Shimmer escrita por scarlite


Capítulo 4
Capítulo 4




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O sol batia no meu rosto, e, relutante abri meus olhos que doeram com a troca do escuro pelo claro. Olhei para o radio relógio e vi que ainda era muito cedo. Cinco da manhã, de uma segunda-feira, feriado, e meus cobertores estavam bem mais atraentes que o frio de Forks. Com este pensamento escondi meu rosto no travesseiro esperando dormir pelo menos mais uns trinta minutos antes de o resto dos Cullen acordarem. Estava de folga do trabalho hoje, e iria aproveitar.

Podia, depois de meses, me dar ao luxo de dormir até mais tarde. Ainda mais, de aproveitar os olhos amenos de minha mãe pelos anos em que fiquei longe por causa da Faculdade.

Tive, porém, meus intentos interrompidos pelo som de madeira rangendo... No teto?

Mas o que que estaria fazendo aquele som? Como se alguém estivesse andando sobre a casa, e bem em cima do meu quarto. Ergui-me sobressaltado pensando se tratar de algum ladrão, tentando invadir. Pensei em chamar meu pai, porém ouvi uma voz feminina. O som entrava abafado pela minha janela entreaberta, por causa do vento e do farfalhar das folhas de árvores que contornam a residência. Ainda estava meio sonolento, e pensei se tratar de algum sonho ou alucinação. Voltando a descansar a cabeça sobre o travesseiro, ouvi ainda mais claramente os sons.

Fiquei intrigado com aquilo, Alice com certeza não era. Jamais acordaria numa hora daquelas em dias livres de trabalho. Só podia ser uma pessoa... Aproximei-me, ainda meio dormindo, da fresta. Uma brisa gélida adentrou o quarto me causando arrepios, me fazendo puxar o edredom grosso de tonalidade azulada para me proteger. Acho engraçado a fumaça saindo da minha boca e nariz enquanto ponho minha cabeça para fora da janela. Será que é a Aretha tentando salvar o seu gato de cima do teto outra vez?

Meu sorriso se desfez quando vi a silhueta de Bella andando perigosamente próxima da borda do telhado, apenas de pijamas tremendo de frio, com os pés descalços. O que diabos ela estava fazendo ali?

Em um único movimento, larguei o cobertor e, meu corpo protestou pelo ato. Estava realmente muito frio, o que me fez ficar além de surpreso, preocupado com a minha prima.

– BELLA!  O QUE VOCÊ FAZ AÍ EM CIMA?

Já estava com metade do meu tronco para fora, buscando um ponto de apoio qualquer para que eu também subisse, ela podia cair de lá, causando, com certeza, alguma fratura.

Coloquei a perna sobre o batente da janela pegando impulso até alcançar a borda de proteção superior, em seguida coloquei o pé na calha que rangeu terrivelmente, e agora eu pensava nas fraturas que seriam infligidas também a mim.

– Vim ver o nascer do sol! – Ela disse simplesmente. Como se fosse a coisa mais natural do mundo uma pessoa sair no frio, arriscar-se no alto de um prédio apenas para desfrutar o amanhecer.

– Você pode me dizer por que está sem agasalhos? – Procurei abaixar minha voz, já que acordar a casa inteira só iria piorar tudo. Sendo minha mãe muito dada a histerias quanto às manifestações aventureiras da Bella.

            Rapidamente, vários flashes de situações em que Bella se colocava deliberadamente em risco, correram como um filme pela minha mente:

Flashback

Aos 7 anos:

– DESCE DAÍ AGORA BELLA!

Minha mãe gritava com a garotinha de sete anos que pendia perigosamente do alto de uma árvore. Emmet e Alice estavam na casa dos Hale, e eu havia ficado ajudando a mamãe na cozinha. Emm dizia que isso era “coisa de mulherzinha”, mas eu gostava. Não só de ajudar Esme, mas, também de sentir os aromas da cozinha, o cheiro dos temperos e o sabor dos molhos que minha mãe sempre me fazia provar. Depois descobriria que isto faz parte do prazer e talento de cozinhar.

