Doll House escrita por Aleksa
- Dificilmente, é? – Dietrich cruza os braços.
- Prefere que eu use uma sentença completa? Algo como: “Em esparsas e raras ocasiões distintas.”.
- Você é um cretino Aaron.
Aaron ri calmamente, rodando a taça a sua frente entre os dedos.
- E você só percebeu isso agora, meu caro e distraído anfitrião?
- Não vou mais perder meu tempo com você.
Dietrich dá as costas pra sair, e dá apenas alguns passos antes de ser atingido pelas últimas palavras de Aaron.
- Me diz, é muito difícil ser odiado pelo próprio mestre? Ouvi dizer que ele lhe amaldiçoou até o dia em que morreu.
Dietrich congela, uma pontada de dor atravessa toda a sua espinha, ele apoia uma das mãos em uma cadeira, fechando as mãos com força ao redor da madeira branca e envernizada.
- Aaron! – Luccia repreende.
Dietrich atira a cadeira na direção de Aaron, que desvia somente o suficiente pra não ter o pescoço deslocado, mas sofre um corte bastante feio no rosto. Luccia se coloca pra trás, surpresa.
A música para e todos olham na direção de Dietrich.
- Quer saber como é seu cretino filho da mãe?! Eu digo pra você! – Dietrich vai até e mesa e arrasta Aaron de lá pela camisa, colocando-o contra a parede, com uma das mãos em seu pescoço.
Ele tem uma das mãos sobre o corte em seu rosto.
- Eu preferia milhões de vezes ser esfaqueado todos os dias da minha vida que viver aquela tormenta! O meu pai me odiou mais do que qualquer coisa no mundo! E EU NÃO PUDE FAZER NADA! ME ODIOU TODOS OS DIAS POR QUASE 50 ANOS! – lágrimas arderam em seus olhos enquanto ele falava, e escorriam de seus olhos. - E agora... As últimas palavras dele vão martelar na minha mente enquanto eu for vivo... VOCÊ NUNCA VAI SABER O QUE É ISSO! NUNCA VAI SABER O QUE É TER DE VIVER SABENDO QUE É ODIADO PELO SEU MESTRE!
As pessoas na sala o observavam, chocadas e condoídas. Ele largou o pescoço de Aaron, que o olhava chocado.
- “Você precisa sofrer Dietrich, sofrer por ser essa criatura ridícula e miserável que você é... Eu quero que Oliver deteste você! Que ele queria você morto! Não importa o quanto você sofra, nunca será o suficiente... Você a pior coisa que eu já fiz em toda a minha vida... Eu tenho nojo de você...”. – Dietrich olha pro chão, enquanto as lágrimas pingam e escorrem copiosamente de seus olhos. - ... Por acaso você se sente melhor por saber o quão infeliz eu fui a minha vida toda? – ele pergunta a Aaron, com rancor na voz.
Em um instante Oliver está ao lado dele, com uma das mãos em seus ombros.
- Dietrich...
- Estou bem... Continuem a festa... – Ele se abraça, saindo e indo escada acima.
Eleonor chega pouco depois, postando-se ao lado de Oliver.
Aaron colocava-se de pé, Eleonor atravessou a sala e cravou um tapão enfurecido em seu rosto.
- Pessoas como você... Me enojam... Você não passa de um cretino... E eu espero que queime no inferno pelo que você fez...
Eleonor dispara pela escada, atrás de Dietrich, Oliver simplesmente se limita em dizer:
- Acaba de fazer um inimigo Aaron...
E ele então sobe também, atrás do irmão e da garota de quem gostava.
Katrina desce até a metade da escada e olha repreensivamente ao Doll Maker criador de Aaron, depois voltando seu olhar ao mesmo, parado, ainda encostado na parede.
- Doll.
- Eu? – ele pergunta, com as mãos frias pálidas.
- Saia da minha casa. Você não é bem vindo aqui. – então ela volta seu caminho a sala de reuniões.
Ludwig deteve-se na escada por um instante, voltando-se para Aaron e dizendo:
- Depois conversamos Aaron... – e voltou com Katrina pela escada.
Aaron engoliu seco.
No andar de cima...
- Dietrich! – Eleonor tirou os sapatos de salto, e agora os carregava nas mãos.
Dietrich encontrava-se na janela, sentado, observando as cicatrizes que tinha nos braços, de olhos vermelhos e inchados, contemplava as marcas de correntes que ficaram mesmo depois de tanto tempo, só para lembrá-lo que ele não era merecedor do amor de seu pai.
Ao ouvir seu nove ele se encolheu um pouco, secando os olhos e tentando parecer menos deprimente.
- Graças a Deus! – ela o abraçou, sentindo-se profundamente aliviada por não tê-lo encontrado fazendo alguma besteira.
- O-O que faz aqui...? Devia estar lá embaixo no baile...
- Eu não poderia ficar lá embaixo sabendo o quanto você estava triste.
Oliver chegou pelo corredor pouco depois, se aproximando dos dois.
- Dietrich, desculpe... Eu não devia tê-lo deixado com aquele...
- Não é sua culpa Oliver, não comece a se culpar.
- Mas...
- Esqueça.
Oliver não questiona.
Eleonor continua abraçada a ele, quase maternal, e ele sente a confortável sensação de pode contar com essas duas pessoas caso precise realmente.
- Se quiserem voltar lá pra baixo... – Dietrich oferece, sentindo-se bem mais calmo com a urgência que apresentaram em ir ampará-lo.
Os dois se entreolham.
- Não queremos.
- Mas...
- Esqueça. – os dois riem, imitando o tom de voz dele.
- Bem... Então está bem.
Horas se passam, agora só resta que todos vão dormir.
Para que no dia seguinte continue a história não acabada que Oliver e Eleonor começaram durante a valsa...
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