- Como você pode fazer isso comigo? – reclamei

- É para seu próprio bem, Bella. Era o correto a fazer. – ele praticamente me implorava.

- Como era o correto a fazer? Agora o correto é atropelar pessoas e depois dizer que elas não estão bem mentalmente. Eu estou bem! Ou estava até você aparecer, me atropelando e ainda por cima bancando o psicólogo. Agora devem me chamar pelas costas de maluca. -

- Eu sei que foi um erro. Dirigir do jeito que eu estava. Mais você não está bem. Você pensa que eu quero estar aqui? Tentando colocar alguma coisa nessa sua cabeça de maluca. Você se tornou um peso, para todos, Carlisle, Esme, seu irmão... e para mim também,uma parte da culpa é minha, eu admito. Mais não desconte em mim seu sofrimento ou você não aproveitar sua vida – aquilo me atingiu como uma bomba, me entorpecendo. Será que eu realmente era um peso? Por isso meu irmão não quis cuidar de mim? Eu realmente era um peso? Foram tantas perguntas que me atingiram neste momento. Eu dei um passo pra trás, quase caindo. Edward me segurou.

- Bella, você está bem? Posso te soltar?

- Me solta, Edward. Eu estou bem. E não me chame de Bella. Me deixa, não sou um peso em sua vida? Como em todas as outras, que me conhecem? Está bem. Eu não preciso disso, eu não preciso de você, eu não preciso de ninguém, eu estou bem! Por que ninguém acredita em mim? – quando percebi estava gritando. Fazia muito tempo que não desabafava. Desde a morte deles.

- Bella, se acalme. Você saiu do coma há pouco tempo. Por favor, sente e relaxe. Me desculpe, mais só estava falando a verdade. –

- Você deve se sentir culpado, não é? Deve pensar: coitadinha da menina que eu atropelei, agora eu vou fingir que me sinto culpado e cuidar dela, talvez assim, ninguém me processe e eu perca meus cartões de crédito. –

- Você não sabe o que diz, desde a morte dos seus pais, você vive em um mundo a parte. Esquece seus amigos, sua família. Se fazendo de vítima. Se colocando no centro das atenções. Você pode ter sido a vítima um dia. Mais isso foi a um ano atrás. – Dizendo isso ele saiu do meu quarto batendo a porta. As lágrimas estavam vindo. Fui andando pra trás até topar com a minha cama. Praticamente desabei nela e chorei. Chorei como nunca tinha chorado desde a morte dos meus pais. Despejei todas as minhas lágrimas no meu travesseiro. Lágrimas acumuladas.