Ashita Hareru Kana escrita por annaLI


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Era p/ ter postado no início da semana... Mas acabei ficando sem net por alguns dias...
Espero que gostem!



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Oh, baby. No, maybe

‘Ai’ nakushite ‘jou’ mo nai

(Oh, querida. Talvez, não

Sem amor também não há emoção)

[...]

Shiawase no feeling

Dakishimete one more time

(Um sentimento de felicidade

Abrace-o uma vez mais)

Yuuko sorriu com a resposta já esperada.

- Bem, boa sorte para você, então. Não se esqueça agora de tomar cuidado com fotos! – Ela falava, balançando a mão em sinal de despedida e as coisas voltaram ao normal no salão.

- Espere um pouco, eu... – Syaoran se lembrou que queria perguntar uma coisa, mas Yuuko já tinha sumido. Ao invés dela, quem ouviu o que ele disse foram as pessoas sentadas na mesa em que ele estava. Dois homens e uma mulher que ele nunca tinha visto antes na vida perceberam que ele estava sentado ali e se assustaram.

- E-e-e-e-eu... – "Pensa rápido!!!" – P-p-posso pegar um desses? – Foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça, quando ele baixou os olhos e viu um prato cheio de camarões fritos.

As pessoas se olharam, ainda mais assustadas e um dos homens concordou com um aceno de cabeça.

- É que eu gosto muito e... e... eu... hehe... – Ele mergulhou um dos camarões no molho e o engoliu praticamente inteiro, acrescentando depois um ‘muito obrigado’ abafado porque sua boca ainda estava cheia e saindo em seguida bem rápido dali.

- O que você está fazendo, Li? – Eriol perguntou, quando Syaoran puxou uma cadeira vazia e se sentou ao lado dele na mesa.

- N-nada... Ah! F-foto legal, né?

Mas, na verdade, estava irritado. "Por que um espaço de tempo tão grande entre uma foto e outra? Praticamente dois anos..." Ele reconheceu a sala do seu apartamento, para onde se mudou desde que seus pais voltaram para Hong Kong, pouco depois que entrou na faculdade. Ele ficou morando sozinho enquanto Meiling achou que seria legal responder ao anuncio de jornal de outra aluna que queria dividir um apartamento. Na foto havia um pinheiro enfeitado ao redor do qual estavam reunidos, todos sorridentes.

Ele ficou ainda mais irritado ao perceber que Oshima também estava lá, o que devia ser, aliás, a razão daquela foto estar ali, afinal. Mas aquilo funcionou como um estimulante para ele, que conseguiu esquecer tudo ali e se concentrar o máximo que pôde para voltar àquele momento, aquele natal de alguns anos atrás.

O dia estava nublado e um vento fraco, mas muito frio, soprava. Esfregou as mãos para ver se aquecia um pouco. Estava numa calçada cercada de árvores com galhos completamente secos. Ele sabia que se fosse primavera, elas estariam carregadas de flores de cerejeira. Seu apartamento ficava ali perto, mas ele não parecia estar indo para lá. Pela direção em que ia, provavelmente tinha saído de lá, mas... "Para onde eu estou indo?" O lugar era bem calmo, muitas casas e quase ninguém passando, um casal de mãos dadas passou por ele, mas não lhe deram atenção.

Syaoran ajeitou o cachecol e mexeu nos bolsos do casaco, como se procurasse algum mapa, qualquer pista indicando aonde deveria ir. Encontrou o celular num bolso, mas... "Fala sério! O que eu estou esperando descobrir?... Certo, muito bem..." Ele respirou fundo, tentando se concentrar. "É uma e meia da tarde, dia de natal e eu saí de casa... A foto foi tirada no apartamento, estávamos comemorando... Eu posso ter saído para comprar alguma coisa... Daí, eu deveria estar indo ao supermercado? Se fosse isso eu teria ido na outra direção... Por esse caminho é..." Seu coração deu um salto com aquela perspectiva "Será?". A única coisa que ele conseguia lembrar que ficasse para aquele lado era a casa de Sakura. "É, pode fazer sentido... Se não for, eu posso inventar alguma desculpa e esperar que eu não precisasse fazer nada importante...".

