A Filha da Morte escrita por Filipa Adans


Capítulo 2
2 - Uma Escola Fantástica


Notas iniciais do capítulo

Bem aos que leram muito obrigada! É importante demais para mim receber esses estímulos! Continuem lendo que não se vão desiludir

E a capa da fic que acham? ^.^V Mais uma vez obrigado à Beehgarcia por betar e fazer a capa que eu ADORO ♥

Este capítulo tem POV da Filipa. Só para verem que tipo de "peça" ela é xD



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“ Só mesmo eu, Filipa Adans para achar que Hogwarts era um local sossegado. De fato, ando a aprender magia negra desde que nasci, o meu progenitor  é Tom Marvolo Riddle, mais conhecido por um assassino sanguinário chamado Lord Voldemort e eu caio em esparrelas destas.

“ Filipa, tu precisas de vir para Hogwarts. Só aqui alcançarás o que queres e satisfazer os desejos do teu “pai”…” Vê-se mesmo que o Dumbledore anda a perder os parafusos… Será que o anel de Marvolo também lhe afetou o cérebro?

O que interessa é que estou semi-aprisionada nesta “maravilhosa” escola há duas semanas e o meu trajeto baseia-se em: Dormitório – Salão – Aulas – Biblioteca – Salão – Dormitório. Isto há 15 longos dias sem ter sequer um amigo, um companheiro de barco para me apoiar nas pesquisas. Mas sinceramente duvido que alguém adotasse Filipa Adans (Voldemort) como mascote ou amiga. Eu simplesmente não sou normal.

Não que eu tenha pregado aos quatro ventos que sou descendente de uma criatura do mal. Na realidade dura, a única pessoa que sabe de toda a minha história é Dumbledore, e até se mostra disposto a ajudar-me, mas o seu tempo anda mais preenchido, tem planos para o Potter. Portanto, sou um ser solitário. Passo horas na seção reservada da biblioteca depois das aulas tentando encontrar uma linha, um risco, um desenho que ajude nas minhas pesquisas começadas há um ano e meio. Eu sei que tenho que ser paciente, afinal aquilo é uma biblioteca dentro de outra biblioteca e se existe local no mundo onde eu possa descobrir o que tanto procuro é aqui. Só me resta então procurar.

  Ao mesmo tempo que isto se passa tenho que praticar Oclumância durante todo o dia, Legilimância durante 4 noites por semana para andar relativamente nos eixos dado que, o meu progenitor adora vasculhar os cantos do meu cérebro sempre à espera de algo novo. Má Sorte: só lhe mostro o que quero e é muito pouco mas ainda assim ele vai acreditando. No entanto acho que preciso de uma penseira. Seria bom escoar a minha cabeça para dentro de uma bacia. E, como se isto fosse pouco, tenho aqueles emplastros dos Gryffindor no lugar errado e à hora errada…”

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Filipa Adans pousou a pena sobre o tinteiro e recostou-se na cadeira tentando escrever o quanto aquele grupo de Gryffindor a havia incomodado. Veio-lhe à memória um momento particularmente estranho. Estava perto da cabana de Hagrid, pendurada numa árvore frondosa, fazendo uma ocasional pausa observando Hogwarts na sua grandeza e esplendor. As pernas balançavam-lhe frouxamente no ramo.

“Sossego….” Pensava a garota quando ouviu duas vozes perigosamente familiares:

“ – Apresse-te Ginny! Daqui a nada, o Hagrid tem uma aula para dar!”

“ – Oh não… Não podem ser eles….” Pensou Adans pendurando-se de cabeça para baixo para ver quem se aproximava.

Harry Potter corria para a cabana do professor de Trato das Criaturas Mágicas.

“ – Era bom demais para ser verdade… Logo agora que estava quase a …”

A garota não chegara a completar a frase pois num instante de desequilíbrio caíra da árvore com 3m de altura.

“ – AI!” – Gritaram os dois.

