- Aaaaaah amor me desculpa , desculpa vai por favor eu não tive culpa, eu sei que esqueci de trazer a sua carta mas eu juro que fiz, eu juro se quiser a gente vai buscar agora *-* - felipe implorava pelas minhas desculpas da janela, sim a janela do meu quarto dava de frente para a janela do quarto dele, agora não mais porque passávamos a madrugada toda conversando então os pais dele decidiram trocar os quartos haha.

- olha felipe..

- eu sei amor eu seeeeei estou completamente errado e você é a unica certa, vem aqui amor, a gente conversa melhor, estamos muito longe um do outro - ele sorriu com um pouco de maldade, mas quase nunca via maldade no rosto dele, até que para um menino de 19 anos ele era bem compreensivo, ja que eu tinha 15 .

- ta, eu vou --' - fechei a janela na cara dele.

Felipe era o amor da minha vida, e eu nunca, jamais imaginaria a minha vida sem ele. Confesso que foi o meu primeiro namorado, aquele que você leva a serio sabe? e pra falar a vdd espero que seja o ultimo, pois nao quero mais ninguem , apenas ele. E sim eu iria perdoa-lo como sempre, mas como toda mulher sabe, precisamos fazer charme para conseguir o que queremos. 

-

Desci as escadas contando os degraus, quando cheguei no ultimo bati a ponta do dedinho no corrimão.

- Droooga, - sussurrei agarrando o pé - malditas escadas, odeio escadas. - sempre fui um pouco desastrada, ja me machuquei fazendo bolhas de sabão, fui tentar comer uma delas, me desconcentrei e meti o canudo no olho . 

Fui gemendo de dor para a cozinha e parei na porta pois ouvi que meus pais estavam conversando sobre algo, algo não muito bom, na verdade nada bom, péssimo, algo que eu odiava. Tentei ouvir algo sem que minha presença fosse notada, mas não adiantou

- gabriela?

- oi mãe --'

- vem cá filha, preciso falar com você, ou melhor, precisamos..

- olha mãe eu ja sei sobre o que é, e você tambem ja sabe que EU NAO VOU, e ponto final, não vou me mudar por um ano, um ano inteiro, só porque vocês dois decidiram brigar agora, sempre foram um casal de pombinhos, o pior de todos daqueles que se beijam a toda hora e em todo lugar, porque agora? bem agora que eu estou com o Fê vocês tem que brigar? 

- nós nao estamos brigados - foram as primeiras palavras de meu pai

- estamos sim - minha mãe falou mais alto

- Não é uma briga Maria de lurdes,  eu só vou passar esse ano em são paulo porque preciso dessa oferta de emprego e você sabe muito bem disso.

- está me trocando.

- nao nao estou meu bem, irei voltar e com uma vida bem melhor. - minha mãe não falou nada. - e você gabi.. por favor faça isso por mim, por nós, para que continuemos ser essa familia unida.

- unida? só pode estar brincando não é pai? metade da familia no interior e metade na cidade grande? e se eu nao me acostumar por la? escola, amigos..

- são só 11 meses minha filha, para o natal estaremos de volta, vocês falam como se fosse uma vida;

- porque nao posso ficar com a mamãe?

- porque sua mãe ja está carregada cuidando da sua irmãzinha e do trabalho.

- então leve a clara com você e me deixe aqui com ela.- filha.. eu preciso de você pra isso entende? a gente sempre foi tão.. grudados, você lembra? lembra filha?

Minha infancia inteira, ou melhor minha vida inteira eu fui grudada com o meu pai e tudo o que eu queria ele fazia, onde ele ia eu tbm ia, doeu um pouco lembrar disso porque agora com a minha vida mais independente, eu nao passava mais tanto tempo assim com ele, talvez fosse bom essa viajem. O QUE? o qe eu to pensando? estou ficando louca.

- aaaarg , odeio isso, odeio minha vida - sai batendo a porta.

- ela vai. - minha mãe disse

- sim , ela vai - meu pai parecia satisfeito por ter a companheira dele de volta, pelo menos por esse ano. e qualé no final do ano estaria de volta, que mal tem agradar um pouco o meu pai?