Sete Chaves I - acima dos Céus escrita por apequenaanta


Capítulo 2
Morrer ou não morrer, eis a questão.


Notas iniciais do capítulo

Sério, sou horrivel com cenas de ação. Vou tentar ao maximo melhorar. Bom proveito :*



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CAPITULO UM

Morrer ou não morrer, eis a questão

 

 Por que nós temos que estudar Shakespeare? Ele é um homem morto, então não ira reclamar se por acaso perdêssemos a vontade de ter conhecimento sobre a vida dele, que vem cá, é chata pra caramba.

 Ele escreveu vários livros e poemas, legal, você é bom, mas para que isso vai me ajudar a salvar minha vida de monstros mitológicos? Vou recitar Romeu e Julieta e a criatura vai se desintegrar de tédio?

 No meu mundo, isso seria muito fácil.

 Sabe quem devia ter mais atenção? Perseu. Ele foi um ótimo cara. Salvou a vida de milhares, casou com uma princesa e teve um final feliz. Shakespeare teve isso? Não sei, porque sua história de vida é muito chata para eu prestar a atenção!

– “Estás indo embora assim? Meu esposo, meu amor, meu amigo! Preciso ter notícias tuas todo dia, a cada hora, pois num único minuto cabem muitos dias. Ah, por essa contagem estarei velhinha antes de reencontrar o meu Romeu” – Recitava de um jeito esquisito minha professora de literatura.

 Ela fechou seu mini livro Romeu e Julieta de uma forma tanto quanto dramática e o depositou em sua mesa.

– Shakespeare era um pensador nato – Começou ela gesticulando com suas mãos que pareciam mais uma aranha peluda – Escreveu vários poemas e historias dramáticas. Entre elas, as suas mais famosas são Romeu e Julieta e Hamlet.

 Interessante isso professora, agora, como isso vai me ajudar a deter os monstros?

– Eu sei que vocês devem estar pesando: Porque essa víbora está passando isso logo no ultimo dia do ano letivo?

 Quase isso professora, quase.

– Como tarefa para o semestre que vem... – Antes dos alunos resmungarem um “ah” desapontados em conjunto, ela levantou as mãos pedindo silencio – Eu só quero que vocês escolham um dos dois para ler. Então quando o ano letivo começar novamente, vocês irão resumir na frente da turma.

 Como se eu tivesse tempo para isso. Minhas férias serão lutas contra monstros para salvar seu precioso traseiro flácido.

 Logo após ela terminar de passar a tarefa, o sinal para o fim das aulas tocou de maneira heróica. Foi como musica para os meus ouvidos. Finalmente estaria livre desse inferno por três longos meses, sem ver esses riquinhos e metidos do colégio Goode.

 Ajeitei meu material na mochila e sai sem paciência da sala de aula. A luz da porta da frente me seduzia como nunca tinha feito antes. Meu cérebro dançava em volta da palavra liberdade.

 Encontrei uma cabeleira loira me esperando em frente do colégio, com um sorriso iluminado no rosto. Ao seu lado, estava um cara meio desajeitado que parecia ter uma doença grave nas pernas. Annabeth e Grover.

 Apertei meus passos até eles, já que era proibido correr no corredor, e quando passei pela aquela maldita porta que me separava da minha tão esperada liberdade, corri como nunca.

 Fazia quase um ano que não os via, e isso estava acabando comigo.

 Quando você é um meio sangue, é complicado fazer amigos. Até outros meios sangues, quando vê que você é uma criança que ira trazer problemas, se afasta de você. E geralmente, eu sou esse tipo de criança problema.

– Annabeth, Grover! – Gritei em quando abria meus braços.

 Annabeth veio correndo em minha direção e se atirou no meu pescoço. Seus cabelos bateram em meu rosto e eu tinha me esquecido como era realmente muito bom estar perto dessa sabidinha.

– Cabeça de alga! Você cresceu de novo – Disse ela com um sorriso largo nos lábios em quando se soltava de mim.

– Perrrrrrrrrrrcy! – Gritou Grover com os olhos lacrimejados.

 Grover tem sido meu melhor amigo desde que eu me entendo por meio sangue. Como satiro, era seu dever descobrir meio sangues e os proteger até que eles descobrirem a verdade. Eu era a ultima chance de Grover provar o seu valor, para conseguir sua licença de buscador, para achar o grande Pã.