– NÃO TIA ESME! VENHA VER! – Ela apontou um ninho de pássaros na ponta do galho. Eu fechei os olhos quando vi que ela se dirigia ainda mais para a ponta, na direção dos pássaros.

– ME OBEDEÇA BELLA ISSO É PERIGOSO! PELO AMOR DE DEUS! – Esme já se desesperava.

Meu pai finalmente chegou com uma escada na tentativa de chegar mais rápido ao topo da velha acácia que ficava no alto da colina no quintal.

Eu fiz menção, várias vezes de tentar subir, sem que minha mãe me permitisse. Papai já estava quase alcançando a Bella quando de repente ela escorregou no galho fino e vi com terror enquanto ela caía estatelada no chão.

Sorte sua que os galhos de arbustos absorveram o impacto, e ela ficou apenas com um braço engessado.

***

Aos 8 anos:

            Era um domingo a tarde, e toda a família Cullen estava na cidade visitando o novo circo que passava por ali.

Todos, sem exceção estavam ansiosos e empolgados, já que eram poucas as atrações de Forks. Muitas crianças passavam por nós agarradas aos pais, aos pulos apontando guloseimas mais diversas oferecidas nos quiosques distribuídos pelo caminho para a tenda colorida.

– Papai! Vamos ao tiro ao alvo – Por incrível que pareça não era eu ou Emm que pedíamos isto a Carlisle: Era Alice.

Meu pai deu uma sonora risada, enquanto tentava conter o entusiasmo de uma Alice empolgada.

– Isso é lá coisa de menina Alice! – eu adorava ralhar com ela. Era um de meus passa tempos favoritos!

– Eu não me importo nem um pouco – E, mostrando a língua, passou como um fogo por mim em direção ao tiro ao alvo.

Bella estava muito calada, enquanto agarrava minha mão e a de Esme com força. Ela parecia um tanto inquieta, pela quantidade de pessoas circulando ao nosso redor.  Em geral era assim quando saíamos para lugares movimentados.

            Apertei sua mão quando um rapaz de aparentemente quinze anos esbarrou nela a caminho da banca de algodões doce. Ela se encolheu ao meu lado, escondendo o rosto em minhas costas.

– Bells, não fica assim. São só pessoas – Cochichei, mas, ela não parecia apreciar muito a diversão da família. Mesmo quando Alice solicitou sua presença enquanto derrubava todos os alvos, se manteve agarrada ao nosso braço.

– Vamos ver os animais meninos. – Mamãe, como sempre, mais animada do que todos nós ali. Ela puxou Carlisle até o cercado de animais. Eu a segui, curioso.

– Provavelmente esses bichos estão desnutridos e pelados – Emmett bufou ao meu lado. E realmente os pobres animais estavam em péssimas condições. Havia um elefante, uma ema e um casal de ursos marrons.

– Eu acho uma maldade transportar os pobres animais de um lado para o outro. – Mamãe falava desgostosa meneando a cabeça.

– Também acho. Talvez eu devesse conversar com o veterinário do circo. Se é que eles têm um. – O instinto de veterinário do meu pai falando ais alto.

– Vamos procurar nossos lugares e rebocar a Alice antes que ela leve o moço do tiro ao alvo a falência.

Íamos nos afastando quando Bella pareceu ficar colada no lugar. Ela olhava fixamente para os dois ursos dentro da grade precária, de proteção.

– Vamos Bells. – Puxei levemente meu braço para que me seguisse, ela se desvencilhou e correu como uma maluca para a grade. E eu fiquei lá parado como um idiota pego de surpresa. Esse pequeno transe não durou mais que alguns míseros segundos. O que bastou para Bella escalar a grade do cercado dos ursos, que imediatamente se assustaram com a movimentação.

– Ai meu Deus! – Cuspi a frase correndo em direção a ela.

Rápida como nada, ela passava a perna pela cerca quase dentro do espaço dos animais, e, nessa hora eu entrava em pânico.

– BELLA! BELLA DESÇA DAÍ SUA MALUCA! – Gritei, e ouvi minha mãe, que não havia se afastado muito, soltar um som abafado de susto.