Em pouco tempo, ele estava diante do sobrado amarelo, subiu as escadas que levavam ao portão e foi até porta, tocando a campainha. Poucos segundos até que vieram abri-la.

- Syaoran-kun, sempre pontual! – Sakura apareceu com um sorriso mais lindo que o normal. – Boa tarde!

- B-boa tarde... – E ficou calado, lembrando que não sabia o que tinha ido fazer ali.

- Ah, eu só preciso ir buscar minha bolsa lá em cima... Entra e senta um pouco, tá? É rapidinho... – Ele foi até a sala, onde um homem moreno lia um jornal, sentado em um dos sofás.

- Ah, é o moleque... – Ele falou, olhando quem chegara.

- O Syaoran-kun já tem vinte anos, quando é que você vai parar de chamá-lo de moleque? – Sakura perguntou ao irmão com um tom cansado enquanto se dirigia às escadas que levavam ao andar de cima.

- Não se preocupe, quando ele completar sessenta, eu começo a chamá-lo de velho gagá... – O homem respondeu a pergunta, levantando os olhos e encarando Syaoran.

- Como é???? – Syaoran perguntou, fechando o punho, irritado, mas o outro apenas voltou a ler tranquilamente. – Por que você está aqui, afinal?

- Isso eu é que deveria perguntar a você. – Touya respondeu, virando uma página do jornal.

- Ah, me desculpe, eu só pensei que você trabalhava. – Foi a resposta sarcástica.

- O que eu faço ou deixo de fazer não é problema seu, moleque. – Ele respondeu, voltando a encarar Syaoran só para provocar e sorrindo com o olhar fuzilante que o outro lhe lançava.

- Olha aqui, seu... – Syaoran tinha voltado a cerrar os punhos, mas foi interrompido por Sakura, que já voltava.

- Ai, ai, ai! Vocês não podem ficar sozinhos um minuto sem começar com isso?

- Foi ele que começou... – Syaoran disse.

- Tá bom, tá bom... Vamos logo? – Ela já tinha pegado a bolsa e colocado casaco e cachecol.

Syaoran se levantou e foi com ela, mas sem parar de encarar o olhar raivoso do outro que o acompanhou até a porta.

- Ai, esse Touya! Hoje ele tem a tarde de folga e chegou na hora de comer tudo que sobrou do pudim que papai tinha preparado e foi só para me chatear, aquele malvado! – Sakura falava zangada para si mesma enquanto andavam.

Syaoran só concordava plenamente com a cabeça.

- Ah, muito obrigada, né, Syaoran-kun... – Ela disse, voltando a sorrir – Quero dizer por ter se oferecido para vir me ajudar. Afinal a culpa foi minha de esquecer das compras...

- Ah, não é nada... – Ele disse, desviando os olhos, corado, mesmo que ainda não soubesse direito o que estava fazendo. "Compras...??" - Então nós estamos indo para o supermercado... né? – Sem querer, acabou frisando demais o ‘né’.

- Eeeh... é. – Ela respondeu, confusa e, em seguida, começou a revirar freneticamente os bolsos do casaco. – Eh?

- Algum problema?

Ela ficou calada até encontrar um papel dobrado num bolso da parte de dentro.

- Ainda bem que eu não esqueci... – Respirava aliviada. – É a lista do que temos que comprar... Fiquei com medo de ter deixado no outro casaco que foi lavado...

Syaoran sorria consigo mesmo, Sakura era sempre distraída e atrapalhada assim e ele sempre se surpreendia não conseguindo achar aquilo um defeito. Passavam agora pela ponte do parque Pingüim e isso a fez se lembrar de repente de dizer algo.

- De manhã cedo, eu falei com o Yukito-san...

- Ah, hoje é aniversário dele, né?

- É, pena que ele só vai poder voltar amanhã...

"Sakura foi apaixonada pelo melhor amigo do irmão dela por um longo tempo, ainda hoje é bom ver que ela superou isso..."

