- Bill? - disse Duda entrando no quarto.

  - Oi, Duda! - exclama Bill, levantando da cama e indo em direção à garota.

  - Então, você poderia me dar um dia inteirinho, hoje? - Sorri, Duda.

  - Hmm... Ok, você o tem! O que vamos fazer? Quer dizer, os meninos vão dormir até tarde, então...

  - Vou te levar pra serra!

  - Ah... O que tem demais lá?

  - Tudo! - diz ela, pegando na mão fria de Bill, e arrastando-o até uma mala entre-aberta em cima de uma mesa. - Deixe-me ver... Aqui! - pega um boné, e o coloca gentilmente na cabeça de Bill - e... - vasculha mais um pouco a mala - vista essa jaqueta. Será mais difícil te reconhecerem. - diz ela, sorrindo.

  - Sabe... Eu tenho medo quando você age assim. - fala Bill, em tom de brincadeira.

  - Seu bobo! - diz Duda, batendo de leve no braço de Bill.

 Eles vão andando até uma companhia rodoviária que tem perto do hotel, e compram uma passagem pra Gramado. O dia estava bem frio. Duda vestia uma jaqueta grossa, que ia até os joelhos da sua calça jeans colada, por cima de uma blusa de malha. Depois, os dois pegaram um táxi e foram pra rodoviária.

  - A viagem demora só duas horinhas, então, chegaremos lá, por volta das 5 da tarde. - fala Duda, já dentro do ônibus, esfregando uma mão na outra.

  - Tudo bem... Só ainda não entendi o que tem de mais lá... - diz Bill.

  - Aguarde e verá. - brinca Duda.

  A viagem foi curta, e o trajeto era muito bonito. O ônibus deixou-os no centro da cidade, que Duda já conhecia. Bill, aparentemente ficou encantado com a simplicidade e beleza da cidade. Já estava escurecendo por lá, quando encontraram uma grande loja.

  - Olá! - falou Duda, em português, pra vendedora. O cheiro do chocolate infestava a narina de quem quer que abria aquela porta.

  - Nossa... O cheiro é tão bom... - cochicha Bill, pra Duda.

  - Não só o cheiro. - sorri - Nós vamos querer duas xícaras grandes de chocolate quente, por enquanto. - fala ela, agora em português, para a atendente.

  Sentaram-se em uma mesa aguardando chegar o pedido.

  - Então, foi pra tomar chocolate que enfrentamos 2 horas de viagem? - fala Bill, com um tom de descrença na voz.

  - Não exatamente... Tem outra coisa, mas daí só mais tarde... - diz Duda, sorrindo.

  - Já disse que às vezes você me dá medo, né? - ambos riem - Mas é encantadora, de qualquer forma.

  - Ah... - sussura Duda, corando.

  Os dois tomam o chocolate, compram mais alguns bombons e então saem da loja, andando em uma rua fria e escorregadia.

  - A noite ideal pra te mostrar essa surpresa!

  - Se for ainda melhor que o chocolate, nossa, deve ser demais.

  - E é. - fala Duda, sorrindo. Eles andam por mais alguns minutos, conversando sobre inúmeros assuntos, até chegar lá. - Aqui! É um dos únicos prédios da cidade... E é bem alto. - fala ela, olhando pra Bill.

  - E o que agente...

  - Vem! - interrompe, Duda, puxando o moreno pela mão. - Óh... Quando eu te colocar lá nesse lugar, não anda antes de abrir os olhos, ok? - fala ela, dentro do elevador, indo para trás de Bill e colocando as mãos nos olhos dele.

  - Ô Duda... Tá, tá bom. - resmunga Bill.

[preferível ligar antes de continuar: http://www.youtube.com/watch?v=NiyDoYRge5k

ou, pra quem não gosta: http://www.youtube.com/watch?v=JiXnswDyZAQ&feature=related]

    A porta do elevador abre-se, e ela começa a andar com ele, por entre o vento gelado que corre naquela cobertura. Então, Duda tira as mãos dos olhos de Bill, e com uma das mãos, pega outra de Bill. O mesmo abre os olhos devagar.

  - Isso... Isso aqui é lindo, Duda. - diz ele, sem fôlego, e com as pálpebras dos olhos molhadas, pelo ar gelado. Ou não.

  - É... É lindo sim. - fala Duda, acariciando com o dedo polegar as costas da mão de Bill, enquanto passa os olhos por cada luzsinha daquela cidade. - O contraste, do verde com o vermelho e o amarelo das luzes... É hipnotizante. Eu adoro vir aqui durante o crepúsculo.

  - O contraste... Do branco da sua pele, com o castanho escuro, e alguns fios vermelhos do seu cabelo... Com a cor mel dos seus olhos, e o roxo que a sua boca fica... É até mais bonito, do que isso aqui. - fala Bill, em um tom firme mas com certo receio, enquanto aproxima uma mão do rosto de Duda, que fecha os olhos com o toque da sua mãos fria.

  - Eu te amo. - diz ela, abrindo os olhos, cheios de lágrimas.

  - Eu também... Como eu nunca amei ninguém... Desde que eu te vi, no vídeo... Eu não te conhecia, mas parecia que sim e... - fala ele, segurando o rosto de Duda entre as mãos.

  - Eu sei, eu sei... Eu sei como é. - fala calmamente ela, pondo as mãos em cima das dele, e abaixando as mesmas lentamente, entrelaçando os dedos e encostando a cabeça no peito do moreno. - Eu queria não ter que sair daqui.

  - Eu também. - fala Bill, deixando cair uma lágrima, envolvendo os braços ao redor da pequena. E assim, ele pensava... O que era certo? Estragar, de certa forma, a vida calma de Duda, com os paparazzi que vigiariam-a se soubessem que eles estão tendo qualquer coisa... Ou ele seria egoísta o bastante para continuar ao lado dela? O que ele sabia, é que ela era a única que ele sempre vai querer ter ao seu lado.

Continua...