Subi a grade agarrando a sua jaqueta mas, não a tempo de impedir que ela tombasse para dentro do engradado. O alvoroço já se formara a essa altura e muitas pessoas se aglomeravam para ver o espetáculo. Eu vi que os ursos começavam a ficar realmente incomodados com a atenção e o barulho e sem pensar muito, pulei para dentro do cercado perto de Bella.

– Edward me ajuda a soltá-los! – Ela dizia já se levantando e limpando as roupas.

– Então era isso Bella! Pelo amor de Deus! Não podemos soltá-los simplesmente! Vamos ser devorados sua...

Mas, eu não pude terminar a frase. Quando olhei para ela, sua expressão me desarmou.

Um rugido interrompeu meu momento de comoção. Dois ursos bem irritados e estressados vinham em nossa direção e não pareciam nada felizes com a invasão repentina.

– Ursinho amigo! – Eu falava enquanto escondia Bella atrás de mim. Movendo-me minimamente contra a grade. Mamãe gritava a alguma distância, e eu não ouvia meu pai.

Podia ouvir as expressões de assombro da turba, minha mãe, Alice, a minha respiração ofegante, sentia as mãos de Bella em minha jaqueta, mas não senti e nem vi ou ouvi quando os tratadores junto com papai entraram no cercado e chamaram a atenção dos animais que já quase podiam me alcançar.

Um suspiro aliviado saiu de mim quando percebi que eles estavam sendo dissuadidos de nos atacar.

– Essa foi por pouco! – Praticamente me larguei no chão enquanto o grupo de homens do circo prendiam os bichos em uma jaula menor. Papai se aproximou de nós pegando Bella no colo.

Só agora eu percebia os machucados que tanto eu quanto ela ganhamos na queda.

Mais curativos...

***

Aos cinco anos:

– Seu imbecil! Me solta daqui!

Eu gritava do alto da oliveira no quintal dos Hale.

Estávamos passando o dia na fazenda vizinha enquanto minha mãe e pai iam até Seattle resolver algumas questões sobre a fazenda.

– Não até você me pedir desculpas Cullenzinho. – James pronunciava as palavras com todo o sarcasmo do mundo.

– Eu não vou pedir desculpas coisa nenhuma seu moleque idiota! – Eu detestava esse cara. Ele era filho dos Hale de Phoenix, e não havia santo no mundo capaz de fazer eu me dar bem com ele.

– Já disse que esbarrei sem querer em você.

Estávamos todos ao redor do lago, enquanto os outros estavam pescando na outra margem, eu, Bella e o tal James ficamos no lado oposto embaixo da sombra da oliveira. Acabei esbarrando nele derrubando-o no rio.

Como conseqüência, ali estava, amarrado no alto da árvore por ele – muito mais velho e forte que eu. Bella havia desaparecido das minhas vistas durante o início da confusão. Ela passava o tempo inteiro manipulando o cubo colorido dela, era quase irritante. Ele estava largado nas raízes da árvore agora. Imediatamente, olhei para o rio preocupado.

– Deixa de ser orgulhoso ou vai passar o dia e a noite aí. Ninguém vai perceber onde você está. – Abaixando-se lentamente olhando com ironia para mim, pegou um punhado de lama no chão e esfregou no meu rosto. Eu estava a ponto de explodir de tanta raiva daquele infeliz.

– Seu imbecil, idiota! Me solta e briga como um homem.! – Eu sabia que apanharia sem dó, mas, um cara tem que ter coragem pelo menos, quando lhe falta força.

Foi quando ia abrindo a boca para replicar, que James foi atingido bem na cabeça. Cambaleando em seguida para frente, levou a mão à cabeça e vi o sangue bem vermelho escorrer. Ele olhou para trás e surpreso constatou a autoria do golpe: Bella, que consegiu levantar um pedaço de madeira, e como James estava agachado, bam!

– SUA PIRRALHA MALUCA! Você é louca! Olha o que você fez.

– SOLTA O ED! – Ela era pequena e franzina, mas, nesse momento parecia bem maior.

