My Alternative Ending escrita por Laradith


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Enjoy =)

ps: Desculpem o atraso da postagem, fiquei bem enrolada =S



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Mesmo depois do dia cansativo que tive, não consegui dormir muito. Pra começar, estava muito nervosa por causa da viagem, e com medo pela segurança de Lissa e da Academia. Depois do ataque, comecei a ver aquele lugar com mais desconfiança. As wards não pareciam ser suficientemente fortes para segurar os strigoi, e os portões de ferro aparentavam ser de isopor aos meus olhos. Simplesmente não conseguia tirar da cabeça a ideia de que a qualquer momento veria Mason, e no outro instante um strigoi irromperia pelo meu quarto. Era muito perturbador para se deixar de lado essa possibilidade.

Então, por causa do stress, fiquei de pé até as 11 da manhã, arrumando minha mala silenciosamente, tentando pensar no que diabos levaria para a Rússia.

A primeira coisa que me ocorreu foi levar botas e sobretudos, e qualquer roupa usada no Pólo Norte. A segunda coisa que me ocorreu foi Dimitri brigando comigo, e insistindo que a Rússia não era um paraíso do gelo, como eu imaginava, e sim tinha o clima bem parecido com o de Montana. Eu nunca acreditava nele.

- Certo, então os comerciais que vemos por aí estão todos errados? – Eu tinha perguntado quanto estávamos em uma viagem, logo depois de Spokane. Dimitri tinha conseguido permissão para me levar, alegando ter “razões acadêmicas” e que isso faria eu me sentir melhor. Estava tão mau naquela época que se pedisse para ir à Disney, eles permitiriam. Meu humor estava péssimo, mas como sempre, passar um tempo com Dimitri me animava.

- Não. Mas a diversidade encontrada lá é surpreendente. Um dia você vai ver. – Ele respondeu.

- Duvido. Neve e um país desconhecido não combinam comigo.

Decidindo se levava um suéter azul ou preto, eu pensei em como estava errada naquela época. Optei pelo preto, finalizando minha bagagem em tempo recorde – menos de 1 hora. A façanha podia muito bem ser justificada pelo fato de eu não ter que escolher biquínis e roupas de verão. Embora soubesse que o destino não era Pólo Norte, minha peça mais leve era uma blusa de mangas compridas branca. Não arrisquei mais que isso.

Finalmente, depois de meia hora me revirando na cama, peguei no sono, só para me encontrar em uma praia nublada. O céu estava coberto de nuvens espessas, o que o fazia parecer com uma cortina cinza. Não precisava de confirmação para saber que Adrian estava puto comigo, embora tenha recebido uma quando ele saiu de trás de mim, com uma expressão fria e pouco amigável. É, ele estava puto.

- Então você vai mesmo para a Rússia? – Ele perguntou, sem um “Olá Pequena Dhampir, como vai?”. Eu assenti, e a sua frieza se transformou em raiva. – Rose, essa é, provavelmente, a coisa mais estúpida que você já fez na sua vida. Sem falar em irresponsabilidade! Vai deixar Lissa sozinha em um momento desses? Como pode fazer isso com ela?

Ele estava jogando na minha cara, para que eu desistisse. Muito ruim para ele, porque a decisão já estava tomada, e era irreversível. Então me limitei a revirar os olhos. – Adrian, não vou repetir esse discurso. Se você quiser saber de detalhes, pergunte para a Lissa, já que está tão preocupado com ela. E não, eu não vou deixá-la no meio dessa bagunça. Ela é forte, Adrian, e se alguma coisa acontecer, eu vou estar aqui por ela. Mas dessa vez, eu preciso pensar em mim.

- Ah, é? Então quando se joga no meio de uma guerra, está pensando em você? Puxa, que masoquista, Rose. – Ele cruzou seus braços e franziu a testa.

