Entrei no banheiro e vi Jennifer lavando as mãos. Me aproximei para falar com ela. Sentei na Pia.

- Por que você está assim? Meio... Triste...

- Eu estou só meio nervosa.

- Por quê?

- Bom... – Ela se sentou comigo. - Eu acho que posso te contar... Sabe o Matthew?

- Sei – Sorri.

- Uh... Ele...

- Você está gostando dele...? – Acusei, e Jenny corou em resposta.  – Ai, que lindos. Vocês combinam...

- Na verdade... Eu ia di... Ele tem uma namorada.

- E daí? Jenny, você é loira, poderosa, linda, fantástica! Isso não é problema para você! Preste atenção. E repita comigo! Eu sou...

- Não – Ela balançou a cabeça negativamente.

- Vamos! Eu sou... Sou...

- Eu sou...

- Eu sou uma...

- Eu sou uma...

- loira.

- loira.

- linda e poderosa! – Ela ficou vermelha de tanto rir enquanto tentava repetir minhas palavras.

–linda...

- Repete comigo! Eu sou meiga...

- Eu sou meiga.

- Eu sou GOSTOSA.

- Eu sou... GO.. G... – Ela teve um ataque de riso. E começou a soluçar as palavras. – Gostosa!

    Só para descontrair pulei da pia e fiz uma pose sexy quando comecei a berrar:

- I´m a FREE BITCH BABY!

- I´M A FREE BITCH BABY! – Ela me imitou. E neste ponto eu estava morrendo de tanto rir.

- I´M A FREE BITCH BABY!

- YOU ARE?

- I´M! AND YOU?

- I´M!

- WHAT ARE YOU?

- WE ARE FREE BITCHS BABY! – Gritamos ao mesmo tempo.  De repente Neal entrou no banheiro Feminino correndo. E eu, claro, dei um grito assustado.

- Sh... – Ele disse gargalhando. – Eu vim avisar que estamos embarcando e não assistir o show.

- Estamos uh... Indo. – Jenny estava vermelha feito um pimentão.

- Jennifer. – Antes que ela saísse pela porta, agarrei sua mão. – Você tem medo de mim?

- Medo? Medo de você ou da sua loucura? Não, eu não tenho medo de você... Na maioria das vezes.

- Obrigada. – Abracei-a e deixei que ela me guia-se para fora do banheiro.

    Embarcamos quase que naturalmente, Phil só teve umas briguinhas com uma aeromoça, pois sempre que Joey abre a boca o que ouvimos são pequenas indiretas aleatórias e acidentais. Ou seja, ele fala merda sem querer. Coitado...

   Jenny sentou com Matthew, bom ela foi obrigada a sentar com ele... E Joey sentou com Phil, já eu... Estava torcendo para ter que sentar em qualquer lugar longe do caos. Avistei minha poltrona, e também avistei Neal sentado nela...

- Boa tarde, Madame. - Ele disse ao ver que eu me aproximava.

- Vaza. – Fui curta e grossa.

- O que? Por quê?

- Por que esse é meu lugar.

- Não é mais.

- Eu já disse pra você sair do meu caminho antes. Espero não ter que repetir isso...

- Nossa! Onde foram parar seus modos menina?!

- Acho que os perdi! Junto com a paciência...

- E o senso de humor... – Ele sussurrou em um tom bem audível.

- O Humor eu ainda tenho. – Peguei um potinho da mão de uma aeromoça que se aproximava, e joguei nele, felizmente o troço estava cheio de pudim, infelizmente, voou pudim na minha poltrona. Me debrucei sobre ele e lambi um pouco do pudim que tinha no seu pescoço.

- Não Brinque comigo. – Sussurrei mordendo o lóbulo de sua orelha e fazendo-o tremer.

    As duas poltronas estavam todas cheias de pudim, e tivemos que mudar de lugar. Quando a poeira abaixou já havia se passado um tempo, alguns minutos, na verdade, de quando eu atirei pudim em Neal. E de quando a aeromoça se desculpou, mesmo ela não tendo feito nada, e nos levou até a primeira classe, fornecendo-nos lugares isolados por cortinas. Aquilo parecia um castigo, só que não como ficar depois do horário na escola, tipo... Uma suspensão, aquele castigo que dá vontade de repetir...

        O avião já havia decolado, e eu estava afundada na minha poltrona ouvindo música e assistindo Neal falar sozinho, de novo.

- Ow! – Rosnei quando tive que desviar da mão de Neal que se aproximar dos meus novos fones novos. – O que foi? – Pausei a música.

- Eu estou cheio de pudim! – Ele reclamou enquanto fazia o favor de estraçalhar os meus fones... Os novos!

- Que bom, hein?

- Vou ter que trocar de roupa pela sua culpa...

- Repito: Que bom, hein?

- Ah – Ele estava mesmo muito bravo por eu ter sujado seu ternozinho.

