Sought To escrita por gabiromboli


Capítulo 3
Capítulo 2 - Acidentes acontecem




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Capitulo 2 – Acidentes acontecem.

 

Forks, 22/08/10, 9:00am.

 

Fazia dois dias que estava nessa cidade, era um lugar bonito cheio de verde por todos os lados. Uma cidade pequena e tranqüila exatamente o que procurava, principalmente por ser longe o suficiente para não ser encontrada fora que ainda havia a possibilidade de escapar para o Canadá se precisasse.

Entrei na cafeteria sentando no balcão pedindo um pedaço de torta e um café, se quisesse me estabelecer aqui precisaria arrumar um emprego minhas economias estavam se esgotando e para ser sincera estava cansada de fugir e inventar nomes. Ah como gostaria de ser apenas eu novamente! Daria tudo para poder voltar no passado e desfazer tudo!

A cafeteria estava cheia, mas ainda parecia aconchegante era engraçado como me sentia bem aqui, algo que não acontecia há muito tempo talvez pelo o que aconteceu dois dias atrás. Jacob Black era seu nome e foram apenas alguns minutos, mas aquele homem mexeu comigo de um jeito que não acontecia há anos.

Megan você precisa se focar não se pode dar ao luxo de sentir nada por enquanto que a situação estivesse desse jeito, pensei me recriminando.

- Eu sei... mãe o Jacob é bem grandinho, ele vai saber se cuidar! – ouvi uma mulher falar no celular se sentando o meu lado. – Nós já conversamos e mesmo assim ele quer continuar amigo daquela vaca sem sal... claro que eu falo, Bella é uma vaca!

Não consegui evitar em prestar atenção na conversa da mulher que sentara ao meu lado o nome dele chamou atenção. Seria muita coincidência que fosse a mesma pessoa meu corpo corroia por dentro devido à curiosidade, mas tinha que me manter discreta.

  Ficar nesta cidade seria um erro se continuasse a me sentir assim em relação a aquele homem. Sabia apenas seu nome, mas isso já era suficiente para tirar meu sono nesses dois dias.

- Ele me deu lírios esses dias... é... pedido de desculpas... – ela continuou conversando com quem parecia ser sua mãe. – Ele falou demais... não... eu não quero falar sobre isso!

Então os lírios eram para ela, não poderia ser coincidência ter dois Jacobs na cidade comprando lírios para a amiga dois dias atrás. Olhei discretamente para a mulher que tomava café ao meu lado, ela estava usando um terno branco com uma bermuda destacando ainda mais sua pele morena, seu cabelo era curtíssimo em um tom avermelhado obviamente tingido e os olhos amendoados.

Claramente podia-se notar o quanto ela era bonita possuída de uma personalidade forte pelo pouco que havia ouvido de sua conversa com a mãe, não era possível que fosse apenas amiga de Jacob com toda certeza ele havia mentido para mim.

Precisava ir embora dessa cidade, estava me envolvendo mesmo antes de me estabelecer realmente neste lugar e isso não era nada bom!

Deixei o dinheiro no balcão saindo da cafeteria disposta a ir embora de Forks ainda pela manhã, talvez se saísse agora poderia chegar hoje mesmo no Canadá.

Fui para o hotel arrumar minhas malas, meu peito estava apertado pela saudade em ouvir sua voz. Deitei na cama olhando para o teto procurando por imperfeições na madeira.

“- Mamãe! Mamãe acorda! – Melanie dizia enquanto balançava meu braço.

- Meu amor está muito cedo ainda. – resmunguei me virando para olhá-la melhor.

- Mas você prometeu que iríamos à praia hoje! – ela falou emburrada sentando com os braços cruzados. Tinha que admitir que ela ficava linda quando estava brava.

- Sei que prometi e nós vamos bravinha! – disse brincando enquanto fazia cócegas em sua barriga me deliciando com suas gargalhadas.