Enquanto caminhavam os dois pelos corredores do supermercado, Syaoran ficou feliz pensando que qualquer um que os visse pensaria que eram um casal. Ficava irritado com seu eu do passado por nunca ter dado o valor devido aos momentos com Sakura. "Eu fui um egoísta... pensando que ela estaria sempre por perto esperando que eu resolvesse dizer o que sentia... achava que nunca chegaria o dia em que ela estaria fora de alcance..."

- Ah! Olha só! – Os olhos de Sakura brilhavam diante da vitrine de uma pequena loja pela qual passavam na volta das compras – Que fofo!!!!!! – Havia ali uma linda decoração de natal, com neve falsa, renas e papai-noel que se mexiam e bichinhos de pelúcia à mostra. – Olha aquele ali, que lindo!! – Ela apontou um ursinho marrom de cachecol e gorro de papai Noel num canto.

- Você nunca vai deixar de gostar dessas coisas, né?

- Eles são fofos! – Ela respondeu, se defendendo. Syaoran apenas suspirou e se dirigiu à porta da loja. – Syaoran-kun, o quê...? – Sakura o viu do outro lado do vidro, apontando o ursinho que ela mostrara para uma atendente de avental vermelho.

- Ehhh!?... Syoaran-kun! – Ela também entrou na loja depressa. Ele já estava no caixa.

- Feliz natal! – Ele disse, lhe estendendo o urso.

- S-Syaoran-kun... Não precisava...

- É um presente. Só aceite! – Ele disse, sorrindo ao encarar o olhar assustado dela.

Sakura suspirou fundo e disse, também sorrindo:

- Muito obrigada! Ele é muito bonito... – E depois, fazendo uma voz grossa e aproximando o urso do rosto dele - Feliz natal para você também, Syaoran-kun! Hohoho...

- Vocês formam um casal tão bonito! – A jovem no caixa comentou, observando a cena.

- AHN? N-não somos um casal... – Sakura se atrapalhou diante do comentário e olhava corada da moça para Syaoran, que apenas pegou o troco e as compras do supermercado que tinha deixado em cima do balcão.

- Vamos? – Ele disse.

Sakura o seguiu, ainda vermelha e atordoada, não que ele no fundo estivesse muito diferente. Assim que voltaram ao lado de fora, Sakura falou, decidida a esquecer a situação embaraçosa:

- Tem certeza que não quer que eu o ajude a levar isso? Não é justo você levar tudo. – Se referindo às duas sacolas de compras que ele carregava.

- Tá tudo bem. – Foi tudo que ele respondeu.

Ela encarou o urso em seus braços e disse:

- Acho que vou chamá-lo de Noel... O que você acha?

- Parece legal, eu acho que... – Foi quando uma coisa começou a vibrar em seu peito, era o celular chamando. – Hiragisawa? – Ele comentou consigo mesmo, vendo o nome do amigo no visor. – Alô.

- Li, o que você está fazendo?

- Ahn? Como assim?

- Você disse que podíamos vir. Estamos aqui há quase meia hora...

- ...Ah! Você está no apartamento... – Ele comentou para se certificar. – Me desculpe, eu já vou estar aí. – E desligou. – Droga!

- Você tinha se esquecido do Eriol-kun? – Sakura perguntou, em tom de brincadeira. – Será que está com a amiga dele? Ele disse que ia trazê-la... Estou curiosa para conhecê-la...

- Acho que ele está com ela sim... – Syaoran respondeu, tomando cuidado para não falar nada que não pudesse saber ainda.

Os dois apressaram o passo e logo encontraram Eriol na porta do apartamento de Syaoran, com ele uma mulher muito bonita de longos cabelos ruivos que abriu um largo sorriso ao ser apresentada aos dois.

- Li Syaoran e Kinomoto Sakura.

- Ki-Kinomoto...?! – A mulher pareceu muito surpresa ao ouvir aquele nome.

- Sim... – E depois, vendo que a outra continuava surpresa, acrescentou: - Por quê?

