Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 19
Capítulo 20




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Na manhã seguinte, Eleonor levanta com muita dor no pescoço.

— Ai... – ela reclama.

Descendo as escadas, Oliver está dormindo recostado à janela.

— Eis ai uma cena incomum. – ela diz.

Ela caminha até ele, tirando o livro que estava em suas mãos e pondo sobre a mesa, depois puxando uma das mantas do sofá o colocando sobre ele.

— Você se preocupa demais com os outros e se esquece de você... – ela diz.

— Alguém tem que cuidar de você... – ele diz, numa voz baixa.

Eleonor se assusta.

— O-Oliver... Você me assustou... – ela diz.

— Isso não é novidade.

— Isso não é desculpa pra me assustar.

Ele sorri, a luz da manhã entra pela janela.

— Eleonor. – ele diz.

— O que?... – ela diz, estranhando o tom de voz dele.

— Antes de voltarmos a Doll House, e eu voltar a agir como um chato.

Oliver levanta colocando a manta sobre a mesa, sentando-se direito.

— Certo...

Oliver puxa Eleonor pelo braço, envolvendo-a num abraço.

— Saiba que foi... Divertido, ter saído com você.

Eleonor sabe, pela falta de articulação com as palavras, que nesse momento ele não estava sobre o efeito de nenhuma droga. E por isso, internamente ela está pulando, saltitando e cantando.

— Ok... – ela tenta dizer sem gritar.

— Agora vamos voltar pra eu matar o Dominik. – ele diz.

Ela ri.

— Certo.

Voltando para a casa, Oliver chuta porta da frente, o ódio queimava em seus olhos.

— DOMINIK~! – ele grita.

Todos na casa estremecem, já sabem que Oliver voltou, e que não ficou muito feliz em ser drogado...

— Dominik! Eu te mato quando eu te achar... Então é bom eu não te achar...ele diz, assustadoramente controlado.

Oliver é uma pessoa extremamente calma, podem fazer varias coisas sem que ele se altere, MAS NUNCA tente obriga-lo a ser feliz... As conseqüências são... Sérias.

Todos na casa ficam com muita pena de Dominik... Mas eles também têm seus problemas.

— E quanto ao resto! Não pensem que eu não sei que vocês foram cúmplices dele! Vai sobrar pra todos vocês!

Eleonor teme pela segurança de todos.

Com os olhos cinzentos queimando de ódio, Oliver sobe as escadas.

Ouve-se o som de coisas quebrando no andar de cima, Eleonor começa a temer pela segurança de Dominik... Na sala, o silêncio sepulcral da sentença de morte está estampado na cara de todos... Menos de Katrina, que toma chá sossegadamente.

Poucos segundos depois, Oliver desce as escadas, e diz:

— Primeiro aviso, se qualquer um de vocês tentar me drogar de novo... Dominik não será o único a sofrer... Eu fui claro?

Todos acenam com a cabeça.

— Excelente. – ele sorri. – Perdão mestra, eu quebrei algumas coisas lá encima.

— Dominik é uma dessas coisas?

— Permanentemente não. – ele diz, categórico.

— Então está bem. – Katrina diz. – Eu avisei que isso aconteceria... – ela diz, olhando para os outros.

— Agora eu me retiro. – Oliver curva-se educadamente e sai da sala.

Assim que o terror da morte certa sai da sala, todos se viram a Eleonor.

— Vocês demoraram. O que aconteceu? – Yuri pergunta.

— Começou a chover... – Eleonor diz, querendo dar o mínimo de detalhes possível.

— Uhum... E ai? – Gerrard continua.

— Parem. – Katrina diz. – Deixem de ser intrometidos e vão socorrer Dominik.

— Sim mestra... – todos dizem, parecendo crianças repreendidas.

Todos sobem as escadas, Eleonor um pouco depois. No caminho ela pode ouvir Vivaldi gritar.

— Santo Deus! Dominik!

Eleonor corre até o quarto de Dominik, que estava parcialmente destruído, e, no meio dele, Dominik estava não só amarrado E acorrentado a uma cadeira, como também amordaçado.