 Ano retrasado, quando viajamos pelo labirinto de Dédalo, conseguimos finalmente encontra-lo, que logo após disse ao Grover que queria se libertar, pois os humanos estavam destruindo a natureza. Grover então recebeu sua graça e disse a todos que o grande Pã estava realmente morto.

– Bom te ver também, amigo – Disse dando um tapa em suas costas – Mas então, a que devo a honra da visita de ambos?

 Annabeth suspirou pesadamente e me olhou com aquele olhar de “prepare-se”.

– Problemas.

 Eu realmente não tenho um pingo de sorte.

 

—----

 

– Então se não fosse pelo os problemas, vocês não viriam me visitar – Conclui de um jeito aborrecido e chateado. Nessa hora, eu realmente estava pouco me fudendo para os problemas. Eu tinha absoluta certeza de que eu iria ter que resolve-los mesmo.

– Exatamente! – Concordou Annabeth já irritada.

 Eu tinha reclamado a viagem inteira até o acampamento, não parei em nenhum segundo. Nem mesmo para socar algumas roupas na minha mochila. Eles são uns péssimos, péssimos amigos. Só vem falar comigo para resolver o problema que os deuses não têm capacidade para resolver.

 Um trovão ecoou no céu nublado de New York e eu soube que Zeus ficara um bocado ofendido.

– Porque eu to dando carona para vocês mesmo? Os dois tem dinheiro o suficiente para pegar um táxi.

 Sim, agora eu dirigia. Como tinha feito 16 anos, Paul me dera seu antigo carro como presente por salvar o mundo. Gabe nunca teria feito uma coisa dessas.

– Por que esse é o meio mais pratico de chegar ao acampamento. E, além disso, estamos pagando a gasolina, então feche a boca e dirija rápido – Disse Annabeth finalizando a conversa de maneira sutil e doce.

 Fiz uma careta ridícula e infantil, e decidi ficar em silencio pelo resto da viagem. Eles sentiram saudades da minha voz, escreva isso. Imploraram para eu falar novamente. E o que eu irei fazer? Não irei falar.

 Dei uma visualizada no retrovisor como de costume e me incomodei com a van preta que estava por acaso fazendo o mesmo caminho que nós dês da saída do colégio.  Não davam para ver se eram humanos ou monstros, por causa do vidro totalmente preto, porém meu lado meio sangue tinha certeza que algo estava errado.

– Esses eram os problemas? - Desviei meu olhar para a Annabeth e a mesma assentiu concordando - Estava calmo demais para ser verdade. Grover assume a direção! – Pedi abrindo o vidro.

 Ele pareceu confuso, entretanto curvou seu corpo para frente e segurou o volante com firmeza.

– O que está acontecendo Percy?

– Quando eu falar três, você pula para frente – Disse colocando minha parte superior para fora do carro e me sentando na porta com a Contracorrente presa em meus dentes.

 Apoiei minhas mãos no capo do lado de fora. A superfície quente por causa do sol não me queimava, já que era difícil isso acontecer por ser filho de Poseidon, mas incomodava pra caramba.

– Um, – Flexionei minha perna esperando para subir.

– Percy...

– Dois, – Tirei meu pé do acelerador ignorando completamente Grover.

– Perai!

– TRÊS! – Gritei subindo de forma tosca para cima do carro, rezando aos deuses para me ajudar só dessa vez.

 Consegui me equilibrar no capo com mais dificuldade que imaginava e sinalizei para o Grover diminuir a velocidade, mas os babacas da van já haviam percebido nosso plano, e aumentaram a velocidade, chocando com a parte traseira do meu carro.

 Com o choque da van, meus joelhos falharam e consequentemente perdi o equilíbrio. Eu estava completamente deitado no teto sem segurar em nada, jogando meu corpo de um lado para o outro tentando me manter em cima do carro. Ouvia o barulho estridente do zíper da minha jaqueta arranhando o capo e jurei que iria acabar com o filho da puta que dirigia aquela maldita van.

– Grover, freia. O Percy vai cair! – Gritou Annabeth desesperada.

 Antes de conseguir gritar um não, o bode já tinha feito isso. Freou bruscamente e eu literalmente voei para frente em direção a estrada.

– Percy! – Gritou Annabeth esticando sua mão para tentar me segurar.

 Tentativa falha, eu já estava voando quando ela fez isso.

 Consegui virar meu corpo para ficar de costas para o chão e esperei a pancada. Logo senti o concreto duro e quente se chocando comigo brutalmente e sabia que se sobrevivesse a isso, teria uma baita dor na coluna amanhã.