- Ah... Na-nada. – Ela se apressou em responder. – Eriol fala tanto de vocês, mas nunca me disse seu sobrenome...

- Ele também falou muito de você... Eu já estava ansiosa para conhecê-la... É ainda mais bonita que nas fotos, Mizuki-san.

- Ah, muito obrigada, é a mesma coisa com você Sakura-chan, aliás com vocês dois... – E deu uma risadinha encarando Syaoran, que tinha corado com o comentário.

- Pare com isso Kaho, está fazendo o Li ficar vermelho. – Eriol disse, depositando uma sacola de papel cheia de garrafas junto com outra que ela já tinha colocado lá.

- Eu só disse a verdade... – Mizuki respondeu.

- Nossa! Vocês compraram tudo isso? – Syaoran ficou feliz por Sakura mudar de assunto, impressionada com a quantidade de garrafas na mesa.

- Nós trouxemos da Inglaterra – Eriol disse.

- Afinal, no ocidente é impensável um natal sem vinho e já que seremos muitos... Acho que não foi exagero. – Mizuki completou, pegando uma das garrafas. – Esses são todos deliciosos, tenho certeza de que vão gostar.

Nesse momento a campainha tocou, Meiling e Tomoyo tinham chegado, trazendo um bolo com enfeites natalinos que ninguém quis esperar até a noite para comer. Syaoran disse que ia fazer chá e Tomoyo se ofereceu para ajudá-lo. Os outros ficaram na sala, conversando animadamente. Da cozinha, os dois podiam ouvir o que diziam.

- Ainda bem que pôde finalmente vir, Eriol-kun. – Sakura comentou.

- É, ainda não o perdoamos por não ter dado as caras nas férias de verão...

- Eu estava muito ocupado... Fui visitar meus avós e acabei ficando mais do que pretendia, tinha uns seminários marcados para agosto também e eu ainda precisava colocar algumas leituras em dia...

- Não sei porquê você escolheu isso. Na Toudai as coisas seriam mais fáceis e você conseguiria emprego em qualquer lugar do país sem problema.

- Ah, não vamos começar com isso de novo, né? Você vai ficar por quanto tempo Eriol-kun?

- Duas semanas. Quase a gente não conseguia vir antes do natal...

- É, parece até que nosso vôo foi o ultimo que decolou ontem. Problemas por causa da neve. – Falou Mizuki.

- Aaah. Vocês estão bem próximos, né? Estão saindo juntos?

Syaoran quase caiu para trás com a chaleira quente na mão. Sua prima realmente sabia ser inconveniente.

Eriol e Mizuki deram risada.

- Não, somos só amigos. – Eles falaram, quase em uníssono.

- Ai! – Isso foi Tomoyo, servindo o bolo na cozinha.

- O que houve? – Syaoran perguntou.

- Eu quase ia deixando cair. – Ela respondeu,abrindo um grande sorriso e colocando a fatia em um dos pires.

- Sabe, eu até fiquei sabendo que Kaho tem um namorado misterioso que deixou no Japão quando foi estudar... Ela tenta negar, mas eu diria que ela ainda gosta dele.- Eriol falava como se contasse um segredo alto com voz risonha.

- É mesmo?

Syaoran pensou que Mizuki devia estar corada, constrangida com a conversa. Afinal, sabia que, no presente, ela estava casada com Touya Kinomoto, era ele o tal "namorado misterioso".

Ele voltou com Tomoyo para a sala e todos tinham começado a comer quando a campainha voltou a tocar.

- Ah, deve ser o Matsuo-kun. – Sakura se levantou. – Eu vou lá abrir a porta, tá? – Ela falou para Syaoran.

- Não! – Ele se levantou depressa - Deixa que eu vou.

- Tudo bem... – Sakura disse, confusa, mas ele já tinha ido.

- Ah, oi! – Disse o homem na porta, vendo Syaoran. – Feliz natal, Li-san. – Ele acrescentou, sem jeito, diante da cara de poucos amigos do outro.

- Feliz natal. – Syaoran disse, sem encará-lo, dando espaço para que entrasse.