Sem pensar duas vezes ela se lançou sobre o James sem, contudo alcançar seu objetivo. Nem alcançava o rosto do garoto que no auge dos seus 16 anos parecia uma girava em altura. Ele a segurou pelos braços e empurrou para a margem do rio.

– NÃO JAMES! – Gritei em vão. Bella não sabia nadar.

– SEU IMBECIL ELA NÂO SABE NADAR – Ele parecia meio confuso pela paulada que levou. As gotas de sangue escorriam pelo seu rosto.

Olhei para a água e vi brevemente Bella agitando os braços freneticamente. Comecei a gritar para que ele me soltasse e chamei Emmett, que, felizmente viu a movimentação.

Bella quase se afogou, James levou cinco ponto na cabeça, e eu quase morro de susto.

***

Fim do Flash back

– Vou até aí ok? Não se mexa, por favor! – Pedi a ela enquanto tentava me equilibrar no telhado escorregadio.

Ela pareceu perceber o frio, envolvendo os braços ao redor do corpo esguio.

Fui caminhando lentamente em sua direção, tentando não olhar para baixo, e praguejando baixinho pelo frio que fazia, provavelmente pegaríamos um belo resfriado.

– Ed, não precisa vir até aqui. Você parece meio atrapalhado não?!

– Se eu não for até aí você vai acabar pegando uma pneumonia, caindo, fraturando o crânio ou sei lá! Lembra do seu azar?

– Puff! Se eu ficar em um ângulo perpendicular ao telhado, dificilmente perderei o meu equilíbrio. Já você, todo torto desse jeito. – E ela ainda zomba de mim!

– Me deixa chegar aí que te mostro o que é torto, sua fedelha! – Nesse momento me contorci quase cedendo para a direita; agitei meus braços desesperado por equilíbrio e Bella apenas soltou uma risada, que logo conteve com as mãos. Dei mais um passo, contra a madeira que rangia com meus oitenta quilos. Um vento frio se assomou contra minhas costas, e eu praguejei mais uma vez baixinho. Quando estava bem próximo a ela estendi minha mão para que ela pegasse, mas, lentamente ela se afastou, fazendo com que a olhasse incrédulo.

– Bella não é hora de brincadeiras, está muito frio agora, e meu humor está uma droga! – A olhei com firmeza.

– Isso eu já percebi seu bobo! Olha! – Ela mostrou o nascente, e, neste momento o sol começava a despontar sobre a neblina noturna; e, devo dizer: Realmente era lindo ver aquilo daquela altura. Esqueci até o frio com o espetáculo que os tons amarelados teciam no céu.

– Nossa! – Não pude deixar de emitir a minha admiração. O que fez um sorriso ainda mais presunçoso ser desenhado no rosto suave de minha teimosa prima.

– Não falei! Nesse período do ano, o nascer do sol é mais bonito. Apesar do Tempus Autumnus fazer com que fique mais agradável permanecer deitado, como preguiçosos que conheço. – Como ela era pretensiosa e enxerida às vezes falando assim só para me provocar. Ela piscou para mim e abriu um daqueles sorrisos límpidos que ultimamente tem me deixado com uma sensação estranha no estômago. 

Bella é linda. É quase um incesto eu dizer isto, mas, ela se tornou uma garota incrivelmente fascinante. As formas do seu corpo são sinuosas, apesar de ser magra. O rosto afilado, o nariz levemente empinado, o rosto sempre com um rosado delicado sobre o branco marfim, linda.

Foi impossível não sorrir de volta naquele momento, com os raios do sol nascente cobrindo seu rosto...

Estendendo-lhe a mão, falei suavemente,

– Venha.

Ela sorriu novamente e ergueu o rosto aspirando profundamente, quando expirou uma nuvem de fumaça saiu de sua boca. Rimos juntos.

– O que cheira tão bem? – Perguntei enquanto ela agarrava minha mão. Ela ficou em silêncio por um tempo, com a cabeça abaixada enquanto nos direcionávamos para o meu quarto (para a janela, mais propriamente).

– Não vai me dizer?

– A vida. – Respondeu simplesmente. Apenas meneei a cabeça.