- Não mamãe! Não! – ela gritava rindo tentando se soltar de mim.

- Vamos diga! – soltei rindo fazendo mais cócegas.

- Eu amo você mamãe! – Melanie disse olhando em meus olhos.

- Também te amo narizinho! – sussurrei parando com as cócegas e beijando sua bochecha.”

Não percebi as lágrimas que escorriam esquentando meu rosto, quando será que esse inferno iria acabar?

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Estava colocando a última mochila no banco traseiro decidida a ir embora dali, por mais que quisesse não poderia firmar raízes em um lugar enquanto as coisas com Demitri estivessem nesse estado.

Dirigi saindo de Forks em direção do Canadá, não demorou muito para ver uma placa indicando a reserva indígena Quileute, tinha ouvido falar que havia ótimas praias. Meu coração doeu em resposta fazia um mês que não ouvia a voz dela e a saudade estava apenas piorando minha situação, talvez se fosse a praia poderia ajudaria um pouco.

Fiz o retorno na pista e segui em direção da entrada para a reserva, definitivamente gostava daquele lugar para onde olhava via um mar verde cheio de vida deixando o ar ainda mais úmido e acolhedor. Seria uma pena ter que ir embora, mas não poderia ficar e me deixar envolver com o quer que fosse principalmente o nome que martelava em minha cabeça; Jacob Black.

Tive que parar algumas vezes para me informar sobre a localização da praia e não demorou muito ouvi o barulho das ondas quebrando nas pedras. Estacionei o carro perto dali e fui andando em direção da areia sentindo as borboletas rodopiarem em meu estômago.

Era um lugar muito bonito seria até mais se houvesse sol, porém o sol não era algo próprio de Forks. A praia estava deserta provavelmente por ser um dia comum de trabalho o que para mim era melhor passaria por aqui sem deixar vestígios.

Tirei as sapatilhas andando descalça pela areia branca e levemente macia. Andava devagar me deliciando com cada passo que dava, com a brisa do mar acariciando meu rosto.

- Sinto saudades suas, narizinho! – suspirei fechando os olhos para ouvir o barulho das ondas.

Melanie sempre adorou o mar, nunca ficamos mais de uma semana sem ir à praia. A única vez que isso aconteceu Mel adoeceu ficando de cama com febre o médico havia dito que a febre foi causada pela ansiedade então sempre que podíamos íamos até a praia.

Abri os olhos e mesmo sabendo que eram apenas lembranças brincando com ele eu a vi na areia, correndo de um lado para o outro brincando com as ondas. Seu cabelo negro como o meu balançava contra o vento, podia ouvir as gargalhadas preencherem o silêncio do meu coração. Risos que nunca esqueceria e que um dia teria de volta!

- Vou buscar você Melanie eu prometo! – fiz uma promessa a mim mesma, não importa quanto tempo demorasse ou como faria, mas eu teria minha filha de volta!

Sentei na areia e fiquei parada me apegando nas nossas lembranças dos momentos felizes ao seu lado. Melanie era a única coisa boa que tinha me acontecido no inferno em que vivia e era a ela em que me agarrava para não acabar de uma vez por todas com meu sofrimento.

Demitri sempre me disse que a minha liberdade era a morte, confesso que muitas vezes isso passou por minha cabeça, porém todas as vezes que tentava fazê-lo o rosto dela vinha em minha mente me dando forças para continuar a viver.

Sequei a lágrima teimosa que escorria por minha bochecha e levantei precisava ir embora logo se quisesse chegar ainda hoje no Canadá.

Voltei para o carro ainda com as sapatilhas na mão, quando chegasse lá tentaria me estabelecer, arrumar um emprego e quando tivesse dinheiro suficiente voltaria e arrancaria Mel de Demitri de uma vez por todas!

