Tom’s POV

-Acho que temos que conversar sobre o que aconteceu lá no Pub. – eu disse meio inseguro. Ela podia estar muito brava comigo. Não sei o que deu em mim para beijá-la hoje. Só sei que aquele beijo foi mais que maravilhoso.

-Pode falar Tom – Giulia disse. E pelo seu tom de voz, ela não parecia diferente ou incomodada com alguma coisa

            -Sobre o que aconteceu lá no Pub... Você sabe... Nosso beijo. – eu disse meio envergonhado.

            -Olha Tom, o que eu vou falar pode parecer grosseria mas não é essa minha intenção – ela disse olhando em meus olhos e eu apenas concordei com a cabeça, indicando que ela continuasse. – Você vai dizer que aquilo foi um erro, não é? Tudo bem, estou acostumada com homens falando isso para mim. Mas não posso dizer que concordo, porque o que eu senti quando te beijei foi tudo menos um erro, e eu acho que eu senti isso porque eu estou gostando muito de você.

            Aquelas últimas palavras que ela disse, parece que acendeu alguma coisa em meu coração, parecia esperança. Ela gostava de mim como eu gostava dela. O que eu sentia era impressionante, pois desde que a conheci naquele avião, a única coisa que passava pela minha cabeça era ela. Vinha em minha mente seus olhos castanhos que me hipnotizavam sempre que eu olhava para eles; seus longos cabelos escuros e enrolados que eu desejava passar a mão por ele. Ela com certeza mexeu comigo, me fez sentir coisas que eu nunca havia sentido antes.

            -Nossa! – eu disse ainda alarmado. – Eu realmente achei que você que fosse dizer isso. – ri de leve – Eu não vou falar que foi um erro porque penso o mesmo que você. Sinto uma atração muito forte por você, quer dizer é mais que uma atração, desde que te conheci. Porém, acho que apressamos as coisas.

            -Concordo – ela  disse sorrindo – Você parece estar tramando alguma coisa. O que tem em mente?

            -Estou pensando que, já que fomos muito rápido, podemos esquecer o que aconteceu hoje e começar tudo de novo. O que você acha?

            -Me parece uma boa idéia – ela pensou – Mas eu acho que devemos manter a parte do avião e esquecermos apenas o que aconteceu no Pub. Sabe? Sermos apenas amigos.

            -Gostei – concordei com Giulia – então vamos passar uma borracha no que aconteceu agora pouco e vamos organizar um dia juntos, como por exemplo amanhã. Vai fazer alguma coisa?

            -Não, não vou fazer nada. Até porque eu não conheço Londres para ficar andando por aí sozinha. Se não te incomodar vou gostar da sua companhia.

            -Claro que não vai me incomodar. Tenho o dia inteiro livre amanhã. O que eu estava pensando era em de manhã eu te pego no hotel para eu mostrar um pouco da cidade para você e depois podemos ir almoçar em algum lugar legal.

            -Me parece ótimo. Pensou em tudo agora?

            -É foi. Tenho uma mente muito criativa. – eu disse e depois rimos – Agora só falta planejar a parte da tarde e da noite. Bom, de tarde eu poderia te ajudar com as coisas da sua mudança. O que falta resolver?

            -Bom, tudo. Falta eu procurar uma casa, um carro e depois os móveis para decorar a casa. E depois de tudo isso, vou resolver as coisas da faculdade. Tenho um mês para resolver tudo.

            -Certo, então já sei o que vamos fazer. Amanhã à tarde vou te ajudar a procurar a casa. Conheço uma imobiliária muito boa, foi com ela que achei a minha recente casa.

            -Perfeito! Eu realmente vou precisar da ajuda que alguém com isso.

            -Então está combinado – sorri para ela que me respondeu com outro sorriso.Uma brisa gelada passou por nós e Giulia se encolheu de frio. Tirei meu blazer e entreguei a ela.

            -Obrigada – ela me agradeceu e eu ajudei-a a colocar o casaco.

            -Acho melhor irmos embora. Já está tarde e está esfriando – levantei do banco e ofereci minha mão a ela. Giulia segurou nela e entrelaçou nossos dedos. Andamos em direção ao carro de mãos dadas, parecendo um casal de namorados.

            Enquanto andávamos, não falávamos nada, apenas olhávamos para o céu estrelado de Londres. Essa noite iria ficar para sempre guardada em minha memória. Nosso beijo foi prematuro demais, mas eu resolveria tudo. Esta segunda chance que ela me deu, eu iria fazer tudo certo. Primeiro, iria conquistá-la e, segundo, se ficássemos juntos, eu faria os dias dela perfeitos e parecendo um sonho, porque seria assim que eu me sentiria perto dela.

Quando paramos em frente ao carro, fiz questão de abrir a porta para ela. Ela sorriu me agradecendo e entrou no carro. Dei a volta e entrei no lado do motorista. Liguei o carro e parti em direção ao hotel em que ela estava hospedada. O caminho não era longo, apenas 15 minutos de onde estávamos. Liguei o rádio colocando em uma estação qualquer e estava tocando uma música eletrônica sempre tocava nas rádios mas eu nunca soube o nome. Segundos depois, começou a tocas All My Loving, dos Beatles. Automaticamente comecei a cantar a música. (n/a: coloque para tocar: http://www.youtube.com/watch?v=a1Bo4SScYvY  ) 

Close your eyes and i’ll Kiss you

Tomorrow i´ll miss you

Remember I always be true

And then while I’m away

I´ll write home everyday

And I’ll send all y loving to you

Percebi que Giulia cantava junto comigo. A próxima parte deixei-a cantar sozinha.

I’ll pretend that i’m kissing

The lips i am missing

And hope taht my dreams will come true

And then while I’m away

I’ll write home everyday

And I’ll send all my loving to you

Olhamos-nos e começamos a rir e depois cantamos, juntos, o refrão.

All my loving, I will send to you

All my loving, dearling I’ll be true.

E assim continuamos até a música acaber. Depois ficamos rindo e conversando sobre Beatles e letras de músicas até chegarmos ao hotel dela. Ela desceu do carro e eu fiz o mesmo. Andei com ela até a recepção do hotel e, em seguida, nos viramos frente a frente para nos despedir.

-A noite foi maravilhosa, Tom, obrigada! – ela disse sorrindo largamente e com os olhos brilhando.

-Não tem que me agradecer de nada, Giu – e disse e, nossa já estava chamando-a pelo apelido. Que intimidade a minha! – Eu me diverti muito com você. Mal posso esperar para amanhã. Por falar nisso, te pego às nove e meia?

-Claro. Vou esperar. Também acho que amanhã nosso dia vai ser bem divertido – nós rimos.

-Então até amanhã? – eu perguntei e ela apenas acenou com a cabeça. Aproximei-me, dei um beijo em sua bochecha e voltei para o carro. Coloquei o cinto e olhei pela janela, ela ainda estava no mesmo lugar. Abaixei o vidro e acenei para ela. Giulia retribuiu e eu arranquei com o carro. Tinha que voltar rápido para casa, afinal, tinha que planejar o nosso dia de amanhã.

Continua...