No trem, Sakura ficava maravilhada com a beleza do lugar enquanto Syaoran tentava ler alguns jornais que estavam por ali.Kurogane ficava de tocaia caso algo acontecesse e Fye alimentava Mokona. Ed e Al por outro lado dormiam tranquilamente.

 -Como eles conseguem? – Perguntou Syaoran deixando o jornal de lado.

 -Dormir? – Disse Fye olhando so Irmãos Elric, ele riu – Provavelmente estão acostumados com viagens. 

-Não. – Corrigiu o rapaz – Eu quis dizer, eles nem sabem direito os nossos nomes e ainda assim dormem... Poderíamos muito bem matá-los, neh? Imagino que estejam tão tranqüilos... 

-A experiência de vida deles deve tê-los ensinado em quem confiar. – Sorriu Fye – Eu mesmo ficaria muito calmo se pessoas com problemas semelhantes aos meus ficassem ao meu lado...

 Syaoran acenou com a cabeça.

 -Talvez esteja certo...

 -E não estou sempre!?

 Syaoran riu com a frase do amigo. Kurogane se sentara do lado dos dois.

 -Hei, os fedelhos estão dormindo? – perguntou á Fye.

 -Ed-kun e Al-kun estão. Sakura-chan está observando a paisagem da janela. – ele respondeu – E Kuro-pon, não vai dormir?

 Kurogane respirou fundo e deixou a espada do seu lado observando também a paisagem.

 -Realmente, esse mundo se parece com o meu. – Concluiu Kurogane.

 -Sim. Este mundo é cheio de verde e lembra muito o Japão da senhora Yuuko que visitamos, mas é um Japão antigo... – Disse Syaoran – Muito diferente do meu. Lá é tão deserto...

 -Estava pensando... – Fye colocou a mão no queixo e continuou com um sorriso – Seria bom se ficássemos um tempo aqui.

 -Por quê? – Perguntou Syaoran surpreso.

 -Acho que aqui existe mais de uma pena... – Disse Fye – Não sei dizer porque, mas...

 Mokona surgira no ombro Syaoran que sorriu.

 -Mokona também sentiu isso! – Exclamou Mokona – Mokona sentiu duas penas lá na Cidade Central! Mas uma delas estava bem longe da cidade!

 -Imagino que esta pena esteja perto de mestra de Edward-kun. – Dizia
Fye.


 -Agora entendi. – Sorriu Syaoran.

 Syaoran abaixou sua cabeça ao ver que Sakura continuava sem saber nada dele e sem sentir nada por ele... Até quando ele agüentaria vê-la assim? Desmemoriada.

 -Não abaixe a cabeça – Disse Kurogane sem encarar o rapaz – Ela vai se lembrar de você... Não importa o que aconteça, as coisas que aquela bruxa diz são apenas para assustar.


 -Eh? Kuroga... – Syaoran parara de falar.

 -Não importa o tempo que demore essa busca. Eu acho que cada coisa que perdemos tem sua importância e as memórias da Princesa com você também são importantes... Tenho certeza que a Princesa não se esquecerá de algo tão importante...

 -Ahh, ele fala isso por causa da Tomoyo-hime do mundo dele! – Murmurou Fye.

 Syaoran riu ao ver Kurogane gritar com o amigo. Mas ele estava certo... Talvez Sakura não fosse se esquecer por completo dele... Talvez... Eles pudessem recomeçar de novo...

 -Syaoran! Olhe isso! – Exclamou Sakura apontando para as flores que havia nos campos – Que lindas!

 -São sim. – Concordou o rapaz se aproximando dela – Gostaria que eu pegasse uma para você depois, Hime?

 Ela concordou com a cabeça sorridente. O vestido que Ed lhe dera havia caído bem, Sakura usava um vestido branco de alças e um chapéu que cobria seu rosto.

 -Então eu irei...

 Talvez... Cada lembrança tenha sua importância no coração das pessoas. Deve ser por isso que os irmãos Elric deveriam gostar tanto de Syaoran e seus amigos.
Talvez pela história parecida ou quem sabe, pelas lembranças semelhantes de perda... Mas o mais importante de tudo é que ambos davam a mesma importância para sua jornada...
O resto era só esperar... Ainda havia duas penas para se recuperar naquele mundo, ainda tinha muita história por vir.

 Um tremor fez Sakura ser jogada para trás, Syaoran entrara em sua frente e a segurara para não se ferir.

 -O que foi isso!? – Gritou Ed se erguendo depressa ao sentir um enorme tremor que percorreu todos os vagões do trem.

 -Interessante... – Kurogane olhou pela janela e viu dois Homunculus – Vou botar pra quebrar agora...

 -KUROGANE! – Exclamou Ed alterando a voz – São Homunculus!

 -E daí? Já enfrentei coisas piores – Kurogane riu.

 -Sempre assim... – Syaoran olhou para os amigos – Vamos!

 -mas antes... – Ed olhou para Syaoran – Vocês sendo de outro mundo podem aprender o principio básico da Alquimia, então irei ensinar apenas o início. Pode prestar atenção?

 Syaoran acenou com a cabeça e viu Kurogane sair do vagão e tentar ganhar tempo.

 -Sim – Syaoran disse sério – Pode dizer.

-Bom...

Talvez, cada coisa nesse mundo tenha sua importância. Tanto para mim quanto para os Irmãos  Elric.