 Ouvi um catar de pneus e me levantei com dificuldades. Minha visão estava turva, mas consegui identificar um objeto preto se movendo em alta velocidade pela estrada que soltava vapor de tão quente.

 A van.

 A desgraçada vinha para cima de mim com uma velocidade absurda, e com certeza eu seria completamente esmagado se ela atingisse-me em cheio.

 Tateei meu bolso procurando a contracorrente, mas tinha me esquecido que ela voara assim que me choquei no chão. Demoraria um tempo até ela reaparecer em meu bolso.

 Fiz a coisa mais corajosa que um meio sangue faria em um momento desses: Corri.

 Corri como um louco pela rodovia que por azar, estava completamente deserta.

 Sério, que rodovia em New York fica deserta? Isso só pode ser uma piada de muito, muito mau gosto.

 Só havia dois carros que eu conseguia enxergar em todo o horizonte e um deles estava preste a me atropelar.

 Eu precisava ganhar tempo, esperar até a contracorrente aparecer novamente em meu bolso.

 Olhei para trás e a van estava a menos de dois metros de mim. Não pensei duas vezes, joguei meu corpo para o lado, dando uma cambalhota tosca sobre o concreto, conseguindo por pouco me desviar da morte certa. Ralei meu cotovelo no processo e isso ardeu pra caralho.

 A onde estava Annabeth e Grover nessa hora?

 A van deu um cavalo de pau e se virou mais uma vez em minha direção.

 Ah cara, de novo não. Nessas horas eu sinto saudades de estudar Shakespeare.

 Como uma cobra prestes a dar o bote, ela catou pneus novamente e veio com tudo para cima de mim. Algo me diz que dessa vez eu não terei tanta sorte.

 Virei na direção oposta e comecei a correr como nunca corri antes. Minhas pernas não me obedeciam mais. Meus músculos ardiam de um jeito insuportável. Avistei meu carro vindo em minha direção como um louco e agradeci mentalmente os deuses por isso.

 Grover o freou com tudo a um metro de distancia de mim.

– Entra logo! – Gritou ele pulando para o banco de trás.

 Não pensei duas vezes, me joguei no banco do motorista, pisei na embreagem e dei ré.

 Então agora eu quero que você analise a nossa situação: Estávamos eu, Annabeth e Grover, andando de ré pela a rodovia em quanto à van estava de frente, vindo contra agente. Sabe aquelas cenas de filmes que tem dois carros, um estava de ré e outro estava na sua frente, boca do carro com a outra boca do outro carro? Então, essa era a nossa situação.

 Pouco critica.

– AAAAAAAAAAAAAH, NÓS VAMOS MORRER! – Desesperava Grover.

– CALA A BOCA GROVER, NÃO VAMOS MORRER! – Gritava Annabeth. Mas nem ela parecia acreditar em suas próprias palavras – Eu tenho uma idéia. Percy, você precisa desviar da van!

– FAZEMOS DE CONTA QUE EU NÃO HAVIA PESSANDO NISSO. COMO EU SUPOSTAMENTE DEVO FAZER PARA ME DESVIAR DELA?

– SE VIRÁ! TENHO MAIS COISAS PARA PENSAR!

 Bufei irritado e tentei virar para o lado. Não dei certo, antes de eu conseguir virar um pouquinho eles aumentaram a velocidade e se chocaram de novo com agente.

– DIRIGI DIREITO CARAMBA!

 Esperai ai, já sei!

– Annabeth, olha o meu bolso.

 Silencio absoluto.

– Annebeth, da para enfiar a mão logo no meu bolso?

– Para que? – Perguntou meio desconfiada.

– ContraCorrente.

 Ela murmurou um “aaaah” e colocou meio hesitante a mão no meu bolso. Depois de remexer um pouco, não conseguiu achar nada a não ser uns trocados e um preservativo.

– Olha o Perseu – Riu Grover esquecendo por um momento de rezar.

– Sério Percy? – Perguntou Annabeth levantando o preservativo.

 Suas bochechas estavam coradas e eu achei isso meio que fofo, apesar de seus olhos estarem transbordando seriedade.

– Estavam distribuindo na escola. Tenta no outro bolso e sabe, pare de criticar as coisas que eu carrego. Se você não reparou estamos quase morrendo.

 Ela se curvou em minha direção e sua mão pousou-se sobre minha coxa, muito próxima de uma área muito sensivel.