“ – Adans? Que fazes tu aqui? Quase me partias uma perna! Vê lá onde te penduras sua Bruxa Equilibrista...” – Dardejara o rapaz irritado tirando o corpo frio de Filipa de cima das suas pernas.

“ – As árvores são públicas! E tu é que te atravessaste na minha trajetória de queda! Deves-te achar o centro do mundo Santo Potter! Aliás seu estúpido, a única lesionada aqui fui eu que parti o meu nariz!” – Reclamava a rapariga colericamente tentando estancar o fluxo de sangue com as mãos.

“ – Oh Harry! Tu estás bem? O que é que esta retorcida e anormal te fez?” – Questionava a sua namorada acabada de chegar ao local ajudando o namorado a levantar-se do chão.

“ – Quase morri… Mas, agora estou bem. Nem imaginas como ela é pesada…” – Dramatizou Harry numa forma que lembrava Draco Malfoy.

“ – Quem te ouvir falar… Até parece que sou um monstro! MAS FOI AQUI O MONSTRO QUE ESTÁ A SANGRAR QUE CAIU EM CIMA DE TI! TU E ESSA TUA CENOURA NÃO PODEM IR TROCAR FLUIDOS PARA EM OUTRO LUGAR? JÁ NÃO VOS POSSO VER A FRENTE!” – Explodira Filipa com voz anazalada perante o exagero da realidade feito por aquele Gryffindor.

A ruiva também já um pouco alterada exclamou:

“ – Não pareces um monstro… Acho que tens mais de baleia em ti…”

A Slytherin bufara de raiva:

“ – QUEM É QUE TU TE ACHAS PARA ME INSULTAR? LOGO TU SUA BRUXA ASSANHADA, ORELHUDA, PREPOTENTE E RESSABIADA! VAI MAS É PARA O TEU QUINTAL FAZER COMPANHIA AOS OUTROS LEGUMES!”

“ – Vê lá como falas com a MINHA NAMORADA…”

“ – EU ESTOU-ME A CAGAR PARA VOCÊS OS DOIS! EU QUERO É QUE VOCÊS SE EXPLODAM! MORRAM SEUS VERMES!” – Concluíra Adans colérica, afastando-se do casal a passos largos em direção a Hogwarts.

Filipa voltou ao presente e passou um dedo frio pelo seu nariz. Não havia cicatriz visível, mas o osso ficara com um pequeno defeito que só ela repara quando lá tocava. Bufou de raiva mais uma vez e pegou na pena voltando a escrever.

 

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“ De fato aquele Potter e a namorada Cenoura de estimação irritaram-me profundamente. Noutro dia, quando fiz uma pequena pausa nas pesquisas fui para uma árvore. Só que claro, a minha sorte é tanta que acabei por cair da árvore. Mais, eu caí em cima dele e ainda por cima, enquanto ele ficou bem eu parti o meu lindo nariz! O mais interessante é ver a ruiva a pensar que me ando me atirando ao namorado dela… Santo Merlim, o obcecado com Harry Potter aqui é Lord Voldemort e não eu! Foi totalmente indecente.

 Eles gostaram de tal forma da situação que por momentos me lembrei do ranhoso do Draco. De fato, eles até seriam bem parecidos, não fosse o caso de o Dumbledore estar sempre a repetir-me: “ O Harry é boa pessoa. Podias ser amiga dele…”

Como se eu conseguisse evitar a minha carga genética a 100%...Sim, é tão boa pessoa que me vê de nariz partido e faz um calvário para ele, como se ele fosse a vítima… Falando em boas pessoas, Horário Slughorn adora-me. Faz-me a vida num inferno contrariando todas as opiniões dos restantes alunos. Eu diria a muito custo que neste assunto eu e o Malfoy estamos no mesmo barco, pois parece que o bisavô dele, ou o diabo a quatro, era aparentado de vampiros e o Slughorn parece só gostar das boas exceções… Claramente que isto me repugna muito, mas não há nada a fazer. Especialmente depois do que fiz numa aula.

