Towards The End escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE a porcaria do bloqueio de criatividade se foi! (dancinha da vitória). O que significa que os próximos capítulos serão postados com mais frequência. YAYZ! Porém, o próximo será postado apenas terça, pois amanhã vou viajar e só volto na segunda. Enfim, este cap. é para carolcniomdb e ju_vassalo. Muito obrigada pelas recomendações, meninas. ♥



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  O monstro era uma coisa que eu, assim como Sam, nunca tinha visto na vida. Ele de fato era do tamanho de um cavalo, e sua cor era de fato algo indefinido entre vermelho e marrom. Ele tinha uma cauda longa semelhante à de um leão, e o formato de sua cabeça lembrava a de um gato, mas “algumas” vezes maior que a de um gato. Era uma mistura horrível de vários animais. Ah, sim. E, em vez de cascos, ele tinha garras. Garras que reconheci como as mesmas garras que haviam começado a destruir a porta de Damon quando a coisa que pensávamos ser a irmã dele estava berrando para entrar no quarto dele.

  O monstro abriu a boca, e pude ver que ele não tinha dentes. Em vez disso, ele tinha uma estrutura óssea grossa e pontuda que devia ser muito mais forte do que dentes comuns.

  — Melanie! — Disse o monstro para mim, usando agora a voz da minha mãe. — Venha para mim, filha.

  Minha mente ficou obstruída por uma espécie de encanto no momento em que o monstro usou a voz da minha mãe, como se uma fina névoa cobrisse meus sentidos, fazendo com que eu pensasse, por alguns momentos, que minha mãe realmente estava ali. Sacudi a cabeça como que para espantar aquele feitiço e tentei focar o olhar no monstro horrendo à minha frente.

  — Você não é minha mãe. — Falei com raiva, ignorando aquela sensação estranha enquanto arrancava meu colar e dava um tapinha no meu bracelete, fazendo-o se transformar em um escudo.

  — Tem razão. — Disse ele, agora mudando para a voz de Heidi. — Não sou sua mãe. Sou sua melhor amiga! Vem Mel, Nico está te chamando...

  Respirei fundo ignorando o feitiço cada vez mais denso e, sem esperar que o monstro dissesse mais alguma coisa, voei para cima dele. O monstro abaixou a cabeça e eu quase atravessei a porta do apartamento 606, mas consegui tocar o chão e frear com os pés. Voltei-me para ele com raiva e resolvi correr para cima da criatura, que me fitava com a boca salivando, como se eu fosse um prato muito apetitoso. Quando eu o estava quase alcançando e cravando minha lança em seu peito de cavalo, uma voz invadiu minha mente.

  — Mel! — Disse a voz de Nico. — Mel, não precisa se preocupar com esse monstro. Ele é inofensivo. Só quer brincar com você.

  Senti meu corpo fraquejar, soltando as armas no chão e voando para o lado oposto do longo e espaçoso corredor, batendo de costas na parede. Minha mente direcionava toda a atenção para aquela voz. Fiquei paralisada.

  — Venha, Mel — repetiu Nico. — Pega o Aaron e a Sam e vem pra casa. Só segue reto, e você vai estar no apartamento dele. Pode passar tranquila pelo Leucrota... Ele não morde.

  Meu corpo parecia ter vida própria. Meus olhos só viam Nico, como se ele estivesse bem ali, na minha frente, com os braços abertos para mim. Fui andando devagar na direção dele. Monstro? De que monstro ele estava falando? Eu não via monstro nenhum. Quer dizer, eu sentia alguma coisa. Sentia uma presença forte e próxima, e sentia que algo estava errado. Mas o que poderia acontecer? Nico estava ali, me chamando...

  E de repente, alguém surgiu do nada e pulou em cima de mim, me atirando de volta contra a parede com força. Atordoada, olhei para o idiota e vi o rosto de Damon.

  — Damon...?

  — Melanie! — Disse ele de um jeito afobado, os olhos escuros cheios de energia. — Você enlouqueceu? Estava indo direto para aquele monstro!

  — Monstro? — Perguntei a ele, confusa. — Que monstro, Damon? Não vejo monstro algum. Agora com licença, que Nico está me chamando...

