Sakura sente a perna e Zora não estava nem aí pra eles, continuava nadando. Sakura ameaça parar, mas Shaoran toca em Sakura dando o sinal pra continuar até o final. Os três nadam na máxima velocidade e os inimigos (enguias elétricas e peixes carnívoros), quase os pegam. Depois de um minuto e meio de travessia eles avistam uma luz e em segundos eles passam por ela chegando ao outro lado, na superfície.

Zora: Esse ferimento, não me diga que você fez lah embaixo.

Os dois olham com cara de desaprovação pra ele.

Zora: O que foi? Isso é só um cortinho. Mas eu fico me perguntando. Era para aquelas enguias e piranhas aparecerem por causa do sangue. – E o Zora fica pensando que como aquilo aconteceu.

Shaoran: Ok, ok aonde estamos?

Eles avistam o lugar todo e era como se a montanha tivesse um buraco no meio. Paredes rochosas por todos os lados que circundavam o olhar. Muitas arvores. E uma porta.

Shaoran: Pera aí, quer dizer que a porta que nós avistamos no começo...

Zora: Que porta? Da onde vocês chegaram não dá pra ver nenhuma porta. – Zora disse isso para o espanto de todos.

Zora: Por hora. Entre ali naquela porta. E enfrentem o antepenúltimo guardião. A porta da Árvore.

Sem pensar eles correm para frente daquela porta. E sem pensar eles entram.

...

Zordrak: Eu vou matar todos eles. Ninguem alem de mim terá a admiração do rei. Somente eu devo ter a admiração dele.

Egoista. Zordrak era leal, mas ele não admitia que outra pessoa agradasse o rei.

Zordrak: Parece que eles passaram por aqui. Falava isso enquanto pegava uma pena dourada na mão. Era da arara, o local aonde Zora havia mostrado a arara pra Sakura.

...

Ao entrarem eles se deparam com uma floresta densa e Sakura invoca os aros.

Shaoran: Está nublado, pelo jeito vai chover logo. – E imediatamente começa a chover. Eles estavam em uma espécie de trilha no meio da floresta, mas mesmo assim é uma mata fechada. Eles começam a correr para o sentido oeste da floresta. Com a chuva caindo, estavam enxarcados e Sakura sente sua roupa pesar, o mesmo para o Shaoran. Eles não conseguem correr muito mais por causa do peso.

Sakura: Nem vimos o guardião e já estamos cansados.

Shaoran: O jeito vai ser esperar aqui.

Eles se sentam em baixo de uma arvore um pouco velha e começar a conversar.

Sakura: Olha Shaoran. Eu sei que é difícil passar por todas essas coisas, eu confesso, não queria que você se preocupasse tanto, se tratando do meu irmão.

Shaoran olha espantado para Sakura e a chuva continuava a cair.

Shaoran: Mas, pensa bem, apesar de tudo o que passei por causa dele, com ele me chamando de moleque e coisas assim, eu mesmo assim achava ele uma boa pessoa e ainda acho. Tenho certeza que ele não morreu.

Sakura dá um sorriso, mas continua dizendo: Não é isso, já que ele é meu irmão, eu sinto por ter te colocado nessa confusão. Não era preciso você passar por tudo isso junto comigo. Você tem sua vida, você já é um homem, a pessoa mais preciosa pra mim, não quero perder você assim como meu irmão.

Sakura olhava o horizonte já que o lugar aonde eles estavam, ficava bem em frente a um penhasco, podiam ver uma planície daquele lugar. Apesar da chuva, Shaoran percebia que as gotas de chuva formavam lagrimas no rosto de Sakura. Sakura estava deprimida e seu coração parecia que ia explodir.

Shaoran, sempre muito forte em suas emoções segura Sakura com suas duas mãos, fazendo com que Sakura olhasse pra ele, já que ele ia dizer alguma coisa.

Shaoran: Eu Te Amo Sakura. Se você está com problemas, eu estou com problemas, você é a minha vida, a sua dor é a minha dor, a sua luta é a minha luta, não importa o que aconteça, estarei ao seu lado pra sempre.

Sakura começa a chorar mas bem discretamente e em meio as suas lagrimas dá um beijo em Shaoran.

???: Hoho, que bonita essa cena. A quanto tempo eu não via isso.

