Eu estava sentada na varanda de nossa casa, admirando o por-do-sol e observando Rachel e Thomas brincando juntos no jardim. Semana que vem eles completariam dois anos. O tempo passa muito rápido, principalmente quanto se é imortal.

Deixei meus pensamentos voarem, para o dia em que eles nasceram. Eu estava encantada com meus bebês, seus rostinhos lindos que misturavam perfeitamente minhas feições com as de Damon. A primeira coisa que fiz ao sair do hospital foi ir até a central do atendimento de emergência e agradecer pessoalmente à  Michelle Winffrey, a mulher que tinha me ajudado quando eu estava sozinha no bosque. 

Depois, tivemos que nos despedir de todos, antes de ir para a Itália. Nos despedir de Fell's Church. Visitei até mesmo meus antigos amigos de escola, como Matt, Tyler, Amber, Jessica, e etc.. Mas a pior parte foi a despedida lá em casa; dizer a deus à Stefan, Elena e Bonnie.

Eu sentia muita falta deles, mas sempre que dava eles vinham nos visitar. E uma vez por semana nos falávamos por telefone.

Ah, sim. Nossa casa. Era o lugar mais lindo que eu já tinha visto. Era como um chalé de pedra, bem maior do que eu imaginava. Ficava no meio de um bosque com árvores altas e várias flores. Tínhamos um jardim colorido que dava a volta na casa, formando nosso quintal. Lá dentro tinha uma grande sala e a cozinha no primeiro andar, e os três quartos e banheiros no segundo.

Atualmente, os bebês estavam no mesmo quarto, enquanto eram pequenos e tudo mais. Os dois não se desgrudavam, brincavam juntos o dia todo. E o outro quarto era usado como quarto de hóspedes.

Daqui a alguns anos iríamos reformar os quartos, para que cada um tivesse seu próprio espaço.

No geral, a casa ficava bem afastada da cidade, ou seja, não tínhamos vizinhos curiosos nem nada disso.

Ah sim, a não ser por Fred.

Frederic Vincent era nosso único vizinho, e (para nossa surpresa) um vampiro francês que fora transformado em meados do século XVII (17), no auge de seus 25 anos. Ele era um sujeito muito gentil, e educado, e morava numa casa próxima à nossa.

Antes da transformação, Fred havia concluído a faculdade de medicina, e amava seu trabalho, e decidiu que continuaria a ser médico; mas graças as dificuldades com sangue, ele se dedicou à pesquisas médicas sobre vampiros.

Assim, nos tornamos amigos, e quando ele soube das dificuldades do parto das crianças e de nossa preocupação com seu futuro, ele se prontificou a nos ajudar.

Após alguns meses, já tinha descoberto as respostas (não me pergunte como, eu não sabia nem que podia ter filhos..).

Ele explicou que meu parto tinha sido mais difícil que o das mulheres humanas pelo fato do meu corpo ter mais dificuldade de se alterar, por ser vampira e tudo mais. E também por eu ter sido transformada aos 16 anos, ser pequena e etc, (odiei essa parte) era mais complicado do que para mulheres mais velhas, mesmo se eu fosse humana.

E sobre nossos filhos, ele descobriu que tinham um desenvolvimento acelerado por causa do sangue, e seu crescimento após o nascimento era mais rápido do que o humano, e suas dietas eram cerca de 70% de sangue e os outros 30% de comida normal.

A parte estranha era que não havia um nome para o que eles eram; nasceram de dois vampiros, então não eram híbridos; precisavam de sangue, então não eram humanos; cresciam quase como crianças normais, então não eram vampiros.

Segundo Fred, era como se eles estivessem 'presos' na fase de transição, aquela que ocorre quando os humanos bebem sangue de um vampiro. Ou seja, no futuro, se eles (por favor, que seja assim) escolherem se tornarem vampiros, nós teremos que (eu odeeio essa parte)  matá-los, esperar que eles acordem, e dar sangue humano.

Era meio complicado, mas era o que aconteceria.

Assim que descobrimos, eu liguei para Elena para contar tudo, afinal, ela e Stefan estão planejando ter filhos também. Agora eles estão casados, e Elena se tornou vampira. Eles se mudaram para a Califórnia.

Bonnie e Jeremy ainda estão namorando, aposto que um dia se casam também.. 

É, parece que todos estavam felizes, e espero que continue assim.

Fui tirada de meus devaneios quando dois braços me envolveram. 

- Oi amor. - Eu disse sorrindo.

- Oi querida. Então, o Fred vai vir jantar conosco hoje. - Disse ele grudado comigo.

- Ele já voltou da Suíça?

- Aham, hoje. Disse que trouxe presentes paras as crianças.

Eu ri. 

- Ele vai deixá-los mimados assim..

- Já deixou. - Disse Damon rindo comigo.

- O tio Fred vai vir aqui em casa, mamãe? - Perguntou Rachel lá do jardim. É, eles tinham uma audição aguçada.

- Vai sim, Rach. E parece que vai dar presentes pra vocês. - Eu disse sorrindo. Toda vez que ouvia sua vozinha infantil me chamando de mamãe meu coração se aquecia, eu ainda não tinha me acostumado.

- Eba! A gente tá morrendo de saudades do tio Fred. - Disse Thomas se levantando. Faziam alguns meses que eles tinham aprendido a andar, mas  ainda eram um pouco desengonçados. 

Rachel se levantou também, e eles vieram andando até a varanda. Damon tirou os braços que estavam ao meu redor e carregou Rachel, enquanto eu carregava Thomas. 

- Sabemos que vocês estão com saudades, por isso convidei o Fred pra jantar aqui em casa hoje, que tal? - Disse Damon sorrindo pra eles.

- É muito legal, papai! - Disse Rachel satisfeita.

- Antes dá pra gente beber mais sangue? Eu estou com sede! - Disse Thomas manhoso.

- Claro que sim, meu vampirinho. - Eu disse fazendo cócegas nele. Eles entendiam perfeitamente o que nós éramos e o que eles se tornariam. E aceitavam muito bem também. Nosso lar era um lugar feliz e cheio de amor. E assim seria, para sempre.