- Se você veio tentar me convencer a desistir, então perdeu seu precioso sono. Não vou desistir, e ponto final. – Eu disse. Poxa, será que ninguém entendia que eu não deixaria o homem que amo ir embora desse jeito? Mas não, ninguém entendia.

- Talvez isso seja verdade, - ele disse, sua voz se suavizando. – só que não vou perder as esperanças. Você vai morrer, e sabe disso.

Isso me fez parar. Eu sabia? – Como assim?

- A sua fé no impossível me surpreende, pequena Dhampir. Se você for para a Rússia, vai morrer. Disso eu tenho certeza, e você também.

Franzi as sobrancelhas, e falei, meio hesitante. – Eu entendo que você está preocupado... Mas eu não vou morrer. Como pode ter tanta certeza de que eu vou me dar mal? - Ele abaixou a cabeça, seu olhar vagando enquanto ele decidia se falava a verdade, ou se mentia. Decidi dar uma ajudinha. – Se você não me falar, como posso saber se isso é suicida ou não?

- É suicida. Muito suicida, acredite em mim. – De novo, aquela certeza me incomodou. Como Adrian podia estar tão convencido do meu futuro? Estreitei meus olhos, e percebi o quão desconfortável ele parecia.

- Adrian, quem te disse isso?

Ele demorou vários segundos para responder, e quando o fez, desejei que não tivesse falado. – Rhonda. Eu a visitei quando fomos à Corte, e ela me deu uma... Previsão.

- Previsão? – Eu perguntei.

Ele assentiu. – Ela me disse que alguém próximo de mim, alguém que eu gostasse, ia morrer em breve. Quando o ataque passou e ninguém morreu, eu pensei que era besteira, e que ela era uma farsante. Mas agora, com essa viagem ridícula, tudo o que consigo pensar é que era de você que a previsão falava, Rose. Não consigo tirar isso da cabeça.

De repente, tudo fez mais sentido.- Era por isso que você estava sentindo tanto os efeitos do Espírito? Ele te alcançou, não foi? Até o álcool não conseguiu impedir. – Ele concordou de novo, e eu senti pena dele. Todo esse tempo, ele tinha se preocupado comigo, mas sem dizer uma palavra. Ele tinha sofrido em silêncio, e eu fui muito mesquinha para perceber. Eu não sentia tanta vontade assim de viajar, agora. Parecia muito suicida, até mesmo para mim. – Acredite, Adrian, eu não quero ir tanto nessa viagem, mas é preciso. Se você quiser saber mais sobre isso, fale com Lissa. Ou com Dimitri. Mas eu estou muito, muito, muito cansada de repetir a mesma coisa mil vezes.

Me aproximei dele, até estar do seu lado, e peguei sua mão, apertando-a. – Eu prometo que não vou morrer. Vou fazer isso por você.

Ele balançou a cabeça. – Não pode prometer algo assim. E também não pode cumprir a promessa.

- Desde quando Rose Hathaway não cumpre uma promessa? Achava que você me conhecia, Ivashkov. – Eu disse, e sorri tristemente.

- Oh, eu conheço, mas quando essa promessa envolve sua vida, fica difícil saber se ela será cumprida. – Adrian soltou minha mão, e segurou meu rosto. As batidas do meu coração ressoavam nos meus ouvidos, e eu me odiei por deixar isso acontecer na presença dele. Eu amava Dimitri, claro, mas ainda tinha uma pontada de atração por Adrian. O que era irritante algumas vezes. Ao invés de me beijar na boca, como achei que ele faria, seus lábios foram até a minha testa, e eu fechei meus olhos, que tinham se enchido de lágrimas. O motivo? Quem sabe, eu estava muito emocional esses dias. Nós ficamos assim por alguns momentos, até que ele se afastou e me olhou diretamente nos olhos. – Rose, você precisa tomar cuidado. Não deixe que essa previsão se realize.