Um sujeito de terno e gravata, todo engomado, alto, com cabelo laranja e arrepiado, um colar com um pingente em forma de folha da arvore de pêra estava encostado em uma árvore.

Shaoran: A quanto tempo está ai?

???: A tempo suficiente para ver essa bela cena. Olha, vendo isso até da dó de lutar contra vocês. Um casal tão bonito...

Sakura: Quem é você.

???: Acho meio obvio não? Eu sou Raphael, o Guardião da Natureza, agora podem continuar o que estavam fazendo, que eu só quero assistir daqui.

Shaoran: Já terminamos e não temos tempo a perder.  – Shaoran, falava isso enquanto ia com sua espada na direção de Raphael.

Raphael: Ei, ei porque a pressa, eu não disse que iríamos começar.

Um galho prende Shaoran pela roupa fazendo o ficar pendurado.

Raphael: Bom, vou te colocar no chão e eu vou dar o sinal de que vamos começar.

Shaoran: Pra começar, era pra você estar mais com uma roupa digna de guardião, não de um executivo empresarial.

Sakura: Shaoran, não o insulte. Se ele é o guardião da Natureza, tudo o que está aqui é a favor dele. Estamos em desvantagem.

Raphael: Falou bem, er... Serena.

Sakura: Meu nome é Sakura.

Raphael: Tanto faz. – Raphael coloca Shaoran no chão e mostra um arco gigantesco.

Raphael: Tentem lutar contra mim, quero ver se conseguem lutar contra a natureza. Hahaha, eu duvido muito, vocês também são a natureza.

Os dois correm em direção a Raphael com a carta Shield posicionada caso ele resolvesse atirar, mas ao invés de Raphael lutar ele corre dali e vai para dentro da floresta, fazendo nossos heróis seguirem ele. Sakura reativa seus aros e Shaoran ativa seu arco.

Sakura: Não podemos encontrá-lo, ele sumiu.

Shaoran: Mas temos a arara real, ela pode encontá-lo pra gente.
Sakura toca sua flauta e a arara aparece mesmo. Após o pedido de Sakura, a arara alça vôo e lá de cima ela começa ir para uma direção, eles seguem a arara e logo essa pousa em uma árvore.

Sakura: Mas essa é uma árvore que....

Uma mão sai da arvore e a pega pelo pescoço. Shaoran pega seu arco e atira no braço e a faz desaparecer instantâneamente.

A arara continua seu percurso e dessa vez para em uma planície. Do jeito que eles chegam ali, várias pedras voam em direção a eles e mais uma vez ele vêem uma mão arremessando elas.

Raphael perde um pouco de sua energia.

Raphael: Droga, eu me revelei por um segundo, agora eles vão me achar.

Um minuto de distração e Shaoran está com o arco apontado pra sua cabeça. Era um local a um kilometro da planície.

Raphael era muito habilidoso. Pega o braço de Shaoran e o arremessa de modo que ele voa em direção a Sakura. Os dois caem.

Shaoran: Ele me ameaçou com o arco e ainda me derrubou desse jeito.

Raphael: Não vou mais me esconder. – Fala isso enquanto pega Sakura pelo pescoço.

Raphael esconde seu arco e com uma mão solta e outra segurando Sakura ele começa a falar: Quebro o seu pescoço e você não verá mais ninguém.

Sakura é sufocada por um instante e Shaoran acerta Raphael nas costas com sua espada que sempre carrega na cintura. Infelizmente não foi o suficiente para ele soltar o pescoço da Card Captor.

Shaoran: Droga, eu fui imprudente. Eu deveria ter acertado a mão dele.

Sakura solta lagrimas mas não conseguia dizer nada, simplesmente estava imóvel, a única manifestação de dor era seus gemidos finos e quase inaudíveis. Raphael levanta Sakura para o alto e a arremessa contra as pedras fazendo ela bater a cabeça com muita força no chão.

Shaoran: Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaooooooooo. – Falava com agonia. Foi ao encontro de Sakura, mas não sentia a respiração dela, sua cabeça sangrava muito. Pegou Sakura e foi para dentro da floresta na esperança de despistar Raphael, já que esse se mostrou um dos mais cruéis guardiões.