   — Melanie. — Disse Damon, agarrando meus pulsos com força. — Nico não está aqui. Nico não está te chamando. Você está sendo enganada pelo feitiço do monstro, que pelo jeito, é ótimo em invadir a sua mente usando as vozes de conhecidos seus. Está vendo, Melanie? Está vendo aquele cavalo esquisito com quem Pollux, Percy e Samantha lutam, no meio de um corredor de edifício? Pois é. Aquilo é um monstro. Não é Nico.

  Eu o encarei, sem acreditar. Monstro? Esse garoto era esquizofrênico?

  — Damon... Acho que você deve ter algum problema. Não há monstro algum aqui.

  — Melanie, é um feitiço! — Disse ele, irritado. — Pois se eu tenho problema, os outros têm também. Todos estão vendo e sentindo o poder desse monstro muito bem. A única com algum tipo de problema aqui é você.

  — Damon, me solta. — Falei séria, encarando-o no fundo daqueles olhos negros.

  Devo dizer que meu coração oscilou por um momento, quando vi um fogo estranho arder ali. E eu não gostei nada disso.

  — Temos que dar um jeito de quebrar esse encanto. — Disse Damon.

  — ME SOLTA! — Gritei, começando a espernear.

  Damon mantinha o aperto de ferro em meus pulsos, mas ficou difícil mantê-lo quando comecei a espernear e a tentar chutá-lo e socá-lo. Em um movimento rápido, ele colocou meus braços atrás das costas e passou os braços ao meu redor para impedir que eu me mexesse, e me empurrou com força contra uma parede. Digamos que nossos corpos, incluindo nossos rostos, ficaram bem próximos com aquela cena um tanto embaraçosa. Esperei que Percy estivesse ocupado demais lutando com o monstro imaginário deles para não ver e me dar outro sermão, e também esperei que Nico não visse aquilo... Ou que entendesse que a culpa não era minha...

  — Damon, me solta. — Falei com uma voz tremida devido à força com a qual ele apertava meus braços... E talvez à proximidade excessiva entre nós, a qual eu não estava nem um pouco acostumada.

  — Não. — Disse ele de forma um pouco intensa demais. — Precisamos acabar com esse feitiço que está te deixando cega, Mel. Pelo que vi, isso só muda quando o monstro muda para a voz de alguém que você não conhece, ou de quem não é próximo. E até agora ele não falou mais nada.

  — Damon, o que tá acontecendo?! — Gritei. — Vocês estão loucos! Estão todos loucos! Não há nada aqui...

  Damon pegou meu rosto com delicadeza, mas delicadeza foi o que ele menos teve ao virar meu rosto em uma direção do comprido corredor onde Percy brandia Contracorrente, Pollux fazia movimentos com as mãos e Samantha estava montada em...

  Um cavalo gigante de cor indefinida entre vermelho e marrom, com cabeça no formato de um gato, cauda de leão e garras.

  E foi aí que o encanto acabou, e consegui lembrar de tudo.

  — Oh meus deuses! — Gritei, tentando me levantar, mas o aperto de Damon continuava.

  — Viu agora, Melanie? — Perguntou ele, virando meu rosto para o dele. Percebi a distância cada vez menor entre nós.

  — Vi! — Falei com urgência. — Agora me solta, Damon. Eu preciso ajudá-los.

  Por um momento, vi Damon hesitar. Em um mísero segundo, ele pareceu analisar todo o meu rosto com um jeito estranho, e o polegar da mão que estava no meu rosto fez pequenos movimentos em círculos como se estivesse acariciando minha bochecha. O que eu não duvido nada que ele estivesse.

  E por mais que eu não quisesse e que tentasse afastar meus pensamentos daquilo, eu não conseguia. Havia algum tipo de atração entre nós, e isso era fato.

  CALA A BOCA, MELANIE!

  Damon soltou meus braços e se afastou de mim. Levantei em um pulo, afastando todos aqueles pensamentos idiotas e me concentrando na luta que eu tinha pela frente. Em um corredor de um prédio.

  Senti as asas surgindo nas minhas costas novamente, arranquei o pingente que estava de volta à corrente no meu pescoço e voei para o monstro. Apesar de estar sendo atacado por três semideuses, ele parecia estar muito bem. Percy tentava atacá-lo com sua espada, Samantha tentava enforcá-lo com seu chicote e Pollux fazia algumas plantas brotarem do cimento puro, tentando agarrar suas patas e imobilizá-lo. Samantha provavelmente tinha alguma participação nisso também.