- Eu não vou deixar, Adrian. E se ela não estiver falando de mim... Bem, mantenha os olhos bem abertos. – Eu disse. Ele assentiu, e abriu um sorriso, mostrando suas presas. – E tire esse sorriso idiota do rosto, Ivashkov. Você vem se despedir de mim, amanhã? – Eu perguntei, enquanto o sonho ameaçava se despedaçar ao meu redor, e a visão do rosto de Adrian ficava cada vez mais distante.

- Já é amanhã, Rose. – Ele murmurou. Essa foi a última coisa que ouvi antes de acordar na minha cama. Então tinha outra profecia louca falando sobre a minha morte. Maravilha.

- Liga todo dia? – Lissa me perguntou. Estávamos no aeroporto, já que essa era tecnicamente uma “missão-secreta”. O que era muito ridículo, é claro, já que mais de 20 pessoas, incluindo novatos e um moroi muito mimado, sabiam sobre ela. Tudo isso sem incluir o fato de eu estar indo junto, e meu histórico não era lá muito bom. Mas como Dimitri tinha me dito uma vez, o bom sobrepunha o ruim. Pelo menos eu espero que isso seja verdade.

Depois de acordar, me arrumei com roupas bem simples, já que um guardião tinha batido na minha porta, alegando ter ordens de Kirova para que eu fosse falar com ela. Não me surpreendi ao encontrar meu amante sentado na cadeira, em frente a mesa dela, recebendo um grande sermão sobre como agir em território inimigo ao lado de uma novata como eu. Assim que notaram minha presença, a velha diretora me incluiu no discurso de “obedecer às regras do seu instrutor independentemente do que aconteça”. Eu simplesmente fiquei lá, acenando e fingindo prestar toda a atenção do mundo, quando na verdade minha mente viajava para, por exemplo, como era a cidade natal de Dimitri. Realmente não ouvi metade do que Kirova me disse – e gritou, em alguns momentos – e quando fomos dispensados, quase soltei um suspiro de alívio, que foi impedido por um olhar assassino do meu futuro companheiro de viagem.

Bem, um deles, porque quase caí da cadeira quando a velha, rabugenta e insuportável Kirova me disse que, por medidas de segurança, iríamos acompanhados por um outros guardião, também russo, que veio especialmente para a missão. Seu nome era Yvon, e ele era quase tão lindo quanto Dimitri. Não que a beleza do meu russo fosse se comparar com a do cara, mas era bem parecida.  Pra começar, ele tinha os mesmos olhos castanhos, e, é claro, vinha do mesmo lugar.

Minha cabeça deu uma cambalhota quando pensei em Dimitri, Yvon e eu, sozinhos, para enfrentar criaturas do mal. Aquelas idéias de triângulo amoroso ficou me rondando o dia todo, até que chegou a hora do embarque, e eu tentei empurrar essas idéias doidas para o fundo da minha mente.

- Não posso ligar todo dia, mas prometo checar você a cada minuto. – Disse encorajadamente, e abri um dos meus melhores sorrisos.

Pelos olhos vermelhos de Lissa, ela tinha chorado muito depois da nossa conversa, mas a esse ponto não tinha nada que eu pudesse fazer. Adrian também estava lá, com aquele olhar distante de sempre, mas eu senti um pouco seu desespero em me perder de vista. Ele com certeza não me amava, mas gostava de mim. – Fique bem, Rose. Por favor. – Liss me disse, com lagrimas escorrendo pelo seu rosto.

Coloquei uma mão no seu ombro. – Eu vou.

Depois de mais implorações para que eu ficasse ao seu lado, e não me machucasse, e tomasse cuidado, fui até Adrian e lhe dei um beijo na bochecha. A coisa é, quando meus lábios tocaram seu rosto, ele me abraçou tão forte que pensei que tinha quebrado todas as costelas. Sua voz era um sussurro, mas mesmo assim, eu ouvi. – Eu te amo.