 Foi um acidente, eu juro. Eu apenas estava alheada da realidade e meti um ingrediente errado na poção. Graças a isto a poção ficou altamente instável e acabou por explodir cobrindo toda a sala num fantástico tom de roxo escuro. Ver toda a turma, principalmente o Potter e o Malfoy roxinhos foi demais. Dobrei-me de riso no chão. Foi deveras uma atitude estúpida que me valeu até uns dias atrás um castigo horrível: ajudar o Filch nas suas tarefas até ao fim desta semana. Começo bem aqui. E pensar que eu me queixava de Beauxbatons quando, na realidade, aquilo era um “paraíso”…

 Mas eu, sobrevivo… Já sobrevivi a pior… Eu tenho que sobreviver.”

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 Adans fechou o seu caderno de anotações com desleixo e tornou a guardá-lo num buraco do seu armário que havia descoberto.

Deitou-se na cama, apesar de não ter sono, mas não queria ter que encarar a cara de Pansy Parkinson. Virou-se para o lado, de forma a adormecer mais rápido, mas recordações perturbadoras vieram-lhe à mente.

 – Merda para a minha herança genética. – Atirou Filipa para o dormitório semi vazio, não acordando a sua única ocupante, que já dormia profundamente.

Levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. Toda a sua situação lhe parecia por demais louca, peregrina, impossível e sobretudo perigosa.

“O Voldemort é demasiado astuto… E se eu falho? Eu sou apenas uma garota de 17 anos…” pensava Adans torturando-se mentalmente, enquanto andava às voltas no quarto, na ânsia de acalmar-se um pouco. 

“ Será que eu aguento esta pressão? Oh Merlim… Oh Merlim…”

– Então aberração? Ainda não dormes? – Gozou Pansy Parkinson, entrando de rompante no quarto, seguida da sua inseparável amiga loira de olhos castanhos – Emma Durberry.

Filipa sobressaltou-se com a interrupção das duas Slytherin.

– Ah! Boa noite para você também Parkinson…

– Vais ficar aqui? No meu dormitório? – Questionou a morena de maneira altiva, sacudindo a cabeça de forma exagerada. – É que sabes… Os dormitórios femininos do 1ºano são mais abaixo…

– Portanto…. São daqui! – Concluiu a amiga loira de Pansy com um gritinho seco e histérico.

– Pois… É com todo o grado que eu o faria… Mas sabem uma coisa? Eu ando no sexto ano… E assim sendo o meu dormitório é este. Pena é que só tenham tido massa cerebral para perceber isso quando já se passaram 15 dias de aulas… Desculpem lá se vos estraguei os sonhos de trazerem para aqui o Crabbe e o Goyle… – Ironizou Filipa tirando um roupão, o bloco de notas, pena e tinteiro do armário…

– Onde é que tu vais a estas horas? Ver se encontras o Potter pendurado numa árvore?

– Não, Pansy querida… Só ia ver se encontrava um monstro para me proteger dessa tua fuça de paleta de pintura… – Disse Filipa com sarcasmo, saindo do quarto.

  Desceu um lance de escadas e ouviu o som do estilhaçar de algum objeto na porta do dormitório, o que acordou a sua única ocupante e a fez reclamar.

– Isso parte tudo… – Riu Filipa passando pela Sala Comunal.

 Muitos olhares inquisidores e jocosos se prenderam no seu roupão curto de seda preta, que deixava boa parte das suas pernas expostas. A Slytherin saiu da sala e avançou até à grande escadaria, sem saber muito bem para onde ir. Subiu ao primeiro andar e decidiu ir por um atalho que descobrira, que a levava diretamente à biblioteca.

– Nada como umas pesquisas noturnas para me acalmar e aliviar o estresse… Talvez depois vá ver o Dumbledore… Tenho é de ter cuidado com aqueles doidos do Filch e do Peeves… – Murmurava para si mesma enquanto avançava, lembrando-se de Pansy, o que lhe arrancou um sorriso manhoso.

