Imortal escrita por Razi


Capítulo 8
VII - 22:18


Notas iniciais do capítulo

Explicações e informações.



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Chegando em casa, encontrei Liesel sentada assistindo um programa de musica em que o apresentador é um espetáculo.

Ao me ver, sorriu levemente.

-Se lembrou que tem casa – implicou ela

Dei-lhe um peteleco na cabeça fazendo-a fazer uma cara chorosa.

-Russel ainda não chegou? – indaguei me sentando no outro sofá

-Não – disse ela – Acho que deve ter ido beber com as amigas do trabalho.

-Quero ver Russel bêbada – brinquei cruzando minhas pernas.

Ela sorriu rapidamente.

-Soube que disputou hoje na aula – comentou ela me olhando de soslaio.

-Ficamos empatados, vai rolar revanche na quinta – contei junto á um sorriso na palavra “revanche”.

-Entre os dois times?

-Não. Entre mim, Elijah, Aliel e Bernad.

-Aliel e Elijah são os novatos, não é? – indagou ela estreitando as sobrancelhas

Fiz que sim com a cabeça.

-A Laura se interessou pelo Aliel – disse ela junto a um sorriso desdenhoso

-Laura? – sibilei franzindo a testa

-A líder de torcida de ontem – esclareceu ela

-Ah – suspirei – Não acredito numa coisa dessas.

-Acredite, amore mio – disse ela com sarcasmo.

-Hmm – murmurei me levantando

-Tá pensando em sair de novo?

-Acho que sim – disse – Tem um lugar que quero ir hoje.

-Vai pelo menos amanha para a escola? – indagou ela receosa

-Claro que irei – disse seria – Não me canso, se esqueceu?

Ela fez uma careta, logo depois assentiu.

Baguncei seu cabelo levemente em seguida fui para o quarto onde tomei banho e coloquei um, sobretudo negro.

Sai da casa desejando um boa-noite para Liesel, Russel ainda tinha chegado.

Peguei minha Senna e segui rumo ao parque estadual.

Queria visitar um lugar lá que não ia faz alguns meses.

Deixei minha moto numa viela próxima ao parque que tinha um guarda na entrada.

Sorri prazerosa.

Quando se vive oito séculos aprende umas coisinhas no ramo do submundo.

O muro não era alto, poderia pular tranqüilamente e foi o que fiz.

A luz era escassa e de onde estava o guarda não podia me ver.

Fazendo o menor ruído fui para o galho de uma arvore donde pulei para o chão logo depois.

Tirei as folhas que tinham no, sobretudo e rumei para o lugar não muito longe, mas para humanos normais inalcançável.

Caminhei talvez por uns quatro minutos até chegar ao bosque dentro do parque.

Era a única área que restara dos meus primeiros anos de vida.

O campo onde encontrei a criatura que me dará a imortalidade.

Entrei nele sentindo meu corpo se inundar de nostalgia.

Relembrava as brincadeiras que fazia com minha irmã mais velha Elisa, quando ainda era viva.

Me encolhi ao lembrar dela, afastei o passado da minha mente.

Não estava aqui para lembrar das coisas amargas, estava aqui para rever uma criaturinha.

-Josephine – ouvi uma fina e fraca voz dizer meu nome com alegria

Me voltei para trás, mostrando um largo sorriso ao ver Sun.

Sua aparência equivalia á ser uma Sininho da vida.

Ela voou para mais perto de mim e me deu uma beijo no rosto.

-Quando tempo não nos vemos – disse ela – Pensei que me esquecerá aqui.

Sorri sem graça.

-Perdoe-me - me desculpei – Tive contra-tempos.

-Tudo bem, tudo bem, tudo bem – concordou ela rapidamente.

Logo depois conversamos sobre como as coisas estavam para ela.

O mesmo de sempre.

Me despedi dela ao ver que nos aproximávamos da meia-noite, precisava da escuridão para me movimentar sem ser vista.

Agora tô parecendo uma vampira.

Ainda ficava impressionada com o poder que Sun ainda detinha nas mãos mesmo nesses últimos séculos.

Da criatura que me dera à imortalidade não sabia de seu paradeiro, mas presumia que tivera o mesmo destino que inúmeras outras.

Morrera.

Parece estranhos, mas elas sobrevivem da crença das pessoas em seres fantásticos, se alimentam da imaginação humana.

Muitas morreram por conta da descrença deles. A única válvula de escape que possuem são as crianças que ainda fantasiam demais.

Só que mesmo muitos já se foram.

Meu pensamento se voltou então para a Senna que me esperava tão tranqüila.

A liguei e logo depois sai dali.

Enquanto retornava para casa, pensava na imortalidade.

Não sinto cansaço, não envelheço, não adoeço ou coisa parecida.

Achara minha escolha sabia. Adorava minha imortalidade e não abria mão dela por nada.

Sun me contara que havia ainda dois imortais, mas não entrou em detalhes.

E eu como boa menina, fique na minha.

Deles dois nada queria saber.

 


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Notas finais do capítulo

Proximo dia publicado terça-feira.
Uma ideia, saberão sobre Elisa e uma novidade sobre Russel.
Até mais.
o/