- É só trocar... Vai se trocar. – Suspirei.

    Ele se levantou e pegou uma maleta prateada que estava embaixo de sua poltrona, ele a abriu, e sorriu ao ver um terno novinho dentro da mesma. Ele me encarou com um ar vitorioso, e bufou. Abanei a mão em descaso. Assisti ele passar pela cortina indo pro banheiro, e voltar em um átomo, ainda sujo.

- Vai se trocar. – Mandei.

- Não posso. – Ele disse meio ansioso.

- Por acaso eu estou te impedindo?

    Ele revirou os olhos e deu uma espiadela para ver se alguém estava vindo. Então afrouxou a gravata, e começou a tirar a camisa. Fiquei parada.

- O-o q-que Você está-a fazendo?! – Cobri os olhos.

- Streep tese! – Ele riu e fez menção de abaixar a calça.

- Ok. – Corri pra onde Jenny estava cochilando. Sentei ao seu lado.

- Hey Jenny.

- O-oi! Chloe! – Ela abriu um sorriso feliz. – O... Desculpe ser mal educada... Mas... Por que você está aqui?

- É que o Neal queria se trocar.

- Isso ainda não responde minha pergunta.

- Ah. O banheiro estava ocupado. E... ele decidiu fazer Streep Tese.

- Meu deus – ela tomou minha mão fingindo rezar. – Dá-lhe paciência, pois se der força ela o mata!

    Eu fiquei rindo, tanto, que eu jurava que estava vermelha que nem pimentão. Então, foi aí que veio a minha cabeça que...

- Cadê o Matthew? – Segurei Jenny pelos ombros.

- Uh... Eu n-não sei. – Ela ficou de pé em um átomo e começou a se abanar desesperada.

    Corri até onde Neal estava se trocando, ele tentou cobrir suas... intimidades. Joguei uma calça nele. E peguei minha arma. Passei uma para ele, também. Tirei meu vestido, que cobria minha roupa de trabalho, e comecei a me prepara, mal se passaram alguns segundos e eu já estava armada dos pés a cabeça.

- Cacete! O que aconteceu?

- O Matthew!

- O que?!

- Ele sumiu. Vamos achá-lo. – Minha arma fez um clique completamente satisfatório. Neal me encarou assustado. – Vamos. – Os dois

- Jenny! – Phil apareceu.

    Philip, Jenny, Joey, Neal e eu procuramos o menino por todo canto! Desde o começo ao fim. Eu estava muito puta, o avião já estava prestes a pousar. O Piloto já tinha enunciado o nosso pouso. No desespero, me joguei no chão á procura de uma miserável pista... Uma coisinha... Uma dica... Aham!

- Hey! Sherlock Holmes! – Ele puxou meu cabelo. – o que você está fazendo de quatro no chão?

- Procurando pistas e a... – eu ia anunciar que já sabia onde ele estava quando Neal ergueu a arma. E automaticamente eu me arrependi de tê-la dado pra ele.

- MUITO BEM! – Ele berrou quando todo e qualquer ser naquele avião calou a boca. – Alguém viu um jovem, de mais ou menos 17 anos, moreno, atlético, e bonito? – Automaticamente um  veadinho que estava sentado não muito longe de mim se pronunciou rindo.

- hahaha! Quem não procura um desses?

- Olha aqui, seu boiola, se você se quer insinuar que eu sou tão macho quanto você eu atiro nessa sua cabeça embibada! – Neal apontou pra biba louca e eu tive que pular nele. Caí em cima de Neal, com cada perna em um lado de seu corpo, o prendendo bem firmemente, o imobilizei, e tomei sua arma, prendi suas mãos com minhas algemas e me levantei.

- Tudo está sob controle! Sou do FBI! – Anunciei erguendo meu distintivo. – Vamos, Amigo, você está preso. – Encerrei minha encenaçãozinha recebendo muitos aplausos, e alguns “Ui gata vem brincar de policial” que eu preferi ignorar. – Eu sei onde ele está. – Cochichei pro meu prisioneiro.

- Onde?

- No banheiro, Comendo a Ruivinha que senta no 10A.

- Nossa. – Ele me encarou admirado. – Como você descobriu?

- Eu achei a bolsa do nosso desaparecido, estava faltando uma camisinha... A menina senta do lado do Boiolão. – Sorri. Indo bater na porta do banheiro.

- Ocupado. – Ouvi Matthew grunhir.

- Num to falando com você idiota! Eu to falando com a moça. Com licença? Querida, o cara com quem você está dando uma rapidinha... Ele é um criminoso, sou da polícia, é melhor vocês se entregarem anunciei. E logo pude ouvir um baque mudo. E a menina saiu rapidamente do banheiro. Quase chorando.

- Isso mesmo gata! – Neal riu ao ver Matthew sair atrás dela, cobrindo um olho machucado. Comecei a rir. E não perdi tempo, logo algemei a criança também.