Mil Rosas Roubadas escrita por BruxoBrunao


Capítulo 1
One-shot O Fim de Aoi


Notas iniciais do capítulo

Capitulo para a minha betinha, porque ela fico surtada com essa fic.



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Onde quer que eu vá, eu firo alguém,

Mas não há nada que eu possa mudar

As coisas que eu tenho feito

De todas as coisas que eu fiz para você

Eu não posso esconder a vergonha

Eu imploro a alguém, que por favor

Afaste a dor de mim

 

Saída não há, da escuridão,

Não há esperança, não há futuro.

Não posso me livrar

No outro dia eu já nem sei

Como farei para encarar*

 

 

 

-X-

 

      Amor da minha vida, Uruha,

 

      Como sempre eu não sei de maneira exata por onde devo começar. Eu fui embora, desapareci e depois de tanto tempo estou aqui mandando esta porcaria para tentar me explicar e dizer o que me aconteceu. E não, não há como eu imaginar o que aconteceu com você, o que você tem feito e como tem seguido a vida. Nem me pergunto sobre Reita, Ruki ou Kai, porque sei que eles são realmente os que menos se importam comigo, já que fiz tanta merda com eles. Eu fui verdadeiramente um filho da puta. Assumo.

 

      Primeiro saí da banda sem nenhuma explicação, abandonei todos no meio de nosso sucesso. Depois fiz aquilo com Ruki (eu realmente fui um idiota. Lembrar-me de como o magoei me faz ter vontade de morrer). E Kai! Eu o roubei! Aliás, Kai e Reita...Então encontrará junto com esta carta todo o dinheiro que furtei deles. Diga-lhes que sinto muito. De verdade. Estou tentando me redimir, é o mínimo que posso fazer depois de tudo.

 

      Bem, eu disse que iria viajar um pouco, que precisava de um tempo para mim. – Se um pouco tivesse sido o suficiente – Desculpe-me por ter ferido você também. Novamente...

      Eu realmente sinto muito por tudo. Deve ter pensado que eu havia me cansado de você, que te esqueci e não te amava mais. Ah! Antes fosse!  Parece que a cada dia fica maior e mais forte, entretanto eu devia descobrir o que tinha. Havia algo que me incomodava só de respirar ou a cada batida de meu coração.

      Por todo esse tempo estive pensando no passado, nas coisas lindas que vivemos, é verdade. Lembrei também das coisas idiotas que fiz com você, mas também dos pequenos machucados na sua pele depois de uma longa noite de sexo selvagem... Seus sorrisos ainda me fazem delirar, unidos as memórias de seu rosto de pêssego, tão bem desenhado, os contornos perfeitos.  Ah Uru! Como eu te amava! Sabe... Acho que saudade não é mais a palavra certa para usar.

 

      Eu sinto meus olhos marejados agora. Não que seja muito diferente de qualquer outra porcaria de dia sem você, mas bem... Não é por tristeza (ou ao menos não completamente). Lembrar de coisas boas tem um gosto doce, um gosto de morango. Lembra? Você adorava tudo que era de morango. Sorvete de morango, pasta de morango, bolo, balas e bolachas e, claro, o próprio morango. Você dizia que morango não deveria ter a cor avermelhada que tinha. Disse que o sabor não te lembrava o vermelho, lembrava-lhe o azul. Aoi.

      Isso é realmente lindo, sabe? Era sua fruta preferida e eu também. Mas aí vem a culpa e o pânico me dominando novamente. Eu te deixei. Ah, como eu fui um tolo. Eu deixei a melhor coisa que aconteceu em minha vida para trás apenas porque precisava auto afirmar-me.

 

      Eu gostaria de poder dizer “Adeus” pessoalmente. Segurar-te nos braços só mais um momento. Não seria bom? Sempre precisei tanto de você, não é? No colegial eu me sentia tão incompleto. Mesmo com tantas pessoas a minha volta. Mas nenhuma delas poderia me entender, não como você podia.  E você nem me conhecia direito. Era tão tímido. Era simplesmente adorável. Agora estou só, sem refugio e os níveis de força em queda... Estou me desfazendo dia após dia. Literalmente.