Minha boca se escancarou, e eu simplesmente não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Sempre achei que Adrian gostava de mim, mas não me amava. Porém, a convicção, e – pode acreditar – a paixão que ele disse isso... Digamos que meu coração deu mais um salto. Um salto para trás, porque queria acertar um soco bem no meio do rosto dele. Era tão estúpido. Ele sabia disso. Eu sabia disso. Meu amor por Dimitri era incondicional, e nunca o trocaria por nada. Só esperava que Adrian fosse esperto o suficiente para perceber, e não se ferir.

Minha boca parecia incapaz de dizer qualquer coisa, porque ele se afastou e foi embora, sem esperar o avião decolar. Ótimo, agora me sentia culpada por não falar nada.

Bem nessa hora, Yvon veio até mim, colocou uma mão no meu antebraço e fez um gesto em direção ao avião. – Nós temos que ir, - ele disse. – desculpe.

Eu sorri. – Não se preocupe, eu já estou indo. Só vou acabar de me despedir.

Ele sorriu de volta,virou nos calcanhares e se distanciou para me dar espaço.

- Bom, - eu disse, me dirigindo a Lissa. – Acho que é isso.

- É. É isso. Você tem certeza do que está fazendo?

Pela segunda vez em menos de um minuto, sorri. – Estou mais certa disso do que 1+1=2. Sério. Só não se meta em problemas, ok? Deixe a diversão pra mim.

Dessa vez, ela riu, e todo o clima tenso de despedida sumiu. Nos veríamos em breve, e disso eu tinha certeza, porque mesmo que estivesse sendo mantida refém de um grupo de strigoi, ainda poderia chegar a Liss, através do laço que compartilhávamos.

Com um último abraço, entrei no avião, e fui até meu lugar. Na verdade, não precisei procurar pra saber que ia ficar no assento entre Yvon e Dimitri, já que era o único vago. Bastou uma única confirmação para saber que sim, o destino decidiu me fazer de idiota, e me colocar no meio de 2 russos gatos, um deles sendo meu amante, por mais de 6 horas. Como podia ser mais sortuda?

Me sentei desconfortavelmente, e apertei meu cinto. Estávamos na classe econômica, o que significava que os lugares eram bem pertos um do outro. Mas por que eu fui inventar de vir nessa viagem? Pensei. Sorte minha Lissa ter me dado um MP4, assim eu podia me concentrar em Highway to Hell, ao invés do fato de dois russos, super gatos, mais velhos, estarem do meu lado. Mas AC DC não conseguiu me entreter por muito tempo, porque eu ficava pensando em como minha jaqueta roçava no antebraço de Yvon, e como Dimitri tinha se inclinado mais perto de mim, como se estivesse com tédio, mas eu o conhecia bem o suficiente para saber que era só uma tática para se aproximar de mim. Dei uma contribuída, me inclinando para o seu lado, também.

Só Deus sabia o que nos esperava nessa viagem, e eu tinha certeza de que era alguma coisa inesperada. Assim que o avião decolou, uma dor no fundo da minha cabeça começou a me incomodar, mas eu a puxei para longe, não trazendo a tona nenhum pensamento sobre fantasmas, ou eu sabia que começaria a vê-los em toneladas, assim como aconteceu na volta da Corte. Realmente não precisava de um bis daquilo. Só faria Dimitri ficar mais preocupado do que já estava. Ele podia estar quieto e pensativo, mas eu sabia que seu rosto demonstrava tensão e tristeza. Eu queria encontrar sua irmã tanto quanto ele. A garota não merecia o que tinha acontecido a ela – o que quer que tenha acontecido, já que dentre tantas vítimas, Viktoria foi a única desaparecida. Ainda não tinha descartado a possibilidade de strigoi terem feito alguma coisa a ela, independentemente do relatório oficial. Nesses dias, não se podia prever do que eles eram capazes. Quem sabe eles simplesmente tenham levado ela para algum lugar, e a têm mantido lá desde então, se alimentando... O pensamento me arrepiou. Isso porque minha cabeça já estava pregando peças comigo, e uma menina com as mesmas características físicas de Dimitri, chorando e sangrando, estava passando repetidamente pela minha mente.