— Dominik! – ela diz.

Os outros estavam ocupados soltando as cordas e correntes de Dominik, Eleonor tirou a mordaça que o impedia de falar, e disse.

— Minha nossa! Você tem algum osso quebrado?

— Não... – ele diz. – Eu imaginei que alguma coisa dessa ordem fosse acontecer...

— Sorte a sua que eu estou de bom humor. – Oliver diz, encostando-se ao batente da porta.

— Oliver! O que é isso?! Você amarrou, acorrentou, e amordaçou o Dominik! – Eleonor reclama.

— Eu sei. Se eu estivesse zangado mesmo, vocês não iriam achá-lo... – ele diz, dando de ombros.

— Isso é verdade. – Vivaldi disse, ocupando-se com um nó.

— Como assim?!

— Faz parte do acordo dessa casa. – Oliver diz. – Esses sete fazem o que bem entendem de suas vidas o dia todo, com tanto que ninguém me atrapalhe. Aliás Dominik, estou começando a entender como a garrafa de vinho acabou com anfetamina dentro.

— Você não pode provar nada. – Dominik diz.

— Humf. – Oliver diz, se retirando da sala.

— Dominik, você tem que parar de usar o Oliver de cobaia.  – Yuri suspira.

— Ele nunca morreu. – Dominik desdenha.

Eleonor está ficando com um certo medo de Dominik...

— Dominik é o mais velho depois de Oliver. – Boris diz, observando a cara de espanto de Eleonor. – Eles nunca se deram muito bem...

— Não mesmo. – Dominik diz.

— Eu ouvi!– Oliver grita do andar de baixo.

— Era pra ouvir mesmo! – Dominik devolve.

Em todo o tempo que passou em Doll House, ela nunca pode supor que o adorável e estabanado Dominik fosse um cientista maluco, e que não se desse bem com Oliver...

Depois de liberto, Dominik passava as mãos nos braços, ambos estavam dormentes. Eleonor estava parada, observando o vazio, sua mente ainda não havia associado o fato de os dois serem... Um tanto quanto hostis um com o outro.

— Tudo bem, Eleonor?  — Dominik pergunta, parecia preocupado.

— Hãn...? Ah, estou bem...

— Chocada porque eu não gosto de Oliver? – ele pergunta.

— Vocês nunca aparentaram não se dar bem...

— Não posso ficar por ai brigando com ele... Katrina não gosta.

— Ah... – ela entende, na frente de Katrina a coisa é outra.

— E você? Se divertiu?– ele pergunta com um sorriso, e a cabeça apoiada nas mãos.

— Ah sim, foi legal.

— Que bom! Eu sabia que você iria gostar.

Eleonor tem a sensação de que Dominik gostava dela... O bastante para drogar Oliver por essa causa...

— Não precisava drogar o Oliver... – ela diz.

— Mas é divertido. – ele diz, fazendo biquinho.

— Er...

Dominik sorri novamente, então levanta novamente e sai da sala.

— Que medo... – ela diz.

— Dominik parece gostar de você. – Vivaldi diz, sentando-se ao lado de Eleonor.

— Isso é seguro? – ela pergunta.

— É sim. – ele ri.

— Que bom...

— Geralmente ele não faz nada. – Vivaldi diz.

— Ah...

Eleonor ajuda Dominik e os outros a limparem o quarto parcialmente destruído, todos pareciam acostumados com essas indisposições entre os dois...

Naquela noite Eleonor começa a noite dormindo, mas isso só pra acordar durante a madrugada com o rosto vermelho e uma vergonha que a invadiu por dentro.

— Meu Deus... Não me diga que eu...

Sim, Eleonor acaba ter um sonho de conteúdo duvidoso a respeito de Oliver... E agora ela está no meio de uma síncope.

— Oh não! Como eu olho pra ele agora?

Ela andava de um canto ao outro de seu quarto, pensando o que se passa sem sua mente cheia de obscenidades das quais ela não tinha consciência.

— Isso é tão errado! Que horror!...

E então ela pensa:

— (Mas foi tão legal...).

