Doces Mistérios escrita por Lils-way
Notas iniciais do capítulo
Geeeeente! Tá aqui mais um capítulo. Vou postar logo se houverem reviews. (;
Beeeeeijos!
- Mas já? – Eu perguntei, minha voz grogue de sono. – Acabei de deitar!
- Sim, Marinne Evans – Mandy estava andando de um lado para outro no meio do quarto. Cobri a cara com o cobertor. Odiava dormir na parte de cima do beliche. Ela riu – Você tem que levantar!
- Que diabos de noite rápida – Praguejei, rolando na cama, e me enrosquei no cobertor.
- Ande, levante.
- Ah não.
- Ah sim, Trish e Anita já devem ter ido embora, não podemos deixar James na mão em plena manhã de quinta-feira!
Suspirei, me rendendo. Me desfiz de meu casulo e desci pela escadinha tosca da beliche parecendo um bicho preguiça.
- Quanta animação – Mandy, já pronta, com os cabelos devidamente presos num rabo-de-cavalo baixo e aquecida por um monte de casacos grossos caçoou de mim enquanto arrumava a cama.
- Não enche, Amanda Carter – Resmunguei, indo pro banheiro. Só pude ouvir a risada dela antes de entrar debaixo do chuveiro.
Depois disso foi mais rápido. Me arrumei, arrumei minha cama, e junto com Mandy encarei o freezer que diário que era Londres. Juntas pegamos um táxi – estávamos atrasadas – e fomos trabalhar.
Assim que entramos me deparei com Lorens chegando na mesma hora. Ela esperou que chegássemos perto e então abriu a porta dos fundos para entrarmos juntas.
- Bom dia – Mandy cumprimentou, com um sorriso. Não sei onde ela arrumava tão bom humor. Foi o tal J.J, aposto. Repassando as coisas que aconteceram ontem eu me toquei que aquilo estava parecendo uma alucinação causada por maconha ou algo assim.
- Só se for pra você – Lorens resmungou, e quando os passarinhos que James criava em centenas de gaiolas no jardim dos fundos do restaurante começaram a cantar, ela trincou os dentes. – Ah, esses passarinhos dentro de uma frigideira cheia de óleo fervente…
- Uau – Eu arqueei as sobrancelhas e entrei – Que bom humor, Lorens.
- Não enche – Ela ralhou, erguendo as mãos para o ar.
- Bom dia meninas – Trish cumprimentou, sorridente. Estava sentada no balcão junto com Anita, nos esperando. Elas trabalhavam somente no período da noite. Encarei-as e sorri de volta quando elas manearam a cabeça, felizes demais. Hum. Ali tinha.
- Bom diaaa! – Anita cantarolou, feliz da vida. Definitivamente ali tinha. E vou dizer o que tinha: homem. As pernas de Anita balançando deixavam toda a felicidade dentro dela transbordar.
- Tá vendo, Lorens? – Mandy apontou para as duas garçonetes já de saída – Você tem que ser como elas.
- Claro, claro. – Lorens abriu um sorriso irônico. Eu não entendia como alguém podia ser tão mal-humorada.
E então uma musiquinha conhecida começou a tocar. Eu arqueei as sobrancelhas, incrédula. Mandy ficou estática. Lorens balançou a cabeça negativamente.
Augustus Gloop, Augustus Gloop, the great big greedy nincompoop…
Ok. Anita era uma criança num corpo adoravelmente bonito. Quem diabos coloca uma música de a Fantástica Fábrica de Chocolate no celular como campainha?
- “Tá vendo, Lorens? Você tem que ser como elas!” – Lorens imitou a voz de Mandy, e saiu, balançando a cabeça negativamente.
Eu ri, enquanto Anita corria para fora para atender a ligação.
- Oompa Loompa? – Eu não pude deixar de gargalhar – Só Anita mesmo!
- Fazer o quê – Trish riu. Mas depois ficou séria quando Anita voltou, pálida. – O que foi, Ani?
- Vovó está doente! – Ela estava trêmula.
O clima ficou pesado. Até Lorens, que estava colocando o avental, deixou a expressão carrancuda de lado. Nessa hora James entrou na cozinha.
- Bom dia, garotas – Ele sorriu, se espreguiçando. Também não trabalhava à noite, só ficava até certo horário e deixava os ajudantes no comando – Que caras são essas?
- Jay, temos que tirar uns dias de licença – Trish pediu, com um suspiro. – Nossa vó está doente.
- Oh querida, sinto muito – Os olhos azuis de James eram compadecentes. Ele sorriu, compreendendo a situação delas e olhou para mim, depois para Lorens e por fim para Mandy – Nesse caso… - a expressão de James era de quem armava uma das grandes. Me encolhi.
- O quê? Não vai nos deixar ir? – Anita, em sua mais doce performance de inocência, soltou a frase incoerente ainda segurando o celular.
Girei os olhos. Até parece que James ia obrigá-las a trabalhar.
- Claro que não querida – James sorriu, após uma lacuna de silêncio. Aparentemente estava pensando em uma solução. – Só não as liberarei essa semana. Hoje é quarta-feira, mas só posso deixá-las ir no domingo à noite.
- O prazo é bom – Trish suspirou, séria. – Porém…
- Domingo estão livres. E acredito – Ele fez um gesto largo com a mão apontando para Lorens, Mandy e eu. Exibia um sorriso que fazia os pés de galinha aparecerem – Que essas senhoritas não se incomodarão de me ajudar na ausência das irmãs Sullivan. – Ele finalmente nos olhou, esperando uma resposta.
Nós três nos entreolhamos.
- Por mim – Eu dei ombros – Tô dentro.
- Idem – Lorens e Mandy concordaram também.
- Então está feito – James sorriu, aliviado por ter garçonetes de confiança. – Podem ir. Mais tarde me liguem, caso precisem de algo.
Trish e Anita sorriam, agradecidas.
Olhei para fora, pela janela, vendo a neve cair. Algo me dizia que as coisas estavam prestes a mudar. E não era só no meu bolso.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!