    Acelerou o passo. A expectativa de acumular dois castigos na mesma semana não lhe agradava. Filipa estava mesmo no fundo do atalho quando viu uma cena no mínimo hilariante aos seus olhos.

 Draco e Lucy beijavam-se apaixonadamente no canto mais sombrio do corredor. Ela estava completamente enroscada em Malfoy, fazendo com que a saia lhe ficasse pelas coxas. As capas estavam no chão, largadas ao abandono, demonstrado a pressa de ambos. As mãos da morena trabalhavam furiosamente, tentando arrancar a camisa do namorado. Este por sua vez mantinha-se concentrado em mantê-la encurralada, sem saída, onde os seus lábios fossem a única escapatória.

Filipa não conseguiu prender o riso. Desatou às gargalhadas, alertando o casal para a sua presença. Este imediatamente se separou com se tivessem apanhado com gelo e eletricidade ao mesmo tempo.

– Eu não acredito… Vocês estão tão cômicos… 

 Draco ofegou e dirigiu-se rapidamente a Filipa, completamente furioso:

– O QUE É QUE TU ESTÁS AQUI A FAZER?

– Sou um fantasma e estou a rondar por aqui porque desejo… Ah sério… Num corredor? Tenham dó de mim… – Respondeu Filipa entre gargalhadas.

O loiro agarrou o pulso de Filipa ferozmente. Encarou-a salivando de ódio e declarou, quase num ultimato:

– Sai daqui! Sai daqui JÁ!!!

– E quem me obriga? Tu? Deixa-me rir… Malfoy, acorda! Os corredores são públicos, eu não tenho culpa se vocês não controlam os vossos “instintos animais”… – Gozou Filipa sarcástica reparando o tinteiro que caíra ao chão.

“ Eu dou-lhe os instintos animais na cara dela se ela não desaparecer daqui dentro de 1 minuto…” pensou Lucy recuperando o fôlego aos poucos, furiosa com aquela intrusa.

– Adans é bom que saias daqui senão… – Ameaçou Malfoy exercendo ainda mais pressão no pulso da garota, certificando-se de que a magoaria.

– Senão o quê Malfoy? – Atirou Filipa com olhar desafiador. – Vais-me beijar como beijaste a Diggory ainda há pouco? Estou cheia de medo… – Concluiu em tom malvado.

– Sua… – Começou Draco sendo interrompendo por um sonoro “PAFT”.

  Lucy, ainda de mão levantada, afastava-a do rosto de Filipa Adans. A sua mão direita estava marcada em Adans como se esta fosse um cavalo acabado de ser marcado a ferro.

“ Merlim me acuda se eu não mato esta garota antes do final do ano letivo… Se ela não fosse irmã do Cedric…” fulminou Filipa num fio de pensamento que precisava se revolucionar na sua cabeça completamente ocupada.

 A Slytherin pensava em algo lógico e ofensivo para atirar à cara de Lucy, mas a sua fala parecia ter decidido mudar-se para o seu estômago. Os mecanismos biológicos da garota foram interrompidos por o vislumbre de um Draco Malfoy apaixonado que teimou em agarrar Lucy, que ainda raciocinava sobre o que acabara de fazer, e beijá-la com um fogo muito ardente. Adans sentiu a fala retomar o seu lugar, e afastou-se despedindo-se ironicamente do casal apaixonado:

– Depois dizem que eu é que sou louca… Um dia destes, encontro a vossa roupa numa sala de aula…

Já afastada daquela cena, ouviu uns resmungos de Draco Malfoy. Mas pelo rápido abafar destes, calculou que Lucy o levara dali. A garota sorriu manhosamente e continuou a andar, não percebendo que os seus pés já não a levavam para a biblioteca, mas sim para o primeiro andar.