- Eu espero não estar atrapalhando... – Oshima disse, sentando numa poltrona, depois de ser apresentado a Mizuki e cumprimentar os outros.

- De jeito nenhum. – Sakura disse. –Eu falei que ia chamar você e todos acharam uma ótima idéia.

"Pena que não foi hoje..." Syaoran se lembrava que na faculdade, Oshima acabou se tornando mais próximo de Sakura e até de Tomoyo, Meiling e dele também. Se achou um idiota, lembrando que a opinião que costumava ter dele era de que era um cara legal.

- Eu trouxe isso. – Ele tirou da sacola que trazia um pacote de papel vermelho amarrado com uma fita amarela – São biscoitos. Eu mesmo fiz, espero que não estejam muito ruins.

- Você cozinha muito bem, aposto que estão deliciosos. Mas primeiro você precisa provar esse bolo aqui. Vai adorar!

- Eu vou buscar para você. – Syaoran disse, decidindo que não precisava ser tão chato. "É. Depois que eu me declarar para Sakura, ele pode não ter mais nenhuma importância..."

- ...Vocês estudam na mesma faculdade? – Oshima perguntava para Eriol e Mizuki quando Syaoran voltou para a sala.

- Sim, quer dizer, eu acabei de deixar de ser calouro enquanto Kaho já está fazendo mestrado e até leciona...

- É verdade? Nossa! Mizuki-san é incrível... – Sakura falou.

- Na verdade, as coisas meio que saíram de controle... Eu ganhei uma bolsa de estudos para a faculdade há quase dez anos daí eu acabei ficando até hoje... Foi no início desse semestre que eu passei num teste para ser assistente de um professor...

- Um professor que está prestes a se aposentar...

- Mas eu não sei se vou ficar na Inglaterra por muito mais tempo... – Ela continuou. - Afinal, o plano era só estudar...

- Então, por que você quis o cargo de assistente? – Meiling perguntou.

- Pagava bem e eu ainda tenho um tempo de estudos... – Ela respondeu com um sorriso, deixando todos constrangidos com sua sinceridade.

Um barulhinho de gato miando começou a ecoar pelo lugar vindo da bolsa de Meiling que se afastou para atender o celular com um sorriso de orelha a orelha, quando voltou estava radiante.

- Aaaah, vocês não vão acreditar! – Ela dizia. Todos ficaram calados, esperando – Pelo menos um de nós vai ter um natal descente. Kohama ligou...

- É aquele do clube de vôlei? – Tomoyo perguntou.

- Ele mesmo, e me convidou para sair hoje. Ah, eu tenho certeza que é o destino! Quando nos esbarramos lá na cantina, eu soube... Vocês podem ficar aqui como bons solteiros, porque vou ter um encontro! – Ela comeu seu ultimo pedaço de bolo, quase dando pulinhos de alegria mesmo sentada no sofá.

- Bem, acho que isso merece nosso primeiro brinde! – Mizuki falou. Indo até a mesa e começando a escolher uma garrafa de vinho.

- Nossa! É mesmo uma delícia...! – Sakura falou por todos.

- Agora, eu acho que deveríamos começar a preparar alguma coisa, né? Para comemorar nosso natal de solteiros... – Eriol comentou revirando as sacolas do supermercado – Frango?? Eu não coloquei peru na lista?

- A gente não conseguia achar... E a vendedora disse que é praticamente a mesma coisa...

Eriol suspirou.

- O gosto não é mesma coisa...

- Ah, mas é bem parecido. A gente arruma e vai ficar igualzinho na bandeja... – Mizuki falou, sem perder o ânimo.

- Foram eles que disseram que queriam provar uma ceia de natal como as da Inglaterra...

- Vai ficar bem parecido... Vamos pôr mãos à obra! – Tomoyo disse, parecia estar se divertindo com a situação.

- É! Vamos lá! Vou ficar com vocês por enquanto... – Meiling disse, seguindo a amiga até a cozinha.