      É que sem você eu acordo pela manhã e não sei por que ainda estou sofrendo quando, com um simples tiro, eu poderia acabar com toda a dor. Porém não vale o risco. O risco de não ter a ultima chance de te ver novamente, entende? Não vale a pena correr o risco de esquecer tudo.

      Tenho tido inúmeros flashbacks. Lindos por sinal. Lembrei dos álbuns do nosso apartamento. Recorda-se? Armários abarrotados com fotos que você tirava. Porque você tirava fotos de qualquer coisa e de qualquer um. Mesmo! Quer dizer, era seu Hobby preferido, mas você realmente tinha que tirar fotos do meu piercing? Por Deus, Uruha! Do meu piercing preto! Pô! Era meu piercing e não uma jóia rara. Como você era um bobo, não? Bem, não tanto quanto eu... Um imbecil apaixonado e submisso...

      Daijoubu! Agora vejo que seu alvo não era – nem de longe – meu piercing, e sim meus lábios, correto? Isso é verdadeiramente um lisonjeio. Saber que você tinha tanta atração assim por mim. Tanto interesse por uma fisionomia mal desenhada e mal acabada que eu chamo de minha.

      E sabe... Retornar ao passado me faz pensar que ainda posso ter isso no presente ou/e no futuro. Só que eu não tenho futuro.

Ah, meu Uruha! Eu tenho vivido de uma forma tão precária... Eu deveria me ajoelhar e implorar perdão por não lhe responder nenhuma de suas tentativas de comunicação comigo. Embora eu acredite que não deverá mudar nada.  Mas eu tenho que tentar explicar...

      Eu vivia doente, surtando, com crises bi-polares/mal humor muito mais freqüentes. Estava definitivamente insuportável. Porém, queria muito dizer-lhe que eu nunca, NUNCA me esqueci de você, de nós e das nossas lembranças. Nunca me esqueci do macacão amarelo girassol com o colete roxo bebê que você me deu de Valentine’s day. Aliás, uso-o neste momento. Ele tem seu cheiro. Amoras. E eu tenho um ultimo desejo. Eu quero ser enterrado com estas vestes.

Porque... Bem, meu Uru-chan, eu estou morrendo... É por isso que eu fugi.  Eu tenho câncer, Uruha. Tenho câncer no coração e no pulmão esquerdo. Querido, eu não tenho muito tempo. Eu quero você de volta, por mais uns tempos. Mais uns anos, talvez meses, ou ao menos dias... Não dá para viver – ou morrer – na solidão. Ela é dura o suficiente quanto se tem uma vida que se espera longa. Mas tão curta quanto os médicos prevêem a minha? Não dá! Simplesmente eu não vou suportar mais isso!

      Eu comecei a quimioterapia. Meu Deus! Eu estou deplorável. Obrigar-me todo dia a olhar meu rosto no espelho é uma tortura sem tamanho. E quando passo as mãos ásperas pela cabeça rala, sinto me caindo. Caindo no nada. Por Deus, Uruha! Meus cabelos... Aqueles que você adorava o cheiro e a maciez... Eles se foram... Pouco a pouco... Dia após dia... Em pequenos chumaços! Espalhando-se pelo apartamento como pelo de gato. Oh, Meu Deus! Eu estou nojento.

      Mesmo assim eu tenho esperança. Ou acho que tenho. Talvez você ainda me queira. Nem que seja por pena, porém me queira. Só mais uma vez...

      Será?

 

      Aoi, seu Pirralho Ciumento.

 

      P.S.: Recorda-se? Eu fiquei deveras enciumado com aquele seu professor o ‘Rodrigo’ e você me chamou de ‘Seu ciumentinho’. Eu realmente passei a gostar disso. E você me chamava de pirralho no inicio, lembra-se? E eu nunca entendi muito bem por que... Parecia-me uma fantasia. Então eu passei a gostar muito de ser seu Pirralho Ciumento.

 

Uruha, Aishiteru Zutto.

 


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Notas finais do capítulo

*Adaptação entre a música original ‘No Way Out’ de Phill Collins, com a música adaptada de Irmão Urso.

Betinha choro porque o Yuu vai morrer... Ela disse que quer que eu continue a fic, sei lá, com uma resposta do Uru.
Alguém ai apoia-na?
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