– Bem, vou à sala de musica… Sempre que passo pela Diggory ela está sempre a gabar aquilo… Também tenho que relaxar uns minutos… Aqui está fri… – Falava a rapariga sozinha, sem olhar para frente.

– AI!

   Harry Potter e Filipa Adans tinham-se esbarrado, de novo.

– Tu? Outra vez? – Lemboru Harry estendendo a mão para ajudar a menina a levantar-se, pois com o impacto, esta havia tombado no chão.

– Seu ESTÚPIDO! Olha só o que fizeste! – Gritou a Slytherin, apontando para o seu fino robe rasgado e as suas coisas caídas no chão. – E não preciso da tua ajuda! Não te atrevas a tocar-me! – Continuou a garota em tom raivoso.

“ Já não bastava aquela praga morena e agressiva com o seu fiel cão, Draco Malfoy ainda tenho que aguentar o Potter Santificado? Mais disto num único dia e Merlim desce do paraíso e anuncia: Filipa Adans vai desfilar nua para Severus Snape …”

– Só estava a tentar ser simpático… Tentando compensar os meus modos pelo que aconteceu outro dia… Simpático… Algo que pelos vistos não sabes o que é… – Sorriu Harry, contente por “baixar a crista” à menina. – Pega. – Completou o rapaz, oferecendo-lhe a sua capa de Quiddtich.

Adans parecia cada vez mais furiosa:

– Eu? Vestida com algo dos Gryffindor? Com algo teu no meu corpo? Estás doente Potter? – Gozou Filipa sentindo um arrepio, provocado pela corrente de ar do corredor.

– Para de ser orgulhosa e veste isto… JÁ! – Ordenou Potter perdendo a delicadeza.

– Tu a seres simpático, para mim Potter? Acho que morri e estou no Inferno… – Ironizou a rapariga revirando os olhos. – Nunca, mas nunca mesmo eu aceitaria algo vindo de ti… – Acabou a rapariga em tom sério aproveitando a oportunidade para gozar com Harry Potter, que batia o pé de irritação.

– Se não te tapares eu… – Harry gaguejou por uns momentos, só se apercebendo naquele instante do quão “curto” era o pijama da Slytherin. – Eu vou… Eu vou…

– Vais o quê Potter? – Riu a rapariga na cara dele.

– Vou cobrir-te à força. Sou um monitor, tenho que zelar pelos alunos. Mesmo que, não sejam da minha casa. – Pronunciou-se o rapaz, disposto a tapá-la a todo o custo. Avançou para a garota, segurando a capa aberta entre as mãos, parecendo um pássaro.

 Foi demais para a sensibilidade de Filipa. Esta sacou da varinha e apontou-a diretamente ao coração de Harry.

– Não ouses sequer tocar em mim com um dedo… Seu ser humano conspurcado, imundo, impuro… – Falara a rapariga em tom ameaçador. A sua voz era rouca, muito diferente de momentos atrás.

Mas Potter enervou-se ainda mais com a casmurrice da rapariga. Com um estranho formigueiro na cicatriz, usou a sua “força” masculina e em menos de 2 segundos havia dominado Adans, que se debatia furiosamente no seu abraço.

– Larga-me! Larga-me seu verme! Quem é que tu te achas para me tocares assim? Merlim? Dumbledore? Solta-me seu palhaço!

 Mas Harry não lhe respondera. Este estava submerso num inconsciente que o assustava. Ele estava naquele mesmo corredor com Adans mas esta não esperneava. Muito pelo contrário. Ela sorria abertamente e estava no seu abraço. Via-se a beijar-lhe o pescoço, a boca… Ela estava tão perto de si… Sentia a sua pele fria, o seu hálito, os seus cabelos sedosos…