E o resto da tarde se passou num tipo de confusão alegre na cozinha, em que eles se esforçaram para preparar alguns pratos de uma ceia ocidental enquanto comiam os biscoitos que Oshima tinha feito, e que estavam mesmo deliciosos, e fazendo mais alguns brindes de vez em quando.

Quando a noite chegou, flocos de neve começaram a cair.

- Ah! Era isso mesmo que estava faltando! – Exclamou Mizuki. – Que bela noite de natal!

Ela e Tomoyo tinham espalhado pela casa velas dentro de copos que, além das luzes do pinheiro, eram a única iluminação.

Syaoran, Sakura e Eriol estavam na cozinha terminando de decorar o ‘peru’.

- Eu acho que ficou muito bom! – Sakura disse, se afastando um pouco para admirar melhor a ave.

- É... – Eriol ainda não parecia totalmente convencido.

- Bem, o cheiro está ótimo... – Syaoran comentou.

- Isso! Um brinde para o nosso peru! – Sakura disse, levantando a taça de vinho e fazendo os dois brindarem com ela.

Na sala, ninguém tinha fome ainda e continuavam conversando. Eriol se juntou logo a eles e Syaoran ficou para trás de propósito, com Sakura que parou na mesa para servir mais vinho.

- Sakura, eu posso falar com você?

- Claro! – Ela disse, abrindo um enorme sorriso. – O que é?

- Ehh... Vamos aqui... – Ele abriu a porta de correr de vidro que ficava ali perto e dava para uma sacada. Cortinas no lado de dentro os escondiam dos outros lá.

- Ah! – Sakura exclamou, estremecendo com o frio, mas ainda sorrindo diante da neve fina que caía. Ela se apoiou com os cotovelos no parapeito e ficou observando a rua lá embaixo.

"Tem que ser agora!" Syaoran tomou fôlego e disse rápido:

- Eu amo você! – Com a cabeça dela inclinada, seus cabelos cobriam-lhe o rosto. Sem que ela se virasse ou falasse algo, ele continuou: - E-eu... venho querendo dizer isso por um tempo... e... – Ele parou, vendo-a virar o rosto, sorrindo!

Syaoran tinha imaginado muitas reações, menos aquela. Ela se aproximou, sem parar de sorrir, com um olhar sonhador que chegou a deixá-lo assustado, sem entender o que estava acontecendo. "Eu estou sonhando?"

- Sa-Sa-Sakura... – Ao ver a taça de vinho em sua mão, quando ela passou os braços por seus ombros, uma coisa lhe veio à cabeça, mas ele se esqueceu quando sentiu os lábios dela tocarem os seus no segundo seguinte. Ele se esqueceu de tudo. Mesmo depois que aquele momento acabou, ainda parecia estar entorpecido diante das duas esmeraldas brilhantes à sua frente.

- Syaoran-kun...

A voz dela pareceu despertá-lo e trouxe de volta o pensamento de antes.

- Sakura! Você está... – Ele segurou seus ombros e afastou-a. Antes que completasse a frase, a porta para a sacada foi aberta por Eriol.

- O que vocês estão fazendo? Meiling já vai. Vamos tirar uma foto antes disso.

- Vamos! Eu só vou pegar mais um pouco de vinho... – Sakura disse, voltando para dentro como se nada tivesse acontecido.

- E-ei! Espere!... Eu acho que você já bebeu vinho suficiente por hoje... – Syaoran disse, tomando a taça dela.

- Por quê??? – Ela disse, fazendo biquinho.

- Sakura-chan, é verdade. Você já exagerou. Venha aqui! – Tomoyo levou-a até a árvore de natal – Vamos tirar uma foto e chega de vinho!

Syaoran se sentia atordoado. Ele se juntou aos outros enquanto Eriol preparava a máquina indo depois se sentar à frente do pinheiro e a foto foi tirada antes que ele conseguisse saber o que pensar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Eu acabei escrevendo mais do que pretendia... É que acabei me empolgando com uma idéia de escrever um cap. natalino...
Brigadão mais uma vez pelos reviews:D Se gostaram ou ñ gostaram, digam, pleeeaase^^