Se você me pedisse para escolher uma pessoa para matar nesse momento, eu escolheria a mim mesma.

Se você dissesse que eu posso escolher duas, eu escolheria eu e Nyx ( a deusa ).

Se você dissesse que eu posso escolher três, eu me escolheria, eu mesma e Nyx.

Agora, se você pedisse para eu escolher quatro pessoas, aí a coisa já muda de figura. Eu escolheria matar Carla, Bruno, Clara e Luis, que é um filho de Hermes que encontramos no caminho. O fato é que Carla e Bruno, Clara e Luis estavam no maior LOVE!

Eu já não agüentava mais isso!

Ta... Não tinha rolado nada, mas eu juro que dava pra ver faíscas quando se olhavam! Argh!

Eu aqui, morrendo de preocupação com o Apolo e os quatro lá! Rindo, brincando...

Isso me deixava deprimida. Tudo bem que elas são minhas amigas, minhas irmãs, mas de certa forma, eu queria que elas estivessem como eu, não aí, se divertindo! Eu amo elas, mas eu queria que elas percebessem o que elas estão me fazendo passar.

- Eu acho que vou dormir um pouco... – eu disse e ninguém respondeu.

Ignorei as risadas histéricas de Carla, as tentativas de sedução de Bruno, as jogadas de cabelo de Clara e as histórias que Luis contava. Dormi.

Meu sonho começou bem. Eu estava treinando arco-e-flecha, Apolo me assistia sorrindo.

De repente o sonho mudou. Eu não estava mais treinando. Estava lutando para salvar minha vida.

Eu me virava para atirar flechas, mas elas nunca atingiam o alvo.

Não pude ver quem me atacava. Seja lá quem fosse, o inimigo emanava uma áurea de terror branco, um brilho que ofuscava minha visão e trazia medo à minha mente.

O sonho mudou de novo. Eu e Apolo estávamos em uma cela escura, fria e úmida.

Apolo se virou para mim, seu olhar era triste.

- É isso que você quer? É isso que vai acontecer se você vier atrás de mim. Morte, terror, destruição. É isso que você quer? Por favor! Não acabe com sua vida por minha causa!

Então eu acordei. Olhei para os lados e vi que o pessoal ainda estava distraído conversando.

Peguei minhas coisas e, sem que eles percebessem, segui para Leste. Mas antes disso eu escrevi um bilhete para Carla, dizendo para ela ir para o acampamento, pois tive um sonho que dizia que eu deveria continuar sozinha.

___________________três_horas_depois_______________________

Eu cheguei ao cativeiro de Apolo. Não sabia como eu tinha chegado naquele lugar, mas eu me senti atraída para lá.

Era uma caverna grande e escura, mas no fundo, um brilho bem fraco reluzia. Corri para lá.

Encontrei Apolo acorrentado em uma parede. Quando me ouviu ele olhou para mim com um olhar de dor. Ele disse com uma voz fraca:

- Eu disse para não vir. – e depois disso eu não vi mais nada.

Acordei um tempo depois sentindo uma dor de cabeça terrível. Abri os olhos e Apolo estava preso de frente para mim, mas estávamos distantes o suficiente para não conseguirmos nos tocar. Ele me olhava tristemente.

- Eu disse para você não vir. Ninguém pode conseguir vencer um deus primordial.

- Eu não podia te deixar aqui! – eu disse chorando.

- Só há um jeito de você se salvar e Nyx me soltar... Eu vou me odiar para sempre com o que eu vou fazer agora. Não se esqueça de que eu te amo. – eu percebi o que ele iria fazer, eu tentei impedir, mas já era tarde. Ela já estava pronunciando as palavras. – Nyx! Grande Deusa da Noite. Eu te amo, e a ninguém mais. – sua voz era fraca, como se lhe doesse pronunciar aquilo.

- Apolo! Você não devia ter feito isso! – eu disse, eu estava soluçando.

- Era o único jeito. – ele disse enquanto se dissolvia em um brilho prateado, Nyx o estava buscando. – Sei que nunca vai me perdoar por isso... Só... Só diga que me ama.

- Apolo, eu te amo! – eu disse e logo em seguida ele desapareceu. Mas pude ver ele sorrindo.

Fechei os olhos e comecei a chorar. Acabou. Ele me abandonou. Senti meus braços caindo do meu lado, eu estava livre. Mas não me movi. Não conseguia. A dor de um coração partido era grande de mais.

Fiquei encolhida por muito tempo. Até que senti um calor dentro de mim. Ele era emanado pelo meu pingente de Sol. Entendi que, não importava o que tinha acontecido, Apolo sempre estará comigo.

Meu coração ainda doía, mas me forcei a abrir os olhos.

Eu estava no acampamento. O chalé estava vazio. Me olhei no espelho, eu estava horrível. Entrei no chuveiro e tomei um banho, refiz a maquiagem, vesti um shortinho jeans e uma camisa laranja do acampamento e sái do banheiro.

Carla e Clara estavam sentadas em suas camas e, quando me viram, saíram correndo para me abraçar.

- Onde você estava?! Você nos deixou preocupadas! - Carla

- Eu estava no cativeiro de Apolo.

- Quando você chegou? Estávamos na fronteira te esperando, mas não te vimos chegar! – Clara.

- Eu apareci aqui... – elas me olhavam curiosas. Contei a elas tudo o que aconteceu.

- Ah! Amiga! Vai dar tudo certo! Mamãe sabe o que faz! – disse Clara.

- É... Eu sei...

- Então o que vocês acham de deixá-la conversar com a mãe? – perguntou uma mulher ao nosso lado. Minha mãe.

Minhas irmãs fizeram uma rápida mensura e saíram. Eu comecei a chorar.

- Por que, mãe? – ela me abraçou.

- Minha querida, tudo irá se resolver. Acredite em mim!

- Eu acredito em você, mãe! Mas...

- Querida, você é jovem, ainda tem muito tempo para se apaixonar. Agora, se eu não vir um sorriso real em seu rosto em meia hora, pode esquecer a idéia de voltar a amar!

Eu sorri e ela sumiu. Saí do meu chalé e dei de cara com Nico na porta.

- Nyx! – ele me abraçou – Me falaram que você tinha voltado! Senti sua falta! – ele ainda me abraçava.

Eu o abracei também. Quando ele se afastou, ele estava corado.

- Então... você quer dar uma volta?

Vi o Sol brilhar mais, acho que Apolo apoiava.

- Claro! Vamos!

Nico não era o Deus do Sol, mas já era um bom começo. Eu tinha minha mãe para me ajudar, e o Sol para me proteger. Eu iria ficar bem.

POV Apolo

Vi Nyx e Nico saírem andando.

Ela tinha a mãe, as irmãs, agora ela tinha Nico.

Ela ficaria bem.

E eu estava preparado para fritar qualquer um que a magoasse.

Fim!!