- Então, o que esperamos na Rússia? – A pergunta saiu da minha boca antes que eu pudesse impedir.

- Não vamos ficar na Rússia. Na verdade, vamos para a Sibéria depois de conversar com os guardiões sobre o que aconteceu. Precisamos de mais informações antes de nos envolver de vez.

- Wow, essa eu não sabia.

- É.

Yvon tinha respondido à minha pergunta, embora eu estivesse olhando para Dimitri, que continuava com seu ar de mistério. Virei minha cabeça e sorri levemente para Yvon. Para minha surpresa, ele piscou para mim. Isso mesmo. Ele piscou para mim. Não de um jeito amigável, mas de um jeito... Foi algo a mais, só isso. Minha boca ficou seca de tanta surpresa, e eu tratei de transformar meu sorriso adulto em um bem infantil. O que não deu muito certo, porque Yvon abaixou sua cabeça, deu uma risadinha e se virou, olhando a janela. Eu não podia acreditar mesmo. O cara tinha acabado de me conhecer, e estava flertando comigo. Na frente de Dimitri. Ele quer morrer, pensei.

A conversa morreu depois do pequeno incidente, e eu não fiz nenhum esforço para fazer uma cara legal. Simplesmente fiquei lá, carrancuda como se tivesse acabado de levar um soco no estômago, e não olhei uma única vez – diretamente, pelo menos – na direção de Yvon. Pelo outro lado, sentia a todo o momento seu olhar em mim. Qual é o problema com esse cara? Ficava imaginando. Não tinha o mínimo de decência. Dimitri, pelo menos, não tinha sido tão aberto assim quando nos conhecemos – na verdade, eu o odiava, embora achasse seu corpo espetacular -, tinha sido um cavalheiro e até tentou parar nosso relacionamento. O que não ocorrreu, porque o amor falou mais alto. Mas Yvon estava quase babando em mim, com aquele olhar penetrante, que eu tinha certeza que era próprio dos russos, e sua boca ligeiramente curvada em um sorriso sedutor.

- Já volto. – Disse em determinada hora, quando não agüentei mais a pressão que estava em cima de mim. Dimitri me deu um pequeno aceno quando levantei. Tratei de ir ao banheiro o mais dignamente possível, e tentando mostrar que não estava ansiosa ou nervosa em relação a um determinado cara.

É claro que só queria um pouco de espaço para pensar. Então, enquanto estava apertada no minúsculo banheiro do avião – se é que se pode chamar aquilo de banheiro – eu tentei pensar em mais táticas para ignorar Yvon. Me jogar no colo de Dimitri teria sido uma estratégia bem inteligente, embora pouco discreta – não é como se adolescentes se jogando no colo dos outros fosse algo bem comum nos dias atuais. Respirei fundo, com um plano traçado, e voltei ao meu lugar. Do jeito que imaginei, Yvon me observou – de um jeito muito pouco discreto – enquanto eu fazia meu caminho. Silenciosamente xinguei Kirova por me deixar numa situação tão precária.

O resto da viagem foi razoavelmente aceitável, e eu consegui disfarçar meu nervosismo. Dimitri, eu percebi, tinha notado o grande interesse de Yvon em mim, e por várias vezes eu vi seus músculos enrijecendo.

Finalmente, nos avisaram que o avião estava pousando em Moscou. Dei graças a Deus, e a um monte de outros anjos que nem conhecia. Só estava mais do que aliviada por termos chegado.

Depois de uma aterrissagem incrivelmente lenta, saímos do avião, e Dimitri nos deu a incrível notícia de que ia buscar nossas malas, já que estavam bem perto. Ótimo, deixe eu e o garoto maroto sozinhos. Faça isso mesmo. Talvez eu tenha uma chance de confrontar a sua incrível falta de senso.

E ele acabou fazendo isso.

