Não quer me contar o que aconteceu em Dubith?

Eu ri.

– Não. – falei com certeza. – De jeito nenhum.

Ele levantou a sobrancelha para mim.

– Tudo bem que você gosta de mentir, mas podia se abrir com os outros de vez em quando.

– Ah é? – eu ri mais. – E quando foi a última vez que você se abriu com alguém, Envy? Ele desviou o olhar, preferindo não responder. Eu sorri com ceticismo, repentinamente entendendo tudo. Principalmente aquele olhar de “Eu não sou pago para ouvir esse tipo de coisa”.

– Sabe o que mais? Acho que um daqueles três te mandou você vir aqui falar comigo.

Ele me olhou, sem uma expressão definida no rosto. Apenas o cenho um pouco franzido.

– Por que fariam isso?

– Porque, se me lembro bem, vocês não me querem como inimiga. Sou o tipo de pessoa que vocês precisam para que o tal ritual esteja completo.

– Não precisamos tanto assim de você, sabe? – ele reclamou. – Estamos indo muito bem até agora e vamos continuar bem com ou sem a sua ajuda!

– Vocês estão bem até que um de vocês morra. – murmurei.

– E quem te disse que vamos permitir que isso...

– Não precisa dizer. – interrompi. Eu baixei o olhar para minhas mãos. – Você está acostumado a matar, não é? Tirar vidas dos humanos. Nunca pensou pelo outro lado. Já eu, infelizmente, acabei por me acostumar a ver as pessoas ao meu redor morrerem. – eu mordi o lábio. – Algumas, graças a mim.

Ficamos alguns segundos em silêncio e foi aí que eu notei a estupidez que disse. Balancei a cabeça com força, tentando reprimir qualquer outro sentimento que quisesse sair na presença de Envy.

– Não, esqueça isso. Eu... Eu acho que falei demais.

 Levantei repentinamente, começando a sair de perto dele, mas algo me impediu. Não alguém que surgiu, muito menos Envy que segurou minha mão. Bem, de certo modo foi Envy, mas ele não precisou fazer muito para isso. Bastou sentir seu olhar em minha nuca.

– Você disse... pessoas. – ele murmurou. – Humanos?

Eu não podia ficar parada. Mas algo nele me fazia querer dizer a verdade. Eu não dissera a verdade por tantos anos, muito menos sobre isso... Por que eu me sentia tão impulsionada a dizer aquilo agora a alguém que eu praticamente não conheço?!

Eu resolvi encenar. Não podia deixá-lo saber a verdade! Ele contaria aos outros e eles me matariam, com certeza! Virei com determinação e olhei-o com o que esperei ser repugnância.

– Humanos? – disse com nojo (ou o máximo que pude). – Não. Nunca! Como ousa tal sugestão?

Mas ele não acreditaria. Não. Que droga. Ele me olhava com incredulidade.

– Você se envolveu com humanos? – ele cuspiu a última palavra. – Como pôde?! Como é que você...?

– Eu não... – comecei. Mas não sei por que me interrompi. – Eu não... – novamente, não consegui completar a frase. – Eu não fiz... Não faria! Eu não... Eu não fiz por querer! Quero dizer, não faria jamais se...

Eu já não sabia mais se falava a verdade ou uma mentira. Meus olhos se arregalaram de pavor. Iam me matar. Iam sim. Se descobrissem isso, os homúnculos iam me matar!

– Não acredito nisso! – ele continuou com um sorriso malicioso no rosto. – O que você fez?! Foi isso que houve em Dubith, sobre o que você não queria falar?  Você disse viveu sozinha por mais de duzentos anos, significa que os outros setenta foram acompanhada?! E essa companhia era quem?!

Minha respiração começou a acelerar e eu dei um passo para trás, mas caí no chão de costas, olhando Envy com uma expressão de puro desespero. Ele ia querer saber. E eu não tinha certeza de que ia conseguir mentir sobre isso. Por que quando eu estava com ele eu não conseguia inventar uma boa desculpa?! Por que eu não conseguia convencê-lo de minhas mentiras? Por que o máximo que eu conseguia querer fazer perto de Envy era querer cavar um buraco e me esconder?

Eu abracei os joelhos, como se, se eu não o visse, ele não me veria. Senti uma ardência me corroer. Não chore, ordenei a mim mesma. Não demonstre fraqueza na frente desse imbecil! Ele não merece! E você não merece ser chamada de mentirosa, porque mentirosos conseguem mentir!

Ouvi suas risadas pararem e suas especulações diminuírem. Ele falava demais e quando conseguia se controlar era por que encontrara algo de errado na cena.

– Ora, não me diga que vai chorar de novo... – murmurou.

Balancei a cabeça e o ouvi bufar.

– O que foi que houve de tão ruim em Dubith que te faz tanto mal lembrar?

Levantei o rosto para ele, suplicante.

– Por favor. – implorei com a voz um tanto estrangulada pela vontade de chorar. – Por favor, Envy... Entenda!

Ele estreitou os olhos, desconfiado. Então olhou para o outro lado do corredor e suspirou profundamente.

– Está bem. – disse por fim. – Não vou contar a ninguém o que descobri. Mas ainda quero saber o resto.

Eu arregalei os olhos. Minha surpresa foi tanta que as lágrimas voltaram a escorrer dos meus olhos – dessa vez, de alívio. Sem pensar, me impulsionei para frente, abraçando-o.

– Obrigada! Obrigada! Muito obrigada!

Eu enrijeci quando percebi o que fizera e me afastei dele, mantendo o olhar baixo.

– Desculpe.

Arrisquei um olhar. Ele bufou e fez uma careta esquisita, olhando para outro ponto.

– É melhor voltarmos. – ele murmurou, levantando-se e espreguiçando-se para começar a andar. – Duvido que você se lembre o caminho, então apenas me siga. – completou sem olhar para trás.

Eu hesitei um pouco e sorri, mesmo que ele não pudesse ver. Levantei-me apressadamente e comecei a segui-lo, enxugando o rosto. Isso era tanto um problema quanto uma bênção. Agora o jogo se invertera. Não eram eles que não iam me querer como inimiga. Era eu que não ia querer Envy como inimigo. Era melhor eu baixar a guarda e não falar tão teimosamente como vinha fazendo, ou poderia me dar mal.

Muito mal.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!