Shaoran: Aquele maldito, se ele matou Sakura, eu não vou perdoá-lo. Shaoran, pega um pedaço de pano, ou melhor, pega um pedaço de sua camisa e envolve a cabeça de Sakura com ele. Sakura, não podia lutar mais. Sua cabeça estancava aos poucos.

Raphael: Você está aí. Chegou a sua vez.

Shaoran pega seu arco e uma flecha de sua aljava, aponta para Raphael que vinha em sua direção. Pensa um pouco e atira sua flecha.

Raphael: Mas o que? Ele esperou eu estar em movimento na direção dele para ele atirar, não consigo desviar.

A flecha acerta Raphael no peito e raízes começam a brotar da flecha.

Shaoran: Com essa flecha eu te imobilizei, agora você vai pagar eternamente pelo que fez a minha namorada.

Shaoran atira outra flecha no mesmo lugar e todos aqueles galhos pegam fogo. As chamas eram intensas mas os galhos não se consumiam já que estava verdes. O fogo somente era alimentado por poder mágico.

O medalhão verde começa a brilhar, estava pendurado perto do bolso esquerdo de Raphael. Pra não chegar muito perto do fogo e pegar com a mão, ele pega uma flecha e tenta tirar com a ponta o medalhão do suporte em que estava. Felizmente ele pega com sucesso o medalhão e observa Sakura que não mostrava nenhum sinal de vida.

Shaoran: Conseguimos o medalhão Sakura, vou te levar, por favor não se mexa. Vamos ver se Zora pode ajudar em alguma coisa. – Shaoran somente estava com uma expressão triste. Sakura estava gelada. Nesse momento Shaoran corre pra porta achando que Sakura havia morrido. Não tinha sinais vitais. Nossa heroína estava morrendo.

Praticamente chutando a porta de ferro ele não vê Zora perto.

Shaoran: ZOOOOOOOOOOOOORAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Zora: O que houve?  - Fala saindo de dentro do rio.

Shaoran: Ela bateu a cabeça muito forte.

Zora: Sem mais explicações. Vamos até o homem da Floresta de Elliot. Ele é um curandeiro.

Shaoran: Sakura não pode esperar mais, espero que seja perto.

Zora: Fica a cinco minutos daqui.

Sem demora Zora pega Sakura em seus braços e começa a subir a montanha menos ingrime para não judiar de Shaoran já que eles estavam entre paredões. Shaoran o acompanha sem problemas e os dois correm pela campina e encontram uma árvore com uma porta.

Shaoran: O Homem da Floresta de Elliot, ele mora aqui? Por acaso o nome dele seria Elliot?

Zora: Não, o nome dele é Hermes, mas é um excelente curandeiro Zora. Ele tem muito poder de cura.

Zora bate na porta e um homenzinho baixinho abre.

Hermes: O que fazem aqui bem na hora do meu café?

Zora: Precisamos que cure essa moça, ela bateu a cabeça muito forte.

Eles colocam ela na cama e Hermes pega seus óculos e um instrumento para sentir sinais vitais.

Hermes: Se tivessem demorado mais um pouco, ela teria morrido, mas não vou garantir que ela saia 100% daqui. As chances de ela ter seqüelas é muito grande.

Shaoran: Essa não, faça alguma coisa mestre Hermes. Ela não pode ficar assim.

Hermes: Me chame somente de Hermes. Eu agradeço se você fizer isso.

Shaoran: Ok! Somente cure ela.

Hermes pega a faixa na qual estava enfaixada a cabeça de Sakura e começa a observar.

Hermes: A pancada foi muito forte, ela rachou o crâneo.

Zora olha para tudo aquilo, mas um dado momento não agüentou e começou a observar as coisas que haviam na casa. Ele evitava olhara para a cama.

Shaoran não acreditava nas palavras que Hermes havia acabado de falar.

Hermes: Não se preocupem não é nada isso pra mim. É só ajuntar no lugar.

Uma aura esverdeada sai das mãos de Hermes e com essa aura ele coloca suas mãos sobre a cabeça de Sakura. Aos poucos, Sakura foi recobrando a consciência. O sangue havia se estancado totalmente, nem parecia que ela havia machucado e estava já totalmente recuperada com exceção de um detalhe. Sakura, olha para Shaoran e Zora.

Sakura: Aonde estou e quem são vocês? – Para desespero de todos.