    “Controle-se Percy. Você não pode se distrair agora.” Eu ordenava a mim mesmo. Mas estava meio complicado, sabe?

 Annabeth vasculhou meu bolso e tirou minha caneta esferográfica de lá. Suspirei aliviado. Graças aos deuses ela tinha retornado. 

– Agora a destampe e taque em direção ao vidro do carro como se fosse uma lança.

– Oooh, já entendi o que você quer fazer – Disse ela balançando a cabeça para cima e para baixo com um sorriso malicioso nos lábios – Bem inteligente para um Cabeça de alga.

 Ela destampou a caneta que se transformou em uma espada de noventa centímetros de puro bronze celestial. Abriu o vidro e sentou-se na porta do carro. Enganchou seus pés na lateral do branco para manter o equilíbrio.

 Segurou na bainha com força e tacou bem em direção que supostamente deveria estar o motorista.

 Como previsto a van desacelerou e foi a minha chance. Olhei o retrovisor para me certificar que não havia nenhum carro e virei o volante desesperadamente conseguindo por pouco ficar fora da mira da maldita van. Pisei na embreagem, coloquei na primeira marcha e acelerei em direção ao acampamento.

– Ótimo Percy, agora espere a van nos perseguir – Disse Annabeth descendo da porta.

– O que? Ta loca? – Gritei passando para a segunda.

– Confie em mim.

 Concordei sem relutância. Se havia algo que eu posso fazer sem duvidas é confiar nessa sabidinha.

 Desacelerei o carro para a van conseguir nos alcançar. Não demorou muito para aparecer um objeto preto no meu retrovisor vindo em alta velocidade. Annabeth se esticou para o banco de trás e pegou sua mochila.

– Grover desmaiou – Disse ela em quanto procurava algo em sua mochila.

– Bem que percebi o silencio.

– Achei! – Gritou ela com uma besta na mão.

 Ah, agora finalmente tudo fez sentindo.

– Você poderia ter usado isso antes, não é?

– Eu meio que esqueci – Admitiu com a voz repleta de vergonha.

 Mandei-lhe o mesmo sorriso cético que ela adorava me lançar sempre que eu fazia algo errado. Ela fingiu não o ver.

 Sentou-se novamente na porta do carro, com a besta encaixada firmemente em suas mãos e finalmente atirou a maldita flecha que pegou certeiro o pneu dianteiro da van.

 O pneu estourou na hora os fazendo perder o controle. Foi derrapando em zig e zag, indo direto a uma construção de uma coisa que eu não sabia identificar o que era e que parecia estar abandonada a anos. Não conseguiram evitar se chocar com tudo sobre um pilar de tijolos. O pilar desmoronou sobre o eles formando um sanduíche de filhos da puta.

 Nem mesmo os monstros conseguiriam sobreviver a isso.

 Uma nuvem densa de poeira formou-se sobre o local, tampando nossa visão sobre a van.

 Estacionei o carro perto do desastre e desci cuidadosamente. Se houvesse um monstro, eu não poderia me defender sem a contracorrente. Mas é claro que a Annabeth não fez isso. Desceu como uma cavala do carro, batendo a porta com uma força desnecessária.

 Sério, ela tem geladeira na casa dela?

 Em uma das suas mãos se encontrava a besta, que já estava devidamente carregada e na outra a sua inseparável faca de bronze.

– Ow, o que aconteceu aqui? – Perguntou Grover com uma voz sonolenta sentado no banco de trás. Finalmente pareceu ter acordado do seu desmaio.

– Annabeth.

– Faz sentindo – Disse ele.

 Annabeth se aproximou de mim e me entrou sua faca de bronze. Não sabia manusear uma faca direito, entretanto sabia como segurar uma e cortar. Não devia ser tão diferente disso.

 Ela ficou mais atrás me dando cobertura em quanto eu me aproximava do veiculo. Os cascalhos dos tijolos caindo eram os únicos barulhos do local e me faziam imaginar que os filhos da puta não estavam mais entre nós.

 Tirei algumas pedras de cimento misturado com tijolos que me impediam em abrir e porta e fiz um sinal para a Annabeth se preparar.

– Um – Disse fazendo uma contagem silenciosa – Dois – Ela ajeitou melhor a besta – TRÊS! – Gritei abrindo a porta pronto qualquer ataque surpresa.

 Mas que bosta é essa?


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado do primeiro capitulo, ta bem meia boca, mas eu tentei .-.