The Fog Fall escrita por Daymare


Capítulo 4
The Barrier




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Um homem corpulento de um cheiro incrivelmente desagradável se aproximou do carro. Rato abriu espaço para o homem sentar. Oz torceu o nariz discretamente.

— Esse aí é o Dirceu — disse o homem que havia parado o carro — Há, ele é gente fina, cuidem dele. ‘Tão liberados.

Fritz ligou o carro. Não estava gostando daquilo. Carregar caronas nunca era coisa boa, principalmente daquele tipo, mas não podia fazer nada. Não demorou muito para pegar velocidade novamente e voltarem à estrada.

Estavam todos calados. Álvaro tentava suportar heroicamente o cheiro de Dirceu que intoxicava o ar. Onde diabos aquele homem havia se enfiado para estar fedendo tanto? Sentiu seu estômago remexer. Parecia que iria vomitar a qualquer instante.

— Hey, quem são vocês? — o silêncio foi quebrado por Dirceu. Seu hálito de bebida e mais alguma coisa que não conseguiram identificar invadiu o carro, e graças a Deus, sendo dissipado rapidamente pelo vento.

— Eu sou o Fritz e esse é o Oz. Do seu lado, ‘tão o Rato e o Dior.

— Ah, e o que o bando de malucos tá indo aprontar em Cupertown?

Álvaro poderia jurar que iria vomitar naquele exato segundo, assim que a segunda baforada de ar fétido invadiu suas narinas. Não estava bem, e aquele homem não estava ajudando nem um pouco em sua melhora.

— Estamos indo encontrar algumas pessoas. — Fritz respondeu sério. Oz mantinha a cabeça praticamente para fora da janela, para o bem de suas vias nasais e estômago.

— Há, eu ‘to indo resolver umas coisas também e...

— Ôô Fritz... — Rato interrompeu — Acho que o garoto vai vomitar...  

Fritz deu graças a Deus por ter um motivo para parar o carro. Se as coisas continuassem como estavam, quem ia acabar vomitando ali seria ele mesmo. Pararam no acostamento, e mal Álvaro desceu e já colocou tudo o que tinha no estômago, ou seja, líquido estomacal, para fora. Os outros também desceram do carro para tomar um ar.

— Garoto, você definitivamente não está bem. — Oz comentou, colocando a mão na testa de Álvaro. — E parece febril também.

— Também, com uma coisa dessas na mão, eu também estaria... — Dirceu comentou, se referindo ao corte que o garoto sofrera.

— Como aconteceu isso? — Fritz perguntou, pegando o braço de Álvaro e avaliando a ferida. — Deve estar infeccionando pelo visto...

— Me cortei com vidro, lá no abrigo.

Fritz torceu o lábio. O corte estava considerável.

— Anda, vamos limpar essa bagunça aí. Ficar com sangue assim não é bom nesses tempos...

— Por quê?

— Lembra daquelas criaturas que eu te falei antes? Então. Elas sentem cheiro de sangue a metros de distância. E eu não quero correr perigo por sua causa. — e virou-se para Rato — O kit de primeiros socorros tá aí?

— Sim. E pronto para operar.

Fritz demorou o máximo que pode para limpar e fazer um curativo no corte de Álvaro. Não estava nem um pouco afim de voltar a dirigir com aquele homem fedido dentro do carro. Oz apreciava a vegetação desgastada, também sem a mínima vontade de voltar a viajar daquela forma.

— Vai demorar muito aí? — Dirceu perguntou visivelmente irritado, se aproximando de Álvaro e Fritz.

— Já estou acabando... — Fritz terminou de enfaixar a mão do garoto. Agora era inevitável não sair naquele momento.

Já era meio dia, porém ainda faltava muita coisa para chegarem à cidade. Álvaro já se sentia um pouco melhor. Novamente, estavam todos em um silêncio mórbido embalado apenas pelo som do motor e das rodas sobre o asfalto, o que não era tão ruim já que não precisariam de sentir o bafo de Dirceu novamente.

Fritz já ia começar a contar a história de quando ele fora esquiar pela última vez, porém as palavras nunca foram ditas. O carro bateu em alguma coisa, e com um estrondo andou para trás um pouco e parou definitivamente, com muita fumaça saindo do capô.

— No que batemos? — perguntou Rato, tentando identificar alguma coisa no meio do caminho.

— Não faço idéia. — Fritz apertava os olhos, tentando ver alguma coisa além do vidro que não seja o asfalto e... O que parecia uma estranha névoa pairando logo a frente — Estão todos bem?