Ela se joga na cama, colocando o travesseiro sobre o rosto e gritando. Sua vontade era de descer, e chacoalhar Oliver (que com certeza estava na sala) gritando “Saia dos meus sonhos!”.

Involuntariamente, e independente de seus protestos, sua mente começa a vagar em como seria se de fato fosse verdade... Ele com certeza riria dela se soubesse disso.

Ela sai de seu quarto, tornou-se insustentável ficar lá dentro, ela ia sufocar... Mas ela não podia ir para a sala, não poderia encarar Oliver como se nada estivesse acontecendo, então segue pela direção oposta do corredor, o que com certeza seria melhor do que ficar em seu quarto, ou ir para a sala.

Caminhando até uma parte da casa onde ela nunca foi, ela se encontra com Sebastian, seus olhos prateados refletiam a luz externa.

— O que faz tão longe do seu quarto?... Ou da sala. – ele pergunta.

O cabelo de Sebastian era longo, ruivo, e estava em um coque frouxo, preso com um lápis, e sua franja se espalhava numa desordem proposital por seu rosto.

O rosto de Eleonor esquentou.

— Quis passear pela casa, nunca vim nessa direção. – ela diz.

— Esse lado da casa é onde nós, as Dolls noturnas, ficamos enquanto os outros dormem. Não costumávamos andar pela manhã, mas agora com você aqui... – ele da de ombros.

Isso explica por que mesmo sendo noturnos, Eleonor nunca os vira antes... Pelo menos não tanto quanto esperava.

— Por que vocês são noturnos?

— Questão química, acho. Não gosto da luz do sol, me da dor de cabeça.

— Ah...

— Era pra Oliver ser uma Doll noturna também, mas quando ele precisou assumir todas as responsabilidades da casa, ele acabou ficando acordado sempre.

— Ah... Por isso nunca o vejo dormindo... – ela diz, quase que pensando alto.

— Deve ser. E você? Por que não dorme?

— Não tenho sono. Acabo dormindo só algumas horas.

— Sei.

— Você ia fazer alguma coisa? – ela pergunta.

— Tenho treino de tiro em meia hora. – ele diz, olhando num relógio de bolso dourado que estava com ele.

— Treino de tiro?

— Isso, as Dolls noturnas, também chamados de Shadow, servem de “guarda-costas” da casa durante a noite. Nós não somos criados para fins de companhia como os outros.

— Uh... – ela diz.

— Quer vir também?

— Claro. – sorri ela. – Você só pode me esclarecer uma coisa?

— Tá.

— Defender do que?

— Coisas como Dietrich... – ele diz.

— O que é “Dietrich”?

— O irmão de Oliver.

— Espera... Irmão? Como é possível?

— Dolls criadas para serem gêmeas.

— Ele me disse que não tinha outras Dolls alem dele...

— Ele e Dietrich não eram muito amigos... Já foram, mas não são mais...

— O que houve?

— Dietrich abandonou o seu Doll Maker, ele foi morar com Selena.

— Quem é ela?

— Uma garota que atormenta os Vandervilt já faz um tempo.

— Ela é imortal?

— Não, mas ela tem uma filha, Ekatherina... Ela é mestiça.

— O que?

— Ela é meio Doll...

— Ah... Achei que isso não fosse possível...

— Não só é, como também é comum. Os Doll Makers costumam se casar com sua Doll favorita.

— Ah...

— Ele sempre vêm aqui. Todo ano.

— Quando?

— Geralmente... Amanhã.

Eleonor sente o sangue gelar.

 


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Notas finais do capítulo

Wowz! Quanta informação!
Tá, uma coisa de cada vez:
1- Para todos vocês meus leitores fofuxos que querem me matar por que eu n coloquei a Eleonor e o Oliver pra se pegarem: ESPEREM ^_^
2- Se eu tiver tempo, no final eu coloco o capítulo com o sonho errado da Eleonor XD
3- Sim, o Oliver tem um irmão o.o
4- Eu me toquei que nunca tinha discrito o Sebastian XD Fui mal XD
5- Sorry pelo capítulo monstro -.- axo q me empolguei -.-"

Beijos e sorry pela demora >.



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