  — SAMANTHA! — Gritei. Seria difícil atacar o Leucrota sem ter o cuidado de não machucar Sam.

  — MELANIE! — Gritou ela, levantando o rosto para mim. Seus olhos, agora mais verdes do que nunca, estavam assustados e enérgicos.

  — Sai daí, garota! — Falei, enquanto ela apertava mais o chicote no pescoço grosso do monstro.

  — SAI DA FRENTE, MELANIE! — Gritou Percy, me empurrando. Bati com força na parede e caí de joelhos no chão. Ele conseguiu cravar Contracorrente nas costelas do monstro, mas isso não foi o suficiente para matá-lo. Assim que Percy enfiou Contracorrente nas costelas do Leucrota, este se virou e o atirou contra as portas fechadas dos elevadores com um coice. Eu fui engatinhando até ele.

  — Algum plano? — Perguntei.

  — Não. — Disse ele com pesar, enquanto algumas gotas de suor escorriam por sua testa. — Se não tivesse pessoas nestes apartamentos... Eu poderia simplesmente explodir o encanamento todo ou algo assim, e nós atacaríamos enquanto o monstro fica atordoado, ou sei lá...

  — E como essas pessoas não escutam nada? Quer dizer, estamos lutando, berrando, batendo em tudo aqui em um corredor de edifício, e ninguém sai dos apartamentos para ver nem nada assim!

  — A Névoa é mais poderosa do que imagina, minha cara. — Respondeu ele, me lançando um olhar sarcástico e estalando os dedos.

  Trocamos um sorriso rápido e nos levantamos.

  O Leucrota estava finalmente imobilizado. O monstro estava deitado no chão, e suas patas e seu pescoço estavam presos ao próprio chão pelas raízes mais grossas que eu já havia visto. O monstro bufava e tentava destruir as raízes, mas elas permaneciam intactas. Próximos às suas costas estavam Pollux e Samantha, ambos com a respiração pesada e expressões cansadas. Sam estava com o cabelo verde todo desarrumado, o rosto pálido molhado de suor e vários arranhões nos braços e hematomas nas pernas.

  — Andem logo com isso. — Disse Pollux assim que percebeu que Percy e eu observávamos a cena. Percebi que as mãos dele e de Sam, estendidas na direção do monstro, tremiam.

  Percy me olhou como se perguntasse se eu gostaria de ter a honra de acabar com o monstro. Eu dei de ombros. Ele andou hesitante até o monstro deitado no chão e o encarou como se estivesse em dúvida, se matava ou não aquela criatura. Típico. Como alguém podia ter tanta compaixão? Revirei os olhos e arranquei o pingente que estava magicamente de volta ao meu pescoço mais uma vez. Fui para o lado de Percy, em frente à cabeça do monstro. Ele me fitava com os olhos enormes e vermelhos enquanto rosnava e se debatia, tentando se soltar do aperto das raízes, enquanto sangue escuro e nojento escorria do ferimento profundo que Percy havia feito.

  — Boa noite, amiguinho. — Eu disse, e arranquei a cabeça dele com um golpe da lança mágica, fazendo o corpo do monstro se desfazer em pó.


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Notas finais do capítulo

Muita gente provavelmente vai pensar que eu tenho andado MUITO nas dorgas ultimamente. Quer dizer, primeiro crio um ser de cabelo verde, agora faço uma luta com essa coisa no corredor de um edifício? Pelo menos as dorgas têm um efeito interessante.. Ou não.

A propósito, o Leucrota (ou Leucocrota) não é mais um fruto da minha imaginação hiperativa, e sim algo que os povos antigos malucos inventaram pensando que eles ouviam essa coisa quando na verdade ouviam... Hienas. Quer dizer, é claro que eles não eram enfeitiçados pelas hienas nem nada assim, mas eu fiz minhas modificações no monstro. hehe.

Creio que é isso. Comentem ou não, recomendem ou não, simplesmente leiam ou não (rs), e até terça.. :B E bom 20 de Setembro para os leitores gaúchos como eu o/