Dirigi no sentido de volta para a estrada me sentia ansiosa em fazer as coisas acontecerem logo sorrindo na possibilidade de tê-la ao meu lado. Resolvi ligar o rádio para quebrar o silêncio de estar sozinha há tanto tempo. Dirigia um opala cupê bege ano 75, era um carro velho, mas foi o que consegui trocar com o carro que havia roubado quando fugi.

As estações não sintonizavam corretamente na estrada, tentei arrumar novamente me distraindo por um segundo com o aparelho de som antigo, quando levantei a cabeça novamente era tarde demais.

Tudo aconteceu muito rápido! Um veado estava atravessando a estrada, não consegui frear apenas virei o volante totalmente para a esquerda atravessando a pista indo de encontro com uma árvore próxima ao acostamento.

Quando acordei estava com a cabeça encostada no volante levantei lentamente me sentindo zonza talvez pela batida, abri a porta cambaleando para fora do carro. Examinei melhor o estrago que havia feito.

A frente do carro estava totalmente amassada deixando sair fumaça de dentro do capô e o vidro da frente estava completamente quebrado fora isso não havia mais estragos. Minha cabeça latejava, passei a mão instintivamente e vi que estava sangrando.

- Droga! Não tenho kit de primeiros socorros! – resmunguei enquanto tirava minha jaqueta para estancar o sangue. Entrei novamente no carro tentando inutilmente ligá-lo.

- Ótimo! Sem carro também! – rosnei saindo do carro e andando até a estrada novamente.

Possivelmente alguém passaria na estrada e eu poderia pedir ajuda. Não sei por quanto tempo fiquei parada esperando que uma alma viva aparecesse, só sabia que não podia esperar mais. A fome já estava mostrando sinais, olhei no relógio e vi que eram quatro horas da tarde. Talvez na reserva alguém pudesse me ajudar, pensei decidia a andar até lá.

Andei por meia hora até chegar novamente na entrada da reserva, de carro parecia muito mais perto, mas não me dei por vencida. Um pouco mais a frente pude ver uma senhora sentada na varanda de sua casa tricotando, resolvi perguntar quem sabe ela poderia me ajudar.

- Boa tarde, por favor, a senhora pode me informar se por acaso tem alguma oficina por perto? – perguntei tentando parecer ser simpática.

- Conheço sim se chama B&U fica a dez minutos naquela direção, pode ir que eles são muito bons! - ela respondeu sorrindo fazendo seu rosto mostrar ainda mais as rugas vindas com os muitos anos que aparentava ter.

Agradeci a senhora e andei na direção que ela me indicara, conforme andava as pessoas ao meu redor me encaravam provavelmente pelo estado nada agradável que estava. Tinha visto pelo reflexo de uma vitrine que estava descabelada com sangue seco escorrendo pela testa minha boca estava levemente inchada pelo corte que havia nela fora alguns arranhões possivelmente causados quando o vidro estilhaçou.

Minha cabeça continuava doendo, mas pelo menos o sangue já tinha estancado o que era um bom sinal, aprendi algumas coisas durante o tempo que vivi com Demitri e uma delas era sobre ferimentos, esses sarariam bem rápido. Depois dos dez minutos avistei a placa com o nome B&U a primeira vista parecia ser uma oficina pequena, porém serviria para o momento.

Respirei fundo me arrependendo em seguida sentindo meu corpo dolorido pelo acidente e entrei na oficina. Estava lotada de carros e para minha surpresa não era tão pequena assim, havia três pessoas trabalhando não notando minha presença ali.

- Olá! – disse batendo no vidro da porta que estava aberta. – Meu carro quebrou na estrada e eu precisava...

Não acreditei no que meus olhos viam! Ele saíra de baixo do carro me encarando da mesma maneira de quando nos encontramos na rua dois dias atrás, seus olhos encontraram os meus fazendo percorrer por meu corpo uma corrente elétrica.

- Hum... meu carro quebrou na estrada... – falei tentando cortar o contato visual inutilmente.

