Na tarde-noite daquele mesmo dia, Oliver observava Eleonor no jardim, uma certeza indiscreta queimava em seus olhos, mesmo que já soubesse de sua existência, agora sua mente mandava toda a sua racionalidade pra alguém canto escuro e mandava que ele saísse e pelo menos fingisse ser o homem que deveria!

- Oliver, desde quando você passa suas tardes na janela encarando a Eleonor vivendo? – Dominik pergunta.

- Desde que isso começou a tirar o meu sono. – ele respondeu de imediato.

- Uh, então você tem emoções? – a expressão de sarcasmo era inconfundível.

- Vai explodir a lavanderia ou coisa que o valha e me deixe em paz Dominik.

- Talvez eu vá. As suas roupas estão lá?

- Eu não lavo mais a roupa aqui desde que você explodiu a maquina da outra vez.

- Vou ter que me esforçar mais então.

- Não estou com paciência pra discutir os meus métodos de lavagem de roupa com você, criatura destrutiva.

Mais alguns minutos, Dominik sai, Oliver direciona a sua mente ao seu irmão por uma fração de segundo, ele ainda estava morrendo... Por que ele não podia facilitar? Se ele não tivesse mais esse empecilho, ele poderia dedicar a sua atenção a Eleonor, como de fato se mostrava necessário.

- Oliver. – Dietrich.

- Sim, Trich?

- Você não me parece feliz.

- Só distraído. – ele suspira. – Tenho muito do que cuidar.

- Você não precisa fazer tudo sozinho.

- Não posso contar com você. Você é uma das preocupações. – um olhar levemente abrasivo.

Dietrich faz questão de fingir que não reparou o olhar cortante. - Não estou falando de mim.

- Então de quem estamos falando...?

- De Eleonor. Não finja que não sabe, eu sei muito bem que você está se contradizendo mentalmente por conta dela, e que agora isso ai parece a segunda guerra mundial.

- O que está aprontando Dietrich?

- Eu? Nada. Só quero que vocês sejam felizes. Com ou sem mim. – um sorriso cruza o rosto dele.

- Dietrich você é muito babaca. – um suspiro frustrado.

- Olha quem fala. – Eleonor.

- Ouvir as conversas dos outros é muito feio. – Oliver dirige o olhar para a porta, com uma calma controlada.

- Não quando elas têm a minha pessoa como tópico.

- Touché. – Dietrich acrescenta.

- Calado Dietrich.

Dietrich ri discretamente.

- Oliver, fala logo. O que está acontecendo com você? – ela pergunta.

- Aquilo que você queria que acontecesse comigo, oras. – ele declara casualmente.

- Que seria?

- Eu amo você Eleonor, é isso. – ele suspira pesadamente.

Um momento pesado de silêncio cai sobre todo o ambiente enquanto os dois fixam espantados a expressão composta de Oliver.