Todos confirmaram e desceram do carro. Oz se aproximou da estranha névoa, colocando os dedos sobre ela e constatando que era sólida, para a surpresa de todos. Haviam batido nela.

— Parece...  Parece uma espécie de barreira... Mas de onde veio isso afinal?

Fritz estava com a tampa do capô do carro aberta, olhando lá dentro.

— O cano do radiador ‘tá detonado. — Fritz coçou os cabelos loiros e ralos — droga, está muito longe para voltar a pé, e não tem jeito de seguir em frente.

— Ah, não me diga! — Dirceu disse furioso, dando um chute na estranha névoa. Isso não fez com que ela se alterasse. — É tudo culpa de vocês! Não sabem fazer merda nenhuma direito e...

— Ei! — interrompeu Álvaro — Tem uma casa ali. A gente podia pedir ajuda...

— Garoto, você é genial. — disse Fritz se pondo a andar em direção a casa. — Foi sorte mesmo ter te achado.

Todos foram atrás. Havia um homem sentado na porta, coberto de sangue, tirando a pele de um animal morto. A cena em si era grotesca. Não tinha cara de ser boa pessoa.

— Ei, o que querem aqui? — disse o homem assim que os viu.

— Nosso carro bateu em alguma coisa.  Mais parece uma barreira invisível, para falar a verdade... Sabe o que é?

O homem deu uma risadinha.

— Isso é o que separa eles de nós.

Todos ficaram confusos.

—Como assim? —perguntou Oz

O homem apenas sorriu.

— Vejo que o carro de vocês quebrou... Sabem o que aconteceu com ele? As vezes eu posso ajudar.

— O cano do radiador estourou todo. — Fritz disse, encarando o animal morto e sem pele no chão.

— Ah, isso eu tenho aqui. Mas como tudo tem um preço...

Dirceu, irritado, sacou uma arma e a apontou para a cabeça do homem.

— O preço é, ou você arruma para nós o maldito cano, ou eu estouro os seus miolos.

O homem torceu o lábio.

— Tudo bem, tudo bem, estressadinho. Eu arrumo para vocês. Mas vou logo avisando. Não dá para atravessar aquela barreira ali não! A únicas opções que vocês tem é voltar ou encontrar outro caminho. O que eu acho meio difícil, porquê, pelo o que eu estou sabendo, está tudo bloqueado.

— Sabe algum outro caminho que nos leve à cidade de Cupertown? — perguntou Fritz, tentando ser camarada, já que Dirceu havia sido tão impertinente.

— Hn... Não. Mas vocês deveriam procurar o Lynch. Ele provavelmente deve saber alguma coisa.

— E onde achamos esse Lynch?

— Ah, isso eu também não sei dizer. Vocês vieram de lá, não foi? — o homem apontou para a estrada de onde eles haviam vindo.

— Sim, foi.

— Então. Praquela direção, tinha uns caras lá que devem saber.

— É o meu grupo, por quê? — disse Dirceu — Não sabemos nada desse tal de Lynch.

— Ah, você não sabe, mas eles devem saber. Aliás, você que deveria saber que aquele tipo de gente não confia em qualquer um.

Dirceu apontou a arma para a cabeça do homem novamente.

— Eu acho que um certo alguém deveria ficar calado.

—Calma, calma, gente... — disse Fritz. — Vamos consertar o carro e voltar para a cidade. Lá procuramos com mais calma.

— Mas... — disse o homem — está um pouco tarde para vocês saírem... Sabem que pegar estrada de noite é perigoso. Passem a noite aqui, e amanhã vocês vão para a cidade.

— Beleza. E obrigado, de qualquer forma... — agradeceu Fritz, coçando os cabelos loiros.

Álvaro desconfiou de alguma coisa na hora. De início o homem parecia hostil, e naquele momento estava até oferecendo abrigo? Com certeza tinha alguma coisa de errado ali. Mas, não poderiam arriscar uma viagem noturna daquela forma. Ficar ali, era a única opção que tinham.  




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Notas finais do capítulo

Sim, finalmente saiu mais um capítulo da Fog Fall.
Essa fic está cheia de errinhos aqui e ali, que vou ler com calma e corrigir depois.
O nyah estragou a minha formatação, assim como fez quando eu fui atualizar a Mistress. Vou ver se corrijo isso depois usando outro navegador.
Enfim, é isso.



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