- Puxa! vinte anos não é pra qualquer um não é? - o senhor Gevanni, um dos agentes da CIA disse para o pequeno rapaz de cabelos alvos como algodão que se sentava em frente a um bolo de aniversário com vinte velas brancas acesas. 
- Então Near? não vai apagar as velas?
Ele apenas sorriu, pela primeira vez se esticando na cadeira numa posição mais correta, mas mesmo assim sem deixar de colocar um dos pés na cadeira.
- Antes, eu gostaria muito de dizer que tenho muito orgulho de trabalhar com vocês, eu somente tenho a agradecer por tudo que conseguimos conquistar juntos, e eu também só tenho a dizer que eu somente os admiro.
Os outros agentes também sorriram, encabulados, e então finalmente Near olha para o bolo e apaga num fôlego só as velas.
Ainda concentrado no primeiro corte a campainha do QG toca, o segurança diz que há uma entrega especial para Near.

- Devemos averiguar - disse Halle - Pode ser alguma armadilha!
O segurança tinha em mãos um embrulhe volumoso, Near moveu milímetros do pescoço para espiar o pacote.
- Qual é? vão querer estragar a minha surpresa?
O segurança piscou incrédulo.
- Nós não sabemos quem enviou - ele disse assustado, provocando o mesmo olhar dos outros agentes.
- Não sejam tolos, que eu saiba eu ainda não tenho nenhum inimigo aparente, pelo menos não um recente - ele disse num tom zombeteiro.
- Já que você insiste - Halle deu de ombros e pegou o pacote, meio hesitante das mãos do segurança e o repassou para Near, que o avaliava curioso, com um das mãos contorcendo uma mecha de cabelo.
- Que interessante! bom, eu ainda não tenho visão raio laizer, então vamos abrir não é?
Near puxou cuidadosamente o laço que envolvia o embrulhe, o fazendo se abrir.

Todos os outros agente ficaram espantados e confusos, o pacote aberto realmente não parecia ser nada suspeito ou arriscado, Near continuava analisando o conteúdo, parecendo ainda mais curioso.
- Que estranho, fitas de vídeo, e alguns cadernos, as folhas estão um pouco envelhecidas, mas mesmo assim vou procurar saber o que são, preciso converter essas fitas em DVD urgentemente.
Anthony, Halle e Gevanni pareceram assentir, mesmo ainda estando cautelosos, Halle pegou as fitas e colocou em um aparelho conversor.
Near então pegou um dos vários cadernos, o folheando, e de repente ficando impressionado no que tinha escrito nele.
- Eu não posso acreditar - ele murmurou fascinado, os olhos frenéticos ligados a cada linha do respectivo caderno.
Na capa de cada caderno havia as seguintes descrições:"Dois á quatro anos" Quatro á seis anos" "Seis a oito anos" e assim por diante, de dois em dois até chegar em vinte e dois a vinte e quatro anos, o que indicavam que eram muitos cadernos.
Near os arrumou em sequência, parecendo empolgado.
- O que é isso? - Halle perguntou, entregando dois DVDs e as fitas de vídeo a Near.

- Eu não tenho certeza, mas parece que são diários, diários de uma vida inteira - ele murmurou sorrindo, batendo na mesa um maço de cadernos, os alinhando, e depois pegando o DVD.
- Olhe tem um bilhete junto - Gevanni observou.
Near sorriu eufórico, pegando o tal bilhete que acompanhava o tal presente.


"Caro N, aqui jás memórias de uma vida inteira, um tesouro de valor inestimado, algo nunca encontrado por ninguém sequer, por isso imploro-lhe que cuide disso com sua própria vida se for necessário, com carinho L.
PS: Feliz aniversário"

- AHHHHHHH - os agentes arfaram juntos, enquanto Near lia em voz alta o bilhete.
- Impossível - Gevanni exalou incrédulo.
- L, morreu há mais de cinco anos, como ele poderia ter lhe enviado isso?
Near apenas sorriu, guardando o bilhete de volta.
- Nada é impossível, meu caros, eu aprendi isso da pior maneira possível.
Halle mexeu o cabelo louro o puxando todo pra trás, parecendo extremamente curiosa.
- O que você pretende fazer? Vai mesmo acreditar que esse bilhete é verdadeiro?
Near não respondeu, ele apenas olhava os cadernos feito uma estátua viva.
- Se não se importam eu gostaria de ficar um momento a sós.