     Também Filipa perdeu por momentos a fala sentindo-se aterrorizada com o flash que estava a passar no seu cérebro enquanto olhava para Harry Potter. Podia ver claramente atrás dos seus olhos o que ia na cabeça. E não estava a gostar nem um pouco disso. Aliás, o que via estava a gelá-la de espanto. E num momento o “contato” pareceu acabar e ambos olhavam para a cara do outro abismados. Que raios tinha sido aquilo? Filipa Adans afastou-se um pouco dos braços de Harry, mas não conseguiu desviar o olhar do rapaz…

“Não… Oh não… Tudo menos isto… Não me torturem… Harry Potter com flashes românticos sobre mim… Eu vou cortar os pulsos…”

Interrompo alguma coisa? – Questionou Ginny Weasley, vermelha de raiva.

 Imediatamente Filipa afastou-se de Harry, atirando-lhe a capa de Quiddtich. Perante o pijama “reduzido” da Slytherin Ginny sentiu cada um dos seus neurônios a lutar por uma condição lógica para não a matar.

– Ginny, amor… Vamos andando para a Sala Comunal? – Sugeriu Harry constrangido com a figura em que tinha sido “apanhado”.

“ Porque é que nunca ninguém me quer matar quando eu realmente preciso? Onde é que anda o tão famoso “Senhor das Trevas” quando faz falta? Merda! “ – Ironizava o rapaz em pensamentos amaldiçoando Filipa.

“ Boa Potter. Age naturalmente… Ignora que ela te viu amarrado a mim, que por acaso estou semi-vestida… És mesmo calhau Potter…” zombava a Slytherin muda de tédio. A garota tinha vontade de rir. Refletiu mais um pouco. Não ia ver discussões de namorados.

– Eu vou-me embora. – Anunciou a Slytherin mantendo o ar sério, afastando-se do casal.

– O que foi AQUILO? – Rugiu a ruiva assim que Adans saiu do seu alcance visual.

– Nada. Não foi nada..! Estás a perceber tudo mal Ginny! – Exclamou o rapaz atrapalhado.

A namorada bufou de indignação.

– O que é que eu estou a perceber mal? Que estavas agarrado aquela oferecida?!

– Não! Não é nada disso Ginny! – Gritou o namorado. – Ela ia para a biblioteca e…

– De pijama? Ela ia para a biblioteca de pijama? Não ofendas a minha inteligência Harry!

  Harry agarrou a namorada num beijo poderoso, controlador e apaixonado. Encostou-a à parede do corredor não lhe dando escapatória, enquanto aprofundava o beijo. As mãos passeavam ao acaso pela nuca, pelo cabelo, pelas faces… Ginny sentiu-se a perder o controle, a flutuar nas emoções que o beijo lhe despertava. Não havia como imaginar sequer o seu namorado a fazer aquilo com Adans.

 O rapaz parou o beijo, recuperando algum oxigênio. Fixou a namorada que também ofegava.

– Já acreditas em mim agora?

 Por falta de ar, ou de algo lógico para dizer, ela assentiu com a cabeça. Descolaram da parede e saíram daquele corredor, encaminhando-se a passos largos para a Torre dos Gryffindor, de mãos dadas.

 

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   “O que é ter uma vida normal? Por favor, alguém me explique o que é ter uma vida dessas, ser uma pessoa qualquer? Desde que nasci que sou uma aberração! Filha do descuido fatal de Lord Voldemort, sempre fui fora dos padrões. Principalmente desde que a minha mãe foi assassinada e tenho que “balouçar” entre Dumbledore e o “Senhor das Trevas”….

  Se isto for normal, considerem o fato que eu nunca chamei “pai” ao meu progenitor… E se isto não for suficientemente paranormal, pensemos que o rapaz que destruíra meu progenitor, desde que nasci, acabou de ter um pensamento romântico comigo! Sim, romântico!