- O que aconteceu com você? – ele perguntou parecendo acordar de um transe olhando agora realmente para o estado em que me encontrava.

- Nada de mais, um veado apareceu na estrada eu desviei e bati em uma árvore. – tentei resumir a história olhando para o chão procurando evitar seu olhar.

- Você está sangrando! – Jacob pareceu apavorado por um momento. – Sam traga o kit de primeiros socorros rápido!

- Não precisa estou bem, só um pouco de dor de cabeça por causa da batida, nada demais. – me esquivei colocando novamente a jaqueta na testa tampando o corte.

- Sam o kit! – ele gritou novamente ignorando completamente o que havia dito. – Vem senta aqui. – disse me arrastando até uma cadeira.

- O kit Jake! - um homem bem alto, provavelmente Sam, entregou uma caixa branca para Jacob me olhando espantado em seguida.

- Jacob não preciso de curativos! - rolei os olhos para aquela situação, queria apenas que eles concertassem meu carro e não a mim! – Já disse que estou bem. Será que vocês podem ir ver meu carro?

- Então você lembra o meu nome? – ele perguntou sorrindo ainda mais me deixando sem graça.

- Meu carro Jacob. – insisti tirando a jaqueta da testa.

- Fique aqui cuidando dela que eu vou. – Sam falou pegando uma chave na parede. – Onde seu carro está?

- Perto da estrada a meia hora da entrada da reserva sentido Canadá, mas não está funcionando tentei ligar e não pegou. – expliquei pensando na possibilidade dele ser guinchado.

- Tudo bem eu cuido disso, Embry você vem comigo. – ele falou com o outro homem que estava um pouco mais afastado concertando outro carro.

Eles saíram com um guincho enquanto Jacob cuidava dos meus cortes contra minha vontade, achava um pouco estranho um homem ser tão cuidadoso comigo assim. Se fossem em outras épocas estaria sozinha em meu quarto fazendo curativos e maquiando os hematomas para disfarçar.

- Você não precisa fazer isso, poderia cuidar disso sozinha. – falei olhando para minhas mãos.

- Você é sempre assim tão teimosa? – Jacob me perguntou rindo.

- Uma boa parte do tempo. – respondi com um meio sorriso fazendo meu lábio arder com o movimento. – Aí! – reclamei colocando a mão automaticamente no machucado.

- Me deixe ver esse machucado. – ele falou tirando suavemente meus dedos do lábio. – Não está tão ruim assim, você teve sorte.

- Acho que nem tanto assim. – suspirei incomodada em ter que continuar forçadamente em Forks por mais uma noite.

- Então você não vai me dizer seu nome? – Jacob tentou novamente com um meio sorriso no rosto. – Afinal agora acho que não sou mais um estranho.

- É podemos dizer que você subiu de categoria. – brinquei me perdendo dentro do calor de seus olhos.

- E então? – insistiu voltando a limpar o sangue da minha testa.

O que diria para ele agora? Não queria mentir, sua presença me trazia uma sensação tão boa! Porém se dissesse meu nome verdadeiro seria uma questão de tempo para Demitri me encontrar! Só de pensar nessa possibilidade meu estômago protestou não pela fome, mas pela náusea em vê-lo novamente. Infelizmente teria que mentir.

Já havia inventado tantos nomes que estava sem idéias até que vi uma moto parada mais ao fundo da oficina.

- Aquela moto é sua? – perguntei me esquivando.

- É. Eu mesmo a concertei é uma harley davison. Bonita não? – ele contou observando a moto enquanto eu pensava em um nome. – Você vai continuar protelando para me falar seu nome? – ele brincou voltando a me encarar.

- Eu me chamo Hayley, Hayley Krall. – disse tentando passar confiança na minha mentira, na verdade meia mentira.

- Hayley Krall... – ele sussurrou olhando fixamente em meus olhos fazendo meu coração martelar dolorosamente em meu peito me arrependendo por mentir, mas haveria outra solução para mim?


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