Seus dedos estavam tão gelados como a própria neve. Ela inteira estava a ponto de congelar. E eu ralhei com ela novamente por aquela loucura.

– Calma! Edward, eu não vou ter hipotermia até que meu corpo inteiro fique frio, e minhas extremidades comecem a ficar cianóticas. – Ela falava palavras desconhecidas como se fossem comuns e conhecidas de todos. Constantemente tinha que lembrá-la de que o resto do mundo não sabia o que era “rubicundo”, “fleumático” ou “incólume”.

– Opa! – Ela olhou rapidamente para os pés e percebi o que significava “cianóticas”: os dedos e a ponta dos pés estavam começando a ficar azul-arroxeadas. Arregalei os olhos puxando-a pela cintura.

– Sua maluca você vai ter uma hipotermia!

Não sei como não caímos tamanha a rapidez com que a reboquei até minha janela. Fiz com que ela entrasse primeiro, depois coloquei meu corpo para dentro, não sem antes ficar atrapalhado com a trava prendendo minha calça, me fazendo ir ao chão arrancando risos da futura defunta.

– Você ainda ri? – perguntei com ar de riso, porém ainda preocupado com o frio e sua desproteção. O fino pijama de algodão não era nem de longe suficiente para aplacar o intemperismo do clima.

Corri em sua direção, e ambos tiritávamos com o frio. A envolvi com o edredom e a arrastei para a cama.

– Você também está frio Edward. – Ela reclamou, se afastando quando coloquei minhas mãos ao redor da sua cintura, já deitados e enrolados.

– Você ainda reclama? Faz-me sair no frio, de madrugada, em um feriado... Ah! Poupa-me Bells! – Disse divertido, com a voz falsamente indignada.

– Tudo bem Ed, obrigada! – E me abraçou se aconchegando a mim. A essa altura estávamos encolhidos parcialmente sobre a cama. Senti um estranho arrepio na espinha. Atribuí ao frio dos seus pés encostando-se as minhas panturrilhas.

– Ouch! Bella que pés frios!

– Logo seus 36º irão restabelecer minha temperatura normal seu bobo.

– Hum... Senhora “sabe-tudo”. - Bella soltou uma risada levemente tremida pelo tiritar. Passou a brincar com os pelos do meu braço, como sempre fazia, formando pequenos tufos entre os seus dedos.

Depois de um bom tempo em silencio, apenas esperando o calor do quarto e dos nossos corpos se tornarem confortáveis, ela iniciou a conversa novamente:

– Porque você sempre vai me ajudar Ed? Sabe que eu não vou me machucar de verdade.

Ela sempre me saía com aquelas coisas estranhas, “cheirar a vida”, “compreender os ciclos...” E, como sempre eu não entendia nada direito. Entendê-la não era possível para mim, apenas protegê-la. Pra falar a verdade, achava aquelas suas estórias muito bobas. Mas, preferia atribuir a volumosa quantidade de livros que ela leu. Além de mim, Alice e Emmet, ninguém queria fazer amizade com a estranha Cullen. Eu sabia que a maioria – Principalmente das meninas – tinha uma inveja enorme dos elogios de que ela era alvo. Ou mesmo pelas suas pequenas esquisitices ou infantilidades.

– Porque você parece ter uma tendência incrível para não cuidar de si mesma Bella. Este parece ser meu trabalho, minha cara.

Ela abriu um sorriso, aninhando-se em meu pescoço.

– Você é meu melhor amigo Edward.


Forcei um sorriso. Aquilo não me soou muito agradável. 


Sem mais palavras, e com o frio se abrandando, ela suspirou e depois de alguns minutos pegou no sono. E eu continuei ali, afagando seus cabelos, e pensando em quantas vezes aquela situação - ela dormindo comigo - já tinha acontecido. Porém, nunca havia sentido essa necessidade estranha de aquecê-la, de senti-la. Eu devo estar ficando maluco! Balançando a cabeça, tentando dissipar as sensações estranhas, beijei sua testa me preparando para voltar a dormir.


– Eu te amo Bells! – Sussurrei.

Ela nem se mexeu. E eu ri com aquilo.


Você não é só diferente, é especial.



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