Comigo e Yvon sozinhos no saguão, eu tentava olhar para tudo, até para a sujeirinha do meu tênis, menos ele. Porque eu sabia que se olhasse, receberia aqueles incríveis olhares sarcásticos, e sem Dimitri por perto, não sei o que aconteceria.

Dito e feito. Numa leve distração, olhei de relance para ele, só para achar seus olhos em mim, e sua boca curvada em um meio sorriso, igual ao de Dimitri – exceto que o de Dimitri fazia meu coração bater mais rápido, e o de Yvon me fazia querer vomitar. A mesma coisa, reações diferentes.

- Ok, qual é a sua? – Perguntei. Sinceramente? Já estava muito cansada de ele tanto dar em cima de mim. Já estava cansada de ele tentar dar em cima de mim, em primeiro lugar.

- Pois não? – Ele respondeu com uma pergunta, fazendo aquela coisa legal com a sobrancelha.

- Eu disse, qual é a sua? Você não para de me olhar, então, qual é a sua, Yvon?

Ele colocou suas mãos na cintura e se inclinou para frente. – Coisas bonitas têm que ser olhadas.

Levantei meu queixo e encontrei seu olhar. Yvon devia ser mais novo que Dimitri, e essa era a única explicação para ser tão atrevido assim.

- Você me acha bonita? Eu posso te dar uma foto, para você ver. Oh, não, melhor... Eu posso mandar fazer um book e entregar no seu quarto. O que acha?

Ele deu uma risadinha. – Acho que é melhor ver você ao vivo. Uma mulher tão bonita assim não precisa de câmeras para captar sua beleza.

Abri um sorriso sarcástico. – Uma foto é a única coisa que vai conseguir de mim.

- Veremos.

- Oh, sim. Veremos. Essa viagem me dará muito tempo para acabar com a sua graça.

- E te dará muito tempo para excitá-la, também.

Eu arfei em exasperação. – Sonhe.

- Pode acreditar que eu vou.

Deus, isso estava ficando estranho. O cara parecia um tarado. Na verdade, eu tinha sérias dúvidas de quem ele era. – Minha Santa Mãe, você tem o que? Dez anos a mais do que eu? E é um guardião, também. Não acredito que está jogando essas cantadas baratas pra cima de mim. Além do mais, eu nem te conheço.

- Dois anos e meio a mais que você. Não é uma grande diferença. – Certo, não era, mas não ia deixar ele ganhar essa. Agora era questão de honra. – E meu posto como guardião não é um problema. E você não me conhece ainda, mas vai me conhecer. Independente da sua vontade, vamos passar um bom tempo juntos, Rose. Espero que se lembre disso da próxima vez que ser tão indelicada.

- E eu espero que se lembre disso da próxima vez que for tão baixo.

Seu sorriso aumentou. – Eu vou.

Revirei meus olhos. Aquilo estava ridículo, para não falar embaraçador. Quem ele achava que era?

Nessa hora, antes de eu ter a chance de acrescentar mais alguma coisa, Dimitri voltou com nossas bagagens, que não era lá muita coisa, já que só tinha o essencial, e fomos em direção a um carro alugado para nós. Ele era preto, e bem estiloso. O tipo de carro que vamos a um encontro especial, em um restaurante chique. La dentro havia um guardião e um moroi. Ele estava vestido de forma extravagante, com um casaco caro e um lenço amarelo-ouro que combinava com o ouro em suas jóias. Me lembrou um gangster, tipo Don Corleone.

Dimitri não o conhecia – eu vi isso pela confusão no seu rosto – mas Yvon estendeu a mão para o moroi e gesticulou em nossa direção. Nós apertamos as mãos, e ele se apresentou.

- Muito prazer. Sou Abe Mazur.


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Notas finais do capítulo

Beeeeeeeem, eu disse que ia ter uma surpresinha nesse capítulo procÊs... kkkk o que acharam?

Mandem reviews!!!!!!!!! bjooos!



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