 Eu ainda estou chocada! O famoso Harry Potter com este tipo de pensamentos insinuosos sobre mim é algo que me dá vontade de morrer …”

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 Adans parou de escrever para contemplar a Sala de Música. Sentiu-se muito pequena ao pé de todos aqueles imponentes instrumentos musicais. Tocou suavemente no enorme gira-discos que ocupava uma grande parte da sala, imaginando um momento feliz, sem atribulações. Voltou a sentar-se na mesa, tentando encontrar palavras para descrever aquilo que havia acidentalmente lido no inconsciente de Harry. Porém, vindo do nada, o gira-discos no qual havia tocado momentos antes animou-se magicamente. Um ritmo contagiante começava a ecoar em toda a sala:

“ I ´m out of time and all I got is (4 minutes/ 4 minutes), eh

(Estou fora do compasso e tudo que tenho é (4 minutos/4 minutos), eh)

I´m out of time and all I got is (4 minutes/ 4 minutes), eh

(Estou fora do compasso e tudo que tenho é, (4 minutos/4 minutos), eh)”

 Por instantes Filipa fechou os olhos e deixou que aquela musica lhe invadisse o corpo, mas ao fim da sexta repetição da mesma frase, berrou para a sala vazia:

– Oh não! Eu não vou encarnar Madonna! Nem penses! Eu não quero! Por favor cala-te!

Mas o gira-discos continuava:

“ Come on… Eh…Hey…. Ah…. Come on…”

(Anda …Eh… Hey… Ah… Anda)

– Eu não vou a lado nenhum! Desculpa, mas eu não quero ser apanhada…Bombarda Maxima! – Declarou a rapariga com a varinha em riste, fazendo a origem da música explodir. – Nem vou encarnar a rainha do Pop…

Retornou a sua atenção para o pequeno bloco.

 

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“ Falando em morte… Ninguém, merece ouvir Madonna a estas horas da noite! Sinceramente, não sei como quem toca e convive com instrumentos musicais os atura… Quase como se fossem pessoas, com a grande diferença que “captam” as emoções dos seus portadores, mesmo que estes ainda não se tenham dado conta das ditas emoções… Músicos sofrem…

Voltando à música que o Gira – Discos fez o favor de ecoar… “Estou fora do tempo e tudo que tenho são é… 4 minutos”? Por Merlim, é medonho. 4 Minutos para quê? Matar Voldemort? Cortar os pulsos? Espancar o Malfoy por ele não ter cérebro? Estrangular a oca da Parkinson? “

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A rapariga viu-se interrompida por uma elegante coruja-das-neves, de pelagem branca e brilhante, que bicava ruidosamente o vidro. A rapariga encaminhou-se à janela, e de maus modos a mensagem foi-lhe entregue. A coruja voltou aos seus afazeres e a Slytherin voltou ao seu lugar, abrindo o pergaminho:

 

“ Adans,

Eu ouvi isso. Considera-te de castigo a partir deste instante, por estares fora da cama, depois do horário de recolhimento obrigatório. Daqui a um mês quero 150cm de pergaminho sobre as “Bruxas de BlackJewel” também mencionadas com as “Malditas de BlackJewel”. Não adianta reclamares. Tenho mais que motivos para te pôr de castigo.

 

                                                                                O Monitor dos Gryffindor

                                                                                                                 Harry Potter”

 

– Aquele sujeitinho insignificante! – Resmungou Filipa, arrumando as suas coisas, exceto o pequeno bloco de capa preta.

 

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“Ah não… Lembrei-me: os quatro minutos mencionados naquela música entediante seriam usados para matar lenta e dolorosamente o Potter… E como me ia sobrar tempo, ainda bania da superfície do planeta todos os discos de Madonna… O incompetente pôs-me de castigo! Castigo! Quem é que ele se julga? Vou estropiá-lo! Eu vou-me vingar deste castigo…. Ah, se vou…”

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Notas finais do capítulo

mais um capítulo longo! habituem-se que com o desenrolar da fic tende a "piorar"... Afinal é uma longfic xD

Digam o que acharam do géniozinho da Filipa ou simplesmente mandem um review! Eles são BOM combustível

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